Anna & Kiba escrita por ACarolinneUs5


Capítulo 18
Capítulo 18




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Capítulo Dezoito

Já faz uma semana que minha mãe morreu...

Cheguei em Konoha no dia seguinte à sua morte. Encontrei-me com Sai saindo do hospital, ele ficou preocupado quando me viu. Encheu-me de perguntas, fui fria e continuei andando.

Estou escondida, na minha própria casa.

Estou protegida.

Estou confusa...

Estou com medo de me olhar no espelho.

Tenho medo do que vai me encarar de volta.

Sei que não posso fugir de mim mesma, mas não sei o que fazer.

Kiba veio aqui em casa, mas não abri a porta, apenas gritei através da porta que precisava de um tempo sozinha. Isso já faz cinco dias. Ele veio todos os dias depois disso, eu sempre vou até a porta, falo pra ele que ainda preciso do tempo, ele se vai sem que eu o veja e eu fico sentada no chão, encostada na porta da frente, chorando...

Até quando eu vou fazer isso durar?

Toda hora eu olho os arquivos da minha mãe. Observo os nomes escritos em Novembro e Janeiro. Fico imaginando quais ali fazem parte da minha genética...

Preciso ver fotos deles. Preciso saber quem são. Se estão vivos e se sabem da minha existência, o que tenho quase certeza que não, mas quero saber...

Rasa é o pai do Gaara, ele está na lista, tenho certeza de que tenho genes dele, meus olhos são iguais aos olhos do Gaara, verdes e com o preto ao redor... Embora os meus sejam um pouco mais verdes que os dele, são praticamente iguais. Mas Rasa está morto.

Yashamaru... Pensei que ele não era meu pai, mas acho que tenho genes dele também, pelo que eu soube recentemente, ele era bem decente e acho que puxei bastante da sua personalidade. Mas Yashamaru está morto.

Jiraya... Espere... Jiraya?!? Como não vi isso antes?? Jiraya é o sensei do Naruto, aquele com quem ele saiu da vila para treinar por anos... Naruto com certeza conhece ele melhor que muitos aqui da vila, tenho que encontrá-lo.

Olho pela janela, ainda está claro. Acho que vou procurar o Naruto e bater um papo com ele. Mas antes...

Levanto-me da minha cama que passei quase a semana toda deitada e sigo na direção do banheiro na porta do armário. Entro no banheiro, respiro fundo e tiro o pano que coloquei para cobrir o espelho. Eu estava com muito medo de me olhar. Mas para ir ver o Naruto, terei que fazer isso, senão a possível reação dele me afetaria de tal modo que jamais conseguiria sair de casa novamente.

Aliás, o que é que tem de mais no meu rosto que fez aqueles caras saírem correndo daquele jeito?

Quando me olho no espelho, me surpreendo.

Meus olhos verdes continuam verdes, contornados de preto, como os de Gaara. Meu cabelo continua loiro como sempre foi. Minha boca continua a mesma. Minhas sobrancelhas, minhas bochechas, meu queixo, continuam os mesmos. Mas por quê? O que eles estavam vendo, então?

O que será que estava diferente em mim naquela hora que não está agora?

Será que minhas emoções afetaram algo em mim? Na minha aparência?

Parece ser a única coisa que difere aquela Anna dessa Anna que vejo no espelho. Melhor assim, então. Não terei que explicar nada a ninguém.

Ligo a torneira, lavo o rosto, escovo os dentes, passo a mão no cabelo e fico ali um tempo, olhando para mim mesma. Por que me sinto tão diferente e, mesmo assim, pareço tão igual? Eu devia me ver diferente, sei lá, algumas olheiras pelo menos...

Saio do banheiro, procuro no meu guarda-roupa alguma camisa com capuz, acho-a e me visto. Coturno e calça para acompanhar. Desço as escadas, abro a porta da frente com cautela, olho ao redor e fecho a porta atrás de mim. Cubro meu rosto com o capuz e ando de cabeça baixa. Pego um atalho para a casa do Naruto e bato na porta do seu apartamento.

– Anna? – ele fala depois que abre a porta e me vê parada ali, segurando os arquivos de Kunanari. – O que houve com você? Estávamos todos tão preocupados, cheguei a pensar no pior...

– Preciso falar com você.

– Entre – ele abre espaço para eu entrar em seu quarto, bagunçado como sempre. – Ou melhor, porque não vamos até o parque? A gente vai conversando, eu preciso falar com Tsunade mesmo.

– Tudo bem, acho que também preciso bater um papo com ela...

– Ok, vou só colocar uma camisa.

Meu rosto fica vermelho, eu não havia observado que ele estava apenas de bermuda. Naruto pega algumas roupas jogadas do chão, vai cheirando e jogando todas em um canto, até encontrar uma camisa manga longa branca que cheira bem. Ele a veste e a gente sai do apartamento.

– Então, o que você queria conversar comigo?

Eu tremia, estava nervosa. Não sabia exatamente por onde começar, então falei a primeira coisa que veio na minha cabeça.

– Jiraya é meu pai.

– O QUÊ?? – ele se vira para mim e para de andar. Ele está ainda mais surpreso que eu.

– Quer dizer... Ele é um dos meus pais.

– Como assim, Anna?

– Eu estava procurando meu pai, não era?

