I Need You escrita por Péricles


Capítulo 15
A Primeira vez


Notas iniciais do capítulo

Olá, por favor não me matem.
Eu tenho uma desculpa, duas na verdade, que eu vou resumir em: As Crônicas de Gelo e Fogo e Arrow. Eu comecei a ler o primeiro livro da série e assistir a segunda temporada da série do arqueiro. E essa foi a minha semana, e me impediu de me concentrar em mais qualquer outra coisa. Também teve uma reunião de pais da minha escola esses dias, e a coisa tá feia amigos, eu preciso muito me dedicar mais aos estudos.
Mas enfim, sobre o capítulo: Sim, a primeira vez do Harry e da Gina. Eu não escrevi com detalhes porque na minha opinião, histórias assim são bem escrotas, e a minha não está marcada como Hentai.
Pois bem, boa leitura.



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A segunda feira chegou e foi embora voando. O peso da carta de Cho ainda ficou presente pelo resto do Domingo na Toca, mesmo Gina tentando colocar todos para cima. No dia seguinte, ajudou Harry a começar a preparar as provisões da viagem, juntamente com Hermione e James.

— Será que você não poderia lançar aquele feitiço indetectável em minha mochila, Hermione? – perguntou Harry.

— Pode deixar – respondeu ela, sacando a varinha, enquanto Harry ia atrás de casacos. Alguns segundos depois, ela anunciou – Está pronta.

Enquanto isso, uma ideia marota surgiu na cabeça de James ao ver a mochila enfeitiçada.

E assim foi. Harry foi assinar uns papéis que estavam na cozinha, enquanto Hermione e Gina foram ajudar Lilian com o almoço, e o pequeno Potter colocava seu plano em ação. Cuidadosamente, ele conseguiu entrar na mochila, graças ao feitiço de Hermione que a deixou larga o bastante para isso, e jogou algumas das roupas de Harry sobre ele para que pudesse ficar bem escondido. Ficou lá dentro por alguns minutos, quando ao longe, ouviu Tiago gritar

— Onde está James?

E logo, a busca pelo garoto começou. De dentro da mochila, James ouvia passos apressados passando pelo corredor gritando à sua procura, enquanto o garoto fazia de tudo para não gargalhar.

— Vou dar uma olhada no quarto de Harry – falou Gina abrindo a porta.

Ela adentrou o quarto de Harry e James ouvia seus passos enquanto ela se locomovia durante a busca. Foi quando não aguentou e soltou um barulho com a garganta, que poderia ter passado despercebido, se os ouvidos de Gina não fossem tão treinados quanto os de sua mãe. Ela lançou um olhar desconfiado para a mochila e o entendimento chegou.

— É, acho que James não está aqui – ela disse, em alto e bom som enquanto o pequeno Potter ficava vermelho de tanto prender a risada – Acho que vou dar mais uma olhada lá embaixo.

Gina começou a bater os pés, simulando uma caminhada de volta para o andar de baixo e aguardou em silêncio. Lançou então um feitiço abafador em suas botas de dragão e andou até a mochila.

— Peguei você – ela gritou enfiando a cara dentro da mochila, assustando o garoto.

— Como me achou? – ele perguntou, pálido pelo susto, olhando para cima, para o rosto de Gina.

— Meu irmão mais velho é Fred Weasley – ela respondeu simplesmente – Sei de tudo sobre brincadeiras e pegadinhas. E devo dizer, querido, essa foi pesada. Você nos deu um baita susto. Não estamos no melhor momento para brincar, especialmente com sua mãe ameaçando tirar você de nós.

— Desculpe – ele disse, olhando para baixo, se dando conta de que havia exagerado.

Nesse momento, Harry adentrou seu quarto e viu uma cena bizarra. Gina de joelhos em sua cama com o pescoço enfiado dentro de sua mochila. Ficou alguns segundos atônitos, observando a cena, enquanto ouvia ela conversando com James que aparentemente também estava dentro de sua mochila.

