Anna & Kiba escrita por ACarolinneUs5


Capítulo 16
Capítulo 16




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Capítulo Dezesseis

Esquerda... Certo. Bifurcação... esquerda. Uma... duas... três portas... Espere... Viro na terceira ou passo por ela e viro na próxima? Sei que depois tenho que virar à direita...

Hum...

Vou virar aqui, se tiver uma saída à direita então é a certa, se não tiver, volto aqui e entro na outra.

Simples.

Ok, vamos lá.

Viro à esquerda na terceira porta. O corredor é um pouco longo, mas continuo nele até ver uma porta à direita. Sinto que é a certa. Algo nela me atrai.

Finalmente. Ainda bem! Quero sair logo daqui.

Chego até a porta e a abro.

Eu não sabia, mas uma surpresa me esperava nessa porta.

Claro que o Sasuke não ia falar assim, a saída, sem mais nem menos. Óbvio que era uma armadilha. Sou tão burra! Agora me arrependo de ter sido tão amigável com ele... fui amigável? Bem, eu acho que fui. Enfim, me arrependo de tudo que falei e fiz poucos minutos atrás. Infeliz desgraçado!

A única coisa que consigo fazer é pensar mesmo... Estou paralisada com o que estou vendo. Sei que eu estava procurando-a, vim aqui só para isso, mas não imaginei que seria assim.

Minha mãe estava deitada em uma mesa de metal igual à que eu estava. Diferente de mim, ela estava com fios e tubos ligados ao seu corpo. Ela estava quase irreconhecível. Seu rosto estava murcho e sem vida. Dava para saber que ela passara fome.

Falando em fome... acho que estou tão magrinha, com certeza não me alimentaram, estou faminta. Quando sair daqui, será a primeira coisa que vou fazer.

Permaneço paralisada, estava procurando-a, ela é o único motivo de eu estar aqui, e quando a vejo, não sei o que fazer. Isso é horrível.

Depois de alguns segundos percebo que ela não está sozinha na sala...

– Que bom! – Ouço Orochimaru sussurrar em meu ouvido esquerdo. Estremeço e cerro os punhos e os dentes. A raiva me domina. – Nem precisei chamá-la.

– Eu não podia sair sem minha mãe – minto, fingindo segurança na voz. Tento me acalmar, mas não consigo, ouço meu próprio sangue pulsar nas minhas têmporas. Tento ignorar o som e concentrar em minha mãe, preciso saber se ela ainda está viva.

– Posso ver isso – ele fala, passando o braço e fechando a porta atrás de mim.Quando volta seu braço sinto um movimento rápido no meu bolso de trás, como se ele estivesse retirado algo dali, mas então lembro que não havia nada nos meus bolsos. Ele está vestindo um tipo de jaleco branco, sua mão direita está cheia de ataduras e ele está mancando um pouco. – Sente-se.

Ele aponta uma cadeira ao lado da cama de Kunanari. Eu não sei o que fazer, então apenas obedeço. Fico quieta, pensando em algo para fazer, algum plano, enquanto ele anda pela sala com uma espécie de agulha na mão direita. Observo de novo e vejo que é uma agulha idêntica a que Sasuke pegou na minha sala.

Será que é a mesma? Ele já veio aqui deixar? Não deu tempo...

FILHO DA... Que droga!

Bem que eu senti quando ele me puxou! Acho que no calor do momento não devo ter sentido ele colocando isso no meu bolso de trás. Claro que era uma armadilha... Sinto-me tão estúpida agora. Quase pensei que tinha achado ele legal e ele tinha gostado de mim... droga.

– Então ele te soltou?

– Isso é bem óbvio, não? – pergunto, com raiva.

– Não esperava que ele fizesse isso – ele fala, mancando para perto da minha mãe.

– Você que mandou ele me soltar.

– Certamente não. Depois vou conversar com ele.

Como não? Estranho isso.

A sala é do mesmo tamanho da que eu estava, sem janelas, uma mesa de metal, uma cômoda com gavetas do lado da mesa, duas cadeiras, tudo o mesmo, menos o fato de essa sala estar cheia de aparelhos.

Eu disse cheia? Quis dizer lotada. Tem um cilindro bem grande com um líquido verde borbulhante que vai do chão até o teto da sala, dele sai um tubo cinzento que está conectado à boca de Kunanari. Fios saíam de seus dois braços e terminavam em uma máquina grande com uma tela que ficava ao lado do grande cilindro.

