Sunday escrita por Puck


Capítulo 1
This melody was meant for you, oh-oh


Notas iniciais do capítulo

Este é um Universo Alternativo onde... err, SPOILER ALERT, Mariam e Kassim estão vivos, e todos eles dividem um apartamento, e o Kassim manda (muito) bem cantando.

Err... tenham uma boa leitura! iauhiauhaiuhi



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— Kassim...

Huh.

— Kassim...

Mhm...

— Kassim, oi...

Mmmm...

— KASSIM! MAS QUE DROGA! — Exclamou aquele loiro idiota, bem no meu ouvido. Me virei na cama, resmungando. Meus dedos agarraram a borda da fronha do travesseiro. — Kassim, acorda!

Segurei com força a porcaria do tecido, me virei na direção de onde vinha a voz e afundei sua cara no travesseiro. Ele soltou um silvo indignado. Me levantei pelos pés da cama, pulando no chão e chegando na porta antes que ele jogasse aquilo de volta em mim. Fechei, um segundo antes de um barulho alto e oco se projetar dela.

Não sei como ele ainda não tinha se acostumado.

Todo domingo começava assim.



— Queimou — Anunciei, colocando o prato com a omelete no centro da mesinha. Era uma mesinha de plástico, branca, bem vagabunda. Mas nós três cabíamos ali direitinho.

— Que maravilha — Minha irmã ironizou, cortando um pedaço pra ela. Cortei um (tentei selecionar o menos queimado) e pus no prato de Alibaba. Ele agradeceu com um resmungo. Ainda estava puto pela travesseirada, eu acho. Cortei o meu pedaço.

Estava realmente uma merda, a omelete.

Mas comemos tudo. Afinal, é o que tem pra hoje, certo?

Alibaba me ajudou a lavar a louça. Tarefa simples. Rotineira. Coisa de domingo. Ele lavava, eu secava. Guardava, também. Quase bati a porta do armário na cabeça dele quando fui fechar, depois de ter deixado os copos lá dentro. Ele me encarou. Parecia irritado.

Ele era tão adorável.

Lhe estendi o pano de prato. Ele secou as mãos. Larguei o pano na pia. Seguimos para a sala.

— Kassim, eu vou sair, okay? — Mariam me avisou. Não gostei. Alibaba parou atrás de mim.

— Com quem? — Perguntei.

— Com a Toto. — Ela respondeu. Estava com pressa, ao que parecia. Não gostei triplamente. Eu podia continuar o dia todo ali.

— Quem mais? — Para minha surpresa, antes mesmo que eu dissesse alguma coisa, Alibaba se pronunciou, erguendo as sobrancelhas. — Algum garoto?

— Quantos anos vocês acham que têm? Por favor! Só vamos eu e ela!

— E aonde é que vocês vão?

— Kassim, por favor! Tô saindo. Volto antes das oito, mas não me esperem pra jantar.

— Mariam!

— Amo vocês!

Ela bateu a porta na nossa cara.

Isso também era costumeiro nos domingos.

A parte ruim deles.



— Hey, Kassim! Vem cá! — Chamou Alibaba. Aaah, música pros meus ouvidos. Desliguei o notebook, deixei-o sobre a cama e caminhei até a sala. Vi os pés de Alibaba sobre a guarda do sofá e um pouco dos cabelos loiros pelo lado. Me aproximei, dei a volta no sofá e sentei na outra ponta.

— O que?

O cara nem fez questão de se ajeitar. Continuou deitado, todo torto e torcido, com a cabeça sobre o braço do sofá, os pés jogados para cima, um dos braços sobre a barriga e o outro desleixadamente caído para fora, segurando o controle da TV.

Ele estava só com uma bermuda bege e uma camiseta preta minha, de mangas compridas, que cobriam seus dedos. E também estava de meias. Meias azul-bebê com estrelinhas brancas.

Não havia outra explicação. Alibaba estava testando meu autocontrole. Só podia.

Sorri de canto para ele, fazendo minha expressão mais sexy, sentando meio de lado. Eu estava sem camisa, e aquele cara tem a carne fraca, graças a Deus. Mas o cretino não olhou para mim. Ergui uma sobrancelha.

— Esse cara aí parece com você — Apontou com o queixo na direção da TV. — Né?

— Quem? — Toda minha excitação virou migalhas. Achei que ele tinha uma coisa realmente interessante para me mostrar. Bufei.

— O dos dreads, óbvio — Alibaba revirou os olhos. — Joe.

— Você vê Glee desde quando?

— O Aladdin disse que tinha um cara igual a você na série. Eu quis ver. Vocês realmente são parecidos, mas você tem mais cara de mau.

Fiquei em silêncio.

Por uns dois segundos.

— E isso é bom? — Eu estava realmente curioso, tá bom. Me importo com as coisas que ele pensa de mim, apesar de na minha concepção, eu ter cara de mau não era uma coisa ruim. Quer dizer, eu não diria que eu tenho uma “cara de mau”. Sou ameaçadoramente sexy.

