Futuro, Volume II - Futuro Perdido escrita por MikaTag


Capítulo 9
Comensais da Morte


Notas iniciais do capítulo

Vou apresentar mais alguns detalhes e coisas da história nesse capítulo. Boa leitura ;)



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Já faz alguns dias desde que eu e Harry tivemos aquela conversa, não sabíamos que tínhamos tanta coisa em comum, mesmo que seja sobre uma coisa ruim como a morte de nossos pais. Não posso sentir orgulho nenhum disso, porque afinal, eu sei que ele não está sentindo a mesma coisa que eu estou. Mas o pior com certeza deve ser que alguém teve de contar a ele sobre a morte dos pais, ele era muito pequeno para ter noção do que estava acontecendo. Isso deve ter sido uma dor horrível. Sinto que tenho algum tipo de conexão com ele, não sei explicar direito, mas sei que sinto algo por ele, acho que não deve ser recíproco. Não é uma conexão amorosa, mas como se uma parte de mim estivesse ligada, diretamente ou indiretamente, à Harry.

Depois desse pensamento meio meloso eu consigo acordar imediatamente, já pensando nos treinos que iremos ter hoje um pouco depois do almoço. Levanto da minha cama com uma enorme preguiça, coloco os pés para fora e me espreguiço até sentir que não consigo me esticar mais, vejo que alguns já acordaram, mais precisamente: Gina, Christina e Rony – o que é um milagre que ele tenha acordado cedo. Olho para a cama de Eric e vejo que ele não está, e também não tenho ideia para onde ele deve ter ido.

– Bom dia – digo a todos, com um ar de exausta.

– Bom dia – respondem eles na mesma hora, como se tivesse sido planejado.

Não tenho aquela necessidade de calçar meus pés, o chão aqui não é tão frio quanto o de Chicago nesses mesmos dias, mas continua com a sujeira de lá. Então calço minhas sandálias que estavam na beira da cama e ando até um canto do dormitório onde só há um espelho preso nela, um pouco pequeno por sinal mas, dá para se ver bem. Olho para ele e vejo o meu reflexo. O espelho está um pouco gasto e sujo mas consigo ver que estou com algumas olheiras embaixo dos olhos, um ar de cansada me domina. Depois dessa visão eu decido tomar um banho.

A única coisa que mudou da Sede da Audácia “original” – como eu gosto de chamar, apesar de não existir a original nem nada – é a que os banheiros aqui são privativos. Ninguém te incomoda e você não se sente exposta para que outras pessoas possam te ver. Vou em direção ao banheiro.

– Vou tomar um banho, estou precisando. – digo – Vocês podem me esperar para tomarmos café?

– Podemos sim Tris – de Christina

Olho no relógio e vejo que são nove e quarenta. Temos bastante tempo ainda.

– É bom até que damos tempo para os outros acordarem – diz Rony quase bocejando.

E entro no box do chuveiro.

Depois de ter tomado um banho quente saio do box e vejo que todos estão acordado agora – Harry e Tobias – e estão todos arrumados para irmos ao refeitório. Seguimos andando e conversando algumas besteiras até chegarmos lá.

– Mal posso esperar para ver o que o Profeta Diário tem para falar hoje. – diz Harry

Gina olha para o chão como se estivesse escondendo algo, mas então ela solta um suspiro e diz:

– Soube por esses dias que hoje teríamos uma notícia que ia abalar toda a cidade. Principalmente aos que estavam interessados.

E ela volta a ficar calada, para quebrar o silêncio Rony pergunta:

– Interessados? Em que afinal?

– Não sei. Foi só isso que Simas me falou. Não sei de mais nada. – diz ela – Mas logo vamos saber. Não se preocupem.

Entramos no refeitório e vejo que está lotado de pessoas, mais do que o de costume.

– Eh … – diz Rony – Acho que não é só nós que estamos curiosos para saber sobre a notícia …

Seguimos para a mesa de buffet. Enchemos os nossos pratos – Rony mais que todo mundo – e seguimos para uma mesa que está bem perto de nós.

Rony está comendo como se fosse um esfomeado, acho um pouco de graça e dou uma risada fraca, já Gina, está comendo com extrema delicadeza, nem parece que são irmãos.

– Mas enfim … – digo para quebrar o gelo – Quem é Simas?

– Ah … – diz Harry – Simas é um amigo nosso que conhecemos lá na nossa iniciação.

– Ele foi muito bom – diz Rony – Quase que eu fico abaixo do necessário para passar mas, não é por isso que nós vamos guardar mágoa por ele. Só porque ele é bom.

