I Need You escrita por Péricles


Capítulo 7
O Casamento - P2


Notas iniciais do capítulo

Ahá, consegui postar um capítulo menos de uma semana depois do outro, TUTS TUTS.
Mas aí está o novo capítulo, e nesse capítulo não começa apenas a paixão Hinny, mas começa também a paixão Romione. Eu fiquei muito feliz em descrever a Luna depois de Hogwarts, pois eu a imagino exatamente do jeito que a descrevi.
Nesse capítulo também FINALMENTE a Gina consegue pensar em um bom emprego, mas vamos ver se tudo vai dar certo para ela.
Espero que vocês gostem, e boa leitura.



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— Eu não acredito que você veio – falou Luna caminhando até a amiga e dando um apertado abraço nela. As duas não se viam desde a Festa de Despedida em Hogwarts e não conseguiram trocar nenhuma carta desde então por conta de as corujas não conseguirem atravessar um oceano, e agora Gina estava ali para o casamento da amiga e não podia se sentir mais feliz. – Senti tanta saudade de você.

— Eu também senti muita saudade de você, Luna. Desculpe-me se na última vez que eu vim para o país eu não vim te visitar.

— Tudo bem, eu não estava aqui mesmo, estava caçando Nargulés. – respondeu ela se soltando da amiga e adquirindo aquele ar sonhador.

Gina riu. Com certeza ela sentiu saudades da amiga.

— Eu quase não venho no casamento também. O panaca do Rony me deu o recado ontem e ainda não deu o recado completo. Eu só descobri que seria madrinha agora que eu cheguei, me desculpe por não estar vestida apropriadamente.

— Não tem problema nenhum, o importante é que você veio. Pode me ajudar a prender o véu?

Luna voltou sua atenção ao espelho enquanto ajeitava o vestido. Era lindo, branco, cheio de linhas douradas na parte da frente e um cinto dourado na cintura enquanto a saia era bem cheia. Gina pegou o véu que estava repousado sobre um sofá de couro de dragão num canto da sala e começou a prendê-lo no cabelo loiro e preso numa trança de Luna.

— Então, o que tem feito ultimamente? – perguntou Gina.

— Tantas coisas. Viajei para a Irlanda e lá consegui achar e prender meu primeiro Nargulé. Então eu o trouxe para cá e agora ele está sendo analisado pelo pessoal do Ministério, mas me prometeram que o soltariam. Com isso, recebi uma recompensa de cinco mil galeões além de um premio Wizard...

— Prêmio Wizard? – perguntou Gina enquanto terminava de prender o véu e ia dar uma olhada em Luna de frente – O que é isso?

— Os trouxas tem o prêmio Nobel, que é dado para quem contribui com a ciência. Nós temos o prêmio Wizard que é dado para quem contribuiu para a bruxaria.

— Uau Luna, estou realmente feliz por você. – e Gina realmente estava. Durante todo o período que estudou com Luna em Hogwarts era obrigada a ouvir a amiga tagarelando sobre Nargulés e até chegou a acreditar que eles não existiam, contudo, sempre a defendia quando alguém caçoava dela.

— Muito obrigada – respondeu Luna, se encarando no espelho – Com o prêmio Wizard ganhei cinquenta mil galeões, e Rolf e eu conseguimos comprar uma casa nos arredores de Upper Barnton.

— Não foi lá que um Gigante que aterrorizava o mundo bruxo no século XV foi morto? – perguntou Gina, enquanto retocava a maquiagem de Luna.

A amiga a olhou com uma expressão de curiosidade e divertimento.

— Como? – ela perguntou, rindo.

— Digamos que após a minha volta eu tenho lido muito – respondeu Gina também começando a rir.

— Tudo bem. Bem, não sei nada sobre esse gigante, mas posso perguntar para os moradores de lá.

— E como é a casa?

— Bem, é linda. Temos dois andares e um jardim de Amoras Dirigíveis que plantamos com as sementes do papai. – respondeu Luna, orgulhosa.

— Fico feliz por você – declarou Gina com um risinho – Mas uma casa de dois andares para duas pessoas não é muito exagero?

Luna olhou para Gina adquirindo um olhar sério.

