I Need You escrita por Péricles


Capítulo 10
O Beijo


Notas iniciais do capítulo

Olaa, tudo bem com vocês?
Eu sinto que estou melhorando nas minhas saudações, não é?
Bem, ai está o novo capítulo, e antes de mais nada eu gostaria de agradecer aos comentários no capítulo anterior que me inspiraram muito. Vocês, leitores fantasmas, sintam-se a vontade para comentar também, juro que eu não mordo.
Sobre o capítulo: FINALMENTE VAI TER BEIJO HINNY PORRA TUTS TUTS.
E sobre o próximo capítulo, que é o episódio de natal, estou preparando uma grande surpresa e um capítulo muito divertido para vocês, e tudo o que posso dizer é que será cômico.
Então, boa Leitura pra vocês.



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A vida de Harry Potter havia se tornado uma montanha russa de repente, com muitos altos e baixos, e um sentimento permanente de enjoo e vontade de gritar. Tantas coisas aconteceram em tão pouco tempo que seu cérebro ainda tentava processar tudo - sem muito sucesso.

Primeiro, o ex namorado de sua mãe fugiu de Azkaban. Severo Snape. Pelo que o pai de Harry contará para ele, Snape foi preso dois anos após seus estudos em Hogwarts terminarem por tentar contrabandear poções ilegais para fora do país. Até aí tudo bem, os Aurores e trabalhadores do Ministério não tiveram problema algum em prendê-lo, contudo, tudo mudou quando Snape soube que sua ex namorada, Lilian Evans - que terminou com ele por não gostar nada dos contrabandos - se casou com Tiago Potter, seu inimigo declarado. Snape se tornou completamente agressivo e irracional, murmurando pragas e maldições destinadas á Tiago durante o sonho, até que finalmente, juntamente com outros dois detentos, ele fugiu. A maior preocupação de Harry era que ele, de alguma forma, fosse atrás de seus pais.

E então, no mesmo dia, sua ex namorada que o abandonou com um filho retorna. Harry se lembra de ter um dia excruciante no trabalho. Edgar, o Chefe dos Aurores, o escalou junto de outros aurores para ir atrás dos fugitivos. Ele passou o dia todo assinando papeladas e mais papeladas, com todos correndo ao seu redor distribuindo instruções e pedindo favores. Até que, por fim, o dia de trabalho chegará ao fim, Harry se encontrou com seu pai no Átrio e juntos eles aparataram direto para Godric's Hollow. A neve caía fortemente, embaçando a visão de ambos e fazendo-os apertar os casacos de pele de dragão contra o corpo. Por Merlin, tudo que Harry queria no momento era um banho quente e um sono tranquilo.

Mas é claro que ele não teve nada disso.

No lugar, ele ganhou uma agradável visita de sua ex namorada. Assim que Harry abriu a porta de sua casa, sentiu seu estômago afundar na neve e nunca mais conseguir encontrar um modo de voltar para a superfície. Cho Chang estava sentada em uma poltrona com uma xícara de chá na mão, que ela bebericava de vez em quando, enquanto lançava um olhar que chegava a ser cruel e invejoso a outra visita inesperada, mas muito mais agradável que Cho - Gina.

Ela estava linda, com as bochechas coradas pelo frio e suas vestes grossas que escondiam seu belo corpo, sentado no maior sofá da sala com um braço ao redor dos ombros de James, enquanto o garoto encarava fixamente o tapete com um olhar confuso nos olhos, e Harry não o culpava. Ele próprio estava confuso.

Assim que adentrou a confortável e aquecida sala de estar, sentiu uma grande saudade do frio e da neve caindo pesadamente do lado de fora. Tudo seria melhor do que ter que encarar Cho e Gina - sua ex e, ele esperava, sua futura namorada.

— Harry... - falou Cho. Ela estava horrível. Esquelética com os olhos fundos. Seus cabelos negros que outrora eram sedosos e hidratados, estavam sem vida e secos. Seus dedos estavam ossudos, e tremiam quando ela levantava a xícara.

