Anna & Kiba escrita por ACarolinneUs5


Capítulo 8
Capítulo 8




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Capítulo Oito

– Como que ele está? – perguntei para Tsume, que estava sentada em uma das cadeiras da sala de espera.

– Ah, ele ainda não acordou, mas a enfermeira disse que ele vai ficar bem – disse Tsume sorrindo. - O mais grave foi uma pancada na cabeça, mas ela disse que não haverá sequelas.

– Que ótimo! – Me animei. Pelo menos algo bom hoje. – Será que posso entrar no quarto?

– Acho que sim, aquele amigo dele, o Zuu acabou de sair de lá. A enfermeira disse que ele vai ficar aqui hoje, então eu já vou indo. Cuide bem do meu filho.

– Sempre. Vou vê-lo então – dei um sorriso para ela e fui andando em direção ao quarto que ficava no outro corredor.

Quando fecho a porta atrás de mim fico olhando para Kiba. Ele está com uma aparência bem melhor, tiraram alguns curativos, sua pele está menos inflamada e vermelha, sua testa ainda está com uma atadura rodeando sua cabeça. Quando eu saí de casa, precisava dele. Mas agora, ele precisa muito mais de mim do que eu dele.

– Vou cuidar de você, Kiba – falei, baixinho, passando a mão no seu cabelo escuro. – Você vai melhorar logo, logo, e quando você piscar os olhos, já estaremos correndo e brincando com Akamaru na floresta, como sempre.

Puxei a cadeira do canto do quarto para ao lado da cama, sentei-me e segurei sua mão. Beijei-a levemente, sua mão ainda está quente, mas agora, depois de lutar com alguém, também estou. Acho que vou passar a tarde aqui, já passou da hora de almoçar e não estou com fome, vou apenas ficar aqui com ele. Arrasto a cadeira um pouco mais para frente e encosto minha cabeça no ombro dele.

Percebo que dormi quando sinto uma mão acariciando meu cabelo. Levanto, olho pela janela e vejo que já está de noite. E então vejo Kiba, sorrindo para mim. Ah... como eu amo esse sorriso.

– Boa noite – ele fala, ainda passando a mão no meu cabelo.

– Boa noite. - Quando será que ele acordou? Quantas horas será que eu dormi? Ele que me acordou, não existe uma forma melhor de ser acordada que por alguém que você ama, mesmo que secretamente. – Quando você acordou?

– Faz umas duas horas no máximo.

– Isso tudo? – Estou surpresa, obviamente. – Porque não me acordou?

– Você estava tão fofinha dormindo que não quis te acordar – ele fala fazendo biquinho. E então ele ri. – Você dormiu que nem uma pedra, tentei te acordar, não consegui, a enfermeira ia te levar pra fora, mas falei pra ela deixar você aqui.

– Você já pode ir para casa?

– Não sei, acho que a enfermeira disse para eu ficar de repouso. Minha cabeça ainda dói um pouco. – Ele coloca a mão na testa, enquanto a outra ainda acaricia meu cabelo. Por mim o mundo podia parar agora. Só eu e ele aqui, sem preocupações, sem amigos, sem conhecidos, sem familiares, sem mentiras, sem vilões ou planos malignos.

– Você vai ficar ótimo. Novinho em folha. Não se preocupe.

– Eu sei, obrigado.

– Seu convencido.

Ficamos rindo e então ele começou a falar sobre como ele foi parar no hospital. Ele estava quase chegando na rua de casa quando foi interceptado por Kabuto, que na verdade era o Orochimaru, mas isso vou deixar só para mim. Ele disse que Kabuto queria o Zuu, eles não sabiam o porquê. Quando percebeu, Kabuto estava segurando Zuu e Kiba tentou pará-lo, mas não deu muito certo ele acabou recebendo uma pancada forte na cabeça. Akamaru levou-o para o hospital e foi avisar Tsume e Hana sobre o acontecido.

– Seu cachorro é muito legal, cara. Eu queria ter um amigo assim.

– Você tem a mim.

– Estou falando de cachorros. – Olho para ele, seus olhos brancos de pupilas verticais estão praticamente hipnotizando os meus, como sempre acontece quando eu pego ele me olhando. Não consigo me concentrar muito. Geralmente eu afasto logo o olhar, pois fico parecendo uma boba, quase babando pela hipnose que ele me causa.

– Sabe muito bem que posso ficar igual o Akamaru naquele meu jutso – ele fala tentando me convencer. Eu reviro os olhos.

– Tá bem...

Ele me puxa e me abraça. Mesmo cheio de hematomas eu o abraço forte. Jogo todo meu peso contra ele, lembro-me da conversa com minha mãe, das mentiras, do meu novo irmão e disparo a chorar. Aproveito aquele abraço reconfortante para me livrar um pouco dessa tristeza que havia tomado conta de mim mais cedo.

– Anna - ele fala preocupado, percebo pelo tom de sua voz, - está chorando?

– Não, estou bem.

Ele me afasta do abraço para olhar bem pra mim. Tento esconder mas já é tarde demais.

– Por quê está chorando?

– Umas coisas ali... Umas mentiras... Uma descoberta...

– Pode ser mais específica? – Ele continua olhando para mim preocupado.

– Não quero te preocupar com essas minhas frescuras.

– Se você está mal e chorando, então não é frescura. Se não quiser falar agora, tudo bem, eu entendo.

– Obrigada... É que... bem... Eu descobri umas coisas hoje que pode mudar tudo para mim.

– Tipo o quê? – Ele me olhava querendo entender o que eu falava.

– Eu te falo quando a gente sair daqui.

– Vai me deixar curioso... Tudo bem, fale quando quiser e se sentir confortável.

– Eu estou confortável. Muito. Só... é muito difícil pra mim...

