I Need You escrita por Péricles


Capítulo 19
Tudo Estava Bem


Notas iniciais do capítulo

Estou crying com esse último capítulo, espero que vocês gostem. Eu disse que postaria amanhã, mas não aguentei e postei hoje mesmo. Vejo vocês lá embaixo.



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Gina acordou sentindo-se tonta.

Sua boca estava áspera e seca e sentia uma dor aguda em suas costelas e em sua barriga. Onde ela estava? Sua visão estava turva, embaçada. Demorou vários minutos para conseguir focá-la, mas quando o fez, percebeu que estava em uma cama de um hospital. As paredes eram de mogno branco, assim como o teto, e o chão estava lustrado e brilhante. Não havia móveis, apenas a cama onde ela estava deitada e algumas máquinas trouxas usadas em hospitais. Na janela, diversos desenhos infantis escritos “fique boa logo, tia Gina” fizeram-na sorrir.

Em um dos desenhos, ela e James voavam em vassouras. Alguém enfeitiçou o desenho, de modo com que fizesse com que os dois se mexessem. Depois de voarem em círculos, os dois desciam para o chão e se abraçavam, e logo depois um balãozinho surgia em cima de James com os dizeres “Amo você, tia Gina, espero podermos voar logo”.

Uma dor mais forte do que as que ela sentia na costela e na barriga apertou seu coração. James. Tão corajoso. Tão fiel à ela. Nada o impedia de seguir o plano de Gina, fugir pela janela e correr para a casa de Luna, deixando-a lutando contra Cho. Por Merlin, a teimosia e a coragem dos Potter’s falou mais alto, senão, Gina estaria morta. Assim como seu pai.

A lembrança veio para ela, esmagadora. Seu pai morreu. Bem na frente de sua esposa e sua filha. E Gina não conseguiu fazer nada para impedir. Por mais que de uns tempos para cá houvessem vários avanços em feitiços e contra-feitiços, até hoje ninguém foi capaz de reverter o feitiço da morte. E havia também sua mãe. Gina não sabia o que aconteceu com ela, e tinha medo de descobrir que ela estava mal.

A porta de seu quarto se abriu. Uma mulher loira entrou, vestindo o avental e as vestes verde claras com o emblema do hospital bordado neles. Trazia com ela uma bandeja cheia de medicamentos, os quais ela deu para Gina, um por um. Uma boa parte de sua dor foi embora.

— Onde... onde está minha mãe? – ela perguntou, com a voz rouca por conta da garganta áspera.

— Sua mãe está no primeiro andar – respondeu a curandeira – Não tinha ferimentos tão graves quanto os seus, e recebeu alta três dias atrás.

— A quanto tempo estou desacordada?

— Uma semana – respondeu ela.

Gina assentiu, enrolando o máximo possível para adiar a pergunta final, a pergunta que ela mais tinha medo de saber a resposta.

— O que... – ela começou baixinho, mas sua voz falhou. A curandeira deu-lhe um copo d’água – Obrigada. O que... o que houve com... o meu filho?

A bruxa adquiriu um semblante sombrio. Ela olhou para Gina, o rosto exibindo pena e tristeza.

— Não acho que eu seja a pessoa indicada para lhe responder isso. Mas tem alguém que quer vê-la.

Ela abriu a porta e Harry entrou no quarto. Ele estava horrível. Parecia que não dormia há dias. Fez um gesto de agradecimento para a curandeira, que saiu do quarto e fechou a porta. Mal eles ouviram o “click” e Harry se jogou em cima de Gina, em um abraço de urso.

— Ei... calma aí... – tentou falar ela, sem ar.

— Pensei que tivesse te perdido. Você não dava sinais de melhora e os curandeiros não sabiam mais o que fazer – ele falou, o rosto enterrado no pescoço de Gina.

— Harry, eu estou ficando sem ar, se você não me soltar eu posso realmente partir – ela tentou falar.

— Certo, certo – ele falou, soltando-a. Seus olhos verdes voltavam a se iluminar lentamente, enquanto um enorme fardo era tirado se suas costas – Estou feliz que esteja bem.

— Eu também, obrigada – ela deu um sorriso fraco – Como estão seus pais?