— Me desculpem, mas minha mochila por acaso virou um portal? – ele perguntou. Gina tirou a cabeça de lá de dentro, puxando James pelo braço. Ambos estavam vermelhos, James por segurar a risada e Gina por ficar de cabeça para baixo – Então era aí onde o senhor estava – bradou ele, sentindo-se irritado pela brincadeira do filho.

— Desculpe, pai – James falou baixinho, encarando o chão – Tia Gina me disse que foi uma brincadeira ruim e que deixei você preocupado. Eu só queria pregar uma peça em vocês.

Foi como se as palavras tivessem pés, que chutaram sua raiva para longe. Harry suspirou.

— Tudo bem. Mas quero que entenda que essa foi uma brincadeira de muito mau gosto, que não deve ser repetida.

— Sim senhor – ele respondeu, ainda encarando o chão.

De repente, Lilian entrou no quarto com um semblante preocupado, sem fôlego.

— Eu não o encontrei, eu... – e então, ela o viu – JAMES SIRIUS POTTER. ONDE É QUE VOCÊ ESTAVA?

— Está tudo bem, mãe – falou Harry, tranquilizando-a.

— Acharam ele? - perguntou Tiago, entrando o quarto seguido por Hermione.

— Sim, ele estava dentro da mochila de Harry – notificou Gina.

— O que? – perguntou Hermione, incrédula – Cabem humanos ali dentro?

— Dentro da mochila, hein – falou Tiago, com um sorriso aprovador para o neto – Mandou bem.

— Mandou bem? – perguntou Lilian, exasperada – Mandou muito mal. James, tem ideia da preocupação que nos causou? Por um momento achei que Cho o tivesse pegado...

— Está tudo bem, Sra. Potter – falou Gina, passando um braço ao redor de James – Eu já conversei com ele. Ele sabe o quanto essa brincadeira foi arriscada e não voltará a fazê-la de novo.

— Acho muito bom – bradou ela – Porque se isso se repetir, sem mais aulas de Quadribol para você, mocinho.

O resto da tarde foi tranquila, com Lilian terminando o almoço e resmungando de vez em quando sobre como James herdou o lado maroto da família, Hermione e Tiago sentados na sala tomando chá enquanto conversavam sobre o trabalho, e Harry, Gina e James no quarto de Harry, com o chão coberto de guloseimas, que os três comiam juntos e se divertiam.

— Este daqui é de vômito – anunciou Gina, lançando o pequeno Feijão cinza para Harry. Ele provou e seu rosto ficou verde.

— Quem vai vomitar sou eu – anunciou ele, se levantando e correndo para o banheiro.

— Fracote – falou James gargalhando, sendo seguido por Gina.

Depois de Harry colocar para fora todo seu café da manhã, almoço e janta do dia anterior, ele voltou para o quarto, limpando a boca com uma toalha de seda. Antes de adentrar o local, ele parou na soleira da porta para observar Gina e James. Eles estavam sentados de frente um para o outro, e a diversidade de guloseimas coloridas ao seu redor, deixando o chão do quarto todo colorido.

— Tia Gina, esse aqui é de Cera-de-Ouvido – falou James, pegando um feijão amarelo escuro. Gina provou e fez uma careta.

— Me lembro que uma vez, na escola – ela contou, ainda engasgando com o feijão – Em que eu tinha achado um especial: Poeira com Seiva de Salgueiro Lutador. Passei mal o resto do dia.

James gargalhou.

— Do que será esse daqui? – ele perguntou, tirando da caixa um cinza meio esverdeado.

— Prove para ver – falou Gina, com um olhar maroto.

Hesitante, James provou. Imediatamente ele cuspiu o feijão pela janela e começou a alisar e a abanar sua língua.

— Pimenta? – perguntou Gina, rindo – É, eu sabia.