– Tudo bem, Anna. – Ele fala, carinhosamente, segurando minha mão. Droga... Porque será que não me cria coragem para beijá-lo agora? Estamos sozinhos, ninguém vai entrar agora e eu sei que ele também quer isso. Mas porque ele também não faz nada?

– A minha mãe... ela... quer dizer... meu pai.

– Seu pai não está morto? – Eu olho pra ele, ele tenta diminuir a força de suas palavras. – Desculpa, bem... ele não está?

– Yashamaru... ele... Tudo indica que ele não é meu pai.

– Tudo indica?

– Eh, minha mãe não falou isso com todas as palavras, mas do jeito que ela me olhou quando perguntei... Deixa pra lá.

– Sabe que pode me falar tudo né?

– Sei sim, e te amo por isso. Mas tem algo martelando na minha mente até agora...

– Fala, então.

– Sabe o Deidara? – Ele me olhou, surpreso e fez um gesto indicando que sim. – Ele é meu irmão.

– O Deidara? – Ele estava sem entender. – Espera, o Deidara da Akatsuke? Como assim ele é seu irmão?

– Pois é...

Expliquei tudo para ele, que ficou muito surpreso, e então ele levantou da cama.

– Tudo isso me deu fome. Vamos jantar?

– Comida de hospital? Não, obrigada. – Nós rimos.

– Você subestima a comida daqui. – Disse ele me olhando de soslaio com um sorriso no rosto. – Vamos lá, dá uma chance.

– Será que você não pode sair um pouquinho?

– Acho que não, a enfermeira disse para eu ficar de repouso.

– Ah, qual é! Olha só pra você, só tem uns arranhões, e tá andando super bem.

– É o que parece? – perguntou ele rindo. – Você não imagina a dor que estou sentindo na cabeça, está tudo girando.

– Own, que dó. E fugir, será que você pode?

– Para fugir não precisa de permissão, não é?

– Verdade. – Dei meu melhor sorriso malicioso e andei até a janela, poucos metros depois da cama. Como imaginei, não há ninguém do lado de fora, está escuro e tranquilo. – Ninguém vai perceber que a gente saiu.

– Quer me sequestrar, Anna? – Ele fala baixinho no meu ouvido, viro-me e ele me agarra em um abraço forte. Acho que ele sabe que eu adoro seus abraços.

– Quero. Quero te levar no Ichiraku, ou no Shushuya, nunca fomos lá. - Quero te levar lá em casa, fazer você conhecer o meu quarto e me conhecer ainda mais, quero te beijar, te abraçar e nunca mais te largar. Como eu queria ter coragem para falar isso agora...

– Nem idade suficiente você tem para entrar lá no Shushuya, lembra?

– Ah, qual é? Eu faço 16 próximo mês... E ninguém pensa que tenho só 15 anos, pareço mais velha, entro lá na maior naturalidade possível que eles nem desconfiariam.

– Anna, sabe o que eu quero? – Me beijar? Penso. Não, isso é o que EU quero. Ele olha para mim. Droga, vai ser agora.

– O que você quer? – Estou nervosa. Não consigo mais me segurar, estou, definitivamente, tremendo, com medo do que vem a seguir. Se for para ser agora, então que assim seja. Cadê aquelas pessoas que entram do nada nos quartos estragando o clima do casal? Acho que preciso de uma agora. Ou não...

– Quero... – Ele começa a falar, mas eu o interrompo. Quando dou por mim, estou beijando-o. Nada muito complexo, pois ainda não sei beijar, mas isso eu já vi nos livros. Meus olhos estão fechados, não consigo mais pensar em nada, tudo que eu quero está aqui, neste quarto de hospital. Apenas pressiono meus lábios contra os dele e deixo o momento tomar conta de mim.

Chega, já demorei demais, ele vai achar estranho. Nos livros esse tipo de beijo costuma durar no máximo 6 segundos, embora eu não tenha contado. Me afasto e abro os olhos. Ele está me encarando, surpreso, sem reação. Será que não era isso que ele queria? Estou com vergonha agora.

– Desculpa – falo, da boca pra fora. Não quero me desculpar, há tempos estou aguardando esse beijo.

– Quero ir ao Ichiraku com você. Era o que eu ia falar. – Ele continua me olhando. Abaixo a cabeça e me afasto um pouco dele.

– Desculpa de novo, eu só... – Dessa vez é ele quem me interrompe. Seus lábios são tão macios que eu poderia passar o dia inteiro os beijando, combinam perfeitamente com os meus. Ele está segurando meu rosto com as duas mãos. E, então, se afasta esbanjando um sorriso.

– Eu queria ia ao Ichiraku, Anna, mas isso foi bem melhor. Obrigada.

– Amanhã quando você sair, podemos ir lá – falo, tentando fazer minha voz soar normalmente.

– Tudo bem, vai ser ótimo. – Ele solta meu rosto, sua boca está muito vermelha, e toda a sua cara também. – Mas hoje você terá que comer a ótima comida desse hospital.

– Vou fazer esse sacrifício por você.

Ele pega minha mão e me puxa através da porta para o corredor em direção à ala alimentar. Como que um dia pode ser o pior dia da sua vida e, em apenas um momento desse dia, ele ser transformado no melhor?Kiba causa isso em mim. E agora que tive coragem de dar o primeiro passo, os outros serão brindes e bem mais fáceis. Eu abri a porta que separava nossa amizade e agora ela está mesclada com o amor. Tento esquecer de tudo e apenas aproveitar – e reviver na minha mente, repetidas vezes - esse nosso momento.Afinal, agora somos mais que amigos. Somos amantes, eu o amo e ele me ama. E,se tudo der certo, para sempre será assim.


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