Boa Sorte, Katniss escrita por Hanna Martins


Capítulo 33
Epílogo


Notas iniciais do capítulo

E finalmente aqui está o epílogo, desculpem pela demora, como hoje é aniversário da fic, quis postar nesse dia. Nos vemos nas notas finais.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/573636/chapter/33

— Hoje o clima está muito bom, não é? — diz Peeta, após um longo momento de silêncio. Há certa tensão no ar. A quem estou tentando enganar? Há muita tensão no ar. Sinto que estou no meio de um ataque zumbi.

— Ótimo — responde Haymitch, olhando para Peeta.

— Quer um pouco mais de chá, querido? — pergunta minha mãe.

— Sim, claro...

Minha mãe pega a xícara de Peeta.

— Quanto de açúcar?

— Sem açúcar, Peeta não coloca açúcar em seu chá — digo, sem pensar. Eu deveria pensar mais antes de falar. Sim, eu preciso fazer isso.

Haymitch e minha mãe olham para mim interrogativos. Peeta limpa a garganta desviando a atenção deles de mim. Minha mãe entrega a xícara de chá para Peeta.

— Peeta, agora, o que vai fazer com quase todas as suas confeitarias fechadas? — pergunta Haymitch. — Sempre soube que seu avô era um homem... — percebo que ele está se contendo para não soltar um palavrão. — Difícil... Mas fechar suas confeitarias, só porque você não aceitou se casar com alguém que ele queria? Isso já passou dos limites! — diz, indignado.

— Não importa — Peeta toma um gole de seu chá. — Afinal, fui eu que quis me desligar da família Mellark... meu avô está apenas demonstrando sua fúria...

Peeta tem passado por alguns problemas com seus negócios. O avô dele conseguiu que quase todas as confeitarias fossem fechadas. Apenas restou uma, a da cidade em que moramos.

No entanto, isso — incrivelmente — não tem afetado Peeta. Pelo contrário, ele está até que bastante bem.

— Mas, veja pelo lado bom, agora posso me dedicar a meu principal interesse...

Peeta olha para mim furtivamente. Estamos parecendo namorados secretos... bem, essa parte é verdade. Ainda não contamos para minha mãe e Haymitch que estamos namorando.

— Que bom que você não está se deixando abater por isso — diz minha mãe. — Tenho certeza que você vai conseguir reconstruir tudo de novo. Você é ainda é tão jovem. Jovem e talentoso! — ressalta.

Peeta sorri. Um sorriso quase tímido. Não é todos os dias que se vê o louro oxigenado tímido e tenso. Ele entrelaça seus dedos nos meus.

Minha mãe e Haymitch olham atônitos para nós. Até parece que acabaram de ver um ET se materializar na sala.

— Estamos namorando — diz Peeta.

Minha mãe deixa a sua xícara de chá cair. Haymitch fica literalmente com a boca aberta. Juro! Ele se tornou uma estátua viva.

Eu e Peeta cruzamos nossos olhares.

— É, eu e Peeta estamos saindo... — será que devemos contar que estamos morando juntos também ou omitimos essa parte por enquanto? — Mãe? Haymitch? — É, omitimos essa parte, definitivamente.

— Eu... — Peeta lança seu melhor olhar de bom moço. — Nós nos amamos — me olha. — Se vocês de opuserem, eu vou entender, mas não vou desistir da Katniss, isso não posso fazer jamais. Já fiz muitas burradas em minha vida, coisas das quais me arrependo imensamente. Se eu desistir da Katniss, eu nunca vou me perdoar. Por isso... — ele olha para minha mãe e Haymitch (que continuam paralisados). — Espero que vocês nos compreenda e possam apoiar nossa decisão.

Estou me sentindo como nos tribunais.

— A docinho está te ameaçando? — diz Haymitch.

— Querido, você tem certeza? — pergunta minha mãe para Peeta.

— O quê? — falo indignada. Minha família tem muita consideração por minha pessoa. — Por quê?

— Ora, docinho, Peeta é um partidão!

— E eu, não sou?

Haymitch e minha mãe olham para mim. Agora sou uma sedutora.

— Obrigada pela consideração — digo.

Olho para Peeta, que está rindo da minha situação. Alguém vai ter que disputar um lugar na sala com Cenourinha por algumas noites... Ele nota meu olhar e para de rir.

— Não, a Katniss não me ameaçou, embora eu não queira vê-la de forma nenhuma irritada — ele cochicha.

— Oh, pobre Peeta! — exclama minha mãe.

Ei, agora todo mundo é team Peeta? E o team Katniss como fica? Eu deveria ter trazido Cenourinha comigo, pelo menos ele está do meu lado... acho... Peeta tem dado comida para ele e percebi esses dias um olhar cumplice entre aqueles dois. Maldito louro oxigenado! Ele até conquistou meu coelho. E olha que Peeta nem gosta de coelhos. Aonde esse mundo vai parar?

Noto um sorrisinho no canto da boca dele, dou uma discreta cotovelada bem no meio de suas costelas.

— Vai dormir no sofá da sala — sussurro discretamente em seu ouvido.

Ele perde o sorriso, quem é que está rindo agora?

Peeta beija minha bochecha tentando apaziguar os ânimos. Esse louro oxigenado tem sempre truques na manga.

— Não fica assim, tampinha — murmura. — Não tenho culpa se conquisto todo mundo...

— Quer outra cotovelada, louro oxigenado?

— Você só está com ciúmes do meu charme — provoca.

