Partners escrita por Adri M


Capítulo 30
Foi um plano arquitetado pelo General.


Notas iniciais do capítulo

Heeey! O ultimo cap acabou saindo ENORME. Mas é um presente, também e na verdade esse é o penultimo cap, por que vai ter um bonus. Não tenho palavras para expressar a minha tristeza por estar acabando Partners, ela é uma fic muito especial, nunca sofri tanto. A que mais sofri foi GC, mas Partners acabou superando ashuahs.
Não sei descrever roupas, muito menos vestidos de casamento > http://images.pronovias.com/img/144970/MISOL_B.jpg < Esse é o vestido da Felicity.
Musica do cap, Love Someone- Jason Mraz. Espero que gostem do cap. :*



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Acordei sentindo o peso das pernas de Felicity sobre as minhas, seu braço estendido ao longo do meu abdômen. Seu rosto afundado na volta do meu pescoço. Sua barriga de oito meses nos mantém afastados um do outro logo quando acordamos. Todos os dias de manhã eu faço a mesma coisa, levanto, dou a volta na cama e deito atrás dela. Afundo meu rosto em seus cabelos macios e cheirosos.

– Você vai fazer isso todas as manhãs? – resmunga, enquanto eu afago sua barriga redonda, ela encaixa os dedos nos meus e segue meus movimentos.

– Enquanto você parecer uma bolinha? Sim. – disparo, sei o quanto isso a irrita. E eu amo vê-la irritada. Na verdade eu amo tudo nela.

– Hey, eu ainda posso te dar uma surra! – exclama, tentando parecer furiosa.

– Vou adorar levar uma surra sua. – replico. – Seria a primeira vez. – murmuro, enquanto distribuo beijos pelo seu pescoço.

– Tem sorte por eu estar carregando nossa filha. – descobrimos no quinto mês de gestação que o bebê é uma menina. Senti-me tão feliz, tão completo quando escutei as batidas do coração dela, quando vi suas primeiras fotos, mesmo sendo um pouco confusas. Eu vivo a experiência de ser pai com Connor, ele é outro presente que eu só tenho que agradecer. Amo-o com todas as minhas forças, assim como amo a mãe dele e a minha pequena, que eu ainda nem vi.

Viro-a com cuidado e fito seu belo rosto. Suas bochechas levemente rodas, seus lábios avermelhados. Seus incríveis olhos azuis. Inclino minha cabeça e paro a poucos cm da sua boca. Dou-lhe um beijo na ponta do nariz.

– Eu te amo. – disparo, seus lábios se alargam gradativamente. Até um lindo sorriso esboçar-se em seu rosto e seus olhos brilharem intensamente.

– Pensei que tinha esquecido. – diz.

– Nunca esqueço. – selo nossos lábios em um beijo calmo e apaixonado. – E vou continuar dizendo todas as manhãs. – acrescento.

– Eu também amo você. – cochicha. Segura a gola da minha camisa e puxa meus lábios para os dela. – Mas, tem outro homenzinho que eu amo muito e que deve estar faminto. – desliza as pernas para fora da cama e levanta-se com certa dificuldade. Ajudo-a se levantar. – Obrigada. – agradece.

– Hoje é sábado. Não preciso ir trabalhar naquela mecânica. – falo, enquanto troco de roupa.

– Gosto quando você chega com aquele macacão, é sexy. – diz, entrando no banheiro. – Risca isso Oliver, sabe como minha boca é. – coloca apenas a cabeça para fora do banheiro, olho para ela e lhe lanço um sorriso travesso.

– Estava pensando em um passeio no zoológico de Georgetown. O que acha? – sento-me na cama e espero que ela me responda. Escuto o barulho da descarga, em seguida ela sai com a escova de dente na boca.

– Passo a vida no banheiro agora, Oliver. Podemos ir ao zoológico. – volta ao banheiro e enxágua a boca. – Se você levar um banheiro químico junto. – completa.