— Digamos que não será apenas nos dois.

— Quem mais irá morar com vocês? – perguntou Gina, se virando e guardando a maquiagem. Quando terminou de guardar tudo e encarou a amiga, viu sua expressão de emoção enquanto repousava a mão direita sob a barriga.

— Ai Meu Merlin, você está grávida? – gritou Gina.

— Sim – gritou Luna de volta.

Gina correu e deu outro abraço apertado em Luna. Não conseguia acreditar que sua melhor amiga estava grávida, estava se casando e agora já tinha sua própria casa com seu marido além de um reconhecimento e prestígio da comunidade bruxa. Mesmo Luna, que nunca foi de seguir padrões, estava seguindo o da maioria das garotas de vinte e cinco anos, e isso de alguma forma, deixou Gina muito pensativa.

— E tem mais – guinchou Luna se separando da amiga e a segurando pelos ombros.

— Mais? Uau, você realmente soube o que fazer em cinco anos.

Luna soltou uma gargalhada.

— Eu quero que você seja a madrinha – declarou ela.

Gina a encarou, estupefata.

— Você está brincando? – ela disse.

— Não. Rolf escolheu um amigo que dividia o dormitório com ele em Hogwarts para ser o padrinho e decidimos que eu escolheria a madrinha. Então eu lembrei que não tinha amiga nenhuma além de você e decidi te escolher. Você aceita?

Agora Gina estava sem palavras. Ela sentia as lágrimas de emoção começarem a brotar em seus olhos e escorrerem pela bochecha.

— Oh não – falou Luna, ficando séria – Não estrague a maquiagem, ainda temos o casamento.

Gina riu, ou pensou ter feito isso, mas o barulho que escapou da sua garganta pareceu um guincho no meio das lágrimas.

— É claro que eu aceito – Luna a abraçou novamente – Muito obrigada Luna, muito obrigada mesmo.

Logo, as duas começaram a chorar uma sobre a outra.

— Garotas? – elas ouviram uma voz vinda do corredor e alguns segundos depois o pai de Luna apareceu – O que houve?

— Nada papai – respondeu Luna se soltando de Gina e enxugando os olhos – Estava apenas contando para Gina que eu a escolhi como a madrinha do meu filho.

— Isso é fantástico – berrou Xenofílio, depois ele se virou para Gina e deu um abraço muito estranho nela – Muito obrigado por ser amigo da minha filha por todos esses anos. Sempre tive medo de que ela não fizesse nenhuma amizade por conta das minhas excentricidades.

— Senhor Lovegood é uma honra ser amiga da Luna. Ela realmente alegra meus dias.

— Podemos deixar a choradeira para depois, tenho um casamento em que eu preciso ir – sugeriu Luna, o que fez Gina rir.

Elas retocaram a maquiagem e saíram do pequeno chalé acompanhadas por Xenofílio, caminhando em direção a enorme tenda branca. Quando estavam chegando, ele as guiou até os fundos da tenda e pediu para Luna esperar ali enquanto ele ia dar o sinal para a banda-de-sopro começar. Gina murmurou um “boa sorte” para a amiga e foi até a entrada da tenda onde encontrou o marido de Gina, Rolf, um cara alto, de cabelos negros e olhos castanhos vestido num elegante blazzer preto, acompanhado por um rapaz de feições marotas, cabelos espetados e vestido num terno preto.

— Você deve ser a Gina – adivinhou Rolf quando Gina se juntou a eles – Prazer, eu sou Rolf Scamander, o cara que vai casar com a sua melhor amiga.

Gina apertou a mão estendida de Rolf com um sorriso emocionado no rosto.

— Rolf – ela disse – Muito prazer. Obrigada por cuidar da Gina enquanto eu estive fora.

— Você é aquela artilheira das Harpias que se aposentou não é? – perguntou o rapaz com quem Rolf estava conversando – Prazer, eu sou Simas Finnigan e sou o padrinho do Rolf.

— Prazer Simas e sim, sou eu – respondeu Gina educada retribuindo o aperto de mão dele.

— Tenho que dizer que você é uma das melhores artilheiras que eu já vi – continuou ele – e bem, uma das mais bonitas...