— Ótimos – Harry estava feliz por dar uma boa notícia – Meu pai recebeu alta há uns dois atrás e minha mãe não precisou ficou internada. Os dois já estão em casa.

— Alguma notícia da minha mãe? – perguntou Gina.

— Ela acabou de subir para o Quinto andar – Harry apontou para o teto – Você está no quarto, alias.

— No Quarto Andar? – perguntou Gina, preocupada. Ela sabia que os andares do St. Mungus eram divididos de acordo com a seriedade de suas fraturas. O quarto era o último andar, o andar para onde eles traziam casos que não tinham mais salvamento. Acima deles, no quinto, ficava o shopping e a loja de presentes.

— Eu sei – Harry assentiu – Agora você sabe o quanto eu fiquei preocupado.

— O que minha mãe está fazendo no Quinto Andar? Comprando lembrancinhas para todos?

— É – respondeu ele, indiferente – Mas eu pedi para ela levar James lá para cima. Ele não saiu do seu lado durante toda essa semana. Viu os desenhos que ele fez? – perguntou ele, apontando para a janela.

— Eu vi, ficaram lindos – ela respondeu, sorrindo – Como ele está?

— Um pouco abalado, mas bem. Achou que tinha perdido suas duas mães de uma vez só e isso o deixou assustadoramente depressivo. Pedi para sua mãe levá-lo aos brinquedos que eles têm lá em cima, para ver se ele se animava um pouco.

Gina assentiu, outra vez adiando a pergunta final. Por fim, se decidiu que quanto mais adiava, mais seria difícil aceitar a verdade. Mas ainda não estava pronta para a verdade.

— O que aconteceu com Lucio e Snape? – ela perguntou.

— Os dois foram presos, certamente. Foram jogados na ala mais bem protegida de Azkaban. Snape tentou fugir no Ministério e acabou levando o Beijo de um Dementador. Devo dizer que ele mereceu.

Gina assentiu novamente.

— E quanto a Draco? Me lembro de meu pai... – sua voz falhou – Mencionar que ele estava com o Lucio.

— Bem, ele depôs é claro, sob o efeito da Veritaserum. Ele não tinha nenhum envolvimento com seu pai. Apenas recebeu uma coruja que dizia que um grande empresário de vassouras queria fazer contato com ele, e quando chegou ao vilarejo, teve que inventar a desculpa de que estava lá para visitar sua família, senão o Sr. Robert não deixaria ele entrar. Então ele encontrou Lucio, e tentou ir embora, mas Lucio disse que ele seria responsabilizado pela morte do Sr. Albert e seus negócios iriam falir, então ele teve que ficar. Mas já está solto, e já está bem. Inclusive, o filho dele nasceu ontem, aqui mesmo. Sua amiga Emma deve estar por aí.

— O pequeno Scorpius nasceu? – perguntou Gina, sentindo um aperto no coração.

Harry assentiu, seu sorriso morrendo aos poucos. Nenhum dos dois poderiam adiar mais. Gina tinha que perguntar, e Harry tinha que responder. Ela pegou em sua mão, com um olhar firme e perguntou

— Harry... O que aconteceu com o nosso filho?

Harry suspirou, cansado.

— Um deles está morto...

— Um deles? – Gina exclamou, exaltada – Tinham dois aqui?

Harry assentiu, confuso.

— Achei que você soubesse.

— É claro que não – ela falou, ainda exaltada – Por Merlin, eu preocupada que teria um bebê quando na verdade eu teria dois?

— Bem... Agora você terá um – falou Harry, com um certo quê de mágoa na voz.

— Olha aqui, Senhor Potter – ela começou, apontando um dedo para ele – Não me venha com esse emburramento porque só Merlin sabe a quantidade de corujas que eu mandei para você em sua missão.

— Eu não recebi nenhuma – defendeu-se Harry – Lucio admitiu que ele e Cho interceptavam nossas corujas e queimavam nossas cartas.

— Certo, então não é culpa minha. Eu descobri um dia antes de tudo isso acontecer, então não fique bravo comigo.

— Vou tentar – ele respondeu.

— Certo, agora deita aqui – ela deu uns tapinhas em sua coxa e Harry deixou sua cabeça nela, enquanto Gina começou a mexer em seu cabelo enquanto conversavam sobre o futuro.