— Cho... Que visita... agradável - falou Tiago, fechando a porta enquanto encarava abismado aquela mulher magra e miserável à sua frente.

— O que você está fazendo aqui? - Foi tudo o que Harry conseguiu dizer.

Cho deu um sorriso debochado, o que, com a aparência esquelética, foi assustador.

— Eu esperava um pouco mais de afeto da sua parte, querido.

— Como? - Harry perguntou, sentindo sua confusão interior sendo substituída por raiva - Como... é? Você me abandona com James e desaparece por cinco anos, depois aparece do nada e espera que eu te trate com afeto?

— Harry, calma. - pediu Lilian, sentada do outro lado de James - Ela chegou aqui a um tempo. Eu não pude deixar ela do lado de fora. A nevasca estava piorando...

— Pois que ela congelasse - bradou Harry, lançando um olhar raivoso para Cho.

A mulher desprezível riu.

— Também estou muito feliz em te ver, querido.

— Não me chame de querido - rosnou ele.

— Pois bem, Chang, a que devemos sua adorável e tardia visita cinco anos após sumir sem dar notícias nenhuma? - perguntou Tiago com a voz carregada de ironia.

— Oh sogrinho... Retornei recentemente de uma... viagem. Estava morrendo de vontade de rever meu filho. Então, eu vim vê-lo. E devo dizer, Harry, estou abismada com você. Como pode deixa-lo com uma Weasley?

A vermelhidão das bochechas de Gina se tornou mais intensa, mas não pelo frio, e sim pela raiva. Ela já não gostava de Cho desde os tempos de Hogwarts, e depois de passar uma tarde incrível com James e saber do desaparecimento dela sem mais nem menos, o sentimento evoluiu para o mais puro nojo.

— Veja pelo lado bom – respondeu ela lentamente - Eu pelo menos o conheci a pouco tempo e não o abandonei na primeira oportunidade.

— Como você se atreve... - começou Cho, se levantando e indo para cima de Gina.

— Fique longe dela - rosnou Harry, se colocando entre elas.

Cho olhou para Harry, depois para Gina que também se levantou e a encarava com um semblante de raiva, e o entendimento recaiu sobre ela.

— Mas é claro, como eu pude ser tão tola? Você está dormindo com essa Weasley, não é Harry?

O rosto dele ficou escarlate, enquanto as orelhas de Gina ficavam tão vermelhas quanto seu cabelo.

— A Weasleyzinha que suspirava por você nos corredores de Hogwarts? Sério? Vejo que você despencou de nível, hein querido. - cuspiu ela, mergulhando cada palavra que saía de sua boca em veneno para atingir os dois.

— Saia... da minha... casa - rosnou Harry.

Cho soltou uma gargalhada, ou foi o que ela tentou, mas parecia tão debilitada que o som saiu mais como um engasgo.

— Tudo bem querido. - Ela pegou sua bolsa na poltrona onde estava sentada e se dirigiu até a porta e ao abri-la, ela se virou e encarou todos presentes na sala - Mas se vocês pensam que irão se livrar de mim, estão muito errados.

Do bolso do casaco que estava pendurado no cabide ao lado da porta, ela tirou um pedaço de pergaminho e o fez flutuar até as mãos de Harry.

— O que é isso? - ele perguntou.

— Isso, meu querido, é minha petição para adquirir a guarda de James. Eu vou tornar a vida de cada um de vocês um inferno, até eu conseguir pegar o meu filho de volta.

— Você não irá pegar nada - Lilian disparou, se levantando e adquirindo uma pose típica de vovó-ursa-super-protetora - Ele não é um objeto que você deixou nas nossas mãos para depois você vir e pega-lo de volta.

Cho a encarou, e seus olhos orientais refletiam pura malícia e maldade.

— Pois é exatamente o que eu irei fazer, Sra. Potter.

