Anna & Kiba escrita por ACarolinneUs5


Capítulo 10
Capítulo 10




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Capítulo Dez

– O que vamos fazer agora? – Perguntou Kiba enquanto saíamos pelos portões da minha antiga vila. Ele estava sentado em cima do Akamaru.

– Não faço a mínima ideia – falei. – Que tal irmos até onde minha mãe... – não consegui completar a frase, não consegui achar uma palavra que combinasse com o acontecido.

– Onde ela trabalhava? – completou Zuu.

– Sim – falei, meio decepcionada.

– Onde o Gaara disse que ficava mesmo? – Zuu continuou.

– Entre a Vila da Areia e a da Folha – disse Kiba. - Acho que passamos perto de lá. Mas viemos por outro caminho, então não vimos o local.

– Qual caminho devemos tomar então? – Perguntei para Kiba.

– Temos que ir pela esquerda, viemos pelo caminho do meio que é o mais curto. O da esquerda é o mais demorado, acho que o local não era muito bem frequentado, poucas pessoas pegam o caminho mais longo em uma jornada...

– É bom que aí ficam poucas opções para quem possa ser meu pai.

– Verdade. Vamos então.

Seguimos por um caminho estreito e cheio de pedras e areia até chegarmos à uma pequena choupana abandonada que ficava no centro de uma bifurcação da estradinha. Nem havíamos andado muito, então paramos para verificar o mapa que Zuu pegara com Gaara.

– Para a direita. – Ele falou depois de olhar atentamente para o pequeno mapa que mostrava todas as estradas que havia entre Konohagakure e Sunagakure.

Andamos quase correndo por mais uns cinco minutos e vimos uma grande casa noturna com uma placa de neon na fachada que avisava ter saunas de banho.

– Eh, tenho certeza que é aqui – falei, observando o local.

– Por que esse lugar pertence à Sunagakure se ele fica entre Konoha e lá? – Perguntou Zuu.

– Porque fica bem mais perto da vila da Areia do que da vila da Folha, óbvio – falei, enfatizando o "óbvio" para zombar dele.

– Eh, óbvio – falou ele, em tom de brincadeira.

– Certo, vamos entrar agora.

– Anna, você não acha melhor virmos aqui depois? – Perguntou Kiba. - Esse lugar não é muito organizado, acho que eles não tem o registro dos clientes cadastrados...

– O único jeito de saber é perguntando para eles.

Ninguém mais teve argumento, então fomos rumo à porta dupla da entrada. Estava aberta. Rolei um lado da porta para a esquerda e entrei numa sala bem iluminada, o chão de madeira estava brilhoso e na bancada de recepção do lado direito havia uma mulher que aparentava ter uns trinta anos. Ela era pálida e seus cabelos escorridos até os ombros eram bem negros. Estava sentada atrás da bancada e observava e anotava em alguns papéis à sua frente.

– Boa tarde – ela falou, levantando os olhos para ver quem entrava no recinto.

– Boa tarde – falei, descontraída. – Quais serviços vocês proporcionam aqui?

– Desculpa, mas qual é a idade de vocês?

– Tudo bem, tenho dezoito anos. Eles só me acompanharam até aqui – falei com simplicidade. – Mas isso não importa, só estou procurando uma pessoa, meu pai. Ele está aqui, eu o trouxe mais cedo. Poderia ir chamá-lo por favor?

– Claro, mas qual é o seu pai?

Fui andando até a porta de trás que dava acesso às saunas, quartos e outros aposentos. Pelo vidro da porta vi um homem saindo de um dos quartos com uma toalha amarrada na cintura e outra enrolada na cabeça.

– É aquele ali – apontei para o homem.

– Tudo bem - ela disse, levantando-se, - esperem aqui. – Ela saiu pela porta e foi andando até o homem. Pela distância que ele estava, tínhamos pouco tempo para fazer o que eu queria.

– Vamos. – falei olhando para Kiba e apontando com a cabeça uma porta estreita que havia ao lado da bancada de entrada.

Entramos, o local era pequeno e cheio de armários com gavetas. Começamos, então, a procurar por algum arquivo ou qualquer outra coisa que mencionasse Kunanari.

