My Sweet Vampire escrita por tata-chan


Capítulo 6
Capítulo 6




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Já fazia quase um mês que Rin estava morando comigo, e esse mês foi com certeza o melhor que eu já havia vivido. Com o passar do tempo ela havia ficado mais comunicativa e às vezes eu via algo que parecia a sombra de um sorriso em seu rosto. Mas eu estava convicto de que conseguiria fazê-la feliz. Nós conversamos muito também. Ela me falava das poucas coisas que a faziam feliz: ler à tarde perto da janela, ouvir os pingos de chuva enquanto estava deitada em sua cama, observar os primeiros flocos de neve caindo a cada inverno... Eram coisas tão simples! E ela também me perguntava coisas: livros que li, coisas que fazia para me divertir...

Nós raramente nos separávamos. Eram raras às vezes, como hoje. Tive que sair para resolver alguns problemas. Era chato como meu pai sempre me pedia para resolver qualquer assunto que tivesse que ser resolvido durante o dia. Tinha mais disposição e mais costume de andar no sol. Ele não aguentava. Mas eu ia sem reclamar, afinal, vivia à custa dele. Quando eu estava finalmente saindo daquela maldita sala de reunião, me chamaram para atender uma ligação. Era o meu pai. Ele me perguntou algumas coisas sobre os negócios, mas eu percebi que ele estava querendo esconder alguma coisa.

“Há mais algo que o incomoda, pai?” – perguntei não aguentando mais vê-lo enrolar.

“Ah, só mais uma coisa. Eu soube que tem uma garota vivendo com você.” – ele disse em tom de quem puxa assunto.

“Eu te agradeceria se você parasse de colocar vigias entre os meus criados, pai.” – eu lhe disse um pouco irritado.

“Ora eu não coloquei vigia algum, apenas comentaram comigo!” – seu tom era falso. Esse tom às vezes me irritava.

“Há sim uma garota vivendo comigo.“ – eu lhe respondi querendo acabar logo com isso.

“E...” – ele hesitou. – “Ela é uma de nós?”

“Eu não acho que seja o melhor local para termos esse tipo de conversa, pai” – eu lhe cortei. – “Se insiste tanto em saber sobre isso, eu passo em sua casa ao sair daqui”

“Eu agradeceria se você passasse filho.” – ele disse e eu suspirei. Isso ia me render alguns instantes de chateação.

“Tudo bem pai, eu passarei aí” – desliguei o telefone.

Cheguei à casa de meus pais uns trinta minutos depois. Minha mãe me recepcionou na porta como sempre.

“Olá querido” – ela me abraçou – “Há quanto tempo! Pensei que você tinha me abandonado.”

“Ora mãe, não faz nem um mês que eu vim aqui” – eu lhe disse, mas retribui seu abraço. Minha mãe era extremamente super protetora – “Onde está meu pai?”

“Ele está no escritório te esperando. Filho...”

“Depois eu converso com você, mãe.” – eu lhe dei um beijo na testa e depois fui até o escritório de me pai. Bati na porta e entrei.

“Como você está pai?”

“Estou bem. E você, filho?”

“Ótimo. Eu não quero ser rude, mas será que podemos ir direto ao assunto? Eu estou na rua desde a manhã e estou cansado.”

“Claro meu filho, isso não vai demorar... Só me diga... A garota...”

“O nome dela é Rin.” - Não me agradava ouvi-lo chamando-a de “a garota” toda hora.

“Sim... Ela...”

“Pai você poderia, por favor, parar com isso e perguntar logo o que você que saber? Ou melhor, eu mesmo vou fazer a pergunta: Filho ela é vampira?”

Ele ficou me encarando e eu sabia que era isso mesmo o que ele queria saber. Muito previsível.

“Sim pai, ela é vampira. Mas já foi humana.”

“Mas você sabe a procedência dela? Seria um problema se você estivesse se envolvendo com a serva de alguém.” – Eu tinha um pouco de sorte. Meus pais não eram muito preconceituosos. A maioria dos vampiros não via os ex-humanos com bons olhos. Meus pais não se importavam muito, desde que soubesse quem os havia criado. O único grande preconceito deles era para com os humanos. Era tipo aquilo de que não se deve brincar com a comida. Esse era o grande problema de convivência que eu tinha com eles. Mas pelo menos ele respeitava meu ponto de vista e o fato que eu não feria humanos.

“Eu a criei, pai.”

“Então ela é sua serva?”

“Não, ela não é minha escrava. Eu dei meu sangue para ela.” – eu lhe disse impaciente.

“Por quê?” – ele estava meio perplexo.

“Por que eu a amo.” – disse simplesmente. Ele ficou me olhando por um minuto, pensando.

“Bem...” – ele disse por fim – “Eu não posso interferir em sua vida a partir desse ponto. Já que ela não é humana e você a ama. Espero que seja recíproco”. – ele sorri. – “Você pode ir agora, precisa descansar.”

