O circo do amor 2 escrita por Suzanah


Capítulo 3
Chocolate meio amargo


Notas iniciais do capítulo

Gente, vou viajar amanhã e só volto em final de janeiro. Então aguentem firme!



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No dia seguinte, acordei suavemente. Eu amava aquela escola! Tinha o Nícolas para atrapalhas, mas era bem melhor do que a Patrícia.

– Bom dia mami e papi!

– Bom dia, flor!- disse minha mãe animada como sempre.

– Bom dia, Doux!- disse meu pai com seu tom normal.

Tomei meu café e fui me trocar. Ok, uma das coisas mais legais da escola era o lindo uniforme!

– To pronta! Tchau minna!

Saí quase que saltitando. Essa escola me dá uma alegria imensa!

[...]

Chegado na sala de aula, o professor ainda não tinha chegado, cumprimentei a Charlotte, Dani e Dani (Daniela e Daniel). Sim, fiz esses amigos ao longo do meu primeiro dia de aula.

A Dani tinha suas madeixas castanhas, curtas e encaracoladas. O Dani tinhas suas madeixas lisas, e era loiro escuro. O Dani é meio chatinho, mas de um jeito que dá pra fazer amizade. Ruim que sou a única de olhos claros, então é cada elogio desnecessário...

– Oi, Doux! Quase que chega atrasada, hein?- disse Dani macho.

– Sorte que o professor de história ainda não chegou!- agora era vez da Dani fêmea.

– Ainda bem, né? Ufa!- limpei um suor imaginário da minha testa.

– HAHAHA Doux engraçada como sempre!- era vez de Charlotte.

– Claro, né! Eu sou...- fui cortada pelos Danis.

– Porque eu sou circense e blá blá blá!- brincos os Danis.

Pra mostrar o quão engraçada sou, fiquei andando pra trás. Ok, não é engraçado, mas eram umas brincadeiras para descontrair. Mas acabei caindo em cima de um magrelo idiota.

– Ei, sai de cima de mim!

– Hahaha!- disse saindo de cima dele.- Nícolas, o desesperado!

– Muito engraçado, to rindo à beça!- ironizou.- Por que não pára de andar que nem louca e senta a droga dos glúteos na cadeira?!- ele quase gritou.

– Ai meu colação de melão!

– Baka!- sim, ele também é um otaku.

Me sentei, porque se eu o respondesse, nossa briga não ia terminar. Mas eu queria tanto o chamar de shota!

– Eu batia nele!- disse Dani fêmea.

– Eu deveria mesmo!- dei umas risadas.

– Socorro, é muito amor!- Charlotte ficou vermelha de tanto rir.

– Alô, Charlotte? Estamos no planeta terra.

Reparei que O Dani ficou quieto por um segundo, distraído, já que ele falava bastante. Ele estava olhando pro nada com os seus lindo olhos castanhos escuros, é, os olhos dele me fascina.

– Algum problema, Dani?-perguntei.

– Eu to bem, obrigada!

– Você não, Daniela!- bati minha mão na minha cara.- To falando com o Daniel!

– Ã?- disse Ô Daniel.- Eu estou bem...

– Pode contar.- coloquei minha mão no ombro dele, e nós coramos um pouco.- Meus amigos faltaram hoje e ontem. E estou sempre andando com vocês desde ontem.

Foram só dois dias e já me sinto tão próxima da galera.

– VOCÊ NÃO GOSTA DA GENTE?!

– Ai, ai meus ouvidos, Daniela!- disse a rebelde. Que é a Charlotte... mentira ela é um doce, talvez um pouco rebelde, só disse por causa do cabelo pintado e maquiagem forte, mas só falo isso pra zuar.

– Não! Vocês são super legais!- ele deu um jóinha.- Mas por causa dos meus amigos faltando, alguns garotos ficam me zoando por causa de que estou sempre com meninas...

– Aqueles garotos são tão...- Á Dani interrompeu a Charlotte que já ia xingar.

– Olha a boca!

Ele deu um suspiro- O Nícolas também me zuou....

Eu já ia me levantar e dar uma bela lição nele! Mas o professor tinha acabado de sentar.

[...]

No recreio, fiquei na sala conversando, até que uma aluna vem até a gente.

– Oi gente!

– Oi, Maria!- disse eu e a Dani.

Maria era uma garota linda! Ok, dava uma certa inveja, mas nada exagerado. Queria que ela fosse do nosso grupo, mas ela já tem os dela. Maria sempre vai pra escola (bom, nesses dois dias que estou) com uma trança de lado; e ela tinha suas madeixas ruivas, não naturais como a minha, mas era um vermelho bem forte que combinava com seus olhos azuis.

