— Vocês têm certeza disso? — Perguntou Fudge.

James e Jamisia haviam retornado um tempo depois que Katrismira chegou ao ministério e se sentou com Cornélius. Eles haviam visto mais do que o suficiente sobre o tal Harry, e dizer que todos eles estavam furiosos seria eufemismo.

— Temos certeza. — Respondeu James. — Eles o jogaram em um armário sob a escada, disse que ficaria lá uma semana sem comida só por ter falado conosco...

— Disseram que só o soltaria na manhã do dia seguinte para preparar o café e cuidar da louça do jantar. — Continuou Jamisia.

— Mas tem mais uma coisa... — Comentou James.

— Eu entrei na casa para ver se descobria algo. — começou Jamisia. — Eu encontrei uma caixa no sótão onde tinha uma cestinha, um cobertor de bebe e uma carta, de Hogwarts.

— O que? — Indagou Cornélius engasgando e tossindo com o chá que havia tomado.

James puxou uma pequena cobertinha de pêlo, azul desbotado e um branco sujo, na borda estavam em letras cursivas azuis o nome Harry J. Potter. Jamisia puxou o envelope da carta onde se lia o nome da família Dursley e entregaram ao Ministro.

— Não pode ser... — Ele respirou enquanto lia a carta. — Dumbledore jurou que ele estaria seguro e protegido...

— Quem é esse garoto? — Perguntou Katrismira olhando entre Cornélius e Amélia Bones. Ela conhecia o nome Potter é claro, o que significava que o garoto era bruxo e provavelmente filho de James que ela havia conhecido quando ele entrou em Hogwarts. Mas o que um Potter faria na casa de um trouxa, e sendo tratado assim, ela não entendia.

— Quem? — Falou Amélia enquanto olhava a mulher com olhos arregalados e desacreditados. — Harry Potter é considerado o salvador do nosso mundo, na primeira guerra Bruxa contra Você-sabe-quem ele sobreviveu a um ataque a sua casa onde seus pais morreram. Ele sobreviveu a uma maldição da morte que ricocheteou ao Lorde das Trevas. Ele desapareceu naquela noite, dizem que está morto, outros que desapareceu a espera de recuperar seu poder.

— Dumbledore, sim ele era mais próximo da família, disse que encontraria um lugar para o garoto. — Cornélius tomou a explicar. — Disse que iria colocá-lo com a irmã trouxa de sua mãe Lily, onde ele seria cuidado e protegido.

— Não me pareceu que ele estava protegido... — Começou James bufando.

— Me pareceu que ele era um elfo domestico sangrento. — Terminou Jamisia.

— Não me importa o que Dumbledore pensa e diz Cornélius. — Falou Katrismira mal evitando o rosnado que passava pela sua garganta. — Posso ser um Lycan, mas mesmo eu não tocaria em uma criança para feri-la e não permitirei que trouxas imundos façam isso.

— Nem mesmo eu Katrismira. — Disse Cornélius balançando a cabeça em acordo veemente. — Amélia, pegue Kingsley estaremos indo a esta casa, eu não terei Harry Potter sendo criado por trouxas, eu avisei a Dumbledore que era uma má idéia, e se ele não quer escutar eu tomarei as rédeas disso eu mesmo. — Falou ele assentindo em suas próprias palavras.

— Sim Ministro. — Respondeu ela se levantando de sua cadeira ao lado de Fudge e se dirigindo a porta. Ela sabia o porquê dele estar indo contra Albus agora, Katrismira era a mulher com mais poder político em todo o mundo, seja trouxa ou bruxo, e ele não iria entrar em seu lado ruim.

— Cornélius, eu conheço as leis da Grã-Bretanha sobre Lobisomens. — assegurou Katrismira escondendo seu desgosto ao saber sobre isso. — Mas eu sou um Lycan, o primeiro em quinhentos anos, eu quero cuidá-lo, e seria incrivelmente... Grata se o senhor abrisse esta exceção. — Ela podia ouvir as engrenagens de Fudge girando, ela sempre soube como trabalhar com homens e seus defeitos, pois todo homem, mesmo políticos tem um preço, você só precisa encontrá-lo.

— Assim que tirarmos ele de lá e o tivermos verificado em St. Mungus Katrismira, todos os documentos de Harry Potter serão seus. — Assegurou Cornélius, fazendo Katrismira sorrir mostrando seus caninos, enquanto seus acompanhantes sorriam uns pros outros pelo desempenho de sua chefe. — Tenho certeza que não há melhor pessoa para isso, do que você.