Alguns minutos depois, a porta do quarto se abriu novamente, e desta vez, Molly e James entraram. O garoto deu um enorme grito ao ver Gina acordada, e fez a mesma coisa que seu pai, pulando na cama para abraçá-la, enquanto a Sra. Weasley caia no choro. Os quatro ficaram conversando por algum tempo, quando James foi ao banheiro. Gina fez sinal para Harry, dizendo que os dois deviam contar ao garoto que ele ganharia um irmão.

Quando James voltou, Gina tentou começar devagar, ainda com receio de que ele se deprimisse mais.

— James... Sente aqui – ela deu tapinhas ao seu lado, na cama. Ele se sentou e a encarou com seus grandes olhos verdes.

— Bem... – começou Harry – Sabemos o quanto você está, bem, triste e cabisbaixo ultimamente...

— Por isso entenderemos completamente se isso o magoar – falou Gina, enquanto James assentia, sem entender – A verdade é que... Eu estou grávida.

— Você ganhará um irmão ou uma irmã – falou Harry, devagar.

Ele, Gina e a Sra. Weasley encararam James, atento. Ele olhou primeiro de Gina para Harry, depois de Harry para Gina e logo depois para a barriga de Gina. Então ele fez algo que surpreendeu a todos. Ele se levantou e começou a pular.

— Um irmão? Eu ganharei um irmão? – perguntou ele, o rosto iluminado.

Gina e Harry o encaravam, confusos.

— Sim... – ela falou, sem entender.

— Isso será ótimo – ele falou, mais feliz do que nunca – Eu terei alguém para jogar Quadribol comigo.

Gina olhou para Harry e os dois começaram a rir.

— Sim, James, você terá – falaram eles, observando os olhos do garoto brilharem.

No dia seguinte, Gina recebeu alta do hospital. Durante dois meses, ela e Harry se dedicaram à procura de um lugar para eles morarem. Ambos concordavam que estava na hora de saírem da casa de seus pais. Harry recebeu uma proposta de emprego como Chefe do Quartel General de Aurores no lugar de Edgar, que decidiu se aposentar, e ele aceitou, ganhando um grande aumento. A notícia de que Harry capturará os quatro fugitivos de Azkaban se espalhou por todo o mundo bruxo, e o nome Potter ficou muito conhecido e respeitado. Se o assédio era grande quando Gina e Harry passeavam pelo Beco Diagonal, apenas quando Gina era famosa, ele dobrou de tamanho agora que os dois eram.

Agora, Gina estava sentada em uma mesa, em uma lanchonete trouxa, com Harry, Rony e Hermione.

— Procurar um apartamento é tão difícil – ela bufou. Sua barriga já estava visível, agora que estava com três meses. Hermione riu.

— Eu sei. Foi muito difícil quando eu saí da casa dos meus pais. Tem toda aquela burocracia trouxa, sem contar na bruxa. Vocês precisam de um lugar afastado, sem a presença de muitos trouxas, e que vocês possam lançar feitiços.

— Obrigado pela sugestão – Harry também bufou, fazendo Hermione rir.

— E então, já descobriram o sexo do bebê? – perguntou Rony. Harry e Gina assentiram.

— E...? – quis saber Hermione.

— É um garoto – anunciaram eles, felizes.

Rony e Hermione gritaram de emoção, atraindo a atenção dos trouxas. Os quatro se levantaram e se abraçaram.

— Isso é bom, isso é ótimo, porque... – começou Rony.

— Não – Gina o interrompeu – Não, Rony, eu não vou chamá-lo de Chudley.

Rony fez uma cara emburrada.

— Mas seria uma ótima homenagem aos Chudley Cannons. Gina você sabe que eles são meu time de Quadribol favorito.

— Pouco me importa, meu filho não terá o nome de um time de Quadribol que não conquista a Taça a mais de um século.

A cara emburrada de Rony aumentou.

Os quatro continuaram conversando, agora a respeito de filhos, quando Hermione deu uma cotovelada em Rony e apontou para Harry e Gina com a cabeça.

— Ah sim, sim... – falou Rony, se ajeitando na cadeira – Harry, Gina, eu e Hermione queremos contar uma coisa para vocês.

— O que aconteceu? – perguntou Harry, preocupando-se.

