Futuro, Volume II - Futuro Perdido escrita por MikaTag


Capítulo 11
Descoberta


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura !



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– Então seu irmão virou um Comensal da Morte? – perguntou Harry.

Esse era o único assunto de que todos nós falávamos até então. Apesar de eu achar que a notícia de que Hermione era uma Comensal poderia ter sido mais chocante – quer dizer, para eles. Ninguém mais fala em outra coisa, já está ficando chato, mas também não há muito que eu posso fazer por mim e muito menos por eles.

– Sim. – respondo pela milionésima vez – Meu irmão virou um Comensal.

Estamos na área comum aqui da Audácia. Apesar de estar com algumas pessoas, tem barulho o suficiente para eu falar isso sem me preocupar de que alguém me ouça.

– E … você acha que foi ele? – pergunta Rony

– Olha, achar, eu não acho. Mas também. Não temos certeza. – digo

– Vai ver ele tinha ciúmes. – disse Christina. Todos nós olhamos para ela com olhares de questionados. – Sabe … ciúmes de Tobias.

– É uma questão a se tratar. É bem plausível … – diz Harry mas eu o interrompo.

– Gente, chega tá? Podemos falar de outra coisa? Falamos disso a manhã inteira e além do mais não estou muito a fim de treinar com isso atormentando a minha … – mas antes que eu pudesse completar Snape aparece de repente ao meu lado:

– Não haverá mais treino.

– Hã? Por quê? – pergunta Eric

Ele solta um suspiro como se fosse um esforço responder isso.

– Não estamos mais achando necessário isso … Achamos que só o treino de iniciação está bom.

E ao fim dessa frase ele sai.

– Aleluia. Mal podia esperar – diz Rony – Não gostava nem um pouco deles.

– Pode me agradecer depois. – diz Tobias

Olhamos todos para ele.

– Que foi? – perguntou ele – Só estou querendo dizer que fui eu quem deu a ideia de acabar com os treinos. Vão me dizer que vocês gostavam?

– Não gostávamos, mas … – digo – … pensávamos que você gostava.

– Já estava de saco cheio – responde ele – Esperem um minuto que vou ali … – e ele se retira.

O vejo andando para não sei onde, faz tempo que quero falar com ele a sós mas sem levantar suspeitas. Então acho que essa é a hora. Corro para poder alcançar ele.

– Ei, Quatro – faz tempo que não chamo assim, dou até um sorriso quando ele se vira para olhar para mim. – Eh, queria falar uma coisa com você.

– Pode falar …

– É que … eu acho, que Eric … virou um Comensal. – digo quase desabafando.

Ele não faz expressão nenhuma. Só me olha com indiferença.

– Que foi? – pergunto – Por que não está surpreso? Ou alarmado nem nada assim?

– É porque agora eu sei que não sou o único que não desconfiava dele.

Sinto um alívio.

– Tris, vem cá. – ele me chama e andamos até um banco que tem na lateral dessa área comum da Audácia. – Queria te contar o que realmente aconteceu.

Sei que não sabia de muita coisa, então se eu queria saber esse era o momento certo.

– Quando acordamos, não sei se você percebeu, Eric não estava lá na cama dele.

– Percebi sim – afirmo

– Então … para mim, ele estava na Sede do Governo se candidatando para o cargo de Comensal. Porque logo após que você desmaiou, sei que eu estava meio atordoado mas estava escutando e vejo muito bem, ele chegou com muita pressa, não tinha participado de nada do café da manhã. Ele chegou correndo e tudo mais, como se estivesse querendo esconder algo. Que ninguém perguntasse nada a ele, onde ele estava ou coisa parecida.

“E então eu o vi conversando com uma menina que não sabia exatamente quem era, mas era loira, com olhos castanhos e queria saber como ele a conhecia já que nós não desgrudamos um do outro desde quando chegamos.”

“Então decidi ir até a sala de Snape, fui perguntar para ele quem era aquela garota, ele me disse que o nome dela era Luna Lovegood. Disse que era uma menina muito esperta, que era divergente. Para Erudição e Audácia. Os pais dela eram Comensais e essas pessoas que tem descendências de Comensais, tem uma grande referência para conseguirem esse cargo.”

E me lembro da garotinha loira que eu vi na Penseira de Snape. Quando todas aquelas pessoas iam atacar os membros da Abnegação.