– Também acho – diz Gina – Vocês brigaram mais do que o necessário lá na iniciação. Não precisava de nada daquilo

– Gina, vê se não se intromete. – diz Rony – Briguei com ele por outros motivos, não porque ele estava passando todo mundo de repente lá na colocação.

– Ah é? – diz Gina com um som de desaforada – Então por que vocês brigaram tanto?

– Será que você não percebeu? – diz Rony – Acho que até o Harry percebeu.

Senti que vi o Harry corar um pouco, ele deve estar com vergonha de algo.

– Não, eu não percebi nada. – diz Gina

A discussão está subindo para outro nível.

– Ele gostava de você Gina! – diz Rony quase gritando. Vi que Gina passou de faladeira para envergonhada – Ele gostava sim! Até você começar a namorar com Harry.

– Eu pensei … – disse Gina – Que ele gostava da Lilá Brown.

Vi que Harry enfureceu ao ouvir esse nome. Como se Lilá Brown despertasse algo furioso nele.

– Ele começou a namorar com Lilá assim que você começou a namorar com o Harry aqui. – disse Rony.

– Nunca mais digam esse nome na vida de vocês. – disse Harry quase explodindo.

– Que nome? – disse Tobias – Lilá Brown?

E nesse momento tudo aconteceu tão rápido que mal pude organizar meus pensamentos, passou tudo numa fração de segundos que me assustei completamente.

– Harry! – gritou Gina

Quando me dei conta Harry que estava sentado de frente para Tobias, agora estava em cima dele, apertando o seu pescoço. Todos que estava no refeitório se aproximaram como urubus para ver a briga que estava acontecendo.

– Briga! Briga! Briga! – eles exclamavam e gritavam.

Sinto um impulso de querer enforcar Tobias também, mas não entendo o porquê disso. Nunca faria alguma coisa que machucaria Tobias. Ele é meu namorado. Por que eu sentiria esse impulso? Sei que tenho que me afastar para sair dessa vontade. Levanto-me do banco e vou me afastando dali, vejo relances de pessoas tentando apartar a briga, só vejo relances pelo fato da minha visão está começando a ficar embaçada. Não ouço mais nada, continuo me afastando, a minha audição está bem longe, me afasto mais, só escuto um zunido no meu ouvido, chego próximo a porta para sair dali. E desmaio.

Acordo meio zonza. Abro os olhos e vejo alguns rostos olhando para mim.

– Olhem! Ela está acordando – ouço a voz de Rony dizer isso.

– Tris? – pergunta Gina – Está bem?

Minha visão ainda está um pouco embaçada, mas em alguns segundos percebo que ela voltou ao normal. Então consigo ver que Gina, Rony, Eric e Christina estão olhando para mim.

– Estou bem sim … onde é que eu estou? – viro a cabeça para os lados para reconhecer esse local. Não tem janelas, é um ambiente meio escuro, só não é mais escuro por conta da grande quantidade de luzes que tem aqui.

– Você está na enfermaria – diz Eric – Você desmaiou legal lá no refeitório. Não acordava de jeito nenhum.

E quando Eric acaba de falar isso ouço uma voz estridente de uma mulher que nunca tinha ouvido.

– Saiam de cima dela! Ela precisa se recuperar. Vão ver o outro amigo de vocês. Ele já acordou.

Todos eles olham para um lado. Não sei de quem a mulher está falando até ouvir Gina exclamar:

– Harry!

Todos vão atrás dela. Só fica eu e a mulher que não conheço – que deve ser a enfermeira – para cuidar de mim.

– Olá, Tris. – diz a enfermeira – Sou Madame Pomfrey, sou a enfermeira daqui da Audácia. Vim cuidar de você e te dar alguns remédios. Sinto que daqui a pouco você poderá receber alta. Não foi nada grave. Só apagou mesmo porque bateu a cabeça. Pode ficar tranquila.

Me sinto um pouco melhor em ouvir isso.

– E Tobias? Ele está bem? – pergunto

– Está. Ele está dormindo agora. Nada de grave aconteceu com ele também. Mas se não fossem pelas pessoas que estavam lá para separá-los acho que seria bem mais grave.

Olho para o lado e vejo a cama que deve estar Tobias envolta de cortinas.

– Que bom. – digo, sinto um alívio percorrendo meu corpo.

Viro minha cabeça para o outro lado e vejo todos em volta de Harry. Não sei o que pode ter dado na cabeça dele para ele ter feito isso. Como pode? Ele parecia ser um menino tão bom.

– Ele parecia estar fora de si … – digo – Não parecia nem um pouco com ele. Não poderia ser ele.