Hermione e Rony ficaram de mãos dadas, enquanto encaravam os amigos.

— Bem... – começou Hermione – Vamos dizer que... James terá duas pessoas com que possa treinar Quadribol.

Harry a encarou, sem entender, porém Gina captou a mensagem e repassou para toda a lanchonete quando gritou.

— Por Merlin, Hermione você também está grávida?

— O que? – perguntou Harry no mesmo tom.

Hermione e Rony assentiram, fazendo com que os quatro se levantassem e trocassem outro abraço. O resto do dia foi apenas comemorações para eles e os Weasleys, quando Molly caiu em prantos após saber a notícia, enquanto Fred á consolava, dizendo “Agora sim, todos os seus filhos estão resolvidos”.

Um mês depois, Harry e Gina conseguiram encontrar uma pequena casa em um subúrbio trouxa. Ele tinha um jardim nos fundos, totalmente descuidado e mal visto, de onde ele e Gina poderiam aparatar à vontade, pois ninguém nunca iria lá. Se mudaram imediatamente, e se divertiram enquanto repintavam a casa usando magia e Gina ajudava James a colar seus pôsteres de Quadribol na parede. Os outros cinco meses que se passaram foram um dos mais felizes para os três.

Gina conheceu o pequeno Scorpius, filho de Emma e Draco, e ficou feliz ao ouvir Emma dizer que ela e o filho de Gina poderiam ser melhores amigos. Em outro dia, ela conheceu a pequena Lucy, filha de Percy e Audrey, que acabará de nascer. Uma menina marrudinha, que puxará os cabelos castanhos de Percy e os olhos azuis de Audrey.

E ainda havia a questão da Escola de Quadribol. Mandou uma carta para o arquiteto, e juntos ele e Gina armaram todo o esquema e armação da escola. Gina comprou um terreno, uma antiga loja, localizada na mesma rua trouxa onde ficava a entrada para o Caldeirão Furado, e recebeu sinal verde do Ministério para dar início à construção.

Em um certo dia, Harry teve uma emergência no Quartel e precisou ficou fora o dia inteiro. Sem nada para fazer, Gina e James foram para o Beco Diagonal tomar um sorvete. Enquanto passavam pelo Caldeirão Furado, ela viu Andrew, e ficou feliz em saber que ele e Liza começaram a namorar, e que ela havia se separado de Dino.

— E como está sua mãe? – perguntou Andrew.

— Bem – respondeu Gina – Finalmente descobrimos o segredo que ela vem guardando à sete chaves.

O segredo da Sra. Weasley era um Livro de Receitas que ela conseguiu publicar e se tornou um sucesso no mundo bruxo, com diversas receitas que deixavam as bruxas donas de casa malucas. Porém, Molly não teria conseguido sem a ajuda de Andrew, que tinha um primo que trabalhava em uma editora, e com isso publicou o livro. Gina agradeceu a Andrew pela a ajuda, e eles se despediram.

Foi quando, após comprarem dois grandes sorvetes e duas pequenas miniaturas de vassouras, uma para James e outra para o seu irmão, que outro assalto aconteceu. As miniaturas eram banhadas a ouro, o que chamou a atenção do assaltante. Ele veio, furtivamente, todo de preto com uma máscara e surrupiou as duas miniaturas, que estavam nas mãos de James, desatando a correr pelo Beco Diagonal.

— Vai persegui-lo de novo, Tia Gina? – perguntou James.

Gina deu de ombros.

— Adoraria, mas não posso correr – ela sacou a varinha e com um agito, cordas se prenderam nos pés do assaltante e ele caiu de cara na ruazinha de paralelepípedo – Ao invés disso, porque não vamos lá dar um oi para ele?

Os dois chegaram aonde ele estava caído, com uma multidão de curiosos se formando ao redor deles. Gina entregou seu sorvete para James e tirou a máscara preta que o ladrão vestia.

— Dino? – ela perguntou, surpresa.

O assaltante nada mais era do que Dino Thomaz, ex esposo de sua amiga Liza, e o garoto com quem Gina deu o seu primeiro beijo em Hogwarts.

— Sim, você me pegou – falou ele, tristonho.

— Mas isso não faz sentido, você me disse que era um empresário quando nos conhecemos no Natal – argumentou Gina.