Gina sentiu seu rosto queimar, mas retribuiu o elogio com um sorriso tímido.

— Perdoe o Simas, ele é... Explosivo perto das mulheres – desculpou-se Rolf dando um aperto no ombro do amigo.

— Ei, eu estou apenas sendo educado – defendeu-se ele.

— Estamos prontos – declarou Xenofílio saindo da Tenda acompanhado por uma mulher vestindo um longo vestido cor pêssego, que Gina supôs ser a mãe de Rolf.

Gina ouviu a banda começar a tocar uma marcha lenta e rapidamente os convidados começaram a ficar quietos e a olhar ansiosos para a entrada da barraca.

Rolf pegou o braço de sua mãe e juntos eles marcharam para dentro da tenda em direção à um altar. Gina esperou eles chegarem lá, a mulher dar um beijo na bochecha do filho e ir se sentar numa cadeira reservada para ela logo à frente, e então Simas estendeu um braço para ela e juntos, eles começaram a entrar pela tenda.

Um leve tremor percorreu o corpo da garota. Ela já esteve em público antes. Jogou diversos jogos em frente a multidões, mas isso não impedia que um medo irracional se abatesse sobre ela, mesmo que pequeno. Ela sentiu o estômago se revirar e tentou olhar apenas para frente e ignorar todo o pessoal a sua volta.

Mesmo olhando só para o pequeno altar na frente, Gina conseguiu reparar que a cabana estava muito bem decorada. Diversas cadeiras foram postas deixando um caminho por onde ela estava caminhando agora em cima de um tapete vermelho com detalhes dourados. Adiante delas, várias mesas com pratos e copos brancos e talheres cinza bem polidos estavam dispostos, todas com uma pequena luminária que piscava e soltava algumas faíscas. O altar estava decorado com diversas plantas desconhecidas para Gina e no meio delas havia um amplo arco decorado com rosas onde um bruxo cerimonial estava disposto. Um pequeno palco estava montado do lado do altar, com alguns músicos tocando violino, piano, violoncelo e bateria. Estava tudo fascinante.

Quando finalmente Gina e Simas chegaram à frente de todos, cada um se dispôs ao um lado do Arco, Gina no esquerdo e ele no direito. A banda começou a tocar uma música muito costumeira em um casamento trouxa e todos se levantaram para ver a entrada da noiva. Luna apareceu com um braço em torno do braço do pai enquanto no outro segurava um buquê de margaridas. Talvez fosse o vestido que realçava seu cabelo loiro, talvez fosse a maquiagem, ou talvez fosse até o encantamento de holofote que a acompanhava, mas Gina poderia jurar que Luna estava brilhando, radiante. Ela parecia uma espécie de anjo, uma dádiva dos céus caminhando em direção ao altar.

Ela e seu pai chegaram à frente de todos e ele depositou um delicado e carinhoso beijo na testa da filha e a entregou a Rolf, e juntos eles subiram ao altar e ficaram de costas para os convidados.

Gina reparou que muitas coisas no casamento a lembravam da cultura trouxa. Lembrou-se de que Luna sempre foi muito fascinada na cultura deles e até lia vários livros sobre o assunto. Não sendo diferente, o bruxo cerimonial começou um discurso que Gina já ouviu milhares de vezes em casamentos trouxas que aconteciam em livros e deixou seu olhar vagar pela multidão. Todos estavam vestidos elegantemente e olhavam apaixonados e hipnotizados ao casal. Algumas mulheres até choravam. Em meio àquela multidão, Gina encontrou um par de olhos verde-mar a fitando descaradamente. Viu que o dono desses olhos era Harry Potter e novamente sentiu seu rosto queimar, então decidiu voltar à atenção a cerimônia. Mesmo assim, ainda sentia aqueles olhos sobre ela, avaliando-a de cima a baixo, até devorando-a.

Por fim, o bruxo cerimonial chegou ao final de seu discurso e declarou Luna e Rolf Marido e Mulher, então os dois se beijaram e quando isso aconteceu o coração de Gina se encheu de felicidade pela amiga. Depois, eles abraçaram os padrinhos e ela fez questão de deixar bem claro para Rolf que se um dia ele magoasse Luna, Gina era muito boa com azarações. Ele riu, mas parou quando viu que ela não estava brincando. Então eles começaram a cumprimentar todos enquanto Gina caminhou até a mesa onde sua mãe, seus irmãos e os Potters estavam.

