Quase Sem Querer escrita por MistyMayDawn


Capítulo 1
Capítulo Único - Especial de Natal


Notas iniciais do capítulo

Oiie. Boa leitura, espero que gostem. A Musica é "Quase Sem Querer" da banda Legião Urbana. AMO *--*



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Tenho andado distraído

Impaciente e indeciso

E ainda estou confuso

Só que agora é diferente

Estou tão tranquilo

E tão contente

Ishida andava calmamente, com as mãos nos bolsos, pelas ruas de Karakura. Era uma manhã fria de 24 de dezembro, os enfeites natalinos já se faziam presentes por toda cidade. Uryuu não prestava atenção nas coisas ao redor, apenas andava em direção até sua casa, até que um objeto em uma vitrine chamou a atenção, ao se aproximar um pouco para olha-lo melhor sorriu, lembrava Inoue. Ele não hesitou em entrar na loja e comprar imediatamente, Ishida estava certo que daria de presente de Natal para a ruiva e que ela iria adorar.

O sentimento nasceu com a convivência dos dois, de maneira tão simples, despreocupada e sem proposito algum. Apenas nasceu e cresceu. Mas, infelizmente, só vem da parte de Ishida. É um sentimento platônico, que diferente do que ela sente por Ichigo, Ishida não espera retorno. O amor dele por ela é puro e maduro, e é tão verdadeiro que ele não se importa que Orihime ame outro, ele só quer vê-la bem e feliz. Entretanto, ele sempre se encontrava sozinho ao fim de cada dia e, mesmo a amando de tal modo, isso doía um pouco.

Ele chegou em casa e guardou cuidadosamente no criado-mudo em seu quarto. Ele estava tão feliz, tinha tudo planejado, iria fazer uma visita surpresa para Inoue. Tinha certeza que ela iria gostar, principalmente porque iria passar a véspera de Natal sozinha, já que Ichigo irá, provavelmente, passar a data comemorativa em Soul Society treinando para algo mais importante que comemorar o Natal e Sado e Tatsuki viajaram. Eram só ele e Orihime, e Ishida estava ansioso e nervoso.

Ishida fez e faz de tudo para proteger sua amada, até mesmo passar por cima de seu Orgulho Quincy. Quando Orihime foi sequestrada por Ulquiorra Schiffer a mandado de Aizen, Ishida ficou desesperado por dentro, mas por fora tentou manter a calma. Ele foi o único que foi atrás dela até o fim, claro que todos os outros foram atrás dela também, mas todos se perderam no caminho, apenas Ishida se manteve focado em Inoue. Tentou protege-la mesmo ferido e ela... Só se preocupava com Kurosaki-kun. Ela nunca notou os sentimentos de Ishida, e ele bem que seria o príncipe que ela tanto sonha...

As horas pareciam não passar, era uma tortura para Uryuu. Ele procurou se entreter lendo um livro e costurando alguma coisa aleatória e, quando deu por si, já eram sete horas da noite. Rapidamente se levantou e foi tomar um banho, assim que o fez, procurou uma roupa adequada e se vestiu, pegou o pequeno embrulho no criado mudo e saiu de casa indo em direção à residência de Inoue.

Ela o fazia sorrir em plena madrugada, e ele adorava isso. O rosto rubro, o sorriso bobo, as pernas tremendo, as borboletas no estomago valsando e os batimentos cardíacos acelerados. Ele adorava todos os efeitos que ela o fazia sentir quando estava presente e quando não estava, ele se sentia incrivelmente bem. E era assim que Ishida Uryuu se sentia no momento.

Quantas chances

desperdicei

Quando o que eu mais queria

Era provar pra todo o mundo

Que eu não precisava

Provar nada pra ninguém

Suando frio ele apertou a campainha, e se sentia extremamente idiota e ridículo por estar se sentindo assim. Não demorou para a garota de lindas e longas madeixas ruivas e estatura meia atender a porta com seu sorriso inocente e angelical tão típico dela.

— Ishida-kun!

— Inoue-san, como vai? — Ajeitou timidamente os óculos — Como vamos passar no Natal sozinhos, decidi fazer uma visita.

— Que ótimo! Entre Ishida-kun.— Agarrou alegremente Ishida pelo braço e o puxou para dentro da residência.

Ishida observava a ruiva ir sentar no sofá, como podia ser tão bonita? Orihime trajava um suéter vermelho, saia azul que se estendia até os joelhos, pantufas e mantinha seu lindo cabelo ruivo solto e as presilhas que sempre usava dadas pelo falecido irmão estavam lá.