– Oi, Maria...- O Dani gosta dela. Seria um casal perfeito com a "ruivisse" de Maria e os olhos negros de Dani. Ok, fiquei com uma pontinha de inveja de Maria, o quão sortuda ela é por gostar de um cara como o Dani. Que bom que tenho meu Jorge!

– Oi Dani, tudo bem?- ela não sabe do amor dele, tadinho.- Eu meio que dormi na aula.... e...queria que vocês me dessem a matéria, pode ser?

– Claro!- disse Charlotte.

Todos estavam vendo um pouco da matéria. Então eu decidi sair um pouco, não gosto de falar das matérias no recreio.

Saí meio aliviada por não estar falando das matérias passadas e estava sozinha. Sentia uma leve falta do Jorge nessa hora, mas também estava feliz por não ter ninguém interrompendo o meu momento de paz.

Quando eu fui pro pátio vi uma cena ruim, se é que posso dizer assim. O magrelo de cabelos negros e espetados, chamado Nícolas, estava gritando com uma garota do sétimo ano.

– Não me chame chame mais de branquelo, entendeu?!

– S-Sim...!- e ela saiu correndo.

Ele ficou estressado por causa de uma brincadeirinha de uma menina do sétimo ano?!

Não aguentem, o empurrei e o mesmo caiu no chão.

– Coisa feia, gritando com uma garota de 12 anos.

O irritadinho se levantou rápido e ficou segurando meus pulso. Eu fiquei com medo agora.

– Cala a boca!- disse ele.

– Cala você!- agora a nossa "briguinha" se tornou algo sério.

Comecei a suar frio, estava tremendo. Já sou fraquinha, imagina com medo?

Então eu chutei um lugar sensível que até eu poderia chutar com sucesso.

E foi o que eu fiz, chutei e saí correndo. Ele estava correndo atrás de mim!

– Socorro!- disse choramingando.

Fiquei subindo as escadas até ficar sem fôlego. Quando eu cansei, vi uma janela, que tinha um cano que ligava ao prédio menor.

– Vamos lá, Doux!- disse pra mim mesma.- Agora é hora de ser uma equilibrista como sua mãe!

Saí pela janela e me segurei na parede, para depois, ir andando.

E foi até fácil, cheguei no pequeno prédio!

– Nossa, quanta papelada no chão.- me ajoelhei e fiquei arrumando, já que ainda ia demorar pro sinal tocar. E vi que eram históricos.

E nessa arrumação, eu achei o histórico do Nícolas.

– Agora vamos ver a sua vida!- dei um leve risinho maléfico.

Vi que ele ia a psicóloga por bater nos coleguinhas e por estar muitas vezes zangado. Eu ia ler o porquê, mas o sinal tocou e u tinha que voltar pra sala.

Quando eu voltei pra sala, fiquei olhando pro Nícolas e le pra mim. Fiquei com raiva dele por ter gritado com uma menina, já que meu trabalho envolve crianças, claro que vou acabar as adorando. E me sentei.

Eu vi você brigando com o Nícolas, mas porque não bateu nele invés de chutá-lo e fugir?-disse Charlotte. Sussurrando já que a professora de artes estava em sala.

Sou muito fraca!

– Mas você faz circo desde pequena!

– Eu sei fazer piruetas e outras coisas E não levantar peso!

– Ok...

No final da aula, a professora decidiu que a turma iria fazer um trabalho.

– Turma, vou escolher duplas pra fazer um trabalho.

– Mas ainda é o segundo dia de aula!- disse O Dani.

– Mas esse será muito melhor!- Cada dupla que eu escolher, irá apresentar um movimento.

Ela escreveu os movimentos no quadro e ficou escolhendo a dupla.

– Marcos vai fazer com o Roberto. Cubismo.

– Sim, professora.- disse o Marcos.

E ela disse outros e outros...

– Daniel e Maria. Fauvismo.

– Ok, professora.- disse Maria.

Sorrimos pro Dani e ele deu jóinha.

– Doux e Nícolas. Dadaísmo.

Meu ânimo desceu... e O QUE FOI ISSO?! Mas eu só consegui responder:

– Sim, professora.

Charlotte e a Dani seguravam pra não rir.

– A apresentação é daqui há um mês. E tem que ser em data show!

NÃO SEI MEXER EM DATA SHOW!!!

As aulas foram passando e a magnífica saída.