Enquanto eu e Zuu procurávamos no pequeno cômodo, arreganhando todas as gavetas e abrindo todas as pastas, Kiba e Akamaru estavam na sala de entrada fuçando a escrivaninha da recepcionista.

– Procurem pela data perto do meu nascimento, nove meses antes. Rápido!

Mãos ligeiras abriam e fechavam gavetas, passavam por páginas, arquivos, registros e cadastros em segundos. Procuramos e procuramos, pareceu uma eternidade, mas nada foi encontrado. Escutamos apenas alguns passos pesados vindos da porta e fomos correndo de volta para a sala. Kiba já estava normal e então ficamos do seu lado, sérios, fingindo ter esperado ali mesmo esse tempo todo.

– Aquele homem que você apontou disse não ter filhas. O que você quer aqui? – Perguntou ela, zangada.

– Desculpa, eu tive que mentir um pouco. Você sabe me dizer se alguma Kunanari trabalhou aqui?

– Não posso revelar o nome das minhas atendentes, funcionárias e nem clientes.

– Por favor, é muito importante. Kunanari é minha mãe, eu só queria confirmar se ela realmente trabalhou aqui e se tem alguém aqui que a conhecia ou falava com ela, alguma amiga, alguém...

– Desculpe-me, menina, mas realmente não podemos falar essas coisas aqui. Vou pedir para você se retirar, por favor.

– Só me confirme então se ela trabalhou aqui. Quem sabe uns 16 anos atrás?

– Sim, ela trabalhou. Agora vá – ela falou, impaciente, apontando para a porta que entramos.

– Obrigada – falei, triste.

A porta fechou-se atrás de nós e foi trancada por dentro. Estou triste, essa era a nossa única chance de saber ou ter pelo menos uma ideia de quem seria meu pai, e agora não temos mais essa chance.

– Droga! – gritei, esmurrando uma árvore que estava do meu lado enquanto andávamos devagar.

– Calma, Anna. Ainda tem como sabermos quem é seu pai – Kiba disse, passando o braço direito atrás de mim e apoiando-o no meu ombro direito. Calorosamente. Consegui me acalmar rapidamente.

– Como?

– Podemos perguntar para algum cliente que frequentava o lugar nessa época, ou perguntar para sua mãe...

– Acha que eu não perguntei pra ela? – rebati, sentindo-me estúpida.

– Não foi isso que eu falei. Você pode ter sido um pouco agressiva na voz, talvez, não sei. Quem sabe se você perguntar com jeitinho, com calma, talvez ela revele.

– Não sei... Pelo jeito da minha mãe... Nunca fizemos isso, nunca paramos uma de frente para a outra para simplesmente... conversar. Muito menos calmamente.

– Relaxa, Anna – falou Zuu, - logo teremos uma ideia de quem pode ser seu pai.

– E por quê você acha isso? – perguntei, confusa.

– Porque eu roubei isso.

Ele levantou um pouco a camisa e tirou de baixo dela uma pasta, envelhecida e com poucas folhas dentro. Ele estendeu-a para mim e peguei rapidamente, com o olhar fixo nele, sem saber o que falar. Quando foi que ele pegou? Ele deve ter encontrado um instante depois de escutarmos os passos. Não importa, estou agradecida. Agora tenho os registros.

Olhei para a pasta, que dizia em letras miúdas "Registros: Kunanari". Abri o arquivo e observei atentamente. Muitas letrinhas formavam nomes, eu não conhecia nenhum deles. Fui direto para os registros do ano em que acho que fui formada.