Ele tirou o cachecol e o casaco e estendeu no porta casaco, depois foi se sentar ao lado da ruiva no sofá. Ishida estava um pouco nervoso e se esforçava para não estragar nada, na concepção dele, e também sorria. Era incrível como ele só sorria quando Orihime estava presente, e ele se perguntava se alguém já havia percebido isso.

— Que bom que você veio, achei que iria passar o Natal sozinha. Seria muito triste. — Ela começou alegre e terminou a frase tristonha. Uryuu se perguntava se existe algo mais fofo do que Inoue Orihime? Pra ele a resposta seria: Não.

— Trouce pizza — Ele quase se esqueceu de que tira comprado pizza — Metade calabresa e metade gorgonzola com cogumelo.

Orihime deu o mais bonito sorriso que Uryuu já viu, ele ficou feliz por esse sorriso ser para ele. O rosto do Quincy corou. Vai ser bem difícil de vencer a timidez, mas se chegou até aqui não vai voltar atrás.

Me fiz em mil pedaços

Pra você juntar

E queria sempre achar

Explicação pro que eu sentia

— Como você descobriu o meu sabor de pizza favorito?

Ishida apenas usou a razão, Inoue tem um gosto exótico para comida, então ele pediu o sabor mais diferente que encontrou. Foi um verdadeiro tiro no escuro.

— Adivinhei — Ele sorriu, era tão frequente quando estava com ela. Ela também sorriu, pegou a pizza e colocou em cima da mesa ao lado do peru e depois fez a expressão que Ishida tanto achava engraçada, indicava que ela estava pensando em mais uma de suas maluquices.

— Você não sabe o quanto estou feliz por você ter vindo, fiz um peru para a ceia, só o peru por que eu não como muito, mas eu também não queria desperdiçar uma coisa tão gostosa, acho que é a melhor comida que eu já fiz.

Uma gota escorreu pela têmpora de Uryuu, aí vem o gosto incontestável para comida que a ruiva tinha. Ele sorriu sem jeito e ajeitou os óculos envergonhado. Por sorte Orihime não notou.

— Você vai adorar! — Continuou animada — É peru ao leite condessado, com cogumelos e batatas. Uma delicia.

— Mal posso esperar. — Ele agradeceu mentalmente a si mesmo por ter comprado a pizza.

— Eu sabia que você ia adorar! Espera só quando for provar — Festejou a ruiva. — Ishida-kun, vai querer alguma coisa pra beber? Chá? Café?

— Chá seria ótimo.

Como um anjo caído

Fiz questão de esquecer

Que mentir pra si mesmo

É sempre a pior mentira

Mas não sou mais

Tão criança a ponto de saber tudo

Então a ruiva foi rapidamente para a cozinha preparar o chá. Ishida ficou sozinho com seus pensamentos, nunca tinha ficado tanto tempo sozinho com ela e também nunca reparou na casa dela. Era uma casa arrumada e simples, tinham vários porta-retratos dela quando criança, alguns com sua melhor amiga Tatsuki e algumas fotos recentes, mas uma se destacou dos demais. Inclinou-se para frente para olhar melhor: era ela quando criança junto com seu falecido irmão Sora. Ishida nunca tinha visto o irmão tão querido de Inoue, ele não tinha o cabelo ruivo dela, mas até que eram parecidos.

Agora Inoue mora sozinha, é emancipada, mas também recebe dinheiro de uma tia distante. Ishida sorriu. Ela não mudou nada, continuava com o mesmo sorriso alegre e inocente.

Inoue voltou alegre segurando uma bandeja onde se encontrava duas xicaras. Ishida se arrumou no sofá e espero Inoue servi-lo, ela sentou ao lado e lhe entregou uma xicara, estava um pouco quente, mas dava pra segurar. Depois deixou a bandeja em cima da mesinha de centro.

Já não me preocupo

Se eu não sei porquê

Às vezes o que eu vejo

Quase ninguém vê

E eu sei que você sabe

Quase sem querer

Que eu vejo o mesmo que você

— Espero que goste, é Chá verde. Queria que tivesse mais sabores para poder fazer misturas ou até mesmo que tivesse leite condessado, mas usei tudo no peru.

Uryuu deu um suspiro de alivio e agradeceu mentalmente. Assoprou a xicara, pois estava quente, e deu um gole do chá, estava delicioso.