– Eu vou passar em casa pegar meu skate e ir pra pista.

– Ok, vou junto.- disse.

– Não sabia que andava de skate.

– E não, mas me ensina?- fiz uma cara fofa.

– Kawaii, agora vamos!- sim, meus amiguinhos são todos otakus.

Mas alguém segura o meu braço.

– Nícolas?- perguntei confusa.

– Vamos na minha casa. Temos que fazer logo esse trabalho!

– Ai!- disse tirando meu braço da mão dele.- Temos ainda um mês! Então tchau.

[...]

Fomos na casa da Charlotte, pra pegar os skates, e fomos pra pista.

No caminho, encontrei o Jorge.

– Doux!

– Jorge!- dei um selinho nele.- Essa é minha amiga, Charlotte!

– Prazer. Doux, venha, vamos caminhar um pouco.

– Agora não, ta?

– Vamos, depois você brinca com ela!

"BRINCA"?!

– Depois, Jorge!

– Mas...

– JORGE!

–Ok.- e foi embora.

Quando chegamos na pista ele começou a me ensinar.

– Você corre pula em cima do skate.

Era a minha vez. Corri e me sentei em cima do skate.

– Uhuuuuuu sou radical!

Ela deu uma risada e nos sentamos no banco.

– Doux, sabia que tenho um namorado?

– Não.

– Namoramos a distância. NOSSA, ele faz meu corpo ficar todo arrepiado só de pensar nele!

– É mesmo?

– Ué? Você não sente isso pelo Jorge?

– Não, eu não sinto nada que os filmes falam de: borboletas na barriga, suor, pernas bambas e etc.

– Então você não gosta dele!

– Como não? Eu sou bem tímida e beijo ele numa boa.

– É fácil beijar quem você não ama. O difícil é querer beijar alguém, mas ao mesmo tempo não querer.

– Acho que ta certa. Eu lembro que ele me pediu em namoro. Eu fiquei vermelha porque não sabia disso, ele era tão popular e eu não. Então eu disse sim, mas pela vergonha que eu sentia, eu pensava que gostava dele.

– Termina com ele.

– Não! Já estou acostumada com ele. Eu gosto dele agora!

– Acostumar é diferente de gostar.

– Charlotte, quero te contar um segredo.

– Pode contar!

– Quando eu tinha seis anos, um garoto se matriculou na escola de circo. A gente tinha a mesma idade. A gente brincava muito depois que o curso acabava. E tudo que você disse sobre gostar da pessoa, eu gostava dele, ficava agitada quando ficava a espera dele. Eu era (sou) super tímida e ele nada tímido. Até que um dia, depois do curso, brincamos de pular em cima das poças, depois da chuva.

Flashback

Duas crianças estavam brincando de pular em cima das poças. Ainda chuviscando, elas seguravam um guarda-chuva.

– Ei, esta poça é bem funda!

– Deixa eu ver, Doux!

Ele deu um leve empurrão nela pra brincar na poça, mas derrubou a menina.

– Você me empurrou!-disse a menina chorando.

– Desculpa!- ele a puxou de volta.

– Ta bom.

– Doux, eu gosto de você!

A garota corou.

– E-Eu também!

– Quando a gente crescer, vamos nos casar?

– Só se você me der um brinquedo todo o dia!

– Ta bom!- Mas eu queria te dar um beijo primeiro.

– O quê?!

– Posso?

Então, os dois fizeram biquinho e se beijaram.

– Pronto, estamos casados!- disse o garoto.

A garota só ria.

– Não esqueça dos meus brinquedos!

E a mãe do garoto chega.

– Amanhã você brinca mais.

– Tchau, Doux!

– Tchau!

Fim do flashback

– Que lindo!- disse Charlotte.- Como ele era?

– Eu não me lembro. Só sei que tinha os olhos bem castanhos! E o nome também esqueci.

– Mas eaí? Qual o segredo?

– Ele não voltou mais. Não porque.- Lembro que chorei muito e minha mãe me dava chocolate ao leite pra me acalmar. Mamãe também disse que chocolate ao leite adoça a vida e que faz as pessoas se apaixonarem rápido. Então eu comecei a comer só chocolate meio amargo.

– Que trite, mas porque não amargo?

– Porque o gosto é ruim.- Se você me conhecesse antes, ia me ver como uma pessoa digamos que mais doce e mais sensível.

– Espero que um dia alguém te faça a voltar o que era antes.

– Também quero, mas ao mesmo tempo eu não quero. Confuso pra você?

– Não. Eu entendo direitinho!


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