Janeiro:

Hitomi Shuneka – Sauna e parque = 150,00

Akihito Nagaku – Parque e quarto = 200,00

Fevereiro:

Hirochi Shitana – Sauna e parque = 150,00

Hitomi Shuneka – Sauna e parque = 150,00

Inari Issao – Sauna = 100,00

Março:

Kenjiro Tengara – Sauna = 100,00

Abril:

Jiro Jun – Sauna, parque e quarto = 250,00

Maio:

Satoru Naoto – Parque = 50,00

Noboru Sukuhi – Sauna e parque = 150,00

Junho:

– - - - - - - - - - - - - - - - - - - - = - - . - -

Julho:

– - - - - - - - - - - - - - - - - - - - = - - . - -

Agosto:

Toshio Takao – Parque e quarto = 150,00

Setembro:

Yashamaru – Parque, sauna e quarto = 250,00

Outubro:

Yashamaru – Sauna e quarto = 200,00

Novembro:

Yashamaru – Sauna e quarto = 200,00

Rasa – Parque, sauna e quarto = 250,00

Jiraya – Sauna e quarto = 200,00

Dezembro:

– - - - - - - - - - - - - - - - - - - - = - - . - -

Para eu ter nascido em agosto do ano seguinte, devo ter sido formada em novembro ou dezembro. Como na lista não consta nada no mês de dezembro, provavelmente aconteceu em novembro mesmo.

– Puts – falei, sem pensar. – Minha mãe pegou três caras no mês de novembro.

– De todos da lista, a dúvida ficou só nesses três? – Kiba perguntou.

– Sim, tem que ser nesse mês mesmo.

– Que bom, Anna! – Ele exclamou.

– Obrigada, Zuu. Muito obrigada mesmo. – falei fechando o arquivo e olhando para a frente, para o caminho que ainda tínhamos pela frente.

– Que nada, não fiz nada de mais – ele tentou ser modesto, sabia q isso significava muito para mim. – Então, quem são os três?

– Meu suposto pai, Yashamaru, Rasa e Jiraya.

– RASA?! – Perguntou Zuu, exaltado.

– Ele não é o pai do Gaara? – Kiba perguntou.

– É sim! – respondeu Zuu. – Caramba, Anna, já pensou? Você, filha do Quarto Kazekage?

– Não sei, acho que não combino com isso.

– Você seria meia-irmã do Gaara. O novo Kazekage! Você seria rica! – continuou ele, alegre. Talvez estivesse tentando me alegrar também. Dei um sorrisinho para ele não ficar tão sem graça.

– Seria mesmo, mas não é isso que estou procurando. Pela forma que minha mãe reagiu e pelo modo que está escrito aqui nestas folhas, Yashamaru não é meu pai, ela deve ter ficado com ele no comecinho do mês e os outros no final do mês ou então ela saberia, pela diferença de tempo entre um e outro, quem seria o pai do filho dela.

– Pode ser... – disse Kiba. – Vamos voltar para Konoha então?

– Vamos, com isso acho que já consigo a resposta que eu quero.

– Ah, Anna, quem é o outro mesmo? A suspeita número três.

– Jiraya.

– Espera – disse ele, arregalando os olhos e descendo do Akamaru. Ele tomou o arquivo da minha mão e folheou-o até encontrar o nome que eu havia acabado de falar.

– O que foi? – perguntei.

– Jiraya, Anna, esse nome não lhe é familiar? – perguntou ele, levantando os olhos para me fitar, fechando a pasta e devolvendo-a para mim.

– Hm... – pensei, e logo veio o pensamento. Naruto foi treinar com um dos três ninjas lendários. Os três eram: nossa nova Hokage, Tsunade; Orochimaru, o vilão que me atraiu para uma emboscada; e Jiraya, o mestre do Naruto. Fiquei confusa, mas, ao mesmo tempo, muito surpresa. – Não acredito!

– Anna! Minha nossa! Pensa nisso! Tudo se encaixa agora! – Kiba falou, exaltando-se. – O fato de você conseguir invocar sapos, Anna! Aposto que é ele. Naruto me falou que ele é bem mulherengo mesmo.

– Isso é coisa demais para a minha cabeça... E quanto aos meus jutsos? Como consigo controlar a areia, como o Gaara?

– Não sei... – ele pensou um pouco e tornou a ficar confuso. A mão apoiando o queixo para procurar uma lógica que se encaixasse na situação.

– Será que minha mãe sabe?

– Só saberemos se perguntarmos, não é mesmo? – Kiba falou.

– Então vamos. Tentar pelo menos.

Invoquei Gamatatsu para Zuu e eu pegarmos carona nele e fomos correndo de volta à Konoha.


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