– Snape te contou isso tudo? – pergunto

– Contou. Ele pode parecer frio mas, quando você conversa com ele diretamente e sozinho, ele é bastante compreensivo.

– É … sei disso.

Tobias levanta uma sobrancelha para mim e pergunta:

– Como você sabe disso?

– É que a mais ou menos uma semana eu fui na sala dele procurar uma informação de onde era a Sede da Erudição. E nós acabamos conversando mais do que deveria … e ele me mostrou uma coisa …

– Que tipo de coisa?

– Um objeto. O nome era Penseira … – então eu expliquei tudo para ele, o que era a Penseira como ela era usada para que servia. Falei das lembranças que tinham dentro dela e até da menina de cabelos loiros que estava atacando os integrantes da Abnegação. Que estou começando a suspeitar de que era Luna Lovegood.

– Então … você acha que foi essa tal de Luna que amaldiçoou Harry? – pergunta Tobias.

– Não sei. Mas poderia ter sido. Tanto como poderia ter sido Hermione também. Ela vinha aqui todos os dias esqueceu? E depois daquele dia que suspeitamos dela ela nunca mais veio.

– Eh … a não ser que eles estejam planejando algo …

– Acho que está muito cedo para isso. E além do mais, Eric está aqui olha. – e aponto para onde nós estávamos. Onde todos estão conversando.

– Então nós teremos que investigar mais fundo.

– Tobias … – penso antes de falar – é … era para essa tal de Penseira que eu estava pedindo para que você recolhesse algo de Hermione. Para podermos colocar lá e ver se conseguimos essa lembrança. E tem mais uma coisa, Lúcio Malfoy também é um Comensal.

Depois daquela conversa com Tobias, nos dirigimos aos dormitórios onde passamos um tempo lá, conversando e nos distraindo.

– Ei Rony … – chamo – pode vir aqui um minuto?

Rony vem até mim. Quando ele chega eu falo:

– Senta aqui. – e aponto para a minha cama para ele se sentar, ao meu lado. Ele se senta. – Eu queria saber, se você tem alguma roupa sua que não tenha lavado ainda …

– Eh … – ele parece estranhar a pergunta, o que não é para menos – Ter eu tenho … mas por quê?

– Para uma coisa … mas cadê ela? – pergunto

– Calma que vou pegar.

Rony se dirige até a cômoda e se abaixa para abrir a gaveta que ela tem. Ele mexe tudo até tirar uma roupa que reconheço que ele já usou um dia.

– Aqui – e ele me entrega – era só isso?

– Era sim. Muito obrigada.

Vou para o banheiro sem que ninguém perceba e tranco a porta.

– Cabelinho … cadê você? – e começo a revirar a roupa dele de todos os jeitos, pelo avesso, ao contrário, de todos os jeitos. Até que eu encontro na parte onde fica o ombro um fio longo que tenho certeza que seja de Hermione.

Saio do banheiro e entrego a roupa à Rony.

– Tobias! – grito ele, ele olha para mim e faço um sinal como se fosse para ele vir até a mim. – Achei … – digo sussurrando para ele.

– O cabelo de Hermione?

– Sim … ele próprio. Agora temos que ir lá na Penseira de algum jeito.

– Acho que o Snape teria uma reunião com todos os líderes das facções hoje. Lá na sede do governo. Ele deve demorar um pouco.

– Ótimo – digo isso e já saio correndo para a sala dele. Com Tobias logo atrás de mim.

Chegamos na sala dele. Abro a porta com um rangido e vejo a mesma sala que eu vim no outro dia, com estantes, livros e tudo mais.

– Mas cadê ela? – pergunta Tobias – Não lembro de ter a visto quando eu vim da última vez.

Abro o armário que fica a direita de quem entra na sala e vejo lá a Penseira. Como eu tinha visto antes. Tiro-a de lá de dentro e a coloco em cima da escrivaninha dele.

– Uau – diz Tobias admirado passando a mão por cima dos símbolos – que bonita.

Pego o fio de cabelo que deixei guardado no meu bolso e jogo-o dentro da névoa que fica dentro da Penseira. Começo a ver os flashes de uma lembrança.

– Pronto? – digo já mergulhando dentro da lembrança.

Aquela sensação de vácuo em minha volta não é muito agradável mas passa rápido. Caio em uma sala branca, mais uma vez, e vejo que estamos na Erudição. Vejo Tobias caindo ao meu lado.