— Está ótimo Inoue-san.

— Serio? Obrigada! — Ela sorriu lindamente, Uryuu enrubesceu. — Vamos assistir um filme? — Ishida meneou a cabeça levemente em concordância — Que filme você quer ver? Todos os meus filmes são de romance e comedia romântica. Às vezes imagino que sou eu naqueles filmes. — Desta vez foi Inoue que corou, estava pensando em Ichigo. Ishida ficou triste, mas não transpareceu. Ele sabia que a ruiva gostava do substituto de Shinigami. Doía, mas em geral ele não se importava, ele preferia ver ela feliz com outra pessoa que triste. Entretanto, ele estava focado em mudar isso essa noite.

— Qual o seu preferido?

— Orgulho e Preconceito, já assistiu?

— Não, eu não costumo assistir filmes. Então, vamos assistir esse?

Orihime colocou o filme no DVD, pegou as duas xicaras que outrora continha chá e foi para a cozinha preparar pipoca. Ela estava feliz, essa noite de véspera de Natal estava sendo mais legal do que tinha previsto. Uryuu ficou na sala assistindo o começo do filme, por um momento tirou o presente de Inoue do bolso e ficou o fitando. A insegurança tomou conta, não completamente, mas o vez se preocupar e desejar, realmente, que ela goste do presente.

Ouviu um estilhaçar, algo de vidro quebrando na cozinha. Ishida se levantou por reflexo e foi rapidamente para a cozinha ver o que tinha acontecido. Inoue estava caída no chão, havia vários cacos de vidro ao redor e ela segurava a mão direita com firmeza.

— Inoue-san, o que aconteceu? Você está bem?

— Eu estava lavando os pratos, quando fui coloca-los no armário eu tropecei. — Ela se virou mostrando as mãos sangrando e tentou se levantar, sem sucesso — Eu me cortei.

Uryuu pegou a ruiva no colo e levou-a para a sala, deitando-a no sofá em seguida. As mãos dela sangravam e os joelhos também estavam um pouco machucados. Uryuu se preocupou e se desesperou por não saber o que fazer, Inoue tratou de dizer que tinha um kit primeiro socorros no banheiro. Ele foi correndo e pegou a maletinha vermelha.

Tão correto e tão bonito

O infinito é realmente

Um dos deuses mais lindos

— Eu sou muito desastrada — Disse a ruiva entanto Uryuu limpava os ferimentos e passava remédio com todo o cuidado — Eu sou um fardo.

— Eu não acho isso! Porque diz isso?

— Eu só causo problema para todos, eu tento ajudar, mas só faço piorar tudo. —Lagrimas escorriam pela bochecha dela. — Eu não sei o que fazer para mudar.

— Eu não quero que mude — As mãos de Ishida foram para o rosto de Inoue e secaram delicadamente as lagrimas — Eu gosto de você exatamente como você é, com todas as suas qualidades, cicatrizes, manias, defeitos… de todos os sentidos e jeitos.

— Ishida-kun... — Inoue não sabia o que dizer, ela não esperava por isso, não mesmo. Seu coração começou a acelerar, porque estava sentindo isso? Ela só se sentia assim com Kurosaki-kun — O-obrigada mesmo...

— Não sei de onde eu tirei a coragem para dizer isso. Então... Por favor, não diga que você é um fardo, porque você não é.

Sei que às vezes uso

Palavras repetidas

Mas quais são as palavras

Que nunca são ditas?

Inoue estava ficando cada vez mais vermelha, e ela não entendia o porquê. Eles ficaram se encarando envergonhados, até ouvirem um barulho estrondoso ao fundo, eram vários fogos de artificio. Já era 25 de dezembro, Natal. A novidade os vez se desviar da cena tensa que havia se formado. Ishida enfaixou os joelhos e as mãos da ruiva com gaze e então se levantou, dando a mão para ela se apoiar e levantar também.

— Vamos comer? Garanto que você vai adorar o peru que eu fiz — Em seu rosto persistia o sorriso bobo e o rosto corado.

— Espere... Quero lhe dar algo antes. — Ishida tirou do bolso um pequeno embrulho.

— Você comprou um presente pra mim?! — Orihime animou-se, mal acreditava — Eu queria ter comprado um pra você também, mas não sabia que você iria vir.

Ela abraçou fortemente o moreno, ele deu o sorriso mais feliz que havia dado na vida. Estar ali com ela já era um presente.

