A verdade sobre Johanna Mason escrita por Carol Paris


Capítulo 8
Capítulo 8 - o pesadelo começa


Notas iniciais do capítulo

sei que demorou mas to sem net. Já escrevi varios vou tentar postar assim que der mais bjs



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Passei a noite toda chorando e xingando mentalmente o presidente Snow. Eu estava exausta de cansaço pela noite mal dormida. Pela manhã eu não conseguia manter meus olhos abertos. Mas eu era obrigada a me levantar.

Agora mais que nunca eu devia ser forte, mesmo sem a ajuda do meu amigo Neithan. Os jogos começavam apenas as dez horas da manhã porque as pessoas da Capital sempre acordam tarde, mas nós tributos devíamos acordar cedo para nos preparar para o dia.

As sete horas ouço uma batida na minha porta, é Chady, me mandando se levantar para o café. Quero abraça-lo, pedir a ele que tenha cuidado com o presidente que é uma pessoa fria e cruel e contar tudo que aconteceu ontem com Neithan. Mas quando começo com a conversa ele me impede, como se já soubesse tudo que eu fosse lhe contar.

– Está tudo bem querida, está tudo bem – ele me disse – não fale nada aqui, está tudo bem. Eu sei tudo que preciso saber.

E então eu intendi. Devia ter câmeras, ou escutas, ou alguém iria ouvir a nossa conversa e contar tudo para o presidente e eu sofreria com isso, ou pior, minha equipe que não tem nada a ver com as minhas burradas sofreria, ou pior ainda, minha família iria pagar o preço por eu não ter segurado minha língua.

Chady consegue me acalmar e me leva para o aero deslizador. Ele se despedi de mim com um abraço.

– Se cuida – eu peço temendo por ele.

– Prometo que irei – ele fala olhando nos meus olhos – de a eles o melhor show do mundo garota. Mostre a eles o que nunca viram, faça eles pagarem por Neithan – ele termina de falar me dando um beijo carinhoso na testa.

E então eu sei que sou a única que pode honrar o nome de Neithan, que qualquer um fora da arena não pode dizer nada sobre isso mesmo que saiba do assunto sem sofrer as consequências. Mas eu o máximo que eles podem fazer comigo é me matar, ou fazer da minha vida na arena um inferno. Não podem tocar na minha família enquanto eu estiver na arena, e se eu conseguir vencer, se eu sair, eles irão perdoar qualquer coisa, e eu poderei viver em paz no sete para sempre.

Entro naquele pássaro enorme e me sento em um acento muito confortável. As únicas pessoas são eu, a idiota da minha estilista Hikara que está sentada ao meu lado, e uma mulher que se dirige a mim com uma agulha enorme.

– Estende o braço – ela fala com uma voz autoritária.

– O que é isso? – eu pergunto antes de dar a ela meu braço.

– Seu rastreador – ela fala já puxando meu braço sem paciência.

É claro eles não vão querer perder nenhum tributo dentro da arena, pressiono os dois dedos no meu antebraço onde colocaram o meu chip rastreador e tem um calombo no lugar.

Em poucos minutos chego na sala de lançamento para a arena. Hikara me aconselha a tomar um banho e eu obedeço. Ela amarra meu cabelo em um rabo de cavalo no topo da minha cabeça e depois me ajuda a vestir meu traje.

– É uma roupa leve – Hikara começa a falar – se eu fosse apostar diria que será em um clima quente, e se não for, vocês irão sofrer com o frio.

– Obrigado – finalmente eu digo abraçando ela e tento ser a mais sincera possível.

Não odeio minha estilista, não de verdade. Sei que ela se esforçou por um bom tempo para me ajudar, o que eu odeio é a maneira dela de tratar coisas inúteis com importância e fazer com que coisas que realmente são importantes serem ignoradas. Mas sei que a culpa não é dela, sei que se eu fosse criada na capital talvez seria como ela ou pior, e que provavelmente ela nem mesmo sabe sobre as injustiças que acontecem em distritos pobres como o meu.

– Vem, tenta comer algo – Hikara diz – lá você vai ter muita fome então tente comer o máximo possível.

Comi pouco porque estava enjoada. Mas tomei muita água.

– Como você está?

– Com medo – eu digo – e assustada.

– Você tem tanta chance de vencer como qualquer um deles sabia? – Hikara me fala acariciando minha mão.

– Você soube sobre Neithan? – as palavras escapam de mim mas eu preciso conversar com alguém sobre isso e essa é a minha última chance de talvez ter uma conversa.

– Eu soube que ele foi acusado de traição, sei que vocês eram amigos, mas querida, o presidente Snow disse para nossa equipe que ele estava a ponto de começar um levante contra o governo de Panem.

– Eu sei – minto, ele só queria que algumas leis fossem modificadas. Penso que sou a culpada por isso, sou a responsável pela morte dele. Ele estava se culpando por eu parecer tão doce e ingênua e ser mandada para a arena e não queria que isso acontecesse comigo – vou sentir saudade dele.

– Todos nós – ela fala e então ouvimos uma voz dizendo que eu devo me conduzir ao tubo de vidro que irá me lançar para a arena.

Hikara me abraça forte e coloca o colar de madeira que João me deu em meu pescoço que eu devia ter tirado no dia da entrevista com Ceasar. Ela me conduz para o tubo de lançamento e ele se fecha, ela estende a mão sobre o vidro. Posso ver seus lábios se mexer e dizer “Se cuida” mas não consigo ouvir. Enquanto sou jogada para cima, meus olhos ardem no início com o brilho intenso do sol.

Todos os tributos estão lá, vinte e quatro crianças e no meio a cornucópia.

A voz de Claudios anuncia que a septuagésima primeira edição dos jogos vorazes está aberta e completa com o típico “E que a sorte esteja sempre a seu favor”. Temos um minuto antes de descer dos montes em que estamos, não podemos sair antes ou somos explodidos com as minas que eles enterram e desativam só depois do um minuto.

25 segundos já se passaram e eu tento analisar a área onde nos encontramos quando ouço uma explosão e o som do canhão anunciando uma morte, nem mesmo começou os jogos e alguém já morreu.

A arena é uma campina linda, do meu lado esquerdo tem um riacho, a minha esquerda tem um morro enorme. Atrás de mim, uma floresta com pinheiros enormes e arvores cheias de folha e sei que é para lá que eu vou.

A minha frente tudo que consigo enxergar é a campina e flores até onde minha vista pode alcançar.

Cinco segundos, quatro. Três. Dois. Um...

E o meu pesadelo enfim começa.


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Notas finais do capítulo

me digam o que acharam amoreees



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