Ver os dois se divertindo juntos dava uma esperança para Harry. No dia seguinte ele sairia na caçada de sua ex namorada, o ex namorado de sua mãe e seu sogro. Bruxos poderosos, até malucos, que fariam de tudo para conseguir alcançar seus objetivos. Cho não precisou mencionar o objetivo de Snape na carta para que ele soubesse qual era: Ter Lilian de volta. E para isso, ele teria que vir atrás dela e passar por seu pai. Harry sabia que o pai poderia perder um confronto direto com o ex fugitivo se estivesse sozinho. Isso sem falar em Cho. Sabia que ela era uma bruxa muito poderosa, pois se recordava de seus feitiços bem executados na aula de Feitiços de Hogwarts. Mas também tinha certeza de que Gina era uma bruxa igualmente, senão mais, poderosa. Um confronto entre as duas seria mortal, e pensar em todas essas possibilidades, fazia Harry ser preenchido pela sensação de mais puro pânico.

Mas, ao ver Gina e James sentados em seu quarto, provando feijões de todos os sabores e caindo na gargalhada juntos, o peito de Harry se enchia de esperança. Pela primeira vez, ele conseguiu acreditar de todo coração que poderiam sair dessa. Que eles poderiam vencer Cho e jogá-la de volta em Azkaban, que seu pai venceria o duelo contra Snape, e que depois Harry e Gina se casariam e se mudariam para um chalé ali em Godric’s Hollow. Por Merlin, Harry podia ver ele tendo outros filhos com Gina.

Era um pensamento precipitado, a julgar pela loucura que ele passaria a partir do dia seguinte. Harry mandou a carta para seu chefe, Edgar, no Quartel General dos Aurores e ele resolveu melhor dividir os aurores que partiriam na missão. Harry viajaria com um ex colega de escola que dividia o dormitório com ele, Simas, e procuraria em vilarejos ou em lugares mágicos perigosos onde os fugitivos poderiam estar se abrigango, mas agora ele iria sozinho. Só de imaginar, a ansiedade tomava conta dele.

— Pai – chamou James, tirando Harry dos seus devaneios – Venha, ainda temos mais feijões para provar.

— Qual é o problema? – perguntou Gina.

Harry olhou para os olhos verdes claros dela, ali sentada no chão, vestindo uma calça jeans, uma blusa de mangas compridas e botas de Couro de dragão, os cabelos ruivos presos em um penteado que os trouxas chamavam de Rabo de Cavalo.

— Nada – ele respondeu, sorrindo – Apenas pensando no futuro.

Gina retribuiu o sorriso, mas James lançou um olhar confuso para os dois.

Lá embaixo, eles ouviram a campainha tocando, depois a voz de Lilian gritando “Tiago, Harry, James, Lupin e Teddy estão aqui”.

— Teddy – gritou James se levantando e correndo escada abaixo. Teddy era o filho do antigo amigo de escola do pai de Harry, Lupin. Era um ano mais velho que James, e quando se juntavam faziam uma grande bagunça deixando Lilian de cabelos em pé.

— Me acompanha até lá embaixo, Milady? – perguntou Harry para Gina como um rei, estendendo um braço para ela.

— Só se você nunca mais fazer esse sotaque novamente, meu bravo cavaleiro – ela respondeu, aceitando o braço estendido e descendo as escadas.

Na sala de estar, James e Teddy corriam de um lado para o outro. Teddy era um ano mais velho que James, mas os dois tinham a mesma altura. Puxará a habilidade da mãe de mudar de forma, além dos olhos castanhos de lobo do pai, e hoje seus cabelos estavam azuis.

— Teddy, olhe quem está descendo as escadas – falou Lupin.

— Tio Harry – ele gritou, correndo ao encontro de Harry que o abraçou.

— E aí, campeão.

— Você deve ser a Gina – falou uma mulher alta e morena que estava ao lado de Lupin – Meu nome é Tonks, e esse é meu marido, Remo.

— Muito prazer – respondeu Gina, cumprimentando-os.

— Vejo que puxou inteiramente sua mãe, Gina – bradou Lupin – Molly era uma mulher excepcional.

— Muito obrigada, ela é sim – respondeu Gina, sentindo o rosto queimar.