Eu lhe dei um breve abraço e sai da sala. No lado de fora, minha mãe me esperava.

“Não deveria ficar escutando atrás da porta, mamãe” – eu lhe disse sorrindo.

“Ora, não reclame” – ela corou. – “Espero que você tenha feito a escolha certa” – ela estava séria agora – “Mas vejo que ela já está te fazendo feliz.”

“Esteja certa que sim” – eu lhe abracei e beijei seu rosto. – “Eu já vou indo mãe. Estou cansado.”

“Sim, querido, vá descansar.” – ela disse sorrindo – “E aproveite para encontrar aquela que te faz feliz.” – sorrindo eu fui embora.

Eu cheguei em casa já havia anoitecido. Fui direto tomar banho e colocar roupas limpas. Mas antes de dormir, eu fui procurar Rin. Quando não a achei no quarto, fui até a segunda opção. Eu a encontrei na minha sala preferida – agora nossa sala, na verdade – Ela estava sentada no sofá com um livro nas mãos. Quando eu abri a porta ela levantou o rosto e olhou para mim. Aquela mesma sombra de sorriso coloriu seu rosto por alguns instantes.

“Olá” – ela olhou para mim – “Você deve estar cansado.”

“Um pouco.” – eu confessei me aproximando dela. Sentei-me ao seu lado, mas virado para ela. Eu a abracei levemente, depois coloquei minha mão em seu rosto acariciando-o e cravei meus dedos em seus cabelos, trazendo-a para perto de mim, fazendo assim meus lábios encontrarem os seus. Eu a beijei com leveza, e depois de uns instantes eu senti sua mão na minha bochecha. Abri os olhos surpreso e encontrei seus olhos fechados. Meus lábios pararam por um momento e ela abriu os olhos. Ao encontrar meus olhos, ela corou e começou a tirar sua mão de meu rosto. Coloquei minha mão por cima da sua e sorri, voltando a beijá-la. Chegava a ser ridículo o quanto cada toque dela me fazia feliz. Cada resposta de seu corpo aos meus toques, sendo consciente ou inconsciente me fazia vibrar de alegria. Eu me soltei dela e olhei seus olhos. Ela sustentou meu olhar depois levantou sua mão e passou seus dedos abaixo de meus olhos, onde deveria ter olheiras pela falta de sono.

“Você precisa dormir” – ela me disse baixinho acariciando minha maçã do rosto. Eu beijei seus dedos.

“Eu estou bem.” – lhe disse e ela me olhou com censura. Eu sorri e deitei minha cabeça em suas pernas. Olhei para cima e sorri – “eu vou já, já. Só quero ficar um pouquinho aqui com você...” - eu fiz uma cara magoada fingida e ela, ao ver sorriu verdadeiramente. Duas covinhas se mostraram em seu rosto, que se iluminou com o sorriso.

“Incrível! Você finalmente sorriu de verdade!” – ela corou ao me ouvir.

“Ora...” – ela começou e virou o rosto corado. Eu ri novamente e fechei os olhos. Depois de um tempo eu senti seus dedos acariciando meus cabelos. Eu sorri novamente, de olhos fechados.

“Sabe...” – ela disse baixinho, se curvando e sussurrando em meu ouvido. – “Por que você não aproveita o seu bom humor e me diz o seu nome?”

Eu ri e disse ainda de olhos fechados:

“Você não vai desistir, vai?” – Ela fazia essa pergunta quase todos os dias desde o primeiro. Acho que ela esperava me pegar desprevenido.

“É claro que não.” – ela disse. Eu abri os olhos e vi seu rosto emburrado. Eu ri alto. Ela se emburrou mais ainda.

“Vem cá” – eu lhe disse a chamando com o dedo. Ela se inclinou novamente e esperou. Eu segurei a ponta de seu cabelo. – “Vou te dar uma recompensa pelo seu sorriso. Meu nome é Yuui.” – eu a olhei esperando sua reação. Ela arregalou os olhos entreabriu a boca, depois fechou.

“Sério?” – ela perguntou finalmente.

“Claro. Meu nome é Mugetsu Yuui. E lá se vai minha brincadeira.” – eu olhei para ela novamente esperando. Seu rosto começou a se iluminar aos poucos e ela abriu um sorriso ainda maior do que o de antes, um sorriso de vitória.

“Parece que estamos quites agora, né Yuui?” – ela sorriu e voltou a acariciar meus cabelos. Eu ri novamente, mas estava sonolento. De olhos fechados eu peguei uma de suas mãos e beijei a palma.

“É bom ouvir meu nome saindo de seus lábios.” – eu lhe disse sorrindo. – “Agora eu acho que vou descansar um pouco aqui com você...”

“Durma” – disse ela baixinho em meu ouvido, e beijou minha testa. Eu dormi quase que instantaneamente e sorrindo depois disso.


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