Partners escrita por Adri M


Capítulo 7
Quantos mistérios Oliver esconde?


Notas iniciais do capítulo

Só um aviso, a parte em negrito e itálico é um sonho/lembrança, da Felicity.
Espero que goste. Boa leitura.



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Saio do esconderijo e sinto cada palavra que falei para Oliver pesar. Será que não exagerei?

Calma Felicity! Você disse o que tinha que ser dito, não se sinta culpada, não precisa.

Entro no meu carro e dirijo pelas ruas iluminadas de Nova Iorque.

Os olhos escuros e vazios de Oliver não saem da minha cabeça. As palavras. ‘me ver livre de você’.

Ecoam em minha cabeça.

Eu não podia ter sido tão fria daquela forma. Nós somos parceiros e não devemos falar isso. Agora já foi! Não tenho como voltar o tempo.

Chego no hotel, onde me hospedei e entro no elevador, ele sobe vagarosamente até parar e as portas se abrem. Ando pelo corredor iluminado, até parar no meu quarto. Abro a porta e entro, jogo minha bolsa no sofá e tiro meus sapatos, os chuto para longe.

Preciso de um banho, Quente e demorado.

Entro no banheiro, e tiro minhas roupas, entro embaixo da ducha e a ligo. A água quente cai no topo da minha cabeça e desce por todo o meu corpo. Sinto-me mais leve e deixo de pensar no que falei para Oliver.

Saio do banho e vou até o quarto, me visto e volto para a sala, jogo-me no sofá. Olho ao redor o apartamento é enorme diferente do que, o que eu moro em Washington, esse é big e luxuoso, se eu falar minha voz vai fazer eco.

Já estou acostumada com lugares novos e desse tipo, são os hotéis que a c.i.a nos manda ficar. Sempre sai em missões e fiquei nesses tipos de hotéis, já estou mais do que acostumada, e também, já me acostumei a ficar sozinha. Desde pequena, depois da morte dos meus pais.

De tanto encarar aquelas paredes de cores brancas e os luxos em cada canto, acabo por adormecer.

– Mãe?... Pai? – Entro em minha casa, depois da escola. Sei que meus pais acabaram de voltar de viajem. Estou morrendo de saudades deles e cansada de ficar aos cuidados da vizinha, dona Manuela. Que tem seus 80 anos e gasta seu tempo, tricotando. Ansiava por velos.

Percebo que a porta está arrombada e várias coisas estão jogadas no chão, muitas coisas estão quebradas também.

Ando pela a casa sentindo meu coração apertar e temo algo grave, meu coração bate muito rápido, mais que o normal, quando paro na porta do quarto deles.

– Não. – Minha voz sai em um sussurro, me ajoelho na porta e sinto as lágrimas banharem meu rosto. – Isso não é possível, não pode ser real. – Bato meu punho no chão, diversas vezes.

Eles estão ali, deitados, abraçados, cada um com uma bala enfiada no meio da cabeça.

Fraquejo quando tento me levantar, meu corpo cai novamente, tento outra vez e consigo ficar em pé, dou dois passos. Entretanto sou impedida de continuar andando, alguém segura meu braço e me puxa para fora do quarto.

É Uma mulher, mais ou menos da idade da minha mãe, me abraça, sinto o calor do seu corpo me envolver, ela se afasta e limpa meu rosto, sorri sincera.

– Vamos. – Segura minha mão e me tira da casa.

Meu pai sempre me disse para não confiar em estranhos, mas senti que podia confiar naquela mulher.

Acordo, com constantes batidas na porta. Levanto do sofá um pouco confusa, por ter acabado de acordar, pisco meus olhos e corro abrir. É Dig! está parado do lado de fora, parece impaciente.

– Você, não atende mais o celular? – Pergunta entrando na sala.

Pego o celular sobre a estante e vejo que está desligado.

– O que aconteceu? – Pergunto.

– Temos uma nova missão. – Já imaginava. Deixo John sozinho, e vou para meu quarto. Coloco uma roupa adequada e arrumo minhas coisas na mala. Volto para a sala e ele se aproxima, pega minha mala e nós saímos.

Demoro mais alguns minutos até cancelar minha estadia no hotel. Quando saio Dig já me espera no furgão. Embarco e ele vai direto para o aeroporto.