Dou outra discreta cotovelada nele, fazendo-o ficar calado. No entanto, acredito que não foi tão discreta assim, pois Haymitch e minha mãe me olham com aquele olhar “o que você está fazendo, sua aproveitadora de garotos indefesos?”.

— O que foi? — pergunto.

— Ela não é um encanto? — Peeta sorri.

— Eu desisto, Effie, acho que a docinho deve ter enfeitiçado mesmo o pobre do Peeta...

— Também acho — concorda minha mãe.

— Ei! Se tem alguém que fez isso aqui, não fui eu! — protesto.

Mas, eles me olham com a expressão “não conte mentiras”. Inacreditável, ninguém acredita em mim. Esse louro oxigenado e seus truques.

Peeta sorri e me puxa para seus braços.

— Ela é adorável!

Haymitch e minha mãe olham para Peeta pensando seriamente em levá-lo para uma consulta no psiquiátrica.

— Tão jovem... — lamenta Haymitch.

Peeta apenas ri, aumentando ainda mais as suspeitas de minha mãe e Haymitch. Acho que alguém realmente está querendo ocupar o sofá da sala.

Sorrio para Peeta.

— Já está quase na hora do show!

Agora é minha vez de rir, porque ele faz uma expressão daquelas “prefiro ser atropelado por um trem”.

Mockingjay vai se apresentar em uma cidade perto daqui. Uma das razões de nossa visita — além de anunciarmos nosso namoro a minha mãe e Haymitch — é ver o show da banda.

— Por que eu tinha que namorar uma fangirl da Mockingjay?

Sorrio ainda mais, fazendo cara de inocente.

— Eu até agora não entendo o que ela vê naqueles caras!

— Eu nunca entendi os gostos da docinho — se defende Haymitch.

— Mas aqueles meninos são umas gracinhas — diz minha mãe, provocando um olhar reprovador em Haymitch.

— Acho que posso entender... — fala Haymitch, olhando significativamente para minha mãe.

Em poucos minutos, estamos prontos para sair.

— Dá para acreditar que ela é uma engenheira de alimentos? — fala Haymitch olhando para mim.

— Tenho minhas dúvidas...

Mostro as línguas para os dois em uma atitude muito madura.

— É Mockingjay! Mockingjay! — enfatizo.

— Você não está exagerando um pouquinho? — pergunta Haymitch.

Olho para minhas roupas.

— O que há de errado?

Eu estou apenas vestindo uma camiseta da Mockingjay, usando uma bandana (oficial da banda, Madge não acreditou quando eu mostrei a ela) e levando algumas faixas e cartazes... na verdade, uma pilha de cartazes e faixas.

— Vamos logo! Madge e Gale já devem estar a caminho! — digo, empurrando Peeta.

— Peeta — Haymitch olha seriamente para Peeta. — Boa sorte, Peeta! — dá uns tapinhas nas costas dele.

— Boa sorte, Peeta! — diz minha mãe também.

Pego a mão de Peeta e o levo para fora. Aqueles dois estão armando um complô contra minha pessoa, tenho certeza.

— Tampinha, acho que conquistei sua família...

— Conquistou, louro oxigenado? Acho que se alguma coisa acontecer com você, eles irão acabar comigo! Tudo sua culpa.

— Então, cuide direitinho de mim, caso não queira ser morta por sua família — ri.

Apenas lanço meu olhar para ele de “quem é que vai ser morto aqui não sou eu!”.

Peeta sorri. Um daqueles sorrisos que me deixa perdida no tempo, que me faz esquecer de tudo ao meu redor. Eu poderia ficar horas olhando ele sorrir...

Peeta me envolve em seus fortes e calorosos braços. Eu descanso minha cabeça em seu peito. Recebo um doce beijo de seus lábios.

— Fica comigo — pede.

— Sempre — respondo sem hesitar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aqui estamos, exatamente um ano depois que postei o primeiro capítulo dessa fic, encerro-a. Eu não quero me despedir (vocês já devem estar cansados de me verem afirmando que eu odeio despedidas, mas eu realmente odeio rsrsrsrs). Então, vamos apenas dizer um até breve, certo?
Escrever essa fic foi maravilhoso. Eu simplesmente amei conviver durante um ano com esses personagens, louro oxigenado e tampinha estiveram comigo em vários momentos, me fazendo sorrir em momentos que eu precisava.
Mas eles não seriam nada senão fossem vocês. Meus leitores lindos. Como eu posso agradecer por estarem ao meu lado? Como posso agradecer pelas palavras que recebi — palavras que vou guardar para sempre, porque são muito especiais para mim? Como posso expressar o tamanho da importância de vocês? Obrigada aqueles me acompanharam desde o início da fic, aqueles que chegaram no meio, aqueles que chegaram agora, todos vocês são importantes para mim. Obrigada por dedicarem um tempo para lerem a fic e comentarem. Você não fazem ideia de como fico emocionada em ler as palavras de vocês. Se BSK chegou aqui hoje, foi por causa de vocês. A jornada foi longa e difícil, mas se tornou mais prazerosa por causa da companhia de vocês. Vocês são os melhores leitores do mundo.
E como eu já disse, essa não é uma despedida. Espero nos encontramos em breve novamente. Vocês podem me encontram sempre por aqui.
Ainda estou escrevendo outra fic de Jogos Vorazes, “Ele tem 18 anos”, vou simplesmente amar ver vocês por lá: https://fanfiction.com.br/historia/640842/Eletem18anos/
Também há o grupo no face: https://www.facebook.com/groups/1478424675755680/
Bjus