I Need You escrita por Péricles


Capítulo 17
A Captura


Notas iniciais do capítulo

Desculpem pela demora e por todo o suspense do capítulo anterior, mas esse capítulo e o próximo prometem recompensar vocês por isso.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/574990/chapter/17

Harry acabou trombando em Rony e Hermione enquanto estava nos arredores de um vilarejo. Checou exaustivamente mais uma vez quartos em estalagens feias e vagabundas, questionou bruxos e até trouxas, e finalmente, achou uma pista: Algumas pessoas avistaram Lucio Malfoy na noite passada naquele mesmo lugar.

Excitado, Harry começou a fazer rondas por todo o local, usando seu distintivo de Auror para checar casa por casa. Ele não deixaria Lucio escapar novamente.

Foi quando ele tentou checar a casa do velho e emburrado Sr. Nicholas que o problema aconteceu.

— Não vai entrar na minha casa – falou o velhote.

— Isso é assunto do Ministério, Sr. Nicholas. Tenho um mandado que...

— Pro inferno você, o Ministério e seus mandados – teimou o velho, postando-se pesadamente na porta de sua casa, impedindo a passagem – Já disse, em minha casa ninguém entra e ninguém trisca.

— Sr. Nicholas, o senhor entende que fugitivos perigosos estão por aí? – perguntou Harry, irritando-se.

— É claro que entendo, homem. Que diabos esses tais fugitivos fariam em minha casa? Dou uma coça neles, no Ministro e até no próprio Dumbledore se algum deles vier meter a fuça em minha propriedade.

Harry suspirou. Lembrou-se de seu treinamento, com seu instrutor sempre dizendo que não devia ferir inocentes, não importava o quão irritantes eles fossem. Harry precisava checar todas as casas, já que Lucio poderia estar em qualquer uma delas. Mas não conseguiria fazer isso de dia, enquanto pessoas teimosas como o Sr. Nicholas estivessem acordadas. Teria que revistar tudo á noite.

— Tudo bem, Sr. Nicholas – Harry deu-se por vencido – O senhor venceu. Não entrarei em sua casa e não incomodarei mais o senhor.

— Faz bem, homem, faz bem – resmungou o Sr. Nicholas, dando meia volta.

— Mas espere – chamou Harry – Preciso perguntar. Por acaso o senhor não teria visto algum homem loiro por aqui?

O Sr. Nicholas fez uma cara como de quem tentasse se lembrar.

— Ah... Sim, sim... Um homem alto vestindo roupas esfarrapadas esbarrou em mim ontem pela manhã, um completo idiota. Pediu milhões de desculpas e achou que eu fosse algum tipo de cachorrinho, pois ainda me afagou a cabeça.

— O senhor sabe para onde ele foi? – perguntou Harry, curioso.

— Não – respondeu o homem, rude – Se o vir, o mande para o inferno para mim. Ele pode lhe fazer companhia.

E então bateu a porta fortemente na cara de Harry.

Frustrado, Potter caminhou até a entrada do vilarejo. Como ele conseguiria achar Lucio? O vilarejo tinha cerca de trinta ou quarenta casas, enfileiradas umas ao lado de outras, formando pequenas ruas. Não havia nenhuma cerca em volta do vilarejo, nada que impedisse que qualquer pessoa entrasse ou saísse. Se Lucio realmente estivesse ali, como Harry conseguiria garantir que ele não fosse fugir?

— Teve sorte, Potter? – perguntou o Sr. Robert, uma espécie de prefeito do vilarejo. Um homem alto, corpulento que usava roupas de cowboy, o qual todos diziam que se achava o Xerife da cidade por conta do chapéu.

— Nenhuma – Harry contou para ele o que havia acontecido com o Sr. Nicholas.

— Aquele velhote – resmungou Robert – Ele nunca colabora com nada por aqui. Não se preocupe, Potter, se ele estiver aqui iremos achá-lo.

— O problema é, e se ele estiver saindo agora mesmo do vilarejo enquanto conversamos? Como posso fazer com que ele fique preso aqui até eu achá-lo?