– Qual a missão desta vez? – Ele pega o tablet no painel do carro e entrega para mim. Começo a ver os nomes.

– James Acker. – Procuro por esse nome e vejo do que ele é suspeito. Fraudes bancárias, assassinatos e também é integrante da máfia Rússia.

– Já avisou Oliver? – Dig assente.

[...]

Quando chegamos no aeroporto, um jatinho nos espera.

Dig disse que vamos viajar para Chicago, ao que tudo indica, Acker vai estar em uma reunião com outros mafiosos.

Entro no avião e Oliver já esta ali. Olha friamente para mim e volta sua atenção para as armas.

Não queria que o clima ficasse assim. Apenas o ignoro e sento em um dos assentos do avião.

A viajem não é longa e em pouco tempo estamos no aeroporto de Chicago. O sol esta nascendo.

A Cia tem esconderijos em várias metrópoles e Chicago é uma delas.

Um carro já esta pronto para nós. Dig é quem dirige até o esconderijo. Espero que essa missão seja fácil!

OLIVER.

Talvez seja minha culpa, ela ser assim hoje em dia. Por causa de algumas coisas que fiz a ela no passado. Devo admitir, ela é como uma rocha inquebrável. É uma mulher forte e eu tenho muita admiração por ela, pelo o que ela se tornou.

Não deve ser fácil, encontrar as pessoas que você mais ama mortas. E foi isso que aconteceu com ela. Eu lembro, até hoje, quando a encontrei chorando no salão de jogos, sentada em um canto com o rosto afundado nas palmas da mão. Eu tinha 17 anos e ela 15. Já estávamos há um ano na Cia, como alunos.

Não sabia o que fazer e nem o que falar, ver ela daquela forma, partiu meu coração. Eu simplesmente não conseguia reagir. Então, eu me sentei ao lado dela, e peguei em uma de suas mãos e encaixei com a minha. Não podia fazer piada e nem devia quando ela estava se acabando em lágrimas.

Ela deitou a cabeça no meu ombro e aos poucos foi se acalmando, suas lagrimas cessaram e ela agradeceu pelo apoio, foi a primeira vez que tive vontade de beijá-la, porém eu não fiz.

– Oliver! Está na hora. – Ela segura meu ombro.

Não podia ficar indiferente com ela, eu até tentei. Por mais que ela tenha me falado tudo aquilo. As palavras foram verdadeiras, eu estava a repreendendo, por algo certo que ela fez, eu que errei, quando sai com Shado. Eu não a acho fraca como ela disse, apenas me preocupo. É mais forte do que eu.

– Felicity?! – Ela estava saindo do avião. Parou e virou-se. Olhou para mim. – Eu não acho você fraca, não mesmo. Só acho que às vezes, você se arrisca demais. Só tente se arriscar menos, como seu parceiro, lhe peço isso. – Abaixei minha cabeça e comecei andar. Ela e John ficaram para trás.

[...]

– James Acker, é conhecido por fraudes bancarias e assassinatos. – Diz John.

– E por que, ele ainda não esta preso? – Pergunta Felicity.

– Advogados Felicity. A Cia tem grandes interesses nele. Por ele ser suspeito de participar ativamente da máfia russa. Não temos provas necessárias, que digam que ele participa da máfia, apenas suspeitas. – Dig dá uma breve pausa. – Recebemos informações, sobre uma reunião entre ele e outros integrantes da máfia. Vai ocorrer em um restaurante. O famoso, Alinea. Vocês dois vão estar nessa reunião. – Eu e Felicty nos olhamos confusos. – Vocês vão se disfarçar. Felicity!? Você vai usar barba hoje. Nós temos uma equipe muito boa com disfarces.

– Esta me dizendo que vou me vestir de homem? – Dig ri da pergunta e depois afirma com a cabeça.

– Oliver! Você vai ser Tomas Pavan. Um italiano que quer fazer aliança com a máfia russa. E você Felicity! – Dig não perde a oportunidade de rir. – Vai ser um alemão, que também quer fazer aliança com a máfia. Antonin Fritz. Vou dizer o que devem fazer – Assentimos. Ele começa explicar, e nós prestamos atenção.