E dizendo isso, ela saiu para a nevasca, batendo a porta ao passar. Harry sentiu toda a sua integridade moral e todo o peso do seu corpo ir junto com ela. Seu corpo parecia um doce trouxa chamado maria-mole, e seu estômago ainda estava em algum lugar do subsolo. Como ela pôde fazer isso? Ela nunca conseguiria tomar James de Harry, o Ministério da Magia não aprovaria isso nunca, não é?

A dúvida crescia em seu peito. E se ele não fosse capaz de se defender contra a Cho? E se de algum jeito, ela conseguisse a guarda de James e tirasse ele de Harry? Afinal, tanto no mundo trouxa como no mundo bruxo, as mães sempre são privilegiadas mesmo não estando sempre com a razão.

Harry se virou e encarou James. Seus olhos verdes demonstravam dúvida e medo. Ele sempre quis conhecer a mãe dele, mas não esperava que ela fosse tão cruel como Cho. Aliás, nenhum deles ali esperavam que ela retornasse como uma pessoa tão cruel. Sempre foi uma inteligente Corvina que se dedicava aos estudos, era excelente em Quadribol e namorava Harry Potter. O que aconteceu para ela se tornar essa mulher frívola e maliciosa de alguns minutos atrás?

— Ela vai me tirar de perto de você, papai? – perguntou James.

Ele não conseguiu responder. Queria dizer que ela nunca mais chegaria perto de James novamente, e que a vida deles continuaria a mesma agradável que eles sempre tiveram, com Harry e Tiago trabalhando o dia todo no Ministério enquanto Lilian cuidava dele, porém não conseguiu dizer nada e sentia as palavras presas em sua garganta. Olhou desesperadamente para seu pai que também exibia um semblante de dúvida no rosto que fez Harry desconfiar que ele também enfrentava as mesmas dúvidas, enquanto Lilian encarava o tapete com os olhos marejados.

Mais uma vez, Harry se sentiu imensamente grato por Gina ainda estar ali.

— É claro que não – ela respondeu, pegando uma das mãos de James e segurando-a com as suas duas – James, sua mãe é uma mulher cruel, mas ela nunca vai conseguir te afastar de seu pai.

— Mas ela disse que iria... – começou James, cabisbaixo, enquanto as lágrimas começavam a escorrer.

— Ei, ei ei – interrompeu Gina, com a sensação de que seu coração estava em uma sala apertada com as paredes esmagando-o – Eu sei o que ela disse, e juro pra você, até alguns anos atrás eu teria acreditado que seria possível para ela tirar você de perto do seu pai. Mas as coisas mudaram, o Ministério da Magia não é mais o Ministério injusto de antes que prezava os bons costumes bruxos. Temos excelentes funcionários que podem nos ajudar nisso. Meu irmão Percy trabalhou no Departamento de Cooperação em Magia, mas agora é um dos melhores Assistentes do Ministro Kingsley, ele pode nos ajudar com isso. Além disso, tenho certeza que Hermione ficará mais do que grata em nos ajudar, já que ela é uma funcionária importante no Departamento de Execução das Leis Mágicas. Vai ficar tudo bem, James.

Mais uma vez, Gina impressionou Harry. O que parecia ser quase uma missão impossível alguns segundos atrás, se tornou possível. Ele não estava sozinho, tinha diversos amigos no Ministério, assim como seu pai e Sirius que trabalhavam no Departamento de Jogos e Esportes Mágicos. Harry abriu a gaveta de um criado mudo em um canto da sala e retirou um pedaço de pergaminho de lá. Sacou a varinha e gravou uma mensagem para Hermione, depois chamou sua coruja Hedwige’s – uma coruja de caça branca, com olhos cor de âmbar – e a mandou entregar a carta para ela imediatamente.

— Hermione virá aqui em alguns instantes – notificou Harry. – Enquanto isso, filho, que tal você subir e tomar um banho? Mais tarde quero todos os detalhes sobre sua primeira aula de Quadribol.

Isso pareceu animar James. Ele se levantou enxugando as lágrimas e começou a subir as escadas, quando no meio do caminho parou e se lembrou de algo.

— Pai, eu posso dormir essa noite na casa da Gina? – ele perguntou.