Robert coçou o queixo coberto por uma barba rala e malfeita. Ele tinha um pedaço de capim na boca, o que Harry achou nojento. Ele o mastigava, enquanto pensava. Até que, seus olhos brilharam.

— Podemos lançar um feitiço no local para garantir que ninguém saía ou entre sem a minha permissão.

Harry concordou.

— É uma ótima ideia, Sr. Robert. Precisamos lançar o feitiço de proteção ao redor do vilarejo. Faça com que o escudo seja forte para que ninguém possa passar, mas que não seja capaz de machucar ninguém.

— Deixa comigo – bradou Robert arriando seu cinto como um xerife do velho oeste e caminhando até a entrada do vilarejo.

Harry correu na direção contrária. Mal havia começado a lançar o feitiço, quando ouviu uma voz conhecida exclamar.

— Devemos estar perdidos.

— Relaxa, Rony, meu feitiço localizador nunca falha.

— Olha só, essa floresta não tem fim. Vamos morrer aqui e ninguém nunca irá nos encontrar.

— Shh, silêncio. Veja, encontramos um vilarejo.

Duas pessoas emergiram da floresta. Rony e Hermione, vestindo roupas pesadas e de aparência cansada. Harry os encarou, e eles o encararam de volta, ambos confusos.

Por fim, Hermione se adiantou.

— Harry, por Merlin, finalmente – e correu para lhe dar um grande abraço.

— Harry, estou tão feliz por te ver – falou Rony, parando atrás de Hermione.

— Queria poder dizer o mesmo de vocês – respondeu Harry, soltando a amiga – Que Diabos vocês estão fazendo aqui?

— Não poderíamos deixar você vir sozinho – desculpou-se Hermione – Estivemos seguindo você pelas últimas duas semanas. Lancei um Feitiço Localizador para tentar encontrá-lo, mas como você estava sempre em movimento estava difícil acompanhá-lo.

Harry suspirou.

— Os dois tem ideia do quanto estar aqui é perigoso?

— Está brincando? – bradou Rony – Com a quantidade de Feitiços que Hermione sabe, é perigoso para os bandidos. Além do mais, você está caçando meu pai, Harry. Eu tinha que vir.

Harry suspirou de novo. Afinal, não poderia ficar bravo. Passou por vários bocados nas últimas três semanas. Uma ajuda de Hermione, com seus milhões de feitiços, e Rony com os explosivos de Fred seria uma grande ajuda.

— Está bem – ele deu-se por vencido novamente.

— Nos atualize – pediu Hermione.

Harry contou pelo que passou nas últimas três semanas para os amigos, que acenavam e concordavam. Rony soltou uma grande exclamação durante a narrativa de Harry na perseguição por Lucio. Por último, contou da confusão com o Sr. Nicholas e do plano do Sr. Robert.

— Esse Robert deve ser uma figura – riu Rony.

— Por que não nos disse antes que precisava de um escudo em torno do vilarejo? – bradou Hermione – Lucio pode estar fugindo agora mesmo. Afastem-se.

Ela sacou a varinha e Harry e Rony recuaram rapidamente para trás, ambos sabendo do que ela era capaz. Hermione apontou sua varinha para o alto e murmurou diversos feitiços de proteção. Um enorme escudo cinza cresceu como um globo em volta do vilarejo, tornando-se transparente logo em seguida. Hermione guardou a varinha, satisfeita.

— Lucio nunca passará por isso – anunciou ela, orgulhosa.

— Tenho certeza disso – concordou Rony, olhando-a maravilhado.

— E vocês, o que aconteceu com vocês? – quis saber Harry.

— Bem, vamos para o bar mais próximo, preciso de uma boa dose de Cerveja Amanteigada – falou Hermione.

Eles começaram a caminhar, enquanto ela começava a narrativa.

— Bem, logo depois que você saiu, eu voltei para minhas tarefas normais. Trabalho no Ministério, ler diversos livros de cozinha e manuais de instruções para aprender a usar um fogão, essas coisas. Uma semana depois, Rony apareceu em meu apartamento com uma enorme mochila nas costas dizendo que tínhamos que vir atrás de você e ajudá-lo.

