“Diário,

Ontem foi nosso ultimo dia de aula... E hoje será o tão e esperado... Baile.

Já não aguentava mais ouvir falar do baile a semana inteira. Nem os professores conseguiam dar aula direito (o que foi bom, pois já que era fim das aulas não tinha mais matéria). Todas as meninas não paravam de perguntar qual a cor do vestido, quem seria seu par, qual o tema da festa... Entre outras milhares de perguntas.
Os meninos é claro, nem ligavam para o baile. Eles ficavam conversando entre si comentando sobre resultados de basquete, o que fariam na faculdade, e até as vezes jogavam baralho.

Desde pequenas sonhamos com o baile. Imaginamos como a melhor noite da nossa vida, algo magico, e com a pessoa ideal. Quando eu era pequena gostava de ficar pensando horas e horas como seria meu baile. E sempre o meu par era Austin. Não, naquela época eu (ainda) não gostava dele, mais desde pequena acreditava que ele podia me fazer a garota mais feliz na noite do baile.

E bom, agora que acabei de voltar do baile posso dizer que: Austin com certeza era o cara ideal. E a cada dia o amo mais.

Ally”

Aproveitei que o chefe estava na sala dele e Dez no horário de almoço e resolvi pegar um papel. Eu iria escrever novamente. Acho que peguei o gosto disso. Peguei uma caneta e comecei a escrever todas as lembranças desse dia.

“Ally,

Acho que essa é uma das minhas lembranças favoritas sobre nós dois.

Lembro-me de você descendo as escadas graciosamente de sua casa, embora não tivesse um espelho sei que fiquei com uma cara de besta olhando pra você. Mas, o que eu poderia fazer, se a garota pela qual estou apaixonado esta bem na minha frente??

A buzina de Dez me fez voltar a realidade. Você pegou em meu braço e fomos em direção ao carro. Trish não estava lá, o que era estranho. Lembro-me da cara do Dez quando disse que ela iria com outro cara. Ele estava com ciumes. Muito ciumes.

Lembro-me do salão da escola lotado!! Aquela seria uma longa noite. Olhei todas em volta, mais nenhuma chegava aos seus pés. Você era sem duvida a garota mais linda daquele baile e fiz questão de falar isso a você.

Trish chegou com um cara chamado Chuck e Dez não havia gostado nem um pouco... Eu sabia que ela só estava fazendo ciumes.

E quando finalmente o dj começou a tocar as musicas lentas eu te chamei. Ah, você estava tão corada falando que não sabia dançar... Depois de eu pedir com jeitinho, você finalmente aceitou. Fomos até a pista de dança, você colocou as mão em cima de meus ombros, e coloquei as minhas em sua cintura, te puxando para mais perto.

Eu deveria ter te contado que não sabia dançar direito também...

Lembro-me da dança. Ah como eu lembro. Eu dizia coisas em seu ouvido e você sorria tímida. Até um momento que você disse que estava completamente apaixonada por mim, essa foi minha vez de sorrir tímido... Naquele momento peguei minha mão e coloquei em sua nuca, comecei a fazer carinho em sua bochecha que estava um pouco vermelha... Aquela distancia realmente estava me deixando louco! Te puxei para mais perto e selei nossos lábios. Lembro-me que em um instante a música parou, o barulho de pessoas conversando parou, tudo parou. Eramos apenas, eu e você.

Não sei quanto tempo ficamos assim, mais lembro que foi tempo o bastante para eu ficar com vontade de quero mais. E foi tempo o bastante para me deixar aqui sentindo saudades de você.

Lembro-me que depois desse beijo vieram outros beijos... E outros...

Nós comemos, dançamos, rimos, conversamos, zuamos com o Dez e Trish, fomos até o jardim da escola, nós despedimos dos nossos amigos, ficamos sem graça, tiramos fotos... Enfim, foi uma noite perfeita.

E só foi perfeita porque você estava lá, comigo.

Ah Ally, me dê mais uma dança. Eu só preciso de uma última dança com você...

Estou com saudades,

Austin”

– Wade, Monica!! Na minha sala agora. – Meu chefe gritou em nossa porta. Olhei em volta e Dez estava com uma cara assustada, nem vi o ruivo entrar. Peguei minha carta, dobrei e guardei no bolso.

Me levantei e fui até a sala dele.

– Vou direto ao ponto. – Ele apontou para a cadeira e Dez e eu nos sentamos. Coloquei a mão no bolso segurando o papel entre meus dedos como se ele fosse me dar alguma força para receber uma bronca desse velho idiota. – Wade, seu erro foi inadmissível!! Mais trouxe benefícios para o jornal.

Olhei para o Dez que estava vermelho. Se o assunto era ele, porque eu estava aqui??

– Monica, você escreveu isso daqui certo?? – Ele me jogou o jornal e olhei a pagina. Na coluna da direita estava a minha carta anterior para a Ally.

– Como assim isso ta aqui?? Eu pedi para o Dez entregar para a... – Minha ficha caiu. Minha vontade era de arrancar essas sardas da cara do ruivo. Dez abaixou a cabeça envergonhado.

– O senhor Wade confundiu os papeis e entregou seu texto, que foi publicado. E graças a isso o jornal vendeu muito hoje. As pessoas querem saber mais da historia de Austin e Ally. – Ele virou a tela do computador na minha direção mostrando um monte de gráficos.

– Eu não quero saber se vendeu mais ou não, se gostaram ou não!! – Me levantei nervoso.

– Se acalme Monica. Minha proposta é que você continue escrevendo essas coisas melosas, assim o jornal vai vender mais, e você vai receber um aumento. E claro que o Wade também vai receber aumento também caso você aceitar, já que foi ele que trocou os papeis.

Olhei para o chefe e em seguida para o Dez. Suas sardas ainda estavam lá, mas não por muito tempo.