– Não pode ser … como ela estava aqui? Ela tinha que estar lá no refeitório. Jogando a maldição … – digo

Vejo Hermione passar por uma porta e sigo-a, chamo Tobias para segui-la e digo para ele que ela não verá a gente. Entramos na mesma sala que ela. E Dolores Umbridge está do outro lado de uma escrivaninha

– Fecha a porta lindinha – diz ela.

E Hermione fecha a porta.

– Por favor sente-se. – odeio a voz de Umbridge.

Hermione se senta na cadeira em frente a Dolores. Ela põe as mãos em cima da mesa cruzadas e vejo um anel na mão dela. Um anel azul, com um símbolo da Erudição nele.

– Hermione Granger, minha cara, estou aqui para lhe informa que você foi convocada para ser um de nossos Comensais.

Hermione abriu a boca para falar, mas nunca iríamos saber o que ela tinha pra dizer porque a cena de repente se dissolveu e estávamos de volta na sala de Snape.

Sinto uma mão no meu ombro e vejo que Snape tinha puxado nós dois para fora da Penseira.

– O que vocês dois pensam que estão fazendo? – diz ele num tom frio mas sem ser grosso.

Estou surpresa por ele não ter feito um escândalo.

– Snape por favor tente nos entender. – digo

– Sou todo ouvido. – diz ele e se senta na sua cadeira da escrivaninha. E vejo um anel preto com o símbolo da Audácia nele. Será que todos os líderes ganharam um?

– Que anel é esse? – pergunto.

– Ah … esse aqui? A Dolores me deu. Ela tem um e eu tenho outro. Ninguém mais tem, ela disse que era um presente para mim, por ser o melhor líder das facções.

– Entendi … mas enfim … – e continuo contando para ele tudo e porque estávamos ali olhando a Penseira. Só no final da minha fala que descobriria se ele era tão compreensivo assim como Tobias disse.

– Hm … compreendo … então, já que vocês terminaram podem me dar licença? Tenho muita coisa para resolver.

E nós saímos da sala de Snape.

Decido contar tudo para todos. Menos para Eric, porque ele poderia estar mancomunado com Hermione. Então esperei até um momento em que ele estivesse ausente para contar tudo. Então fomos para o dormitório e contei sobre tudo.

– … e vi o mesmo anel na mão de Snape, só que com o símbolo da audácia. E foi isso.

Todos parecem estar abismados.

– Então … – diz Rony – Hermione é mesmo uma Comensal …

– Sim … mas nós não conseguimos saber se foi ela quem soltou a maldição em Harry. Porque o Snape nos puxou de volta. Nós só pegamos a lembrança até o momento em que ela foi noemada uma Comensal. Então … ainda resta a dúvida.

– Mas acho que foi ela sim – diz Christina … – sei lá … ciúmes de que Harry é muito amigo de Rony …

– Mas será possível que só é preciso a pessoa sentir ciúmes para ela poder lançar uma Maldição Imperius em outro alguém?

– Por que vocês ainda discutem isso? – diz Eric que acabou de entrar na porta do dormitório – Não vejo motivo para tanto alvoroço.

– Claro que temos que fazer alvoroço! – diz Harry

– Só estou vendo presepada e nada de vocês resolverem …

– Mas agora … você é muito do esperto. Você não acha que primeiro temos que discutir para depois entrar em ação? – digo

Eric se levanta e vem em direção a mim até ficar cara a cara comigo.

– Tris, tris, tris … – ele diz isso com um muxoxo a cada intervalo do meu nome – Acho que você já entrou em ação demais para uma menina que só tem dezessete anos. Acho melhor você ficar quietinha ali e deixar isso para os mais velhos … Vocês tem REGRAS a cumprir. – e depois dessa ênfase no “regras” ele finaliza com uma piscada de olho para mim e sai do quarto.

Estou com uma tremenda raiva … que ninguém aqui tem noção.

– Ele se acha muito esperto – diz Christina.

– Pois é Christina … – digo – Agora não tenho mais minhas dúvidas de que ele é um Comensal da Morte. O mal dos espertos é acham que os outros são bestas.


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Notas finais do capítulo

Espero que estejam gostando. Comentem o que estão achando, por favor. Gostaria de dizer também que planejo fazer três ou quatro volumes dessa série. Ainda tem muita coisa para rolar ;) até o próximo capítulo



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