Levanto e entro no banheiro. Escovo meus dentes e lavo meu rosto, enquanto ela toma banho. Fico alguns minutos observando sua silhueta. Um sorriso orelha a orelha se desenha em meu rosto quando a vejo contornar a barriga com as duas mãos. Escuto o choro de Connor e saio a passos largos do nosso quarto. Entro no de Connor e ele já está de pé no berço.

– Papa. – ergue os bracinhos e começa a pular, pedindo para sair do berço. Pego-o no colo e o coloco na poltrona. Rapidamente troco a fralda dele.

– Papai já é profissional nisso. – murmuro, para ele que brinca com uma rena de pelúcia.

– Mama? – indaga.

– Você quer a mamãe? – olho para ele que assente. – Vamos ver a mamãe depois de você comer. – levanto e me dirijo com ele no colo até a cozinha, o coloco na cadeira de alimentação. Enquanto pico mamão e maça em pequenos cubículos. Coloco em uma tigela e pego uma colher. Sento na frente dele e começo alimentá-lo. Depois de um tempo ele abre os braçinhos e começa a se remexer na cadeira. Olho sobre meus ombros e Felicity está atrás de nós dois. Vestindo um vestido azul turquesa, com flores coloridas estampadas por toda a extensão do tecido, um cinto vermelho abaixo dos seus seios. Os cabelos soltos, caindo em cascatas sobre seus ombros. Fito todo o seu corpo, ela está ainda mais linda.

– Está babando Oliver. – dispara, divertida. Anda até a cadeira que Connor está e inclina o corpo, dando um beijo na testa dele.

– Mama. – Connor diz, erguendo os bracinhos e pedindo colo para Felicity.

– Se tem algo que Connor é extremamente parecido com você, é essa carinha dele de cachorro abandonado. – pega Connor e senta-se em uma cadeira. – E o pior é que vocês sempre conseguem. – completa.

– É, eu estou dando umas aulinhas para o Connor. – pisco para ele que me olha curioso. – Não é filhão? – ele solta um gargalhada.

– Acho que isso foi um sim. – comenta Felicity. – Estava pensando no passeio no zoológico. Acho que vai ser bom. – conclui, olhando para as mãozinhas de Connor sobre a barriga dela.

– Sério? – indago. Ela olha para mim e assente.

– Arrumei uma bolsa pro Connor com tudo que ele precisa. O que estamos esperando? – questiona.

– Nada. – me apresso e subo as escadas correndo, entro no quarto de Connor e vejo a bolsa azul com as coisas dele, a pego e coloco sobre meu ombro. Desço as escadas e Felicity já está me esperando plantada ao pé da porta, com Connor no colo.

Aproximei-me dela e peguei nosso filho no colo. Minha mão livre encaixou-se na dela. Moramos perto de um zoológico. As poucas vezes que fomos até lá, optamos por uma breve caminhada. Saímos da nossa casa. Felicity trancou a porta e voltou a segurar minha mão.

Moramos em um bairro calmo, os vizinhos são pessoas muito boas e atenciosas. Já até fizemos amizade com alguns. Somos sempre convidados para um churrasco na casa do Jack ou na casa do Luke. Mas, confesso que tanto eu quanto Felicity sentimos falta da adrenalina correndo por nossas veias.

– Bom dia, belo casal. – diz Melissa quando passar por nós. Melissa é uma jovem senhora. Ela tem uma floricultura no bairro. Disse que as flores são o que a mais faz feliz no mundo, já que seu único filho foi morto quando tinha 17 anos. – Como se sente Felicity? – pergunta.

– Meus tornozelos doem todas as noites, já me acostumei. – me lança um olhar cúmplice.

– Eu conheço esse olhar. É o mesmo olhar que dirigia ao meu marido quando estava grávida e me perguntavam como as coisas estavam. – dispara sorridente. – Vocês são tão fofos. – acrescenta. – Agora tenho que ir, minha floricultura não abre as portas sozinhas. – dá um beijo na bochecha de Connor e se afasta.

– Parece que ela sabe sobre as massagens. – diz Felicity. – Será que ela nos espiona? – indaga.

