My Sweet Vampire escrita por tata-chan


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Observação básica. Um capitulo no ponto de vista dela, um no ponto de vista dele.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/57354/chapter/2

A vida de um vampiro é algo extremamente monótona solitária e triste. Principalmente a vida de um vampiro sangue puro como eu. Não há exatamente uma pirâmide social no clã da noite, mas se houvesse, estaríamos no topo. Isso é meio estressante e acaba colocando certa pressão sobre nós. Os mais poderosos do clã da noite. Os únicos que podem criar um vampiro legitimo. Não aqueles odiosos mortos vivos irracionais e sedentos. Somos poucos, mas temos todo o tipo de poder. Eu sou jovem, para um vampiro, mas mesmo assim tenho uma grande fortuna, uma grande mansão com inúmeros empregados (também vampiros, é óbvio) e um profundo temor, respeito ou admiração dos outros vampiros. Nunca soube ao certo o que é. Mas, mais do que isso, uma grande solidão.

Não vou me apresentar por enquanto, para dar um ar de mistério à história. Por hora, chame-me apenas por você ou ele.

Estou agora andando pela cidade no meio do dia. Sim um vampiro andando no meio do dia. Estou meio tonto de sono e cansado pelo sol, mas é por uma boa causa, ao menos para mim. É estranho, mas quase todos os dias eu ando pela cidade debaixo de sol apenas por um motivo: ver certa humana. Eu não sei muito dela, a não ser que é uma colegial e que mora sozinha.

Na primeira vez que eu a vi, eu estava por um acaso andando em plena luz do dia. Havia saído para resolver alguns negócios e estava voltando para casa. (Sim, casa, eu não moro e nenhuma caverna, nem durmo em caixões. Isso é algo meio rústico, em minha opinião.) quando uma garota passou por mim. Ela não reparou em mim, estava olhando para frente. Era a humana mais incrível que eu já havia isto. Ela parecia comum, mas na verdade estava bem longe de ser comum. Tinha cabelos pretos, lisos e cumpridos, até a cintura. Os usava soltos, com uma tiara simples. Seu rosto era extremamente delicado, com algo de meigo e profundos olhos cinzentos. Mas a coisa mais surpreendente em sua aparência era sua áurea de tristeza. Era o tipo de áurea comum em vampiros, mas por que uma humana em seu pleno mundo de sol tinha essa áurea?

Fiquei meio que obcecado por essa garota, e comecei a sair de dia para observá-la. Comecei a segui-la e fiquei impressionado com o que constatei. A garota parecia um fantasma. Ninguém prestava atenção nela, como se ela nem existisse. Comecei a ficar ainda mais obcecado por ela. Deveria ter alguém que prestava atenção nela. Alguém que fosse sua amiga, que percebesse essa áurea sombria. Começava a pensar que essa áurea iria engoli-la. Mas quanto mais eu a observava, mas percebia o tamanho da solidão daquela criatura. Assim como eu...

Observei-a deixando a cafeteria com uma cara de desgosto. Acompanhei-a em certa distancia, mas com minha audição apurada a escutei resmungando. Ela parecia meio inconsciente do que estava dizendo.

Turno da noite no domingo... Ele nem levou em conta o meu aniversário. Vai ficar sozinha mesmo, então venha trabalhar. Esse cara é daquele tipo que vai para o inferno quando morrer, sem nenhuma discussão...”

Ela realmente não gostava do chefe... Eu até entendo. Parece-me um sujeito desprezível. Seu aniversário no domingo... Acho que eu vou passar no turno dela, à noite. Entrar na cafeteria...

Quase não a vi no resto da semana. Estive muito ocupado e também estava cansado. Tinha que dormir um pouco.

No domingo eu não pude ir vê-la na hora que eu desejava. Tive alguns problemas para resolver... Coisas sem importância ao lado dela, mas necessárias. Quando cheguei a cafeteria o seu horário havia terminado há tempos. Eu comecei a fazer o caminho que ela fazia até a sua casa calmamente. Nem sei direito o que pretendia fazer. Talvez arrombar sua casa e vê-la dormindo... Estava perdido em pensamentos quando ouvi um tiro. Não entendi o porquê de eu ficar tão tenso com esse som. Ela provavelmente já estaria em casa há horas... Nesse momento eu ouvi um grito de socorro. É claro que eu reconheci aquela voz, mesmo que o máximo que eu ouvi dela foi alguns resmungos e seu sussurro enquanto ela perguntava os pedidos. Eu corri em direção à voz com uma velocidade impossível para os humanos, mas a caminho ouvi mais cinco disparos. Corri mais rápido ainda, em desespero. Quando eu cheguei à rua, o agressor já havia fugido. Vi o objeto de minha observação caída no chão, em cima de uma poça de sangue. Cheguei perto sem ela perceber e vi que não havia modo de salva-la, havia pedido muito sangue e tinha muitos órgãos perfurados. Ela estava perdida, ou pelo menos estaria, se eu estivesse chegado algum tempo depois, ou se eu fosse humano. Nunca adorei tanto ser um sangue puro. Eu a salvaria e ela se tornaria uma vampira completa, ela seria minha pela eternidade... Isso se ela quisesse. Eu daria essa opção a ela.