— Esse é o meu tipo de negócio, Gina. Durante o natal, fiquei aterrorizado quando te vi. Achei que você iria me reconhecer pela primeira vez em que eu te assaltei.

— Por isso que Liza se divorciou de você. Ela disse que você nunca estava presente. Estava sempre por aqui, assaltando pessoas.

Dino deu de ombros. Logo, Rony chegou. Ele abandonou o emprego na Gemialidades Weasley e começou a trabalhar como Auror, assumindo o lugar de Harry e patrulhando o Beco Diagonal.

— O que aconteceu? – perguntou ele.

— Parece que eu acabei de derrubar o assaltante que vem fazendo roubos no Beco Diagonal por mais de nove meses – contou Gina.

— Não conte isso para a mamãe, ela vai pirar – sussurrou Rony no ouvido dela – Conte que eu o prendi sozinho.

Gina riu. Foi após a risada que ela sentiu algo estranho. Uma sensação úmida em suas pernas. Vestia um vestido longo que chegava até seus tornozelos, e se assustou ao olhar para baixo e ver uma poça de água bem onde estava.

— Tia Gina, você está vazando – falou James, alarmado.

— Sua bolsa estourou – falou Rony.

Ele deixou Dino à mercê da multidão e aparatou com ela e James para o St. Mungus. A dor ficava cada vez mais forte enquanto seu filho queria sair e ver o mundo. Algum tempo depois, Harry chegou, branco e assustado.

— Está tudo bem, está tudo bem, eu estou aqui – ele segurou a mão de Gina, que a apertou de agonia.

— Dói tanto assim? – perguntou Rony vendo a cena.

— Acho que está doendo mais em mim – gemeu Harry, tentando soltar sua mão.

— Essas são apenas as primeiras contrações – explicou o curandeiro – São bem fracas.

Gina olhou para ele, indignada.

— Tente passar um peru pelas suas narinas, doutor, depois me diga se a dor é fraca – gemeu ela.

Algum tempo depois, Lilian, Tiago, Hermione e Molly chegaram.

— Ai meu deus, meu terceiro neto está vindo para o mundo – bradou a Sra. Weasley, emocionada.

— Ei – reclamou James.

— Certo, desculpe querido, meu quarto neto – desculpou-se a Sra. Weasley – Dizer o quarto não tem tanta magia quanto dizer o terceiro.

— Então deixe a magia para mim – pediu Lilian, emocionada – Meu segundo neto está vindo.

— Daqui a alguns meses será eu – falou Hermione para Rony, vendo Gina se contorcer de dor, com um olhar assustado.

— Ei, não se assuste – falou Rony – Nem deve doer tanto assim.

— Rony, você não tem um útero, não tem direito de opinar – respondeu Hermione.

— Está bem, está bem – falou o curandeiro – Está na hora. Preciso que apenas o pai da criança fique na sala. Os demais para fora.

Todos saíram, enquanto Harry ficava ao lado de Gina, ainda segurando sua mão.

— Muito bem, Gina, preciso que você faça força – falou o curandeiro, se posicionando entre suas pernas para receber a criança.

Gina tentou, mas não conseguiu. Era muita dor, ela não estava aguentando.

— Você consegue – incentivou Harry – Vamos lá, um empurrão final. Você consegue, Gina... Vamos lá... Um, dois, três...

Gina fez força. Sentiu algo grande passando pelo meio de suas pernas e gritou com a sensação. Mas ela acabou tão rapidamente quando havia começado, e seu grito foi substituído pelo choro de uma criança.

Enrolado em uma toalha que o curandeiro pôs sobre ele, estava seu primeiro filho. Gina o encarou, maravilhada, sem saber como reagir. Ele era tão pequeno, tão frágil. Seu coração se encheu de uma sensação protetora, a mesma que geralmente sentia quando via James. O curandeiro deixou ela segurá-lo. Encarou, maravilhada, seu filho, que chorava.

— Ele é lindo – elogiou o curandeiro – Um garotão bem saudável.

Harry beijou sua cabeça. Juntos, os dois encararam com ternura o pequeno Potter.