— O Ministério de Washington saberá do seu bom coração Cornélius. — respondeu ela com seus olhos brilhando em dourado e voltando ao normal. — Tenha certeza que o acordo entre O Ministério Búlgaro e o Ministério da Grã-Bretanha sobre o comércio internacional será assinado no fim desta semana. — O sorriso que Cornélius deu foi o suficiente para ela saber que acertou seu preço em cheio.

01 de Agosto de 1987

Katrismira estava sentada ao lado da cama do hospital há dois dias seguido, enquanto Harry estava inconsciente. Eles o haviam encontrado no armário totalmente desnutrido e pálido, com vários ferimentos de dias anteriores mal curados, ele havia desmaiado no segundo que Katrismira o pegou.

O Medi-Bruxo Líeis tinha sido exigido um juramento bruxo para não revelar a ninguém além de Cornélius e os funcionários de Katrismira que era Harry Potter a criança que ele tratava, ele ficou seis horas trancado na sala de cura na tentativa de curar todos os ferimentos o melhor possível corrigindo até mesmo seus olhos. Harry dormiu o resto da estadia no hospital.

Katrismira havia se dedicado a vigiá-lo a espera que acordasse enquanto enviou Jason, Antony, James e Jamisia para coletar o Lobisomem que tinham ido ver inicialmente, para pega-lo e levá-lo de volta ao Centro Clinico enquanto ela permaneceria.

Ela levantou os olhos do livro que lia sobre a polaridade das moléculas, quando ouviu Harry se mexer na cama e tentar se levantar.

— Não se mexa você precisa de descanso. — Sussurrou ela olhando enquanto ele se acalmou e abriu os olhos verdes de vagar.

— Onde eu estou? — Perguntou Harry a olhando com grandes olhos verdes.

— Hospital St. Mungus. — Respondeu ela colocando o livro na mesinha ao lado da cama e voltando sua atenção a ele. — Você se lembra do que houve? — Ele assentiu calmamente. — Você ficou seis horas na sala de recuperação. E dormiu por dois dias.

— O que houve com meus tios? — Perguntou ele novamente. Ele se lembrava vagamente dos sons de muitos passos entrando e andando na casa, os gritos do seu tio e um rosnado e depois seu nome, ele bateu na porta até que viu a luz e um par de braços.

Katrismira suspirou enquanto pegava uma pasta ao lado de sua poltrona e abria para ler algo. — Seu primo foi levado para a casa de sua tia, Marge Dursley. Seus tios, Valter e Petúnia estão em custódia, o julgamento será daqui três dias e com todas as provas eles serão condenados de quinze a trinta e cinco anos de prisão. — Ela levantou os olhos para a criança ainda deitada.

— Então eu não vou voltar para lá? — Perguntou ele. Sua voz era falha mostrando a esperança e até felicidade pela noticia.

— Não, você nunca mais irá vê-los de novo. — Assegurou Katrismira vendo o sorriso que encheu o rosto de Harry, mas logo se apagou. — O que foi?

— E para onde eu vou? — Perguntou ele olhando para ela com pequenos olhos temerosos.

Ela sorriu antes de morder os lábios nervosamente, e se levantando e entregando a ele outra folha da mesma pasta que segurava antes. — Eu sei que não nos conhecemos, e entenderei se disser não, mas eu adoraria adotá-lo.

— Você quer me adotar! — Indagou ele sem acreditar.

— Sim. — Respondeu ela calmamente. — Esse documento me dá sua total guarda assim que eu assiná-lo. — Ela respondeu o olhando rigidamente. — Seu nome mudaria para Alaistair Yakov Malfoy-Potter, e eu passaria a ser sua mãe, para todos os efeitos.

— Eu... — Ele olhou para a folha na sua mão e depois levantou o olhar para ela. Katrismira não esperava os olhos dele cheios de lagrimas. Mas de novo, ele nunca soube o que era ser querido por alguém. — Sim, eu adoraria.

Ela suspirou soltando o ar que ela não sabia que segurava e deu um sorriso radiante mostrando seus caninos que pareciam presas pontudas, e ficou satisfeita ao ver que ele não recuou só ficou curioso. — Eu fico feliz. Bem vindo a família.