[...]

Felicity, Dig e eu, estamos próximos ao restaurante. Temos que bloquear a chegada de Tomas e Antonin, então tinha agentes espalhados pelas ruas e em todas as entradas do restaurante. O primeiro a chegar foi o alemão. Nossos agentes o prenderam e Felicity entrou com dois seguranças que na verdade eram agentes disfarçados.

Algum tempo depois foi o italiano, o prenderam como fizeram com Antonin, e eu entrei, sentei ao lado de Felicity que parecia entediada.

James foi o ultimo a chegar e as portas do restaurante foram trancadas. Dig junto com os outros agentes, instalaram escutas e câmeras por toda a parte.

– Então amigos! Temo dois jovens aqui. Eles querem fazer parte da nossa aliança. – Um homem careca, vestido em um terno Armani e com uma taça de vinho na mão, levanta. Seu sotaque é russo. – Se apresentem. – Ele aponta para mim e Felicity. Levanto primeiro e faço como ensaiamos a tarde inteira.

– Meu nome é Tomas Pavan! Sou filho de um mafioso da Itália. Ele acabou morrendo e todos os seus bens ficaram para mim. Estou tentando crescer ainda mais o negocio da família. Temos um negocio de drogas e armas, que esta crescendo, cada vez mais. – Explico. – Queria ter a oportunidade de fazer parte dessa aliança. – Digo. O homem vagueia seus olhos sobre mim. Não parece feliz com minha explicação.

– Você não tem jeitos italianos. – Diz. Mantenho minha postura ereta e olho dentro dos seus olhos.

– Meu pai me mandou para a faculdade dos Estados Unidos. Às vezes acho que sou americano e não italiano. – Finjo um sorriso. Ele parece se contentar.

– E você? – Olha para Felicity. Que se levanta. Limpa a garganta.

– Meu nome é Antonin Fritz! Montei meu negocio sozinho, contrabando de armas e drogas, arrombamento de caminhões de carga. Gostaria muito de fazer essa aliança. – O homem avalia Felicity dos pés a cabeça. Devo admitir, se ela não fosse agente, poderia ser atriz.

– Sente-se. – Felicity obedece. O homem levanta e dá a volta na mesa. Coloca uma mão no meu ombro e a outra no de Felicity. Olho para frente e tento me manter calmo.

– Sejam bem vindos. – Respiro aliviado. Olho de relance para o lado e vejo que Felicity também está aliviada. O homem volta a se sentar.

– James o que tem para nós hoje? – Já temos a confirmação que ele participa ativamente dessa aliança.

– Que tal um banco? extorsão? Contra bando? Roubo de peças de caro? – Parece orgulhoso, com seus podres. – Meus amigos, é isso que eu tenho. Entretanto preciso da confirmação de vocês. – Essa aliança funciona assim, a pessoa diz sua forma de ganhar dinheiro e como vai agir. Se tiver o voto do conselho, ele faz suas falcatruas e metade de tudo que ele ganha, que é muito dinheiro, é dividido entre os membros da máfia.

Continuamos a reunião. Já poderíamos prender Acker, mas temos que pega-lo sozinho. É ele que está na lista, os outros, vão fugir com certeza.

– Os vidros do restaurante se quebram e uma tropa da S.w.a.t invade o local. – Todos! Mãos ao alto. – Mudança de plano. Vejo Dig. Os bandidos podiam até revidar, porém, armas com lasers foram apontadas em nossa direção.

Fazemos, como os outros e levantamos as mãos. Não podemos levantar suspeitas, e nem tirar nossos disfarces. Dig entra e algema Acker, e a S.w.a.t, fica com o restante. Felicity e eu somos algemados também, mas eles nos colocam no furgão de Dig.

– Mais um. Ou seja, menos um? – Diz Dig, enquanto entra no furgão.

[...]

FELICITY

Já fazia três dias e estávamos cansados de ficar sem fazer nada. Nosso ultimo bandido foi James Acker. Depois disso Dig não nos deu nenhuma missão.

Sai do esconderijo para almoçar. Almocei no restaurante do shopping e aproveitei para comprar algumas roupas, para mim.