“Eu disse que aquilo era um absurdo, é claro, que isso era assunto do Ministério e que não deveríamos nos envolver. Ele usou o mesmo argumento que acabou de usar contigo, dizendo que era seu pai e que devia estar presente, blá blá blá.”

Rony olhou para o chão, envergonhado.

“Como eu vi que ele não me deixaria em paz, resolvi acompanhá-lo. Primeiro, lancei um Feitiço Indetectável de Extensão na mochila pesada em suas costas, e logo depois o Feitiço Localizador. Todos os vilarejos para o qual o feitiço nos levava, os habitantes diziam que você havia saído de lá fazia um, ou dois dias, e nós íamos atrás de você. É horrível perseguir alguém que domina a aparatação.”

Eles chegaram ao bar, abriram a porta e Hermione vibrou com o ar quente que emanava da lareira acesa. Pediram três cervejas amanteigadas e se sentaram em uma mesa.

“Até que ontem, durante a noite, o feitiço nos trouxe até a floresta e disse que você estava perto. Rony e eu ficamos horas vagando por lá, tentando encontrá-lo. E então, aqui estamos.”

— Uau – exclamou Harry – Por quê simplesmente não me mandaram uma coruja e eu encontrava vocês?

— Tentamos – explicou Rony – Mandamos centenas de corujas, mas nunca recebemos respostas. O mesmo fez Gina, antes de eu sair.

— Gina está me mandando corujas? – perguntou Harry, surpreso – Até agora não recebi nenhuma.

— Alguém deve estar as interceptando. Mas não se preocupe, acharemos eles rapidinho.

Os três tomaram suas doses de Cerveja Amanteigada e ficaram conversando até o sol ameaçar se pôr. Quando isso aconteceu, a porta do bar se abriu e o Sr. Robert entrou, o chapéu torto na cabeça e um novo pedaço de capim na boca.

— Potter – ele o cumprimentou assim que sentou-se à mesa – Quem são seus amigos?

— Essa é Hermione Granger e esse é Rony Weasley. Vieram me ajudar na busca.

— Ótimo, ótimo, quando mais gente melhor – resmungou Robert enquanto fazia um aceno para o dono do bar lhe trazer uma dose de Whisky de Fogo.

— Teve algum sucesso, Sr. Robert? – perguntou Hermione.

— Como sabe meu nome? – ele questionou, ficando mal humorado.

— Harry me contou – respondeu Hermione rapidamente

— Ah, sim – Robert aquietou-se – Desculpe, com um fugitivo de Azkaban em meu vilarejo eu fico um pouco estressado... Bem, não tivemos nenhum avanço. Apenas retrocedemos um passo. Nosso armazém foi assaltado agora pela tarde.

— O que? – perguntou Harry, curioso.

— O dono do armazém, Albert, foi encontrado sem memória quase agora vagando por aí. O desgraçado o assaltou e ainda apagou sua memória. Bastardo – Robert deu um forte murro na mesa, fazendo o líquido nos copos tremularem – Me desculpem, ele era meu amigo.

— Sinto muito, Sr. Robert – disse Harry.

— O senhor sabe o que foi roubado? – perguntou Rony.

— Não tem como dizer, o local estava todo revirado. Havia Hemeróbios, Sanguessugas e Pó de Chifre de Bicórnio para todo o lado. Foi um enorme prejuízo.

— O senhor não sabe quem pode ter sido?

O Sr. Robert lançou um olhar á Hermione.

— Você ainda pergunta, mulher? Foi esse tal Lucio, o próprio. O homem vai me pagar quando o pegarmos. Vai pagar pelo que fez ao meu amigo.

A voz de Robert começou a ficar embargada. O dono do bar trouxe seu Whisky de Fogo e ele tomou meio copo com um só gole.