O curandeiro o limpou, usando sua varinha e algumas poções, e logo depois o entregou de volta à Gina e deixou que os demais entrassem. James precisou se segurar para não gritar quando viu o pequeno irmãozinho. Molly e Lilian caíram no choro, enquanto Tiago tentava consolá-las, mas também estava quase chorando. Rony e Hermione os cumprimentaram, orgulhosos.

— Ele é lindo – falou Hermione, maravilhada.

— Oh, meu netinho – bradou a Sra. Weasley – Eu vou sempre ter chiclete para você, em casa.

— Quando é que ele vai poder jogar Quadribol? – perguntou James, fazendo todos rirem.

— Esperem – falou Rony – Vocês ainda não deram um nome para ele.

— Oh certo, o nome – falou Harry – Eu não acredito que esqueci de dar um nome ao meu filho.

— Eu sei que é pedir muito – falou Lilian – Mas vocês poderiam colocar o nome dele de Severo?

— O que? – exaltou-se Harry – O nome de Snape em um filho meu? Não.

— Harry, você não entende. Ele nunca foi daquele jeito. Sempre foi um homem calmo e inteligente, e o único motivo para contrabandear poções foi porque ele estava começando a juntar dinheiro para o nosso casamento. Pode não gostar dele, filho, mas não pode negar esse fato: Ele foi o meu primeiro amor.

A sala permaneceu em silêncio. As palavras de Lilian faziam um enorme sentido, por mais que ninguém quisesse admitir.

— Eu concordo com isso – falou Tiago, de repente – Quer dizer, por mais que eu odeie o Ranhoso, ele foi bom com a sua mãe nos tempos da escola. Acho que deveriam por esse nome nele. Não como primeiro nome, é claro.

— Então voltamos ao zero. Qual será o primeiro nome da criança? – perguntou Molly.

Logo, todos começaram a dar sugestões. Rony ainda não desistirá do nome Chudley. Mas nenhum deles agradava Gina. Ela se desconectou da sala e viajou para o passado. Lembrou-se do seu último dia de aula em Hogwarts. Como estava ansiosa para saber se havia passado no teste para o time. Como queria ir logo para a sala de Dumbledore e como o velho diretor a acalmou.

— Que tal – falou Gina, se sobrepondo a bagunça – Alvo.

— Alvo Severo Potter? – perguntou Rony, pasmo – Não querem colocar Chudley mas querem por um nome esquisito como esse.

— Alvo representa algo para mim. Representa o começo. Foi quando tudo começou, quando Alvo Dumbledore me entregou minha carta dizendo que eu fui aceita no time das Harpias. Agora, com meu filho se chamando Alvo, isso significará outro começo, outra etapa em minha vida.

Todos assentiram, entendo o que Gina queria dizer.

— Alvo Severo Potter – falou Hermione – Não é tão ruim.

— Meu filho será zoado na escola – lamentou-se Harry, fazendo os demais rirem.

E então, estava feito. Alvo Severo Potter chegou ao mundo. E com ele, um novo começo, uma nova perspectiva para Gina e Harry, sinalizando que mais uma página de seus livros da vida foi virada e que estava em branco, cheia de oportunidades para eles aproveitarem. E eles aproveitariam. Gina se lembrou de quando havia voltado para a Inglaterra, há um ano atrás. Tudo o que havia era um vazio no peito e uma mala na mão. Agora, ela tinha uma vida. Tinha uma nova vida. Tinha dois filhos, um de sangue, e um de consideração, um marido que amava, um novo emprego na Escola de Quadribol esperando para que ela começasse, com diversas matrículas já feitas por pais de todos os lugares do país. A vida de Gina deu uma enorme reviravolta nesse último ano.

Tudo estava bem.


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Notas finais do capítulo

Bem, e é isso.
Primeiro de tudo, muito obrigado á todos vocês que leram, que tiveram paciência para aturar meus atrasos e tiveram a decência de comentar e iluminar meu dia com seus comentários. Aos leitores fantasmas, não se sintam excluídos pessoal, eu gosto de vocês também.
Isso é tudo que eu tenho para dizer, muito obrigado por lerem até aqui pessoal.
Se quiserem dar uma olhada em meu perfil, eu tenho outras histórias escritas e estou planejando começar uma contando a história dos Marotos, então fiquem atentos.
Nos vemos por aí.
Beijos e tchau
o/