Quando, volto para o esconderijo, Oliver está com os olhos fixos no computador. Algo está errado, a feição dele é indecifrável. Ele escuta o barulho dos meus sapatos e dá um pulo. Olha para mim, depois para o teclado, começa a digitar, muito rápido. Apresso-me para chegar a tempo, não que eu queira invadir a sua privacidade, é que a minha curiosidade fala mais alto.

– O que está fazendo? – Quando, chego na frente dos computadores, vejo apenas o símbolo da Cia.

– Eu estava pesquisando, algumas armas novas. – Se ele acha que vou acreditar nisso ele está enganado. – O que acha de treinarmos? – A ultima vez que fizemos isso, trocamos juras de ódio.

– Oliver poderia me ajudar aqui? – Salva pelo gongo. Oliver sorri para mim e vai em direção a Dig.

Olho para o computador e sei que não posso fazer isso, não mesmo. Mas minha curiosidade está falando mais alto e tomando posse de mim. Restauro a ultima guia aberta, e lá está um nome.

‘ Moira Queen’.

Abro outra guia e pesquiso mais sobre ela. Dona de uma empresa de tecnologia em Nova Iorque.

Mãe de Thea Queen, viúva. Seu marido morreu em um acidente de carro, junto com o filho mais velho. Chamado... Oliver Queen? Como assim?

Oliver não morreu. Ele estava aqui agora. Procuro por mais noticias e acho uma manchete no jornal.

‘ Robert Queen grande empresário de Nova Iorque morre em acidente de carro. Ao que tudo indica seu filho Oliver Queen, de 16 anos, estava com ele. A policia esta trabalhando no caso. Acham que foi um atentado. Pois o carro onde os dois estavam, tinha uma bomba e explodiu. Nossas condolências a Sra, Queen e sua filha.’

Meu queixo cai, e meus olhos se arregalam.

Procuro sobre Robert nos bancos de dados da Cia. Isso é proibido. Eu consigo passar pelos alarmes, e eles não vão conseguir me rastrear. Talvez Gordon.

Não entre em pânico, Felicity!

Robert era um agente da Cia? Quantos mistérios, Oliver esconde?

Robert deixou de ser agente quando se casou, com Moira.

Por que mentir sobre Oliver estar morto? Se ele esta vivo? E, muito bem de saúde? E sua mãe? Como vive pensando que o filho está morto?

Não percebo quando Oliver se aproxima. E me pega no flagra.

– O que está fazendo? – Olha para mim, escandalizado. – Não devia fazer isso? – Me olha severamente. Sinto meu corpo encolher sobre o seu olhar. Ele esta com raiva e ódio. Sua raiva por mim é palpável.

– Eu...eu. – Fixa os olhos nos meus, esperando explicações. – Você deveria procurá-la. – Sério que é isso que você diz? Não reclame, se ele lhe der um tiro.

– Isso diz respeito a minha vida. Felicity! Acha que não tenho vontade de vê-la? Ela e minha irmã? Eu tenho. Esses dias quando tivemos que prender que prender Inês, em Nova Iorque. Eu parei na porta da casa da minha mãe, eu quis bater, dizer que estou vivo e abraçá-la, ver minha irmã. Porém, a voz do meu pai dizendo para eu procurar o general White e entregar aqueles malditos papeis para ele. Fuzilam até hoje em minha cabeça. – Os olhos de Oliver se enchem de lágrimas, eu sei que ele não vai chorar. – Eu não consigo. – Diz. Afundando o rosto nas mãos.

Lembro da vez que Oliver me consolou. Eu estava chorando feito uma louca. Era o meu primeiro aniversario, depois da morte dos meus pais. Ele me encontrou e não falou nada, apenas me apoiou e me deu forças.

Segurei suas mãos e coloquei nas minhas costas, envolvi meus braços em seu corpo e o abracei, ele demorou alguns minutos para reagir. Mas apertou seus braços em torno de mim.

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Notas finais do capítulo

É ai gostaram? Sei que gostaram da ultima parte, eu ameei. E quanto os pais da Fe? Eu sei que sou mal, por ter matados eles, mas é o drama a mais da fic, e logo vocês vão entender o porque. Bjoos e comentem, não custa nada, e ajuda no cap de amanhã.