– Sim...

– Então - continuei andando, fazendo com que ele me seguisse, - é uma coisa meio longa de se explicar então eu vou resumir o que eu consegui entender. Minha mãe nasceu com um jutso sei lá o quê jamais visto no mundo ninja. Ela conseguia passar, transmitir, puxar, não sei a palavra direito, genes de outros para o filho que ela queria ter. Esse filho, no caso, eu, nasceu com genes de todos os homens que ela ficou no tempo que engravidou. Então, Jiraya foi um desses homens que ela ficou. O nome dele estava na lista. Daí que vem o fato de eu conseguir conjurar sapos, sempre sapos e... Eu estou muito confusa, mas quando me dei conta de que o Jiraya que estava escrito na lista era o seu sensei, eu vim logo falar com você, pois quero saber dele. Ele está vivo?

– Puta merda, Anna! Isso é incrível! Ele está vivo sim! E vai adorar saber que tem uma filha tão maravilhosa quanto você! Mesmo que você não seja somente dele e de sua mãe, mesmo que ele seja um dos seus... quantos pais você tem?

– Eu acho que seis, ou sete. Na lista consta sete, mas acho que um deles o gene não pegou muito bem porque nem o Orochimaru conseguiu identificar e... é isso.

– Uau... Sete pais... Enfim, ele vai adorar saber da sua existência, mas ele saiu em uma missão. Quando ele voltar, vamos direto até ele.

– Me conta sobre ele, acho que já vi fotos em algum lugar, na academia, não sei...

– Na academia, sim. Ele é um dos três ninjas lendários.

– Ah sim! Verdade...

– Anna, e se você tiver herdado mais alguma coisa dele?

– Tipo o quê?

– Hum, não sei, tenta... – ele olhou para o céu, pensando. – Tenta fazer seu cabelo virar espinhos.

– Espinhos? – Olhei para ele e nós rimos.

– Sim, ele fazia isso.

– Isso é estranho, depois eu tento.

Chegamos ao parque e ele se senta em um balanço, sento-me no balanço ao lado, segurando nas correntes, a pasta de arquivos no meu colo. Fico pensando em uma vida que eu poderia ter tido ao lado de Jiraya e Kunanari, como uma família. Ou em Yashamaru e Kunanari, se ele não tivesse morrido e nem ela, poderíamos ser uma família normal e feliz da Areia. Meus pensamentos são interrompidos...

– Então, você disse que tem sete pais, quais são os outros?

– Bem, tem o Yashamaru, Rasa, um tal de Dan, outro chamado A...

– Rasa, o pai do Gaara?

– Sim, a gente sabe que ele não era um pai do ano, certo?

– Certo – ele sorri.

– Continuando, tem um cara chamado Izuna, que eu não faço a mínima ideia de quem seja, embora eu tenha ouvido esse nome em algum lugar, e Fugaku, que também não me soa tão estra...

– FUGAKU??

– Você quer parar com isso? – olho pra ele, séria. - Me assusta às vezes...

– Mas... Você não está dizendo que é o Uchiha Fugaku, né?

– Uchiha?

– Sim, o pai do Sasuke tem esse nome e é o único Fugaku que eu já ouvi falar.

Fico paralisada por um tempo. Uchiha... Eu estudei sobre os Uchihas, o sharingan é realmente algo incrível, mas eu não nasci com um sharingan. Digo, ninguém nasce com um sharingan, ele deve ser despertado. Mas não tem como, eu já passei do tempo de despertá-lo...

– Eu não tenho um sharingan.

– Isso não significa nada.

– Claro que significa...

– Devemos falar com a Tsunade, você deve ser treinada para sabermos todas as suas habilidades, Anna, você vai ser invencível!

– Eu não quero ser invencível.

– O Kiba já sabe disso?

– Não, eu fiquei trancada em casa desde quando voltei. Você é o primeiro que converso.

– Não sei se ele vai gostar de saber disso...

– Por quê?

– Fomos em algumas missões enquanto você estava trancada em casa e ele só falava de você. Ele te substituiu em uma missão que Tsunade havia designado para você. Mas ele não reclamou, ele disse pra gente que você estava doente.

– Melhor que continue assim. Ele não me disse nada. Devo agradecer a ele...

– Deve mesmo. Mas, sua mãe não está em casa?

– Minha mãe... – eu havia ensaiado aquele momento e chorado todas as lágrimas possíveis. Eu não tenho mais lágrimas no meu reservatório, uma pena para você, dor. Limpei a garganta e consegui falar sem que a emoção me dominasse. – Minha mãe morreu.

Senti os olhos de Naruto no meu rosto enquanto eu olhava para baixo tentando permanecer neutra.

– Desculpa, eu não sabia...

– Tudo bem, a morte dela foi vingada antes mesmo do seu último suspiro.

– Tenho medo de você.

– Somente meus inimigos devem ter medo de mim. Você é meu inimigo?

– Não, mas...

– Sem "mas".

– Tudo bem...

– Então – falei, levantando-me do balanço, - vamos?

– Claro – ele respondeu, pondo-se de pé. – O que você vai conversar mesmo com a Hokage?

– Bem... ainda não sei quem são 3 dos meus 7 pais. Tsunade é a pessoa mais bem informada da vila, se ela não souber, então eu nunca saberei.


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