– Claro que não. Ela é apenas uma senhora. Há quanto tempo a conhecemos? Desde que viemos morar aqui. – respondo. – Ela não parece ser uma pessoa que tem um arsenal de armas escondidas em casa. – completo.

– Você está certo. – concorda.

Entramos no Guyana Zoo. Várias crianças correm pelo local, o que deixa Connor inquieto e querendo ir brincar com as outras crianças. Felicity solta-o e ele começa a correr desajeitado pelos paralelepípedos. Depois, pegamos cada um nas mãozinhas dele e começamos nosso passeio pelo parque.

Passamos pela ponte onde abaixo de nós tem enormes jacarés. Connor olha tudo com curiosidade. Aponta para os animais. Passamos pelo viveiro de Arara azul, e pássaros de diversas espécies, em seguida pela área de leões. Connor tem muito medo dos peludos. Olhamos o banho coletivo dos elefantes. E os leopardos nadando. Também passamos pela área dos macacos.

– Acho que por hoje já chega, Oliver. – olho para ela que parece exausta. Esses últimos meses de gravidez estão deixando-a muito cansada.

– Você está bem? – indago.

– Sim, só um pouco cansada. – responde com a voz baixa e ofegante.

– Então, vamos para casa. – pego na mão dela e nos dirigimos até a saída do zoológico.

Estávamos quase chegando em casa, andávamos tranquilamente pelo bairro, quando duas vans pretas nos cercaram e homens encapuzados saíram dos carros. Um deles agarrou nos braços de Felicity e começaram arrastá-la, jogaram-na com força dentro da van a nossa frente. Outro tirou Connor dos meus braços e o colocou no mesmo veiculo que Felicity estava. Tentei lutar e consegui deixar dois caídos no chão, mas era tarde demais, a van que os dois estavam tinha arrancado em alta velocidade.

Olhei ao redor e vi um homem estacionando a moto na frente da casa do Jack. Puxei-o pela jaqueta e o derrubei no chão. Embarquei na moto, e girei a chave, saindo em velocidade máxima atrás da van preta.

Estava perseguindo a van há muito tempo já. Pelo jeito eles não tinham me percebido, graças a Deus. Não posso ficar com medo agora, mesmo sabendo que minha mulher e meus filhos estão dentro da maldita van.

Entramos na ponte George Washington, olho para frente e vejo a movimentação sobre a van. Um homem negro, enorme coloca metade do corpo para fora pelo teto solar, aponta uma arma e atira no pneu da moto que dirijo, ela vira-se e choca-se com outro carro, a pancada é tão forte que meu corpo é arremessado para frente, sinto uma enorme dor interna, que me leva a inconsciência.

Sou acordado mais tarde por um enfermeiro chamado Alex, foi o que vi no crachá dele. Ele me entregou alguns analgésicos. Olhei para meu corpo inerte em uma cama de hospital, lembrava apenas de pequenos fragmentos. Apertei meus olhos fortes e tudo voltou como uma bomba na minha cabeça. Felicity e Connor haviam sido levados, por homens encapuzados em uma van preta, depois do nosso passeio no zoológico. Eu entrei em uma perseguição e acabei levando a pior. Levanto-me rapidamente. Graças a Deus eu não me machuquei, apenas alguns arranhões pelo corpo. Olhei ao redor e vi minhas roupas sobre um pequeno balcão. Vesti-me rapidamente e sai do quarto.

– Hey. O senhor não pode sair agora. Tem que realizar uma bateria de exames, para ver se está bem. – Alex segura meu braço. – Não está me escutando? – acrescenta. Giro sobre meus calcanhares e rapidamente o corpo do enfermeiro gruda na parede, o seguro pelo pescoço e inclino minha cabeça perto do rosto dele.

– Minha mulher e meus filhos foram raptados. Eu não vou fazer exame algum! – exclamo alterado. Meu corpo treme de tanto nervosismo, medo e muita raiva.