— Alguém entrou no vilarejo depois de lançarmos o escudo, Senhor? – perguntou Harry

— Apenas alguns mercadores que vieram até aqui a negócios e... Tinha um homem, loiro, arrogante que só.

— O que ele veio fazer aqui? – perguntou Harry, interessado.

— Disse que veio visitar um parente. Mas o engraçado é que eu conheço todos que vivem aqui, e posso dizer-lhes que nenhum deles tem um parente tão arrogante e nariz em pé como aquele homem.

Rony arregalou os olhos.

— Espere. Loiro e arrogante? Ele tinha olhos azuis e vestia roupas pretas elegante?

— Sim. Acho que deve ser uma dessas celebridades bruxas que conseguem inventar um novo feitiço e ficam esnobes depois disso – respondeu ele, dando de ombros e dando mais um gole no Whisky.

— Só que esse não é um esnobe qualquer, esse é o Malfoy – falou Rony.

— O filho do Lucio, Draco? – perguntou Hermione.

— É claro. Aposto que Lucio mandou uma coruja para ele e agora ele está aqui para ajudar o pai a fugir, aquela doninha albina.

— Não acho que seja o caso, Rony – respondeu Hermione – Conversei com ele no natal, parece que ele odeia o pai tanto quanto você.

— Mas acho melhor checarmos, que outro motivo ele teria para vir aqui? – perguntou Harry – O senhor sabe para onde ele foi, Sr. Robert?

— Acho que para a Pensão da Bruxa Caolha – respondeu Robert com a voz sonolenta. Ele não parecia nem um pouco interessado na conversa deles.

— Vamos lá – chamou Harry.

Os três saíram do bar. O vento frio os atingiu como um tapa no rosto, fazendo-os apertar os casacos contra o corpo e começaram a caminhar até a pensão com dificuldade por conta da neve. A noite havia caído e não fossem pelos postes de iluminação na rua, nenhum dos três conseguiria ver um palmo à frente do nariz.

A pensão da Bruxa Caolha foi o primeiro dos lugares em que Harry procurou, mas não encontrou nada.

— Não acho que Lucio esteja lá – adiantou-se Harry – Quando eu procurei por lá, a dona da Pensão disse que nenhum homem loiro havia feito reserva lá nos últimos dias.

— Ela estava mentindo, é claro – respondeu Rony – Espero que ela vá para Azkaban por esconder criminosos.

— Não é para tanto, Rony – bufou Hermione – O Ministério tem uma prisão pequena para casos como esses. Se for o caso, ela será julgada e ficará presa por meses, no máximo.

— Ela não parecia ser do tipo que escondia pessoas – falou Harry, lembrando-se do sorriso gentil e da forma carinhosa que a bruxa caolha tinha.

— Não se pode confiar em ninguém – respondeu Rony, teimoso.

Eles chegaram à Pensão da Bruxa Caolha, um enorme casarão de madeira com ar sombrio e uma placa de madeira onde estava escrito o nome do local com letras descascadas e velhas. Ao entrarem, o calor da lareira novamente os fez vibrar. A sala de estar era ampla, com diversos sofás, uma estante com livros no fundo e um balcão que continha um livro de registros. Atrás do balcão, uma bruxa de Meia idade que usava um tapa olho no olho direito fazia anotações.

— Boa noite, Senhora Melody – falou Harry, fechando a porta.

A bruxa ergueu o único olho visível do livro e olhou para Harry.

— Oh, Harry – ela abriu um enorme sorriso – Que prazer em revê-lo. Quem são esses seus amigos?

— Estes são Rony Weasley e Hermione Granger, estão me ajudando na busca.

— Imagino que precisem de um lugar para passar a noite – bradou a velha.

— Na verdade, gostaríamos de saber se algum homem loiro veio aqui pela tarde – falou Rony

— Ah – a Sra. Melody parecia decepcionada – Não, ninguém veio aqui hoje além de mercadores. Já disse isso a Harry pela manhã.

— Não houve ninguém estranho ou suspeito? – perguntou Hermione.

