– Você pode parar de andar por ai? – perguntou Lucy sentada na cama, Rose suspirou.

– Eu não consigo. E se foi um erro?

– Eu não acho que aceitar sair com um cara bonito que gosta de livros seja um erro.

– Mas eu nem conheço ele, ele pode ser um assino ou um repórter, ou algo pior.

– Ou ele pode ser um cara legal que quer sair com você. – Lucy se levantou e segurou seus ombros. – Isso tem haver com o Scorpius?

– O que?

– Você está insegura por causa disso, se sente traindo ele?

– Não! Quer dizer, acho que não. Por que eu estaria traindo ele? Não estamos juntos.

– Bem agora não estão mesmo, Rosa você precisa dar um tempo saia com o Dylan e se divirta.

Rose tentou. Ela esperou dez minutos na entrada do vilarejo sentindo o vento frio entrar por suas vestes e a deixar cada vez mais fria. A ruiva considerou voltar para a escola onde seu livro e a lareira estariam esperando mas queria muito uma cerveja amanteigada.

A caminho do Três Vassouras Scorpius a encontrou, Rose queria fugir mas seus pés nãoo se mexiam.

– Rose.

– Malfoy. – ele pareceu decepcionado.

– Posso conversar com você?

– Na verdade eu estou indo encontrar alguém.

– Eu sei, é sobre isso que eu quero falar.

Rose franziu as sobrancelhas. Eles caminharam juntos em silencio até o Tres Vassouras e se sentaram perto da parede.

– Não posso te pedir para não gritar comigo mas pelo menos espere eu ir lá fora para me dar um soco se quiser.

– Do que esta falando?

* * *

– O que? – exclamou a ruiva.

Ele mentiu pra ela. Ele fingiu ser outra pessoa.

Ela gostou dele sendo outra pessoa, mas não quanto ela gostava dele original.

A ruiva bufou pegando sua bolsa e disparando para fora do bar.

Scorpius não a seguiu, ele sabia que merecia aquilo.

O frio lá fora estava piorando mas a ruiva abraçou o corpo mais forte e continuou andando, as pessoas felizes ao seu redor pareciam rir dela.

“Rose Weasley a garota que foi enganada.”

De novo.

A Weasley reparou num pequeno pub quase no final do vilarejo ele era a luz de velas e meio escuro mas também provia calor e um cheiro de flores. Ela se sentou e pediu um chá para a jovem que veio atende-la.

Ela gostou do silencio que o lugar tinha e de que não tinha casais, apenas um homem sentado tomando uísque de fogo lendo o Profeta Diário e duas amigas conversando baixo, Rose suspeito delas serem irmãs.

Depois que seu chá acabou ela pediu um cerveja amanteigada para testar sua teoria de conseguir virar uma caneca de uma vez só, ela conseguiu com as quatro que pediu. Enquanto a ruiva ria de seu sucesso sentiu alguém sentar ao seu lado, piscou até que o vulto claro se forma-se em Scorpius.

– Oh você me achou. – murmurou ela.

– Você esta bem? Estou de procurando a horas.

– Não ouviu o que eu disse? Você me achou! – ela levantou os braços sorrindo.

– O que deu em você?

– O que deu em você. – retrucou.- Sabe você podia ter só ido me pedir desculpas seu inútil, não precisava se disfarçar de um moreno atraente que – não se ofenda- não me atraia tanto quanto você.

– Desculpa eu, espera é atraída por mim?

– Cadê a novidade? – ela tomou um gole da bebida que tinha pedido para comemorar. Scorpius sorriu.

– Vem vamos voltar pro castelo. – disse ele colocando a mão nas costas dela e começando a se levantar, Rose o puxou de volta para a cadeira.

– Mas olha como aqui é bem melhor. Não é demais?

– É sim.

– Podemos ficar aqui.

– Não esta mais brava comigo?

– Estou sempre brava com você loiro. – Rose sorriu, não pela bebida estar começando a subir à sua cabeça ou por estar feliz sentindo o calor da mão dele sob sua camisa, mas porque gostava de se reconciliar com ele, talvez mais que brigar com o próprio.

Scorpius observou seus olhos brilhantes, as sardas de seu rosto até chegar no sorriso alegre que lhe oferecia. Ele a encarou tão intensamente que Rose se sentiu derretendo.

– O que foi?

Ela não queria ter sussurrado.

– Desculpa pelo o que eu falei, eu fui um idiota.

– Eu exagerei um pouco também.

– Acho que somos ambos culpados.

– É.

Mais silencio.

– Você é muito bonita.

Vamos lá Rose, palavras VAI! Não funcionou, ela ficou em silencio como uma porta. A mão de Scorpius se moveu para sua cintura juntando mais seus corpos.

– Esta tentando me beijar?- perguntou Rose roçando seus lábios.

– Tentando.

– Esta falhando.

– Não não estou.

– Está sim.

– Mas eu sou Scorpius Malfoy eu nunca falho. – ele sorriu d elado.

– E eu sou Rose Weasley eu nunca erro. – ele se afastou e levantou a sobrancelha.

– O que quer dizer?

Ela riu e deu ombros.

– Nada, só queria te irritar.

– Então admite que eu estava indo bem?

– Nunca. - respondeu antes de se aproximar e selar seus lábios. Rose considerou aquilo mais tarde como um momento de insanidade causada pelo o que estivesse naquele copo aleatório que tomou, mas não se arrepende de ter feito. Foi um apenas encostar de lábio por alguns segundos que desencadeou coisas que ambos desconheciam, ou faziam questão de deixar escondido.

Azul no cinza. Respirações se juntando rostos se aliando, Scorpius posicionou a mão entre as madeixas ruivas e a beijou de novo, nenhum deles estava se importando.

Rose sentiu borboletas no estomago ate virarem dragões, dragões que soltavam fogo, logo ela se sentia quente como o fogo. Rápida e inconsequente. E assim ficaram por um bom tempo, sentados num canto descobrindo sentimentos um do outro, se descobrindo. Toda vez que ar se fazia necessário apenas fechavam os olhos e tomavam o fôlego, quando um deles parecia falar alguma coisa o outro o calava, não havia necessidade de falar. Já falaram por tempo demais.