Entro no estacionamento do hospital e olho para todos os carros, meus olhos cravam em um GTO prata. Estacionado logo a minha frente. Young me ensinou a fazer ligação direta quando tinha 17 anos e todos os anos na Cia levaram a pratica. Rapidamente o motor do carro estava roncando. Dirigi em alta velocidade pela cidade, até estacionar o veiculo na porta da minha casa. Entrei e olhei para cada canto da sala, o prato que Connor antes tomava café, ainda estava no mesmo lugar. A jaqueta de Felicity ainda sobre o sofá. Sentei no mesmo e permiti que as lágrimas caíssem livremente. Precisava chorar, não posso perdê-los.

Subo até o segundo andar e entro no quarto, inalo o cheiro de Felicity que paira sobre o cômodo. Agacho-me ao lado da cama e puxo a bolsa que havia ali em baixo, abro-a e tiro diversas armas, de vários calibres. Escuto o assoalho ranger e levanto apontado a arma para seja lá quem for.

– Melissa! – exclamo surpreso.

– Olá Oliver. A noticia já correu pelo bairro. Quando disse que conhecia um casal feliz de longe não estava mentindo. Realmente você e Felicity são muito felizes. Mesmo passando anos lutando na Cia, vocês preservaram o amor que sentem um pelo outro, desde a adolescência. – puxo a trava da arma.

– Como você sabe de tudo isso? – indago.

– Uma boa agente sempre conhece outro, na verdade anos servindo a Cia me levaram a desconfiar de todos e principalmente de vocês dois quando vieram morar nesse bairro. Eu investiguei ambos e descobri o que vocês eram. – explica. – Dois agentes da Cia, filhos dos melhores agentes que a Cia já teve. – completa. – Não fique com medo, quero ajudá-lo. – ela fala tudo com calma. Sua postura é a mesma que durante anos o general nos ensinou.

– Você conheceu o General White? – assente.

– Fui treinada por ele, jovem. – dispara.

– Como pretende me ajudar? – indago.

– Há meses atrás, fiquei sabendo que Felicity investigava um homem chamado Casey Grayson. Ela não parou, estava cada vez chegando mais perto, eu acompanhava cada movimento dela e passei a investigar Casey também. Mas, exatamente quando ela descobriu sobre a gravidez ela parou. Porem, Casey descobriu escutas e câmeras no escritório dele, começou investigar. E acredite, ele tem ajuda de agentes da Cia, descobriu sobre Felicity, tudo. Sobre Cooper ser o filho dele, o filho que ele jogou em uma lata de lixo logo quando nasceu, e depois matou a mãe da criança a sangue frio. – minha cabeça começa a girar, meu corpo fica tenso. Casey fez tudo isso, não vai hesitar matar Felicity.

– Ele vai matá-la! – minhas pernas começam a tremer e eu cedo, caindo no chão. As lagrimas turvam minha visão. Melissa segura meu ombro e aperta.

– Não vai. Casey entrou em um negocio novo, ele está vendendo bebes para o mercado negro. Temos que agir rapidamente. – diz. – Você tem que ser forte, Oliver. Por Felicity, Cooper e Eve. – olho desconfiado para ela. – Não foi minha intenção escutar a conversa de vocês, sobre o nome da bebe, eu achei a conversa fofa. – acrescenta.

– Como pretende me ajudar? – repito a pergunta.

– Vamos. – me ajuda a se levantar.

Entramos na casa dela e ela se dirige até a parede, aperta em um botão escondido atrás da estante de livros e uma pequena janela se abre, revelando um arsenal de armas.

– Eu não acredito. – sussurro. – Falei para Felicity que uma pessoa como você não tem um arsenal de armas em casa. – disparo. Ela sorri, pega o celular e joga na minha mão.

– Está na hora de pedir ajuda a John Diggle. – diz, virando-se e trocando o pente de munição de uma arma.

***

FELICITY.

Foi tudo muito rápido, duas vans pretas nos fecharam, homens enormes e encapuzados pularam de dentro delas, um dele agarrou meus braços. Tentei lutar, juro que tentei, mas com uma barriga enorme de oito meses, tudo fica mais difícil. Notei que Connor chorava muito e que um dos homens o carregava também. Olhei para trás a procura de Oliver e ele estava lutando com dois homens, o encapuzado que me segurava me atirou para dentro da van, e eu bati minha cabeça, desmaiando em seguida.