— Teddy, a Tia Gina está me ensinando Quadribol – gritou James, orgulhoso, de cima de um dos sofás.

— James, desça de cima do sofá – ralhou Lilian.

— Me ensina Quadribol também, Tia Gina? – perguntou Teddy correndo para Gina e puxando sua manga.

— Teddy – ralhou Tonks – Deixe-a em paz.

— Na verdade – falou Gina – Seria um prazer ensiná-lo.

— Tem certeza disso? – perguntou Lupin, desconfiado.

— Ora, Remo – falou Tiago, entrando no cômodo seguido por Hermione – Gina era a melhor Artilheira das Harpias. Não seja tão severo. Ainda parece aquele adolescente chato cheio de espinhas.

— E você ainda parece aquele safado que eu tive que salvar de várias confusões – respondeu Lupin.

— Remo, as crianças – censurou Tonks.

Tiago e Remo se cumprimentaram com um abraço.

— É um prazer revê-lo, amigo – falou Tiago.

— Igualmente – respondeu Remo.

— Ora essa, não acredito que estejam fazendo uma festinha sem me convidar – falou uma voz. Todos olharam para a porta, onde Sirius e Pedro tiravam seus casacos e os penduravam na soleira.

— Vocês não perdem uma – falou Tiago.

Os Quatro Marotos se abraçaram como na época da escola, enquanto Lilian murmurava para Tonks.

— Agora teremos que ficar de olhos nesses quatro. São capazes de fazer mais bagunça que James e Teddy juntos.

+++

A noite caía sobre o pequeno vilarejo. O vento frio assoviava na janela, e a neve começava novamente a cair colorindo toda a extensão de casas com um tom de branco que fazia os olhos arderem. O clima alegre que perdurará por toda a tarde, foi substituído por outro que invadia o coração de Gina lentamente e irritantemente: Preocupação. Os trouxas diziam que nas próximas semanas, a nevasca mais fria de toda a Grã Bretanha estava a caminho. A ideia de Harry por aí sozinho, enfrentando a nevasca enquanto ia atrás de fugitivos perigosos lhe dava arrepios. A preocupação com os bruxos bandidos era agora o assunto em pauta do grupo enquanto bebericavam o chá de Lilian na sala de estar, formado pelos quatro Marotos, Harry, Gina, Lilian, Hermione, Tonks e James e Teddy que brincavam com peças de montar no tapete felpudo da sala. Os marotos, ao invés de Chá, tomavam longos goles de Whisky de Fogo.

— Estou preocupado, Tiago – confessou Remo – Temo que... Severo possa atacar vocês.

— Acha que não sou capaz de me defender do velho Ranhoso? – perguntou Tiago, teimoso, dando uma golada em seu copo de Whisky.

— Acho que ele é perigoso – defendeu-se Remo – E acho que ele fará de tudo para matá-lo. Por que não deixa Harry dar autorização á Aurores para ficarem de olho em vocês?

— A última coisa de que preciso é de um ou dois fanfarrões montando guarda em frente à minha casa – bradou Tiago com a voz alterada pela bebida.

— Eu acho que Tiago é perfeitamente capaz de se defender sozinho – apostou Pedro.

— Ora, Rabicho – resmungou Sirius – Anos se passaram desde os tempos de escola, mas você continua sendo um tremendo baba-ovo de Tiago.

— Só estou dizendo – reforçou Rabicho com uma voz cortante – Que se Ranhoso for suficientemente burro para pôr os pés aqui, Tiago o mandará de volta para Azkaban antes que o safado possa dizer Quadribol.

— Além do mais, Remo e eu moramos na vizinhança – falou Tonks, bebericando seu chá – Se algo acontecer, estaremos perto para intervir.

— E temos os feitiços de proteção que Hermione lançou, sem minha autorização – falou Tiago, lançando um olhar acusador para ela.

— O que? – perguntou ela, esganiçada – Como o senhor sabe?

— Querida, nada acontece na minha propriedade que eu não saiba – respondeu ele.

