Rose precisou prometer que não iria insultar o loiro na próxima vez que o visse, na esperança que tipo só o visse no final das férias ou algo assim. Não na casa dos Potter’s numa tarde de sábado.

Voltando um pouco.

Desde que conversou com Lily, Rose permaneceu em casa por uma semana. Por medo de ter que ver o sonserino? Talvez. Mas porque não tinha muito o que fazer.

A ruiva não tinha lá muitos amigos, e seus primos viviam saindo pra lugares que ela não conseguia nem fingir que queria ir.

Quer dizer não havia nada de errado em sair e se divertir, beber sem permissão, dançar e conhecer gente nova mas Rose gostava muito de sua casa e do seu quarto. Era como uma camada de proteção contra o mundo externo. Que a fazia sentir quentinha,calma e segura enquanto a festas e as pessoas as deixavam nervosa, assustada e com vontade de sair correndo.

O que obviamente era o contrario do loiro.

Durante o jantar na casa dos Potter’s teve que ouvir varias vezes os comentários aleatórios dos primos sobre o garoto das vezes que saiam juntos. Ela sempre respirava fundo e comia tentando esconder que suas mãos estavam tremendo.

Na manhã seguinte as ruivas mais novas acordaram quase na hora do almoço devido à maratona de comedia românticas trouxas que fizeram, e das conversas também. Rose desceu as escadas vestindo seu pijama vermelho e dourado cheio de pomos de ouro e vassouras, deu um longo bocejo enquanto tentava fazer a dor de cabeça diminuir. A campainha tocou. Rose gritou que atendia e foi aqui que seu pós- pesadelo começou.

O sonserino estava na porta usando uma camisa preta sem mangas e bermuda jeans. Rose quis derreter,correr escada a cima mas também queria ficar ali admirando o Malfoy.

– Weasley?

– Malfoy?

– O que faz aqui?- perguntaram juntos.

– Albus me convidou.- disse ele.

– Lily me convidou.- Rose sentiu o rosto esquentar quando viu os olhos dele percorrendo sua roupa.- Quer entrar? Albus seu amigo esta aqui para brincar!- gritou.

– Amiguinho? – ela deu ombros enquanto o primo chegava e cumprimentava o Malfoy.

– Obrigada Rose.- agradeceu Albus indicando o caminho para o amigo, que não conseguiu passar pela ruiva sem sussurrar um “ Dez pontos para a Grifinoria” em seu ouvido antes de continuar o caminho.

Ele nem precisou olhar pra trás para saber que a ruiva ficara vermelha.

A Weasley precisou respirar fundo varias vezes e ouvir o som de uma porta batendo para lembrar de fechar a que estava segurando.

* * *

Rose se arrependeu de contar para Lily sobre o Malfoy.

Não apenas por um sentimento aterrorizante que tomou conta fazendo Rose querer ficar naquele quarto rosa para sempre. Ou porque ver Lily tão animada a fazia se sentir muito estranha, como a prima podia estar mais animada que a Weasley?

Mas sim pela vergonha que passou trinta minutos depois, como se o pijama não tivesse sido o suficiente. Lily a obrigou a tomar um banho e arrumar o cabelo,passar maquiagem (nisso a mais velha fora mais rígida passando bem pouca) , colocar um vestido e descer as escadas.

Vestido, pensou a ruiva de mal grado. Como vou jogar de vestido? Vestido idiota.

Não era um vestido feio, ele tinha flores entre os tons de vermelho,preto, rosa e um pouco de amarelo marcava a cintura da ruiva e ia até um pouco acima dos joelhos. Rose usaria ele para ir a um passeio ou algo assim.

Não pra ficar em casa,isso nunca. Parecia tão não natural que Rose se sentia um pouco incomodada. Mas também queria impressionar o rapaz mostrando que Rose Weasley era de fato uma garota.

Tentando se distrair do desastre iminente a seguir Rose ajudou Gina a arrumar a mesa enquanto Lily chamava os garotos, Harry teve um imprevisto no trabalho e não voltaria tão cedo. Os adolescentes chegaram quando Rose estava prestes a por o ultimo prato na mesa.

A cozinha, que tinha se enchido com o som das conversas, ficou em silencio. Rose sentiu os olhares em si, respirou fundo e levantou o corpo.

– O que foi? – perguntou sentando-se.

– An da onde o vestido?- perguntou James fazendo o mesmo.

– É meu.

– Pff desde quando?

– Desde que eu tenho ele James. Por que a incredulidade?

– É que...- ele olhou paras os amigos num pedido silencioso de ajuda.

– Eu já achei que você não tinha pernas.- pronunciou Scorpius levantando a mão.

A Weasley revirou os olhos.

– Garotos deixem Rose em paz.- disse Gina colocando a lasanha e o frango na mesa, ao lado do purê de batatas,do arroz e da salada.- Afinal ela aguentou vocês enquanto mudavam de voz.

A mulheres da mesa riram.

– Aguentamos o Albus até hoje.- disse Lily.

– Cale a boca,baixinha.

– Albus! Faça alguma coisa de útil com essa boca garoto,coma a minha lasanha!- exclamou Gina.

Rose amava aquela família.

* * *

O Malfoy ficou a tarde toda lá e quando estava quase indo embora seus pais mandaram uma carta falando, por alguma razão que ele não disse, que o loiro podia ficar lá até o jantar.

Ótimo, pensou Rose. Mas não tinha certeza se era sarcasmo ou não.

Mas isso deu a ela tempo para pensar no que fazer, em deixar seus problemas adolescentes pra lá e focar em algo importante. Por sorte ela encontrou algo.

– Malfoy!- ela sussurrou chamando a atenção do garoto. Rose não conseguia acreditar que estava mesmo fazendo aquilo.

Scorpius saiu da sala de estar onde os garotos estavam entretidos demais no vídeo-game para notar sua presença. Rose fez sinal para que a seguisse e foram até as escadas ficando no mesmo degrau.

– O que foi?- perguntou ele.

– O aniversario do James é semana que vem e vamos fazer uma festa surpresa pra ele.- o garoto assentiu.- Então você tem que dar um jeito dele vir pra cá as oito da noite e não voltar antes disso,O.K?

Ele soltou um sorriso malicioso.

– Já sei o que pode entretê-lo.

– Ugh sem detalhes Malfoy.

– Você nem sabe o que eu vou fazer Weasley.

– Tanto faz.- ele deu ombros e se viroue desceu um degrau, Rose entrou em pânico.

– Não era só isso.

– O que foi Weasley? Não é sobre você estar apaixonada por mim não é?

– O que? Aí meu Deus Malfoy,não.

– Então...

– Eu vim aqui dizer que estou cansada de gritar o seu nome por aí, pois é um desperdício de energia. E propor para darmos uma trégua nisso tudo mas é óbvio que você não é capaz de agir de forma descente. Boa noite.- virou-se para subir um degrau mesmo não sabendo se tinha forças para tal.

– Weasley,- ela virou para ele e sentiu suas pernas tremerem, com a garota no degrau a cima ficava quase da altura do loiro e tinha uma linda visão de seus olhos cinzentos. Ele sorriu. - eu também acho isso.

– O que?

– Eu também cansei de ouvir Albus reclamando que brigamos demais e principalmente as pessoas que falam que - ele riu nervoso -deveríamos ficar juntos.

– O que?

– E ai o que me diz, trégua?

– Trégua. - Rose ficou tentada em esticar sua mão em um cumprimento mas não sabia se conseguiria se soltar, então apenas assentiu e subiu as escadas.