– Sasuke não costuma me desapontar assim... Mas que bom que você está aqui, eu pedi para que ele levasse essa seringa para uma sala no outro corredor, não lembro de tê-lo avisado que estaria aqui.

Sasuke não sabia que ele estava aqui? Então como...

– O que você vai fazer com a minha mãe? Não posso levá-la? – perguntei educadamente. Ele não me ameaça mais.

– Sua mãe... é meu experimento, não posso livrar-me dela. Você vai embora sozinha.

– E porquê estou aqui? – tento focar minha audição na minha mãe, consigo ouvir seu coração bater. Que bom, ela está viva.

– Anna, você é um feito e tanto! É incrível como seu corpo suportou, como sua mente funciona, como seu organismo sobrevive. É uma série de coisas surpreendentes – ele falava com fascínio na voz, parecia realmente surpreso com tudo aquilo.

– Então eu já estou liberada?

Ele riu. Riu muito alto e com muita ironia, claro. Era a resposta que eu sabia que viria, ele não precisa falar mais nada... Terei que me livrar dele de uma forma ou de outra para poder sair daqui.

– Você é interessante, Anna. Posso te estudar pelo resto da minha vida e mesmo assim não teria todas as respostas...

– Então libere minha mãe, estude a mim!

– Há há! Mas foi sua mãe quem criou o que você é. Ela deve ser estudada mais do que você. Ainda não entendo como ela conseguiu fazer o que fez. Por enquanto conseguimos detectar 5 genes diferentes em você, mas acho que tem mais...

– CINCO? Como assim cinco?? – Estou realmente chocada, como uma pessoa pode ter mais de 2 kekkei genkai? COMO ALGUÉM PODE TER MAIS DE CINCO? Isso é loucura... Loucura, não... Isso é impossível! Ou pelo menos devia ser!

– Detectamos genes de areia, que obviamente é o mais evoluído em seu corpo, mas detectamos também raio, alguns genes estranhos que não conseguimos identificar, mas que sabemos que são kekkei genkai e outras coisas...

– Que outras coisas?

– Não posso falar para você assim, você pode querer evoluí-las e então eu não terei a mínima chance de te derrotar. E nem ninguém terá.

Ninguém terá a chance de me derrotar?!? Isso soa tão bem... Mas não é poder que eu procuro, então que seja.

– E porquê eu não sinto todas elas? O raio eu soube alguns dias atrás, mas não sabia que fazia parte de mim assim. Esses outros que você falou, eu não saberei como evoluí-las, principalmente por não saber como elas são, para, então, poder evoluir...

– Talvez você saiba. Mas é uma pena que não sobreviverá tempo suficiente para aprimorá-las – ele se levantou da cadeira segurando a coisa-seringa ameaçadoramente. Olhando para ela agora (não sei como) sei que o líquido que está dentro dela é o mesmo que corre no sangue da minha mãe neste exato momento. Não consigo ver o líquido na coisa-seringa, mas sei que Kunanari tem isso injetado nela e foi isso que me trouxe aqui. Esse líquido me atraiu até aqui.

– Você não pode afirmar isso – falei, confiante, ele não sabe que estou atenta.

– Claro que posso, você está presa aqui, ou até agora não percebeu isso?

Percebi sim, mas posso sair, sei que posso. Levantei-me da cadeira, sei que ele está mancando, sei que sua mão está ferida e sei de mais algumas coisas... Tenho poderes novos e já feri Orochimaru mesmo estando desacordada. Ele teme a mim. Penso em avançar nele.

Porém, antes que eu agisse, alguém abre a porta subitamente e entra. É Sasuke.

– Pensei que viria nesta sala só mais tarde, sensei – ele fala, nervoso, olhando de Orochimaru para mim. Acho que ele está surpreso em me ver viva. Ou ele realmente não esperava que Orochimaru estivesse aqui? Ele sabia que a seringa me atrairia para cá, então se não foi uma armadilha...

– Quem deu ordem para libertar a prisioneira?

– Eu pensei que...

– Você não está aqui para pensar! Deve me obedecer! Eu não dei ordem alguma de libertá-la!

– Mas eu achei...

– BASTA!

Sasuke me lançou um olhar daqueles de "desculpa-desculpa-desculpa", mas seu rosto continuava inexpressivo e frio, não sei como ele conseguia fazer aquilo, ou como eu conseguia decifrar seu olhar. Está claramente óbvio agora que Sasuke plantou a seringa para que eu pudesse achar minha mãe e fugir daqui. Ele não contava com Orochimaru presente na sala. Nem eu.