Escutava pessoas falando ao meu redor, muitas vozes ao mesmo tempo. Meus olhos abriram e pude ver várias mulheres de joelhos ao meu redor. Sentei-me com certa dificuldade, sentia uma cólica irritante. Olhei para o rosto de cada uma delas, todas apavoradas e com medo. Passei minhas mãos pela minha barriga.

– Agüenta firme. – sussurrei, reprimindo a vontade de chorar. – Connor?! – levantei e comecei a procurá-lo. – Connor, meu amor onde você está? – minha voz soou alterada por causa da vontade de chorar.

– Eles o levaram. – diz, uma jovem de olhos verdes, cabelos pretos e longos.

– Eles? Indago. – Quem são eles? Onde eu estou? – grito, exasperada e com a respiração entrecortada. O lugar onde estamos é iluminado por uma pequena luminária presa no teto. É pequeno, abafado, fedido. Suas paredes são de metais.

– Ninguém aqui, sabe que lugar é esse. Acordamos aqui, igual a você. Depois de uma seção de fotos, em um estúdio em Washington. – diz, a mulher negra, com cabeços encaracolados.

– Casey. – ligo os pontos. – Casey Grayson? – indago, todas elas assentem. – Desgraçado. – bato meu punho diversas vezes no metal, até o sangue escorrer pelo meio dos meus dedos. Sinto uma pontada na minha barriga, solto um urro e meu corpo cede, caindo no chão.

– Aí meu Deus, ela vai ter o bebê. – escuto o grito desesperado de uma garota, que aparenta ter apenas 17 anos.

– Qual é a sua idade? – questiono. Suas sobrancelhas juntam-se no centro da testa.

– 15...Tenho 15 anos. – suspiro, sentindo outra contração.

– Não é a hora bebê. Fica quietinha aí, por favor. – sibilo, alisando minha barriga.

– Você está bem? – pergunta a menina de apenas 15 anos. Faço que sim com a cabeça e ela esboça um leve sorriso.

– Qual é o se nome? – indago.

– Amélia. – responde. – E o seu?

– Felicity. – esboço o mínimo sorriso. – Como veio parar aqui? – Amélia olha para as mãos e começa a chorar.

– Estava em casa quando minha mãe chegou com um panfleto que contratava modelos teens, e tinha o local que ia acontecer à seleção eu fiquei toda empolgada. Desde os meus 6 anos sonho em ser modelo e o panfleto era uma porta se abrindo. – dá uma breve pausa, apenas para limpar as lagrimas que rolavam por seu rosto. – Minha mãe estava feliz, assim como eu. Ela disse que acima de tudo apoiaria meu sonho, então ela me levou até o estúdio. Foi onde conheci Casey, ele pareceu um cara legal. Tirei várias fotos e sai do lugar muito feliz. O agente dele disse que ligaria falando se eu havia passado. Foi o que aconteceu dois dias depois, eles ligaram falando que eu havia passado e que tinha uma sessão de fotos em Nova Iorque, minha mãe estava no avião comigo quanto tudo aconteceu, tinha outras garotas da minha idade também. Eles começaram a atirar dardos com tranqüilizantes e depois daquilo eu acordei nesse lugar, não sei o que aconteceu com minha mãe. Não quero perdê-la. – ela começa a chorar compulsivamente. Movo meu corpo e a abraço, deixo que ela chore e que suas lagrimas molhem o meu vestido.

– Tudo vai ficar bem, eu tenho um herói, ele sempre me livra das enrascadas que me meto. Não sei como ele ainda não cansou de mim. – fecho meus olhos e solto um breve suspiro, lembrando de Oliver.

Amélia se desvencilha dos meus braços quando escuta a porta ranger. Rapidamente ela levanta e se esconde atrás das outras mulheres. Um homem, com cabelos compridos, gordo e cheio de tatuagens adentra o local. Seus olhos vagam minuciosamente pelo pequeno espaço, ele crava os olhos em uma mulher de cabelos longos e escuros. Olhos azuis. Sorri maliciosamente. Sua mão envolve o braço da garota e ele a arrasta para fora.