E então, Gina também se lembrou. Ela se levantou e parou ao lado de James na escada, ambos olhando suplicantes para Harry. Ao ver aqueles olhos verdes claros dela pedindo para que pudesse passar mais tempo com seu filho, Harry não pôde dizer não.

— É claro. Só tente não arrumar confusão enquanto estiver lá.

O sorriso de James se alargou. Ele deu um toque na mão de Gina e subiu correndo as escadas, enquanto ela descia.

— Ah Sra. Potter, acabei me esquecendo. Amanhã minha mãe fará uma festa de natal em nossa casa e me pediu para convidar todos vocês.

— Oh Gina, muito obrigada. – respondeu Lilian, com a voz carregada de dor - Estávamos pensando em passar o natal entre nós aqui mesmo, em nossa própria casa, mas com os acontecimentos de hoje vai ser impossível eu conseguir preparar a ceia. Muito obrigada.

A campainha soou parecendo meio urgente e Tiago a atendeu.

— Hermione – bradou ele.

— Sr. Potter, o que houve? – perguntou ela, adentrando a sala. Sua cabeleira castanha estava com um pouco de neve da nevasca que caia do lado de fora – Harry, você está bem? Aquele berrador me deu um baita susto.

Ele explicou para a amiga o que havia acontecido. Hermione assentia com a cabeça, e após Harry entregar a ela o pergaminho que Cho deixou a ele, ela soltou uma gargalhada.

— Não sei como ela pretende conseguir a guarda de James Harry, mas com isso ela não vai conseguir – falou ela, agitando o pergaminho na mão. – Isso aqui é uma Petição muito, mas muito mal-feita, nenhum Juiz bruxo vai levar isso a sério. Além do mais, eu trabalho no Departamento de Execução das Leis Mágica, conheço ótimos advogados que podem te ajudar, ela não vai conseguir tirar ele de você. E você ainda pode tomar algum dinheiro de pensão dela já que ela voltou.

— Eu não quero nada dela além de seu desaparecimento novamente – bradou Harry. – Não sei como ela conseguiu sumir por cinco anos e depois aparecer aqui do nada.

Mais uma vez, uma ideia maluca acendeu na cabeça de Gina.

— Isso é muito estranho – murmurou ela.

— Eu sempre achei que Cho fosse mesmo uma garota estranha – respondeu Tiago, se sentando ao lado de Lilian.

— Não, não – Gina continuou com seu raciocínio – Harry disse que ela sumiu por cinco anos e apareceu hoje do nada. Ninguém some assim. O Ministério é perito em encontrar criminosos extremamente perigosos, como ninguém conseguiu encontra-la?

Hermione começou a seguir o mesmo raciocínio que ela.

— Ela está certa. Já vi o Ministério encontrar fugitivos em dois dias, e Cho estava registrada como desaparecida, uma equipe de busca foi atrás dela... Como não conseguiram encontra-la?

Uma ideia absurda ia se formando na cabeça de Gina, mas ela não poderia compartilhá-la com eles até ter certeza absoluta de que estava certa. Pediria ajuda de Percy mais tarde.

— Bem, agora que essa crise passou, Gina, Hermione, gostariam de ficar para o jantar? – convidou Lilian.

— Eu adoraria – respondeu Hermione retirando seu casaco – Cozinha trouxa ainda é uma coisa que eu não dominei.

— Se você quiser eu posso lhe ensinar algumas coisas – sugeriu Gina – Minha mãe é uma perita na cozinha e como sou sua única filha, tive que aturar aulas e mais aulas de cozinha que me foram muito úteis.

— Sério? Eu adoraria – respondeu Hermione. Harry sentiu que uma nova amizade entre as duas estava nascendo.

Eles ouviram passos na escada e James apareceu segurando uma trouxa de roupas presa por um cabo de vassoura.

— James, estão te expulsando de casa? – perguntou Hermione, confusa.

— Tia Hermione – gritou ele, se jogando nos braços dela.