— Bem, houve... – começou a velha. Os três se inclinaram no balcão para ouvi-la melhor – O Sr. Nicholas está hospedado na minha pensão desde ontem, o que é estranho porque ele tem a sua própria casa no vilarejo. Ele saiu no começo da tarde, mas estava estranho, passou correndo pelo saguão e eu nunca vi aquele homem correndo na minha vida por conta daquela perna ruim que ele tem. Algumas horas depois, voltou acompanhado pelo dono do Armazém, o Sr. Albert.

— O que? – perguntou Harry. A história não estava fazendo sentido – Tem certeza, Sra. Melody? Eu interroguei o Sr. Nicholas pela manhã e o Sr. Robert me disse que o armazém de Albert foi assaltado essa tarde e ele perdeu a memória.

— Ora, não diga bobagens, Sr. Potter – a bruxa riu – Como uma pessoa poderia estar em dois lugares ao mesmo tempo?

— Uma pessoa não – respondeu Hermione de repente, com uma exclamação – Mas duas sim.

— O que quer dizer? – perguntou Rony.

— Tudo faz sentido – ela respondeu, assumindo um olhar perdido enquanto juntava as peças – Os ingredientes que o Sr. Robert disse que estavam espalhados pelo chão do armazém: Hemeróbis, Sanguessugas, Pó de Chifre de Bicórnio. Todos eles são ingredientes da poção Polissuco.

— Certo... – Harry tentava seguir o raciocínio da amiga – E...?

— Você não percebe? – ela perguntou, pasma – O Sr. Nicholas disse para você que ontem Lucio esbarrou nele e afagou-lhe a cabeça. Ele deve ter pegado alguns cabelos do velho para fazer a poção. Por isso ele estava hospedado aqui, ao mesmo tempo em que o Sr. Nicholas estava sendo interrogado por você.

— Isso é loucura... – começou a Sra. Melody, porém Hermione a cortou.

— E o Sr. Albert... Lucio deve ter ido em seu armazém para pegar mais ingredientes para a poção, já que sabia que Draco viria para cá. Os dois devem ter se encontrado no armazém, arrancado alguns fios de cabelo do dono do lugar, preparado a poção lá mesmo e depois vindo para cá.

— Mas a Poção Polissuco não leva um mês para ficar pronta? – perguntou Rony.

— Não com toda a tecnologia de hoje em dia. Faz todo sentido. Sra. Melody, precisamos fazer uma visita ao falso Sr. Nicholas.

A dona da Pensão começou a protestar, porém Hermione sacou a varinha e começou a subir as escadas. Não vendo outra alternativa, Harry e Rony a seguiram, com a Sra. Melody atrás deles, ainda protestando.

A pensão tinha três andares com cinco quartos em cada andar. Hermione abriu quarto por quarto, e não estava disposta a parar até encontrá-los.

— Esse é o último quarto – ela anunciou, quando eles estavam no terceiro andar, prontos para abrir o último quarto.

— Isso é loucura – disse a Sra. Melody pela centésima vez – Ou vocês vão embora ou eu chamo o Sr. Robert.

— Isso é assunto do Ministério, Senhora Melody – falou Harry – Desculpe.

Ele sacou a varinha, e juntos, ele e Hermione escancaram a porta.

O quarto era simples, assim como os outros. Pequeno, com paredes e teto cor de pêssego e piso de madeira. Duas camas com dois criados mudos em cada lado e um pequeno armário para roupas eram toda a mobília. Ou costumava ser, nos outros quartos. Nesse, alguns caldeirões ferventes e coisas estranhas como Pele de Ararambóia e outros ingredientes para poções estavam espalhados. Sem falar no Sr. Nicholas e no Sr. Albert sentados em uma cama, conversando. Ao verem todos entrarem, os dois deram um pulo.

— Me desculpem por isso – desculpou-se a Sra. Melody – Mandei eles irem embora mas eles não quiseram me ouvir.

— Lucio Malfoy – falou Harry, apontando a varinha para o Sr. Nicholas – Você está preso.

— Do que está falando? – perguntou ele.

— Chega de farsas, sabemos quem você é – rosnou Rony.