– NÃO! POR FAVOR, ME SOLTA! – começa a chorar e se debater. Preparo-me para levantar quando sinto outra contração. A porta se fecha causando um ruído estridente por todo o cômodo.

– O que ele vai fazer com ela? – indago.

– O que você acha? – a mulher negra dá de ombros e se senta no colchão. – Rick é nojento, todos os dias ele escolhe uma garota. Eu estava em um quarto, há dois dias, duas mulheres foram estupradas por ele. – imediatamente sinto um embrulho no estomago, nojo e medo se misturam.

– Há quantos dias está presa? – pergunto.

– Já faz meses. Parei de contar quando passei pelo terceiro mês. – dispara.

– O que mais eles obrigam vocês fazerem?

– Prostituição. Eles nos obrigam fazer sexo com homens nojentos. Ou você faz o que eles mandam ou, acaba no meio do oceano, servindo de comida para os tubarões. – explica.

A porta se abre novamente e dois homens entram. Um deles é Casey, usa um terno preto. Óculos escuros.

– A grávida. – aponta para mim. – Ou devo lhe chamar de Meghan Johnson? – seus olhos escuros fixam-se em mim.

– Onde está meu filho? – pergunto, mantendo a calma. Ele se aproxima e se agacha na minha frente, seu rosto fica próximo do meu, ele tira os óculos e olha dentro dos meus olhos.

– Ele não é o seu filho, querida. É meu filho. – aponta com o indicador para o seu peito.

– Você não é o pai dele! – exclamo, aproximando ainda mais o meu rosto do dele. – E o pai dele, vai fazer de tudo para achar você. E tenha certeza que ele vai conseguir. E quando ele te encontrar, vai enfiar uma bala no meio da sua testa. – jogo cada palavra carregada de raiva na cara do homem na minha frente.

– Espero que ele consiga. – levanta e vira as costas para mim, coloca os óculos. – Leve-a. – diz, em seguida seu capanga, segura meu braço e me levanta, me arrastando para fora do lugar. A ultima coisa que vejo é o rosto angustiado de Amélia.

– Ele vai conseguir. – sussurro. Quando chegamos ao lado de fora, percebo que estávamos em um navio de carga, estávamos no porto de Seattle. Percebo também o local em que eu estava, é um contêiner.

Chegamos no porto e posso ver Connor no colo de uma mulher. Ela veste um vestido longo e vermelho, justo no seu corpo. Uma maquiagem pesada contorna seu rosto. Casey dá um beijo na testa da mulher e pega Connor no colo. Connor começa a chorar e quando me vê pede o meu colo.

Observo atentamente tudo ao meu redor. As únicas pessoas por perto é Casey, a mulher e o seu capanga. Logo quando eles entraram no contêiner, percebi que o capanga tem uma arma presa no cinto. Durante anos tive aulas de como desarmar um oponente, e eu era ótima nessas aulas.

– Você é um monstro! – exclamo.

– Acabei de ter um djavu. As lembranças estão tão vivas. – gira sobre os calcanhares e fixa os olhos em mim. – Sandra falou a mesma coisa que você. Estávamos nesse mesmo lugar, ela tinha um barrigão de sete meses. Carregava meu primogênito. – sorri sarcástico. Meu sangue começa a ferver de tanta raiva. – Mas, o seu final pode ser diferente do de Sandra. Você está carregando uma mina de outro, sabe quanto valem os bebês no mercado negro?...Acredite, é muito dinheiro. Você tem um rosto lindo Meghan, um corpo maravilhoso. – sua mão segura meu rosto, ele acaricia minha bochecha com o polegar. – Os homens ficariam loucos para passar uma noite com você. – dispara.

– Você. Me. Dá. Nojo! – falo pausadamente. Ele vira para frente de novo. Dobro meu cotovelo e lanço na lateral da barriga do homem, ele se inclina, em seguida lanço uma joelhada na sua cara, o sangue jorra do seu nariz. Rapidamente pego a arma e lhe dou um tiro em cada perna, ele cai. Viro-me, mirando a arma na nuca de Casey.