– O que está esperando? Saia! – disse Orochimaru, ríspido.

– Kabuto me mandou chamá-lo, ele disse que estaria aqui.

– O que ele quer?

– Ele disse que descobriu um novo gene na nossa paciente.

– Isso é uma boa notícia!

– Ei – interrompi, esses instantes que eles conversaram, eu retirei vários cabos da pele da minha mãe, disfarçadamente, e voltei para o meu lugar. Faltava apenas o tubo com o líquido verde. – Esqueceram de mim?

Logo depois que perguntei, apontei minha mão para a mão boa de Orochimaru, que segurava a seringa. Imaginei eletricidade saindo de mim e consegui convocar um raio que fez com que a seringa explodisse na hora.

Orochimaru gritou e Sasuke tampou os olhos com as mãos para se proteger dos estilhaços e, provavelmente, do líquido. Enquanto o sensei do Sasuke pestanejava e me xingava, eu puxei com força o tubo da boca da minha mãe e joguei-o longe.

Ela respirava com dificuldade, mas eu não liguei, o importante era que estava respirando. Lembrei de algumas aulas passadas que era possível fazer algo afiado e de corte usando apenas o chakra, vi as cordas amarrando as mãos de Kuananari em cada lado da mesa, não existe hora melhor para tentar.

Consegui na hora, talvez alguns benefícios dos meus genes? Não sei, não há tempo para pensar nisso agora. Cortei as cordas das mãos e quando fui cortar a dos pés pressenti algo vindo do lado direito rumo à minha cabeça, abaixei rapidamente e uma kunai passou rente aos meus cabelos.

Os cabelos da minha nuca se eriçaram. Olhei para o lado. Orochimaru estava com os olhos em fúria. E não só os olhos, ele segurava outras duas kunais. Quando olhei para baixo vi cobras brancas rastejando na minha direção. Consegui chutar algumas, mas eram muitas, duas delas enrolaram-se na minha perna e começaram a apertá-la.

Olhei para a porta, Sasuke estava parado, sem reação alguma. Frio como sempre. Atrás dele vi o corredor, e só então percebi... Estamos no subterrâneo, tem areia para todo lado aqui.

Convoquei mais raios e eletrocutei as cobras em minha perna, mas meu poder foi além e eletrocutou todas as outras. Elas ficaram imóveis e Orochimaru ficou boquiaberto. E eu também fiquei boquiaberta.

Peguei areia do corredor e acumulei ela ao meu redor, criando uma barreira entre mim e eles. Desamarrei minha mãe por completo e a coloquei sobre meu ombro. Minha mãe estava tão leve que quase não fez diferença, pelo menos ela estava vestida.

Eu conseguia ouvir estardalhaços e coisas quebrando do lado de fora da barreira, e junto a isso ouvi Orochimaru sair pela porta junto com Sasuke. Fui andando, empurrando a barreira junto comigo, na minha frente, abrindo caminho.

Fui empurrando-os até o corredor principal e percebi que eles entraram para a direita. Minha saída era para a esquerda. Dissolvi a barreira e resolvi dar umas últimas palavras.

– Vocês nunca mais tocarão em mim ou na minha mãe!

– Anna... – Sasuke falou, baixinho. Ele estava mais na frente, somente eu pude ouvi-lo. Eu sabia o que ele queria dizer. Mas estava tudo bem agora. Orochimaru estava atrás dele, quase impotente, com as duas mãos machucadas agora. Para garantir, movi a areia do corredor e separei os dois.

– Sasuke, obrigada – falei somente para ele.

– Vá!

– Onde está Deidara? – perguntei.

– Como eu vou saber?

– Não sei, você poderia...

– Vá logo!

– Espere. Antes quero que me prometa uma coisa.

– Porque eu prometeria?

– Não é hora para isso.

– Ok, prometer o quê?

– Promete matar ele por mim?

– Matá-lo? Porquê eu faria isso?

– Motivos não irão faltar. Mas por favor, faça isso por mim se eu não puder.

– Eu gosto de matar. Farei então.

– Promete?

– Prometo. Agora vá embora de vez! E quando puder... se olhe no espelho.

– Tudo bem – falei por falar. Como assim me olhar no espelho? Ele endoidou? Tanto faz...

Corri pelo corredor e entrei na porta à esquerda. A porta certa.

Ela me levou à uma escadaria, a qual subi vários degraus até ver a luz do dia.

Finalmente! Firmei os braços em volta da minha mãe para não deixá-la cair e voltei correndo para Konoha.


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