Com apenas oito meses de vida, Sarada já se destacava das outras crianças da vila. Era mais inteligente e forte que qualquer outra, o que não era surpresa sabendo de quem era filha. Mas naquele dia em especial, Sarada estava de péssimo humor. Pelo menos Sasuke queria acreditar que era isso.

Tinha saído em missão a algumas semanas atrás, mas isso acabou levando mais tempo do que o planejado se tornando meses. Qunado voltou, encontrou a adorável imagem da esposa brincando com a filha. Observou as duas o máximo que pode até ser notado.

- Sasuke-kun! – Disse abraçando-o. Sarada estava sentada no chão olhando para os dois – Fiquei preocupada. Você demorou mais do que devia.

- Me desculpe – E beijou o topo de sua cabeça.

Contanto que você esteja bem... E, na verdade, você chegou em boa hora. Preciso ir trabalhar. Você poderia ficar com Sarada – Disse vestindo o casaco – Ela ia ficar com os meus hoje, mas digo para eles no caminho que não será necessário. Acho que seria bom vocês terem um tempo a sós depois dessa missão tão longa.

- Claro – Disse indo em direção a filha sorrindo para carregá-la – Senti muito a falta dessa garotinha- E foi interrompido pelo choro da criança quando ele estava prestes a tocá-la. No exato momento se assustou um pouco, mas se a filha chorava isso era apenas mais um motivo para carregá-la. Porém, a medida que se aproximava novamente a criança chorava, e mais alto e engatinhara para mais distante do pai – Qual é o problema dela hoje? – Perguntou a Sakura.

- Até a poucos minutos atrás estava tudo bem – Tendo respondido, foi até a criança e no momento que a carregou no colo, o choro cessou – Pronto, pronto – Disse à filha – Não há motivos para chorar. Sasuke pode pegá-la agora? Eu preciso ir ou vou me atrasar.

Mas quando foi entregar a criança nos braços do pai, ela começou a chorar mais uma vez.

- Então o problema sou eu? Ela não gosta de mim?

- Não... claro que não... – Dizia a Sasuke, mas na verdade estava tentando convencer a si mesma.

- Da última vez que eu saí da vila tudo estava normal. Acha que ela se esqueceu de mim?

- Sarada está crescendo muito rápido – Explicou – sinceramente, acho que seu cérebro está evoluindo muito mais rápido do que de qualquer outra criança. O que eu quero dizer é: Os primeiros meses de vida de uma criança são determiantes e passam rápido. Desde que você deixou a vila até hoje ela mudou muito e você não estava presente nesse período – Falava isso com receio, de cabeça baixa. Não era culpa de Sasuke se ele estava em uma missão e ele não se sentia no direito de recusar nenhuma devido a seu passado.

Mas naquele momento sentia-se culpado e a partir daquele momento estava determinado a fazer sua filha se lembrar dele novamente e a recuperar o tempo perdido.

- Sakura, pode deixá-la no chão e ir. Eu cuidarei dela.

- Mas Sasuke...

- Vá. Vai ficar tudo bem – E beijou a esposa que, ainda receosa, saiu.

- Agora é só eu e você – Disse à criança que o encarava – Você é inteligente. Vamos resolver isso de uma vez – E sentou-se no sofá, as mãos entre as pernas observando a filha como se quisesse ler seus pensamentos.

Sarada também o encarava.

O que criança mais gosta de fazer? Brincar, claro.

Pegou todos os brinquedos da criança e começou a brincar como se ele mesmo fosse uma. Sua intensão era que ela visse o quanto era divertido e se juntasse a ela. Em um momento pegou uma shuriken de plástico e fingia atacar um ninja. A encenação foi completa, com direito a efeitos sonoros, pulos e cambalhotas.

Mas o olhar da filha permanecia o mesmo.

Depois de tentar faze-la perticipar, sem sucesso, de todas as brincadeiras possíveis, imaginou que ela deveria estar com fome (ele pelo menos estava depois de toda a agitação). Foi até a cozinha pegou diversos tipos de comidas e sentado na sala a uma determinada distância da criança tentava atraí-la. Mostrou a ela doces, biscoitos e tudo mais que toda criança adora... e nada. Não teve sucesso novamente. Em um determiando momento, porém, decidiu deixar o lugar, afinal se a filha estava com fome ele não deveria impedi-la de comer e se ela não o faria enquanto o pai estivesse por perto então ele deveria sair. Realmente a filha estava com o fome e foi até onde o pai estava antes para escolher entre a diversidade de alimentos, mas foi engraçado o fato de que ela escolheu justamente o tomate que o pai havia pegado para si e deixado ali por acidente.

Exausto de ter passado o dia todo tentando receber reconheciemento da filha, Sasuke deitou-se no sofá olhando para a pequena garotinha.

- Agora eu entendo como sua mãe se sentia quando queria minha atenção e eu não ligava.

Permitiu-se fechar os olhos por apenas alguns segundos e quando os abriu novamente viu que sua filha estava deitada também.

Acho que dia foi exaustivo para você também...

Não queria acordar a filha mas sentia que não devia deixá-la dormir no chão duro também. Então foi até ela e tomando muito cuidado para não acordá-la, pegou a pequena Uchiha nos braços. Aquela sensação era tão boa... ele só queria ficar assim, com a filha no colo para sempre.

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Sakura chegou mais cedo pois estava preocupada com os dois. Quando viu a bagunça em que a sala se encontrava se perguntava se isso seria um bom sinal ou mal.

Notou que a casa estava silenciosa demais e quando foi até o quarto descobriu a razão.

Sasuke estava deitado na cama de barriga para cima, com a filha dormindo em cima de si.

Sakura tirou uma foto do momento e acabou acordando a filha por acidente. Quando a garotinha tentou se levantar e sentou-se, seu pai também acordou. Estava apenas esperando que a filha começasse a chorar novamente, mas ela não o fez.

Sakura, então, sorriu. Deitou-se ao lado do marido e os três passaram o resto do dia na cama.