– Por que não atirou logo, não pode hesitar, às vezes pode ser tarde demais. – vários homens nascem do chão ao nosso lado, apontando as armas para mim. Vira novamente na minha direção, me desarma em seguida sinto seu punho no meu rosto e eu desmaio.

[...]

Acordo em um quarto iluminado pelas lâmpadas pesa no teto. O quarto é todo branco, sofisticado. Minha cabeça lateja, minha garganta está seca. Meu corpo inteiro dói. Sento-me na cama e olho para frente, um berço está posicionado ao lado da cama. Escuto o choro de Connor e rapidamente levanto-me e o pego no colo, o abraço forte. Sentindo um grande alivio.

– O meu amor, você está bem? – procuro ferimentos em todo o seu corpinho.

– Mama. – as palavras saem em um sussurro da sua boca. – papa. – aponta para a porta.

– O papai? – falo, emocionada. – Ele vai nos achar. – encho suas bochechas de beijo.

– Ora. Ora, vejo que já acordou. – Casey adentra no quarto. – Vou mandar te trazer o jantar, seu e do Connor. – acrescenta.

Queria deixar meu orgulho falar por mim e dizer que não quero nada dele, mas no momento estou pensando em Connor e Eve. Preciso proteger os dois.

– Tudo bem. – murmuro.

– Sabe Felicity, eu amava Sandra. – viro-me e olho para ele, interessada no que vai vir a seguir. – Sandra era uma mulher linda, elegante. Quando eu a conheci no ensaio fotográfico eu me apaixonei por ela. Mas ela descobriu tudo que eu fazia. Então, fui obrigado a mandá-la para Mônaco. Meses depois ela fugiu. Movi céu e terra para encontrá-la, quando a achei ela estava em Nova Iorque. Eu descobri sobre a gravidez quando estava na frente dela, pronto para atirar. A bolsa acabou estourando, e o bebê nasceu no beco escuro. Eu matei Sandra e joguei o bebe em uma lata de lixo. Não me pergunto se me arrependo, por que eu me arrependo. – bufo de raiva.

– Por que não tomou outra decisão? – indago.

– Não sou uma pessoa boa, fiz o que tinha que fazer, e...

– Sai daqui. – replico.

– Okay. – sai do quarto com passos longos.

– Desgraçado! – exclamo, pegando um objeto e lançando na porta, o objeto quebra quando encontra a superfície de madeira.

***

OLIVER...

– Hey, cara. Recebi seu recado agora. – John entra apressado na casa de Melissa. – Como isso aconteceu? – indaga.

– Foi muito rápido. Eles nos fecharam, vários homens encapuzados saíram das vans, carregaram Felicity e Connor. John eu não pude fazer nada para impedir. – sinto os braços de John entorno de mim.

– Vai ficar tudo bem. – murmura.

– Pessoal, acho que encontrei! – exclama Joe. Eu tinha ligado para ele e Sally e contado tudo que havia acontecido, rapidamente eles chegaram ao endereço de Melissa, montaram o laboratório e passaram o pente fino por toda Washington.

– Onde eles estão? – me aproximo dos computadores e olho uma seta vermelha na tela.

– Em uma mansão localizada em Columbia Heights. Vou procurar por imagens no satélite. – começa a digitar freneticamente em poucos minutos tem as imagens da mansão. – É parece que precisamos de um exercito. – conclui o mesmo que eu ao ver o numero de capangas que cercam a casa.

– Não contamos mais com a Cia, eles vão negar ajuda. – bato meus punhos na mesa.

– Calma. – diz Melissa.

– Não me peça para ter calma, minha mulher e meus filhos estão nas garras de um psicopata. A minha vontade é enfiar uma bala na testa dele! – exclamo exaltado. Sentindo a raiva acumular cada vez mais dentro de mim.