— Bom trabalho, hein – cumprimentou Angelina.

— É, deu para ver a sua cara de pavor enquanto caminhava – brincou Fred.

— Dá um tempo, acha que é fácil caminhar com todos olhando para você? – defendeu-se Gina enquanto sentava em uma cadeira livre. Assim que chegou, novamente ela sentiu os olhos de Harry sob ela e corou mais uma vez.

— Mas você jogava diante de estados lotados, algumas pessoas em um casamento devia ser moleza para você – acusou Rony.

— Mas não é, ok? E acho bom você não se dirigir a mim, Ronald Weasley, ainda estou muito, muito brava por você me dar o recado de Luna no último momento.

As orelhas de Rony ficavam vermelhas e ele decidiu se concentrar em seu copo, enquanto Lilian, Tiago e Sirius que só agora que Gina reparou que estava ali, riram.

— Ela tem o Gênio dos Weasley’s – comentou Tiago, o que fez um sorriso tímido surgir nos lábios de Gina.

— E como é que está a Luna, querida? – perguntou a sra. Weasley segurando Roxanne no colo.

Gina resolveu arriscar uma olhada em Harry e se surpreendeu com o fato de que ele ainda estava encarando-a.

— Eu não vi que a Roxanne estava aí, deixe-me segura-la – pediu Gina tentando disfarçar a vermelhidão em seu rosto, pegou a sobrinha dos braços da avó e balançou ela em seu colo – Ela está muito feliz, me contou sobre tudo o que aconteceu com ela nesses últimos cinco anos e estou muito feliz que ela esteja bem. Fiquei preocupada enquanto estava fora de que ela entrasse em depressão sem amigos ou coisa parecida.

— É uma pena que a excentricidade dela tenha feito com que tenha tão poucos amigos – comentou Lilian.

— É, realmente. Enfim, ela ganhou um prêmio Wizard com a descoberta dos Nargulés e com isso comprou uma casa em Upper Barnton.

— Não foi lá que mataram um gigante no século XV? – perguntou Percy, o que fez Gina se questionar se estava começando a ficar parecida com o irmão.

— Foi. Enfim, os dois estão muito felizes e o Rolf parece ser um cara legal. E... Ah, esqueci o principal. Ela está grávida.

— Mas isso é ótimo – falaram as mulheres em uníssono.

— E, ela quer que eu seja madrinha da criança. Vou ter alguém para ensinar a jogar Quadribol.

— Mas isso é ótimo – foi a vez dos homens comentarem.

— Espere – pediu Harry, se pronunciando pela primeira vez – Você está procurando alguém para ensinar a jogar Quadribol?

Gina se encolheu na cadeira enquanto Roxanne começava a pular em suas coxas.

— Bem, Não necessariamente... Sabe, eu amo Quadribol. Mesmo que eu tenha me aposentado sempre vou gostar. De alguma maneira eu quero me manter conectada com ele, já que... ahn... Foi a única coisa que eu sempre estudei e sempre tive foco.

— Nem me fale, tive três filhos homens, mas Gina consegue ser mais homem que os três juntos – declarou Molly para os Potters.

— Ei – protestaram os filhos da sra. Weasley.

— Enfim, eu sempre gostei de crianças e seria legal ensinar uma ou duas a jogar Quadribol enquanto não arrumo um trabalho. Sei que o filho da Luna pode demorar, assim como o crescimento da Roxanne não vai acontecer de um dia para o outro, mas mesmo assim isso seria algo que eu gostaria.

— Por que não abre uma escola de Quadribol? – perguntou Sirius.

— Não dê ideias malucas a ela – advertiu Fred.

Algo acendeu dentro de Gina, como se ela estivesse dentro de uma sala escura e fria durante todo esse tempo tentando se localizar e finalmente achou sua varinha para iluminar o local. Como ela mesma havia dito, amava Quadribol e adoraria ensinar para alguém. E ela tinha capacidade, foi uma grande jogadora. Ela sentiu uma sensação estranha no corpo, uma sensação que você sente quando acha uma coisa que estava procurando muito. Finalmente, ela achou um emprego perfeito para ela.