– Estamos suspeitando que ele estava sob efeito da Maldição Imperius. – esclarece Pomfrey

Não sei se com essa notícia eu fico mais aliviada em saber se não era realmente ele ali, ou se fico mais preocupada ainda, em saber que tinha algum Comensal ali fazendo isso com Harry. Poderia ser qualquer um.

– Foi um Comensal – digo baixinho

– O que você disse garotinha? – nesse momento meu coração gelou. Reconhecia aquela voz. Sabia de quem era. Olho para a porta de entrada e vejo, uma mulher baixa com cara de sapo e um casaco rosa que não era nem um pouco bonito, entrar na enfermaria em passos miúdos em direção a mim. Sabia quem era ela. Era Dolores Umbridge.

Todos olham para ela. Já que agora todos sabiam que ela estava ali. Continuo sem responder nada.

– Pois bem … estou aqui pois fui informada de que poderia ter um possível ataque aqui na Audácia. Mais especificamente no refeitório. Um ataque com uma maldição considerada um tanto … vamos dizer … imperdoável – ela falou essa palavra com uma irritante cautela – Imperdoável para alguns é claro. Mas um ataque com a Imperius. A segunda pior de todas as maldições. E confirmo: sim, teve sim o uso dessa maldição em alguém. E estou vendo que foi usada nesse garotinho, Harry Potter …

Parece que toda fala dela tem que ser um discurso. Não aguentava mais ouvi-la. Ela fala como se estivesse eternamente falando com uma criança.

– … nós sabemos de tudo que acontece aqui nessa cidade. Os seus rastreadores vem com um chip que sabemos de tudo que vocês fazem. Mas podem ficar despreocupados – ela fala logo após todos terem feito uma cara de espanto – não nos importamos com comportamentos fúteis, nos importamos com coisas mais sérias. Como sair da cerca ou até usar uma maldição.

– Mas então você sabe quem foi que a usou, não sabe? – perguntou Harry que estava mais que alerta agora.

– Sei sim. Mas vocês não precisam se preocupar com isso …

– COMO EU NÃO PRECISO ME PREOCUPAR COM ISSO!? – gritou Harry – EU FUI A VÍTIMA!

– Não se dirija a mim desse modo garotinho. – ela ajeita o casaco horroroso e berrante dela – Pois bem … – ela dá uma tosse como se estivesse concertando a voz – repetindo, não há nada que se posso preocupar. Está tudo sobre controle. – e ela sai da enfermaria.

Ficamos em silêncio por uns minutos até ouvir:

– Ela veio aqui só para falar isso? – diz Tobias

– TOBIAS!? – grito, mas sem poder sair da cama por conta dos remédios. – Você está bem?

– Melhor impossível Tris. Mas, vamos deixar isso pra depois e falar do que realmente interessa. – vejo a sombra dele, através da cortina, se levantando e abrindo a cortina. – Com certeza foi um Comensal que fez isso. Ah, e Harry? – Harry olha para ele – Eu te desculpo, não precisa ficar preocupado. – e ele sorri.

– Mas claro que foi um Comensal. – digo enquanto Tobias vem em direção a mim.

– Por que você tem tanta certeza disso? – diz Gina.

Olho para ela para ver se tenho com o que provar.

– Mas não está na cara? – digo olhando para todos. Vejo que Tobias sentou no pé da minha cama. – Ela não está condenando ninguém por isso! Ela sabe muito bem que foi um Comensal. Todos eles sabem! Por isso eles não estão sendo condenados.

– Por isso que ela diz que está tudo sobre o controle … – disse Rony

– Porque se não ela falaria que a pessoa seria condenada – disse Harry

– Exatamente! – exclamo

A porta da enfermaria se escancara e Hermione entra por ela segurando um jornal.

– Olá – diz ela – depois vocês falam comigo, mas agora tenho que falar com todos vocês, urgentemente. Vocês já sabem do ataque da Maldição Imperius aqui na Audácia. Na verdade, a cidade toda já sabe …

– A notícia corre em – disse Rony

– … então – continua ela como se Rony não estivesse falado – Até esse ataque a edição do Profeta Diário não tinha saído. Então eles não soltaram as edições e refizeram-nas. E aqui está … tem duas matérias que interessam a nós.

Então ela me deu o jornal, já aberto em uma das matérias

ESCOLHA DOS NOVOS COMENSAIS FORAM ENCERRADAS

– Leia em voz alta – diz ela

A comissão do governo de Dolores Umbridge finalizou essa manhã a votação para escolher dentre os indicados o cargo de Comensal.