O jantar foi extremamente agradável, como se o aparecimento de Cho nem tivesse ocorrido. Gina convidou Hermione para a Ceia de Natal em sua casa no dia seguinte, e algo dizia que ela gostou da ideia, ficando subitamente interessada se Rony estaria na festa. Harry contou que foi escalado para ir atrás dos fugitivos que escaparam da prisão de Azkaban e foi parabenizado por todos. Tiago contou as novidades que aconteceram no Departamento de Jogos e Transportes Mágicos, e ninguém na mesa com exceção de Gina lhe deu muita atenção. Depois, James e ela contaram tudo o que aconteceu durante a aula de Quadribol e uma ideia de um presente de natal para o pequeno Potter surgiu na cabeça de Gina. Por fim, após o bolo de abóbora de Lilian que foi servido como sobremesa, ela anunciou que estava na hora de ir.

— Gina, muito obrigada por tudo – agradeceu Lilian.

— Sim, você é uma mocinha muito inteligente – falou Tiago. Um pequeno murmúrio veio de Hermione – Mas você ainda é minha favorita, Granger.

— Obrigada Sr. e Sra. Potter. E Hermione, fique esperta pois seu reinado está acabando – respondeu Gina, rindo, o que fez com que Hermione mostrasse a língua para ela.

— E então James, pronto para passar a noite na casa de Gina? – perguntou Harry.

— Sim – respondeu ele, animado. A tensão do encontro com Cho sumiu completamente da mente dele.

— Deixe-me ver o que tem nessa sua trouxinha de roupa, James – falou Lilian, abrindo o montinho de roupa dele – Oh meu Merlin. James Potter.

Não havia roupa nenhuma. Ele estava levando uma vassoura para a casa de Gina, enrolada em um pano para ninguém desconfiar. A velha Nimbus 2000 de Harry reluzia, apesar de ter um pouco de pó sobre o cabo.

— Agora entendi o porquê do cabo de vassoura – falou Hermione, rindo.

— Vá fazer já sua mala mocinho, senão não vai dormir na casa de ninguém – mandou Lilian.

James correu escada acima, enquanto Gina não conseguia parar de rir.

— Prepare-se para vários momentos cômicos com ele – avisou Harry.

Hermione e Gina ajudaram Lilian a limpar a mesa, enquanto Tiago e Harry conversavam na sala de estar. Assim que todos os talheres, pratos e copos estavam na pia sobre o feitiço de Lilian para que se lavassem sozinhos, Gina se juntou a eles na conversa. Os três batiam um animado papo sobre o novo Campeonato Internacional de Quadribol que começaria em Janeiro e duraria o resto do ano.

— Dizem que a Seleção dos Estados Unidos compraram novas Cleansweep 2018. São as vassouras mais velozes que existem – falou Tiago.

— Sempre achei que fossem as Cleansweep 2019 – falou Harry.

— Não, as Cleansweep 2019 foram retiradas do mercado porque o pessoal da Liga Internacional diziam que elas eram tão velozes e tão inteligentes, que provavelmente matariam todos os jogadores montados nela. – explicou Gina.

— Como assim? – perguntou Harry.

— Eles usaram muita tecnologia bruxa naquela vassoura. Você só precisa dizer um comando em sua mente que ela obedece. Por exemplo, achar o Pomo, ou Desviar de um Balaço. Mas elas só seguem as regras de seus donos sem se importar com os demais, tanto é que nos testes, uma vassoura derrubou os demais jogadores do mesmo time tentando encontrar o Pomo.

— A tecnologia bruxa me surpreende – falou Tiago. – Bem, esse papo está bem legal, mas eu preciso de uma boa noite de sono.

— Boa Noite, Sr. Potter – falou Gina.

— Boa noite, pai – falou Harry.

Tiago subiu as escadas e um silêncio constrangedor surgiu. Harry e Gina estavam sozinhos naquela sala de estar, sentados no mesmo sofá, e só isso era o bastante para fazer o rosto dos dois ficar escarlate.

— Então... – começou Harry.

— É... – terminou Gina.