É.

Isso aí.

— Assusta as pessoas — Falou Alibaba, me olhando pela primeira vez desde que eu me sentei ali. Ele sorriu. — Mas eu gosto. Pena que você não sabe cantar. — Completou com um suspiro exagerado, fazendo um beicinho. — Né? Imagina que maneiro, ter um cantor particular.

Novamente, fiquei em silêncio.

Por uns quinze segundos.

My heart’s a stereo — Cantei. Orgulhosamente, afinado. Fechei os olhos. — It beats for you, so listen close. Hear my thoughts in every note, oh-oh-oh — Senti uma movimentação perto de mim. Sorri. Inclinei o rosto na direção dele, sem parar de cantar — And make me your stereo and turn me up when you feel low—

— Kassim, hey... — Ouvi-o dizer, numa voz esganiçada. Abri os olhos e sorri, de verdade. Alibaba tinha se sentado sobre as pernas, bem perto de mim, as mãos fechadas sobre as coxas e o rosto totalmente vermelho de vergonha e constrangimento. — C-chega de se exibir...

This melody was meant for you, just sing along to my stereo~

Devo ter chegado no limite dele, sei lá. Só sei que o rosto dele se tornou mais e mais vermelho, as sobrancelhas se uniram e os lábios se comprimiram. Alibaba subitamente subiu no meu colo, escondendo o rosto no meu pescoço, abraçando a minha cintura. Apesar de ele estar de camiseta, e eu não, eu sentia tanto o calor do corpo dele contra o meu quanto as batidas de seu coração contra meu peito.

Abaixei um pouco o rosto, o suficiente para poder sussurrar no ouvido dele: — My heart is a stereo, it beats for you, so listen close... this melody was meant for you… oh-oh...

Aah, é. Minha parte favorita do domingo. Acontece em todos eles, e mesmo assim eu nunca me canso.

— Me perdoou pela coisa do travesseiro? — Perguntei. Minha voz saiu com um tom risonho que eu não esperava. Rocei o nariz nos cabelos loiros de Alibaba, beijando sua cabeça depois. — Hein?

— Você não pediu desculpas — Ele resmungou, levantando a cabeça. Os olhos dourados tentavam se focar em tudo, menos em mim. Suas bochechas ainda estavam vermelhas.

— Não? — Inclinei a cabeça para o outro lado, observando-o de todos os ângulos que eu conseguia. Deus, ele é tão lindo. Encostei nossas bochechas, depois deslizei minha boca até a dele. Beijei o canto dos lábios. O queixo. Subi para a ponta do nariz. O alto das bochechas. Alibaba fechou os olhos. Beijei-os também.

— N-não — Alibaba mordeu o lábio. Beijei o seu ombro. A mandíbula. Na cara dura, lambi a orelha dele. — Ei! — Protestou, irritado. Sorri. Quando eu fui falar alguma coisa, ele me beijou.

Me perdi ali. Ah, sim... essa era a parte maravilhosa dos domingos. Alibaba e eu, sozinhos. Às vezes sem fazer nada. Cada um deitado num canto. Às vezes, nos provocando. Às vezes, assim.

Desse jeito.

Nossos lábios rolaram um sobre o outro, lentamente. Estávamos de olhos abertos. Ele pôs uma das mãos na minha nuca. Em um momento, ele estava praticamente dançando no meu colo, me beijando como se estivesse tentando sugar um “eu te amo” — ou um pedido de desculpas, sei lá — da minha garganta.

E então, no momento seguinte, Alibaba se afastou. Sem mais nem menos. Mal deu tempo de eu erguer minha sobrancelha, querendo perguntar o que tinha acontecido, e uma almofada veio certeira na minha cara. Eu não tinha percebido que ele tinha pegado uma almofada. As intenções tinham parecido tão puras! Fiquei indignado. Quer dizer, quem iria imaginar que era uma armadilha?!

Encarei bem o loiro na minha frente, com o pior olhar que eu tinha reservado. Ele pareceu se arrepiar dos pés a cabeça.

Eu disse:

— Corre.

Ele arregalou os olhos. Saiu do meu colo em um pulo e conseguiu disparar pela sala antes que eu agarrasse seu tornozelo.

Me levantei e corri atrás dele. Meu sangue fervia.

Alibaba corria aos risos. Eu corria atrás, puto. Mas a verdade era que eu estava me divertindo.

E assim como todo domingo, eu mal podia esperar pra botar as minhas mãos nele.


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Notas finais do capítulo

Foi inspirado, sim, em um pequena comic da Temari xD Vagando pela tag de "Magi" do tumblr dela vocês devem achar auhiauhiauhiauh

Sintam-se à vontade para me dizer o que acharam, huh! Sem vergoinha ♥



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