— Tarde demais – falou Angelina – Ela ouviu a ideia, olha o rosto dela se iluminando.

— Mas isso é uma ótima ideia – declarou Gina, começando a se animar – Sabe, eu sempre fui fascinada por Quadribol, já li todos os livros e matérias possíveis sobre isso e tive experiência própria. Vários pais fãs do esporte querem que os filhos aprendam a jogar, mas não tem tempo para ensina-los, ou no meu caso, várias crianças querem aprender, mas não tem ninguém com boa vontade para ensinar – bradou ela, lançando um olhar acusatório aos irmãos.

— Não olhe para mim, eu nunca gostei de Quadribol – defendeu-se Percy.

— Isso seria uma ótima ideia. Não existe nenhuma Escola de Quadribol e tenho certeza de que isso poderia dar certo – comentou Lilian, se animando também.

— Gina eu estou muito feliz que você tenha achado uma coisa que goste e queira fazer – falou Molly – Mas não seria melhor repensar? Você nunca ensinou uma criança antes, nem sabe se é boa nisso.

— Sua mãe tem razão, eu acho que você deveria ensinar uma criança primeiro, sabe para fazer um teste e depois investir nisso – disse Tiago e seu olhar se direcionou a James que estava sentado ao lado de Harry extremamente entediado brincando com um copo.

— James? – perguntou Lilian.

— É uma ótima ideia – apoiou Sirius – Vamos lá Lilian, sempre reclama que o garoto vive a importunando querendo aprender Quadribol. Por que não?

— Eu adoraria ensina-lo e prometo cuidar muito bem dele. Posso até ensina-lo no seu quintal se quiser... – declarou Gina.

— Oh não querida, moramos em Godric’s Hollow, tem muitos trouxas por lá – informou Lilian.

— É uma ótima ideia. James – chamou Harry.

O garotinho ergueu os olhos e olhou entediado para o pai.

— Sim?

— Você gostaria de aprender Quadribol?

Foi como se James tivesse tomado uma bebida que o deixou enérgico. Ele se ajeitou rapidamente na cadeira, deixando o copo cair no chão e olhando cheio de expectativa para o pai.

— James – brigou Lilian, consertando o copo com a varinha.

— Tá falando sério papai? O senhor vai me ensinar a jogar Quadribol?

— Bom, eu não. Ela – ele apontou para Gina. Aqueles olhinhos verdes do garoto se viraram para ela e ele começou a assentir freneticamente com a cabeça.

— Eu quero, eu quero.

Tiago riu.

— Vai ser bom para ele, está crescendo, tem muita energia acumulada, vai poder se distrair.

— Além de me dar um pouco de sossego – comentou Lilian, suspirando.

O feitiço que Gina usou para iluminar a sala se tornou mais forte e mais forte. Ela se encheu de expectativa diante de ter que ensinar o filho de Harry Potter a jogar Quadribol. Seu coração pulsava mais forte. Teria contato direto com James e quem sabe até com Harry. O sentimento de paixonite que ela sentia quando tinha 13 anos voltou e caiu sobre ela como uma avalanche.

— Eu adoraria. – bradou ela, feliz.

Eles ficaram conversando por mais algum tempo, combinando a hora e o local que eles treinariam e decidiram que Gina começaria no dia seguinte e ensinaria James na Toca já que lá ele teria mais espaço e menos risco de um trouxa o avistar. Alguns minutos de conversa depois, uma garota de cabelos castanhos e os dentes da frente um pouco grandes se aproximou da mesa.

— Me desculpem o atraso – desculpou-se ela – Não conseguia de jeito nenhum achar a clareira.

— Hermione – gritou Harry feliz, se levantando e abraçando-a. O monstro que rugia sempre quando Harry andava com Cho Chang pelo castelo de Hogwarts despertou no estômago de Gina com um novo objetivo: Azarar essa garota.

— Pessoal essa é minha melhor amiga Hermione Granger – anunciou Harry. – Hermione esses são amigos da nossa família. Aquela é a Molly, seus quatro filhos Fred e sua esposa Angelina, Percy e sua esposa Audrey e Rony e Gina.