— Todos nesse vilarejo sabem – respondeu ele, se levantando e sorrindo, o que ficava muito estranho no rosto do velhote – Eu sou o Sr. Nicholas. E quem são vocês?

— Se fosse realmente o Sr. Nicholas saberia quem eu sou, já que o interroguei essa manhã. Hermione.

— Flipendo — gritou Hermione. Diversas cordas saíram de sua varinha e prenderam o Sr. Nicholas e o Sr. Albert, que caíram desengonçadamente no chão.

— Mas o que é isso? – gritou o Sr. Albert.

— Isso é uma ultrajem – concordou o Sr. Nicholas.

— Vamos ver o que vocês escondem – falou Hermione, apontando a varinha para eles – Deletrius.

Uma luz prateada saiu da varinha dela e pairou sobre os dois senhores no chão. De início, nada aconteceu, mas depois de algum tempo suas peles começaram a borbulhar e a tremer. Passado algum tempo, o Sr. Nicholas e o Sr. Albert sumiram. Agora, todos encaravam Lúcio Malfoy e seu filho, Draco, presos no chão.

— Por Merlin – exclamou a Sra. Melody, horrorizada.

— Senhora Melody, chame o Sr. Robert aqui – pediu Harry. A mulher saiu prontamente à procura do xerife.

— Você é muito esperto, Potter – rosnou Lucio, tentando se livrar das cordas.

— Voltará para Azkaban, Lúcio – prometeu Harry.

— E você – Hermione se dirigiu a Draco – Eu pensei que você odiasse o seu pai. Por quê está ajudando-o?

— Eu não o estou ajudando – respondeu Draco.

— Essa é boa. Então porque foi pego junto com ele? – rosnou Rony.

— Não é sua conta, Weasley, nem da conta de nenhum de vocês. Só responderei isso diante do Ministro sobre efeito do Veritaserum para verem que não estou mentindo.

— Ah, você com certeza irá depor, pode acreditar – falou Harry – Nenhum de vocês irá machucar mais ninguém.

— Eu não teria tanta certeza disso, Potter – respondeu Lucio com um ar misterioso.

— O que quer dizer?

— Fomos Quatro que escapamos. Quatro, com quatro diferentes objetivos. O meu, eu já cumpri. Agora os outros três... – Lucio soltou uma gargalhada.

— Diga o que sabe, Malfoy – mandou Harry, com a varinha apontada na garganta de Lucio.

— Digamos que cada um deles está perto de seus objetivos. Não vou dizer mais nada.

Hermione empurrou Harry e quase espetou o olho de Lucio com a sua varinha. Ela tinha um olhar feroz no olho, capaz de fazer até Lucio tremer.

— Diga. Agora.

— Bem... – começou Lucio, tentando não demonstrar em sua voz o medo – Snape e Cho estão trabalhando juntos. Cho quer o filho de volta, e Snape quer a namoradinha de colégio... Que por acaso, é sua mãe, Potter...

Harry rosnou.

— ... Eles armaram um plano para conseguirem o que querem de volta.

— E quanto á Arthur? – perguntou Rony.

— Ah, seu pai, ele...

— Ele não é meu pai – cortou Rony.

— Ah, pode dizer o que quiser, Weasley, mas ele sempre será seu pai. Tudo que ele deseja é ver a filhinha amada dele. Inclusive, combinamos de fazer nossos planos todos ao mesmo tempo e de eu ser a sua distração.

— O que? – perguntou Harry.

— Exatamente, Potter – riu Lucio – Enquanto está aqui perdendo seu tempo comigo, Snape está atrás de sua mãe, Cho está com seu filho e Arthur... Ah, Arthur está com as mãos na sua querida namoradinha.

Lucio soltou uma forte gargalhada.

Harry não esperou nem mais um segundo. Saiu do quarto, correndo escadas abaixo. Tinha que encontrar sua mãe, seu filho e Gina. Tinha que protegê-los.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Uhuuuueehh
Agora o bicho pega.
Vejo vocês no próximo capítulo.
Até.