Fiquei num lugar onde ela poderia me ver.

“Parece que você vai morrer aqui, não é?” – tentei dissimular o pânico em minha voz. Ela apenas ficou me observando.

“Eu posso te salvar, sabia?”.

“Nã... Não diga besteiras. É impossível me salvar...” – sua voz grossa, pela dor, eu imaginei.

“Para mim não é nada impossível.” – eu disse com ar de brincadeira – “me diga... Você acredita em vampiros?”

“Isso é apenas lenda!” – disse irritada.

“E se eu disser que eu sou um vampiro?” – continuei sorrindo.

“Eu direi que você é louco.” – Parecia irritada por que eu estava falando sobre um assunto irreal enquanto ela morria.

Eu corri até ela, numa velocidade que a fez ficar atônita. Eu me debrucei sobre ela, o cheiro de seu sangue me tentando. Era incrível como eu estava idiotamente apaixonado por aquela menina humana.

“Mas eu sou, e posso te fazer virar vampira também, e com isso salvar sua vida... Com uma condição, é claro.” – disse a ela, um pouco mais sério. Veio a minha mente a ideia de me aproveitar do momento, mesmo que isso fosse egoísta da minha parte.

“E qual seria a condição?” – ela parecia desconfiada.

“Eu salvo a sua vida, e em troca você se torna minha.” – meu interior se revirou de curiosidade enquanto esperei sua resposta.

“Tornar-me sua...? O que você quer dizer com isso?” – Minhas palavras simples a haviam confundido. Eu tinha que ser mais especifico.

Eu cheguei ainda mais perto, o suficiente para sussurrar em seu ouvido.

“Quero que você se torne minha amante.”

“Amante?”

“Sim, amante.” – sim, é isso que eu quero. Você sendo minha pela eternidade... “Você aceita? Ou prefere morrer?” – isso era uma mentira. Eu a salvaria mesmo que ela não concordasse com meus termos.

Ela ficou um tempo quieta, pensando, eu imaginei. Eu aguardei a resposta dela, quase não me contendo de ansiedade. Ela diria sim e seria minha pela eternidade... Eu a faria feliz, a faria gostar de mim... Gostar da vida que eu dei a ela...

“Eu aceito.” – sua voz era a mais firme que conseguiu. Fiquei impressionado com sua resposta rápida, mas estava feliz demais para pensar nisso.

“Então diga adeus para sua vida humana.” – Aproximei meu rosto de seu pescoço tocando-o levemente com os lábios antes de penetrá-lo com minhas presas.

Senti seu sangue quente e doce na minha boca, mas parei no momento que vi que a transformação havia começado. Eu fiquei olhando-a, esperando. Sabia que não podia ficar ali por muito tempo, mas não poderia tirá-la dali antes que suas feridas se curassem. Alguns minutos depois elas já haviam sido fechadas, e a transformação continuava. Eu a cobri com meu casaco, a peguei nos braços e rumei para minha casa.

“Meu mestre, o que aconteceu? Quem é essa garota?” – fui abordado pela criada quando entrei. – “Ela é humana...?”

“Não, ela não é humana, não mais. Vai demorar algumas horas para a transformação terminar, mas ela já não é humana.” – respondi.

“E quem é ela?” – perguntou a criada impaciente.

“Ela será minha amante. É tudo que você precisa saber por hora.” – eu disse a ela, que se calou – eu quero que você de um banho nela, coloque roupas limpas e coloque-a no quarto do lado do meu. Seja rápida.

“Sim senhor.” - Ela disse e pegou a garota de meus braços. A nossa espécie tinha uma força muitas vezes maior do que os humanos.

Enquanto ela fazia o que pedi, eu mesmo fui tomar um banho e colocar roupas mais confortáveis. Depois me dirigi ao quarto que pedi para a criada levá-la. Ela estava deitando-a na cama quando eu entrei. A garota estava limpa, com seus cabelos negros soltos e usando uma camisola de algodão com mangas compridas.

“Você pode sair por hora.” – eu disse a ela que saiu.

Eu me sentei na cama, ao lado dela. Fiquei observando-a. Faltava ainda um pouco para transformação acabar. Pelos seus lábios entreabertos eu via suas presas crescerem. A transformação não mudava muito a aparência das pessoas. Só o crescimento das presas e a mudança dos olhos para a cor vermelha. Algumas vezes as pessoas ficavam mais pálidas. Não era o caso dela. Enfim, a maioria das mudanças é interna. A força e a imortalidade que são adicionadas ao seu corpo, e alguma coisa que os faz mudarem seus costumes para entrar de uma vez no clã da noite.

Eu continuei olhando para ela. Peguei sua mão e comecei a acaricia-la. A transformação já estava no fim e ela estava quase acordando. Apenas esperei...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "My Sweet Vampire" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.