— Espero que você goste, tem um significado. — Ele disse ainda com a ruiva em seus braços.

Desfizeram o abraço e ela animadamente desembrulhou o presente e se deparou com uma linda pulseira prata, era daquele tipo que a pessoa personaliza com pingentes que representam a sua historia. Orihime mal acreditou, adorou o presente. E algo lhe intrigou, na pulsei tinha um único pingente, era um pequeno coração reluzente.

— É lindo, gostei muito, não sei nem o que dizer. — Disse ela colocando a pulseira no pulso — Agora eu fiquei curiosa com o significado desse pingente.

— Você quer mesmo saber? — Ele perguntou, sorrindo bobo.

— Quero saber sim, por favor. — Ishida esperava que ela ficasse curiosa, mas não tinha a intenção de revelar. Entretendo, agora olhando para a carinha fofa que a ruiva fazia não pôde resistir.

— Tudo bem... — Fez uma pausa entre a fala, Orihime estava quase para explodir de curiosidade — É o meu coração, é seu.

Me disseram que você

estava chorando

E foi então que percebi

Como lhe quero tanto

Orihime corou feito um tomate e de repente seus pés pareceram mais interessantes do que a situação. Ishida se sentiu um idiota, não deveria ter falado aquilo, nem mesmo deveria ter vindo até aqui. Odiou-se no momento, “Ishida seu estupido” ele pensou. Estava indo tudo tão bem...

— Acho que já vou Inoue-san. — Murmurou triste, colocou as mãos nos bolsos e desatou a andar, mas quando passou pela ruiva teve uma surpresa, ela segurou seu braço.

— Por favor, não vá. — Levantou a cabeça e virou-se para ele sorrindo.

— Eu acho que não deveria ter vindo.

— Eu adorei essa noite, muito mesmo, e eu adorei mais depois do seu presente. Eu realmente amava outra pessoa, e tenho certeza que todo mundo sabe disso, mas ontem eu estava procurando o peru perfeito e vi o Kurosaki-kun e a Kuchiki-san em uma sorveteria e estavam bem íntimos. Senti meu coração quebrar em mil pedaços, naquele momento eu vi o que eu fingia não ver. Então... Se fosse em outro momento eu diria que meu coração pertence a outra pessoa.

Ishida quase não acreditou, ela estava insinuando mesmo o que ele achava que ela estava insinuando? Então ela o abraçou mais forte do que tinha o abraçado da vez anterior. O Sorriso de Uryuu só crescia, aquilo era um sonho? Se fosse ele não queria acordar.

— Inoue-san...?

— Sim? — Ela disse se desfazendo do abraço.

— Também espero que goste desse presente.

E então ele olhou bem nos olhos cinzentos dela, suas mãos deslizaram pelo rosto da ruiva e segurou-o com delicadeza, não demorou muito para começar a se aproximar, ela corou e se sentindo um pouco apreensiva, mas fechou os olhos. Sentiu seus lábios se encontrarem com os do Quincy, eram lábios gelados, porem, macios. Até então o beijo passava apenas de um selinho, mas não deixava de ser único. Inoue se soltou um pouco e levou as mãos até a nuca dele, seus dedos se fecharam nos cabelos negros dele, e a mão direita dele foi direto para a cintura da ruiva. Chegou à hora, ele carinhosamente abria espaço entre os lábios da garota com sua língua quente e macia que logo adentrou a boca. Talvez até mesmo o melhor beijo que Inoue havia fantasiado com Ichigo não seria melhor que o com Ishida.

Ambos se separaram, seus rostos quente e avermelhados denunciavam o quanto estavam envergonhados, mas os sorrisos bobos denunciavam o quanto haviam gostado. Os olhos se cruzaram, as borboletas no estomago de ambos estavam como loucas.

— Eu preciso mesmo dizer? — E então Orihime fechou seus olhos de novo, agarrou a gola da camisa do moreno o trazendo de volta pra si.

No fim se esqueceram dos fogos de artificio que coloriam o céu estrelado, a pizza e o delicioso peru. Era, definitivamente, o melhor Natal que haviam tido.

Já não me preocupo

Se eu não sei porquê

Às vezes o que eu vejo

Quase ninguém vê

E eu sei que você sabe

Quase sem querer

Que eu quero o mesmo que você


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam? Eu sempre fui apaixonada por UlquiHime, mas devo admitir que IshiHime conquistou meu coração *--*