Amery Liese escrita por Lyo Gray


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Oie gente, peço desculpas pela demora em postar esse capítulo, acabei de chegar de viagem haha ficou curtinho, eu sei, mas logo tem mais! Beijos, e espero que gostem!!



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No silêncio da noite, Amery não era a única acordada. O coração de Barbara batia acelerado com a chama de esperança que ainda ardia dentro dela, e o fogo que a consumia queimava por Cedrick.

Levantou-se da cama, inquieta, e, em passos suficientemente silenciosos, alcançou a porta de seu quarto. Enquanto percorria o corredor e descia as escadas, não sabia ao certo aonde estava indo, mas algo dentro dela exigia que fosse a algum lugar.

Recolheu um casaco escuro jogado na mesa da cozinha e o vestiu. As mangas longas cobriam suas mãos completamente, havendo ainda uma sobra de tecido que pendia, oco. Entre ela, sua mãe e sua irmã, Barbara era a mais alta, o que significava que estava vestindo uma peça do vestuário de Benjamin Hayden. Não se importou, tendo em mente que logo a devolveria. Abriu a porta da cozinha com cautela, já familiarizada com seu habitual rangido, e, por uma pequena fresta, escapou.

Sentiu-se imediatamente aliviada quando seus pés descalços tocaram o frio chão de pedra e o vento fresco da noite beijou-lhe a face, como se uma permanência maior na casa a fosse fazer sufocar. Seu corpo agora lhe parecia mais leve, e um sentimento de liberdade lhe percorreu o corpo na forma de um arrepio suave. Seus passos brandos a conduziram até a grama banhada no orvalho gelado, que a obrigava a andar na ponta dos pés. Atravessou o amplo jardim da casa da família Hayden até chegar a simplória construção que se erguia nos fundos de sua casa.

Tratava-se de uma casela destinada à criadagem, com suas paredes brancas e telhas quase tão marrons quanto a madeira na porta e janelas. Apesar de Abigail nunca dormir ali, a casa era mantida, o que, de acordo com Benjamin, atribuía um maior valor ao imóvel. Viera incluída na compra da propriedade e era utilizada pelos seus antigos proprietários. Porém, sob os cuidados da família Hayden, nada mais era que uma casinhola abandonada.

Barbara experimentou girar a maçaneta da porta da frente, a única entrada da casa. Para sua surpresa, encontrou-a destrancada. Sentiu-se como uma exploradora quando se esgueirou pela abertura desta e penetrou o recinto, envolta nas sombras da noite. Seus olhos, já adaptados à escuridão, reconheceram as formas de alguns móveis espalhados pelo lugar. Questionou-se por que alguém teria se dado ao trabalho de mobiliar uma casa onde nunca entrava ninguém, e pensou consigo mesma se a mesma não fora vendida já mobiliada, o que seria uma resposta um tanto plausível para sua pergunta.

Enquanto andava pelo estreito corredor, pensou ter ouvido barulhos vindos dos fundos da casa. Com uma coragem que mal reconhecia como sua, caminhou na direção indicada pelos seus sentidos como aquela de onde vinham os ruídos. A cada passo que dava, estes se intensificavam e mais se assemelhavam a vozes humanas.

Suas passadas se tornaram mais apressadas, sua rapidez impulsionada pelo desejo de saciar sua súbita curiosidade. Enquanto andava, tateava em volta, sentindo em suas mãos as paredes lisas que a cercavam. Percebeu que os sons vinham de um quarto no fim do corredor, cuja porta estava aberta. Uma luz pálida escapava por esta, junto dos gemidos ardentes que ecoavam por todo o local, numa sinfonia um tanto perturbadora.

Mantendo o silêncio em seus passos, Barbara caminhou até o fim do corredor, tomando o cuidado de não se deixar ser tocada pela luz que escapava do quarto. Espiou pela estreita abertura da porta, encontrando, no interior do cômodo, a selvagem dança de um corpo nu que se contorcia por cima de outro, em cima de uma cama estreita.

Arregalou os olhos, perplexa, sua boca se abrindo involuntariamente numa expressão de choque. E mais incrédula ficou quando reconheceu Lisbeth como dona do corpo de cima e Abraham Drincore como dono do outro. Esfregou suas pálpebras com a ponta fria de seus dedos antes de abrir os olhos novamente, duvidando de sua visão pela segunda vez naquela noite.

Sua mãe se movimentava, sentada por cima do corpo peludo de Abraham, os gemidos de ambos se misturando, soando em uníssono numa sufocante melodia. A luz frágil oriunda de um pequenino abajur iluminava o brilho do suor que delineava os dois corpos, banhando-os.

Barbara levou a mão à boca, cobrindo-a, temendo deixar um grito escapar por esta se não o fizesse. Sem pensar, deixou a casela às pressas, correndo sem mais se importar com o barulho que o impacto de seus pés descalços no chão de madeira produzia. Inesitante, aligeirou o passo até a entrada de sua própria casa, e não parou de andar até chegar em seu quarto, na segurança de sua cama fria. Sua respiração estava acelerada pela corrida, seu peito subindo e descendo freneticamente enquanto ela fechava os olhos e buscava se acalmar, ao mesmo tempo em que tentava se convencer de que o que vira fora apenas sua trêfega imaginação lhe pregando uma peça.


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