Hermione apertou a mão de todos e Gina não pôde deixar de reparar no entusiasmo e no brilho que apareceu nos olhos de Rony ao apertar a mão da garota.

— Você é Ronald Weasley? – ela perguntou e ele concordou freneticamente com a cabeça – Eu me lembro de você, estudou comigo até o terceiro ano.

— Ah, é, é... – concordou ele.

— O que aconteceu com você, o restante dos anos não o vi mais nas mesmas aulas que eu. – perguntou Hermione.

— Bom, eu tive que sair por... Problemas técnicos.

— Se você considera reprovar de ano um problema técnico – comentou Fred, recebendo um olhar de ódio do irmão.

Eles arrumaram outra cadeira para Hermione que se sentou ao lado de Harry. Assim que ela se sentou James se jogou no colo dela e os dois começaram a brincar e a conversar. Gina se perguntou se essa não seria a mãe dele e se Harry não a apresentou como amiga para não ter que responder perguntas.

O jantar foi servido e durante a refeição Gina só conseguia olhar discretamente Hermione e Harry tentando descobrir o que havia entre os dois. Só quando terminou o seu cozido de carneiro foi que percebeu que os dois não tinham mais do que uma amizade de anos e sorriu, aliviada.

O violinista da banda convidou todos os casais a se levantaram e se dirigirem a uma parte da cabana que não estava lá quando Gina entrou, mas que havia sido adicionada magicamente para ser uma pista de dança. A banda começou a tocar uma música lenta e Luna e Rolf abriram a pista, sendo seguidos por vários casais. Galanteador, Tiago puxou Lilian para a pista e o mesmo fizeram Fred com Angelina e Percy com Audrey. Gina estava observando eles rodopiarem e viu uma mão familiar aparecer diante do seu rosto.

— Me concede essa dança, senhorita? – perguntou Rony com um falso sotaque francês.

— Só se você nunca mais fazer esse sotaque – respondeu Gina aceitando a mão estendida do irmão e indo para a pista.

— Tudo bem, mãe? – perguntou Rony.

— Ah, vão crianças, vão – respondeu Molly – Vou ficar aqui brincando com a Roxanne e conversando com o Sirius.

Dito isso os dois foram até a pista e começaram a dançar. Rony entrelaçou as mãos na cintura de Gina e ela colocou os braços ao redor do pescoço do irmão. Depois de um tempo Rony quebrou o silêncio.

— Somos super bons dançarinos – comentou ele.

— Se você considera rodopiar no mesmo lugar e ter você pisando no meu pé freneticamente uma dança, é, somos os melhores – concordou Gina.

— É uma pena que nós dois não tenhamos par para ocasiões como essa. Quando o cara do violino chamou os casais eu senti uma tristeza.

Gina deu palmadinhas de compreensão no ombro do irmão.

— Eu te entendo, é triste não ter ninguém nessas festas para dançar.

— É, mas tem alguém que aposto que quer dançar com você.

— Quem? – Gina perguntou curiosa.

— Harry. Não viu o jeito que ele estava olhando para você? Quase taquei meu pedaço de pão nele para fazê-lo se concentrar na comida.

Gina riu apesar de sentir seu rosto começar a corar novamente.

— E olha aí, já está corando quando eu falo dele – observou Rony rindo – Ainda não superou a paixonite pelo Potter, irmãzinha?

— Olha só quem fala, quase atravessando a mesa para apertar a mão da Granger – revidou Gina e Rony parou de rir enquanto ela assumia uma perfeita imitação do irmão – “Eu tive que sair por problemas técnicos.”

— Okay, agora você pegou pesado – falou Rony, fechando a cara.

Eles dançaram por mais alguns minutos quando Gina sentiu alguém cutucar seu ombro. Ela se virou e viu Harry a encarando com um olhar maroto que herdou do pai.

— Será que eu posso rouba-la para uma dança? – perguntou ele para Rony.

— Eu acho que não... – respondeu ele assumindo o modo ciúmes.

— Ele está brincando – declarou Gina empurrando o irmão e se virando para Harry.