Hermione apertou a xícara de chá em suas mãos e olhou para o chão.

— Me desculpe Sr. Potter, mas também estou preocupada.

— Bobagem – resmungou – Eu sou capaz de me defender sozinho. Nos tempos de escola, Ranhoso nunca foi capaz de me vencer em um duelo.

— Os tempos mudaram, Tiago – observou Remo – Ele foi para Azkaban. Domina feitiços que são pura arte das trevas. Eu me preocuparia se fosse você.

— Mas você não é – retorquiu ele, elevando a voz.

— Harry, e quanto a Cho? – perguntou Tonks, para desviar um pouco do assunto.

— Minha busca começa amanhã. Segundo relatos do Ministério, Cho foi vista no vilarejo de Nettlebed. Partirei para lá ao amanhecer.

— Você não fica preocupado? Digo, se isso for uma armadilha e eles pegarem você?

Harry, honestamente, não pensará nisso. Seu plano era capturar Cho e levá-la de volta para Azkaban. Não parou por um momento para questionar quais eram os planos da garota.

— Bobagem de novo – bradou Tiago, balançando a mão no ar – Se isso acontecer, Harry dará um jeito neles. É um grande auror.

— Obrigado, pai – agradeceu ele, com o rosto queimando.

— E se ela pôr os pés imundos aqui? – perguntou Sirius.

— Bem – Tiago olhou para Gina, que estava sentada no chão, ajudando James e Teddy com as peças de montar e não participava da conversa – Então Gina dará um jeito nela. É uma bruxa incrivelmente poderosa, ela.

Todos olharam para ela, que também começava a sentir seu rosto queimar.

— Diga-me, Gina – falou Pedro – O que sua família pretende fazer a respeito de seu pai?

Ela não poderia anunciar os planos que Rony tinha de caçá-lo. Aliás, nem ela sabia quais eram os planos do irmão. Desde o natal, nenhum deles tocou no assunto que dizia respeito a seu pai e estavam felizes assim. Mas não podia ignorar a raiva que sentia sempre que ouvia falar dele.

— Nada – respondeu ela, simplesmente.

Nada? – perguntaram os marotos, surpresos.

— E se ele for até a sua casa? – perguntou Tiago – E se ameaçar sua mãe?

— Então sairá de lá direto para Azkaban... Ou então, morto. Percy colocou aurores vigiando todo o perímetro e Fred armou armadilhas estúpidas com os produtos da sua loja, mas que são capazes de causar grandes ferimentos.

— Arthur seria um tolo se atrevesse a invadir a toca – observou Sirius.

A conversa continuou até os olhos das crianças pesarem e elas começarem a bocejar. Remo anunciou que tinha que ir embora e Hermione lembrou-se de que tinha trabalho do Ministério para terminar, agradecendo por ter bebido apenas chá e nenhum gole de Whisky de Fogo. Todos se despediram e foram embora, os marotos cambaleantes por conta da forte bebida. Tonks ficou receosa quando Remo pegou um Teddy quase adormecido no colo e começou a caminhar com ele em direção ao chalé deles, temendo que os dois pudessem cair na neve. Pedro e Sirius foram cambaleantes e tontos até os fundos da igreja, escoltados por Hermione para garantir que eles não fizessem nenhuma besteira.

— Gina, querida – chamou Lilian, que falará pela primeira vez desde que o assunto estava centrado nos fugitivos – Gostaria de ficar aqui essa noite? Tiago terá que trabalhar amanhã e eu precisarei comprar algumas coisas no Beco Diagonal e não tenho ninguém para cuidar de James.

— Claro – respondeu Gina – Amanhã cedo eu o levo para minha casa para treinarmos Quadribol.

Lilian assentiu, sorrindo, dizendo que poderia dormir no quarto de Harry e desejou boa noite, subindo as escadas. Gina de repente ficou nervosa. Dormir com Harry? Ela nunca dormirá com nenhum garoto. Nem sonhará com isso, nenhuma única vez. Harry e ela namoravam á apenas uma semana, ainda não se sentia pronta para ir para a cama com ele. Por Merlin, só de imaginar isso já sentia seu rosto corado.