Foi uma votação muito difícil, pelo fato de termos grandes candidatos a esse cargo, cada um mais inteligentes e habilidosos que outros” informou um integrante do governo Lúcio Malfoy

– O pai de Draco – diz Rony

Os candidatos tiveram toda essa semana e até a manhã de hoje para se inscrever, mas claro, secretamente, pois como sabemos, ninguém sabe quem é ou quem não é um Comensal.

Variamos a nossa escolha esse ano, escolhemos dez incritos

7 da Erudição

1 da Amizade

2 da Audácia”

Informou-nos a ditadora e alta inquisidora Dolores Umbridge.

É com muito prazer que informo que todos os novos Comensais já foram informados de seus cargos.

– AMIZADE? – Todos se espantam

– É o que parece – digo

– Anda, agora lê essa outra – diz Hermione puxando o jornal da minha mão colocando na devida página e me devolvendo.

Começo a ler.

ATAQUE DE MALDIÇÃO IMPERDOÁVEL ABALA AUDÁCIA

Nessa manhã, um acontecimento muito perigoso e incomum aconteceu na sede da Audácia, mais especificamente no seu refeitório. Alguém que ninguém soube informar quem teria sido, lançou uma maldição, mais especificamente a Imperius, contra um garoto de nome Harry Potter, 17, e o fez lançar-lhe contra um emigrante de Chicago Tobias Eaton, 18. Os dois passam bem na enfermaria da sua Sede com cuidados médicos apropriados.

Fui informada hoje pelo meu gabinete de segurança sobre o ocorrido, fui lá na Sede pessoalmente me desculpar sobre o ocorrido. Tenho que garantir que não foi nenhum Comensal que lançou a maldição e quem fez pagará pelos erros cometidos. Depois dessa informação nós reforçaremos a segurança em todos os pontos da cidade com a ajuda de Dementadores. Sei que muitos não gostam deles, mas sentimos que está sendo necessário até ter a certeza de que as coisas se acalmaram.” informa Dolores.

Mesmo depois de todas essas polêmicas que já vimos com os Comensais, Dolores persiste nesse problema. Algumas pessoas já estão começando a chamar eles de Comensais da Morte.

– Ela é muito cara de pau. É isso que ela é. – disse Rony – Veio aqui se desculpar? Já posso imaginar a quantidade de pessoas que acham que ela está contando a verdade.

– E essa história dos Dementadores? – diz Gina – Isso é o maior absurdo!

– O que são exatamente Dementadores? – pergunta Tobias

– Dementadores são os guardas das prisões aqui de Atlanta. Não são pessoas. Mas elas sugam toda a felicidade e a alegria do lugar. Por isso que quem vai preso sempre sai louco ou nem sai, morre por lá mesmo – explica Harry.

– Agora Harry … – digo e ele olha em direção a mim – Por que você ficou exatamente assim quando falaram o nome de Lilá Brown?

– Não fico assim. Foi a maldição. Ela controla as pessoas. Mas … acho que a pessoa que fez isso sabe muito bem qual a ligação entre mim e Lilá Brown.

– E qual é exatamente? – pergunta Christina, que agora está deitada numa maca em frente a todos nós.

– Foram os pais dela que mataram os meus pais. Os pais dela eram Comensais da Morte. E tenho certeza que essa pessoa da Amizade que foi para o grupo dos Comensais foi a própria Lilá Brown.

– Eu não gosto muito dela – disse Hermione, parecendo nervosa.

– Claro! Ela estava namorando o Rony antes de namorar você. – disse Gina.

– E Harry – diz Hermione como se não estivesse escutando o que Gina disse – acho que você não deveria chamar eles de Comensais da Morte.

– Por que não? Está do lado deles agora? – diz Harry a ponto de gritar.

– Não … não é isso … é que, é um nome meio forte, você não acha?

– Acho sim. E é disso que eles merecem ser chamados.

Depois de um tempo em silêncio Hermione diz:

– Eh … eu tenho que voltar para a minha Sede. Ah … e Tris … da próxima vez que eu vier eu trago Caleb para ver você. Ele não gosta muito de sair da Sede – e ela sai da enfermaria toda envergonhada.

– Senti que a Hermione estava meio … sabe … estranha – diz Gina

– É … ela estava toda agoniada e apressada – diz Tobias

– Eu acho que sei porque é … – diz Harry

– Harry, você não pode estar pensando a mesma coisa que eu – digo. Senti que o comportamento dela muito estranho, sei do que há de suspeito nela.

– Eu acho que está se você foi esperta o suficiente para ligar todas as peças desse quebra-cabeça – diz Harry – Hermione virou uma Comensal da Morte.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. :)



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