— Hermione está sozinha – afirmou Harry para Rony, que se esqueceu do ciúme e disparou em direção a mesa para chama-la para dançar.

Harry e Gina rodopiaram por alguns segundos, ela tendo total consciência de que estava dançando com o garoto dos seus sonhos adolescentes e se controlando para não correr para casa e escrever sobre ele no velho diário. Uma sensação quente e gostosa percorria seu corpo a cada passo que eles davam e Gina sentia seu coração pulsar tão forte que ela pensou que sofreria um ataque cardíaco a qualquer momento.

— Me permita dizer, mas você está linda – disse Harry e Gina agradeceu mentalmente por ele estar a segurando, porque ela sentia que iria desmaiar.

— O-o-obrigada – engasgou-se ela – Você... Também está... l-lindo.

Harry deu um sorriso calmo para ela que enviou pulsações por todo o seu corpo, como se ela tivesse levado um choque.

— Sabe, estou muito feliz de que você irá ensinar James a jogar Quadribol. – comentou ele.

— Eu que estou maravilhada, ele parece ser um bom garoto.

— Mas devo avisar, vai precisar ter muita energia para tal feito.

Gina riu e uma ideia surgiu em sua mente. Ela poderia aproveitar essa conversa para descobrir mais sobre Harry, como por exemplo, se ele era casado.

— Deve ter – continuou ela – A quem ele puxou? A mãe dele?

Os olhos de Harry ficaram tempestuosos e ele rapidamente desviou o olhar. Gina temeu que tivesse tocado num assunto delicado e se perguntou se ela não estaria morta.

— Não, foi a mim – ele respondeu, seco.

Gina assentiu e continuou a dançar. “Parabéns idiota, conseguiu estragar a dança” pensou ela com um suspiro.

— Oh não – falou Harry, reparando que isso a aborreceu – Não, não é nada disso. É que eu... Não gosto de falar dela.

— Entendo – comentou Gina. – Ter uma esposa morta deve ser difícil.

— Ela não está morta – declarou ele.

Mesmo com todo o corpo de Gina dando sinais para ela parar com essa conversa ela os ignorou e fez a pergunta que estava entalada em sua garganta.

— Onde ela está? – perguntou ela devagar.

— Ela... Fugiu quando o James nasceu. Desde então não tenho mais notícias dela. – disse ele devagar, cada palavra carregada de dor.

Gina sentiu o peito arder. Harry foi abandonado pela mulher que amava e isso era devastador. Ela nunca amou ninguém de verdade – considerava Harry uma paixão platônica – e se imaginou amando um homem que depois do nascimento do filho fugisse e seu coração bateu em solidariedade.

— Sinto muito por isso – ela disse.

— É, foi um golpe e tanto. Tive que criar James sozinho. Ele só tem a minha mãe e a Hermione como figuras maternas.

— Apenas elas duas? – arriscou Gina – Você não tem nenhuma namorada ou coisa parecida?

Harry riu.

— Depois da mãe de James não consegui amar mais ninguém – declarou ele, fazendo o coração de Gina derreter.

— De algum modo eu entendo o James sabe – comentou Gina tentando mudar de assunto antes que desmaiasse – Crescer sem uma das figuras de pai e mãe. Eu cresci sem pai.

— Isso deve ter sido triste – adivinhou Harry, também feliz por mudar de assunto.

— E foi. Mas bem, não quero falar dele. Vamos apenas aproveitar a música.

— Tudo bem.

Satisfeita em saber que Harry estava solteiro e se sentindo extremamente culpada por se sentir feliz, ela dançou com ele até a música acabar. Depois, o resto da noite foi um borrão e ela só se lembra de se despedir dele, de seus pais e de James prometendo encontra-lo no dia seguinte para ensina-lo a jogar Quadribol, depois ela, a Sra. Weasley e Rony, aparataram de volta para a casa.


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Notas finais do capítulo

Gostaram?
Vou tentar postar o próximo em menos de um semana se a inspiração vier.
Queria dizer que eu estou lendo um livro que me deu muitas ideias para a fic que se chama A Maldição de Tigre e recomendo que vocês leiam, é muito bom.
Então é isso.
Até o próximo capítulo.
Tchau.
o/



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