Ela estava sentada com as pernas cruzadas e as mãos entrelaçadas no joelho, se balançando constrangida para frente e para trás, enquanto ele segurava uma xícara de chá na mão e estava subitamente interessado em sua borda.

— James é um garoto ótimo – falou ela para quebrar o silêncio.

— É sim... ele é. Obrigado por estar fazendo tudo isso por ele – agradeceu Harry, olhando para ela com aqueles olhos verdes hipnotizantes.

— Não tem de quê. Eu fico muito feliz perto dele, ele desperta um lado meu que estava completamente adormecido.

Harry soltou uma risadinha.

— É, ele faz isso. Ou ele deixa você feliz ou assustado com a rebeldia Potter.

— Nem me fale. Ainda não me recuperei do susto que ele me deu na aula de Quadribol hoje com a vassoura.

— Deve ter sido assustador - disse ele.

— E foi. Nem consigo saber a quem ele puxou - falou Gina, olhando para ele ironicamente.

— Está insinuando que ele puxou a minha rebeldia, Weasley? - perguntou ele tentando soar sério, mas com o rastro de um sorriso no rosto.

— É claro, Potter. Ainda me lembro dos diversos pontos que você perdia para a Grifinória por andar pelos corredores a noite.

Os dois começaram a rir. No meio da risada, Harry olhou para Gina e Gina olhou para Harry. Aos poucos, o riso foi sumindo, o silêncio foi crescendo, enquanto cada um imaginava que gosto os lábios do outro tinham. Gina viu Harry se aproximando e resolveu fazer o mesmo. Os dois estavam tão perto que podiam sentir o hálito e o calor do outro. O cheiro de menta do xampu de Gina deixava Harry enlouquecido, enquanto seus olhos verdes faziam as pernas dela ficarem bambas.

E então, Harry colocou uma de suas mãos no rosto de Gina e a beijou. Foi um beijo lento, que demonstrava todo o seu sentimento e gratidão por ela, que Gina imediatamente retribuiu, um pouco nervosa. Nunca namorou ninguém antes. Vários caras já deram em cima dela, ainda mais depois que ela virou uma famosa jogadora de Quadribol, mas ela sempre os ignorava. A única pessoa que ela beijou foi Dino Thomaz durante uma visita ao Povoado de Hogsmeade durante seu sexto ano, e na época o beijo foi tão horrível que a deixou traumatizada. Mas com Harry era diferente. O beijo dele era calmo, tranquilo, ao mesmo tempo que era tentador e agitado como um tornado. Harry sentia o mesmo. A única garota que ele beijou havia sido Cho, e o beijo dela nem se comparava ao de Gina. Os dois poderiam ter passado a noite se beijando, se não fosse por alguns passos apressados vindo da escada.

Eles se separaram rapidamente, ofegantes e se distanciaram, sentando um em cada ponta do sofá. O rosto de Harry estava vermelho, assim como o de Gina que tinha os cabelos um pouco despenteados. James apareceu trazendo agora uma mochila.

— Estou pronto – anunciou ele.

Gina e Harry demoraram alguns segundos para responderem.

— B-bem, então acho que está na hora de nós irmos – falou ela.

— Sim, sim... claro – respondeu ele.

Lilian e Hermione apareceram da cozinha e enquanto Lilian revistava a bolsa de James para ter certeza de que ele não levava mais nenhuma vassoura, Gina tentou arrumar os cabelos e Harry tentava não ficar vermelho. Hermione percebeu os movimentos dos dois e os encarava com um olhar inquisidor.

Eles se despediram e Gina e James aparataram direto na toca. A luz da cozinha estava acesa, e quando eles a adentraram encontraram Rony jantando, enquanto a Sra. Weasley começava os preparativos para a ceia do dia seguinte. James e Rony ficaram conversando enquanto Gina subia em seu quarto e fechava a porta. Só então pode sorrir de orelha a orelha e se permitir ter um momento bobo de adolescente. Em sua cabeça, só conseguia pensar em uma coisa:

Eu Beijei Harry Potter”


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.
Deixem seu review ai embaixo, e espero vê-los no próximo capítulo.
O/