Subiu lentamente as escadas, indo para o quarto de James. Parou na soleira da porta e observou Harry botando-o para dormir. Ele já estava deitado na cama, com as cobertas quentes até o queixo, enquanto Harry se sentava em um pequeno banquinho ao lado da cama dele. Sonolento, o garoto perguntava sobre a busca.

— Quanto tempo ficará fora? – ele perguntou.

— Eu não sei, filho.

— O que fará quando a encontrar?

Harry meditou antes de responder. Tinha vários planos malignos para fazer com Cho quando a capturasse, mas esperava nunca poder cumpri-los.

— Irei levá-la para o Ministério, onde ela responderá por seus crimes – ele respondeu, sincero. Não conseguia mentir para o filho.

James assentiu, os olhos se fechando.

— Queria que a Tia Gina fosse minha mãe... – e assim, ele adormeceu.

Harry ficou um tempo alisando os cabelos do filho, observando-o dormir.

— Eu também, filho.

Por fim, deu um beijo na testa do garoto, guardou o banquinho em um canto do quarto e certificou-se de que a janela estava fechada e bem trancada. Quando se virou para a porta, encontrou Gina parada, observando a cena com lágrimas nos olhos.

— Gina... O que foi?

Ele caminhou até ela e abraçou pela cintura.

— Nada – ela respondeu, chorosa – Só... Tenho sorte de fazer parte da vida de um garoto tão maravilhoso como James.

Harry a beijou. Gina fechou a porta do quarto do garoto e os dois foram para o quarto de Harry. O nervosismo de antes voltou, e Harry o sentiu.

— Você pode dormir em minha cama. Tenho um colchão sobrando e posso dormir no chão – ele disse. Gina só conseguiu assentir.

Agora, esmurrando o travesseiro para ajeitá-lo à sua maneira, Harry se certificava de que a sua janela estava bem trancada. Fechou a porta e apagou a luz, deitando-se em seu colchão no chão.

— Boa noite – ele sussurrou.

Um pensamento que Gina ignorava invadiu sua mente como se tivesse usando um feitiço alohomora. E se Harry morresse nessa busca? O destino era cruel, no mundo dos bruxos então, era mais ainda. Ela não poderia negar que pensou bastante sobre isso ultimamente, mesmo não querendo. Harry era um excelente bruxo, mas estavam falando de magia das trevas, realmente negra. Tinha certeza de que nenhum dos fugitivos hesitaria antes de matá-lo, ao passo de que Harry sim.

De repente, sentiu frio. Mesmo com pesados cobertores sobre ela. Não saberia o que faria se ele morresse. Não mesmo.

— Harry – chamou-o na escuridão do quarto.

— Sim? – respondeu ele.

— Venha para a cama.

Um silêncio de confusão de Harry se seguiu. Lentamente, ela ouviu ele se levantar e a cama se mexendo enquanto ele deitava ao seu lado, mas não encostando nela. Foi então que percebeu. Harry tinha tanto medo quanto ela. A última mulher com quem se deitou lhe deixou um filho e agora era uma criminosa. Compreensível. Foi então que, ainda com o pensamento fresco em sua cabeça, ela o abraçou debaixo do cobertor.

— Eu te amo – ela sussurrou, mesmo sabendo que era cedo demais, mesmo sabendo que ele não poderia corresponder, mesmo sabendo que ele tinha medo de dizer mesmo.

O quarto estava um breu. Ela deitou a cabeça no peito de Harry, e sobre sua camiseta conseguia ouvir seu peito batendo. Por fim, ele suspirou e respondeu.

— Eu também te amo.

E então Gina se entregou ao homem que amava, sendo correspondida na hora. O amor dos dois era forte e poderoso, e finalmente estava sendo posto à prova.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado
Vejo vocês no próximo capítulo
o/



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