– Sei que a Cia não vai nos ajudar, mas sei quem pode nos ajudar. Eles já foram agentes também, vivem uma vida pacata como a minha. Alguns bebem até passar mal todos os dias, porem, são ótimos agentes. – comenta.

– Qual é? Uma versão original de “Aposentados e perigosos”? – questiona Joe. Olho para ele que se encolhe. – Só estou tentando deixar o local mais agradável. Mas, já vou voltar a ficar calado. Em 3...2..1. – fecha a boca como se ela fosse um zíper e vira-se para os computadores.

– Eu aceito. – falo. Melissa sorri e se afasta com o celular na mão. – Preciso tomar um ar. – saio a passos largos. Abro a porta e sinto a brisa bater no meu rosto. Olho para o céu que brilha cheio de estrelas.

Eu sei que não sou de fazer isso. Há muito tempo já, á ultima vez que fiz foi quando Connor estava no hospital. Você atendeu minhas pressas. Não me sinto digno de lhe fazer esse pedido, dou a impressão de que falo com você apenas por interesse. Mas, não quero perder as pessoas que mais amo. Por favor, me permita resgatá-los. Estou te suplicando...

[...]

Meus olhos percorriam cada rosto coberto de rugas a minha frente. 6 pessoas, alguns aparentam ter a mesma idade de Melissa e outros mais. Um homem negro de cabelos brancos, manchas no rosto. Outro careca, com cara de durão. Duas mulheres, uma com cabelos longos e castanhos, parece ser vaidosa, a outra tem o cabelo curto, na verdade não sei se é mulher ou homem. Outro homem também é careca, tem uma carranca que não é das melhores, acho que ele é o que bebe até passar mal e Melissa deve ter ligado na hora da diversão. O ultimo tem os cabelos longos a cor preta se mistura com os cabelos brancos, tem um bigode branco e uma tatuagem no pescoço.

– Esses são Bryce. Geoffrey. Bonnie. Margot. Rupert e Steve. Ex agentes da Cia. – explica Melissa.

– Caraca, parece que eles pularam da tela da televisão. – comenta Joe atrás de mim.

– O garoto teve a mulher e os filhos seqüestrados? – pergunta Bryce. Faço que sim com a cabeça. – Passei por isso também jovem. No tempo contei com a ajuda do agente White, ele me ajudou a encontrar minha esposa. Sou grato a ele. Melissa falou que ele morreu. Sinto muito. – assinto. – Estou aqui garoto, pode contar comigo. – acrescenta.

– E com vocês? – olho para os outros.

– Também. – dizem em uníssono.

– Estou louco para sentir a adrenalina correr pelas minhas veias. – dispara Steve, sua alegria é visível.

– Já tem um plano, bonitão? – indaga Bonnie.

– Vamos invadir o local, nossas armas vão fazer o resto. – respondo.

Depois de John montar um plano, nos dirigimos até a mansão. Joe e Sally ficaram com a missão de nos guiar. Estacionamos as vans próximas a rua da mansão. Pulamos os muros. Separei-me dos outros, entrando pela ala norte, que era onde ficava a porta dos fundos. Um capanga estava de costas para mim, segurei seu pescoço entre meu antebraço e meu abdômen, apertei seu pescoço até ele desmaiar, joguei seu corpo na piscina. Logo outro capanga me encontrou, apontou a arma para mim, o desarmei e bati com a arma na lateral da sua cabeça. Peguei minha arma que tinha um silenciador embutido e deferi um disparo contra o peito do homem. Consegui chegar à porta sem ser visto, mas dois guardas cuidavam do perímetro. Segurei minha arma nas duas mãos e atirei no peito de um deles, quando o outro pensou em agir, foi morto com um tiro na testa.

Subi os três degraus da escada. Peguei uma micha e abri a porta. Entrei na mansão e quatro homens jogavam baralho na mesa da sala. Todos levantaram alertas, segurando as armas em suas mãos, há essa hora os outros já haviam sido notados e todos os capangas estavam sabendo. Esperei que todos virassem de costas e atirei, matando os quatros. Olhei para cada canto da casa e vi a escada livre, sem nenhum capanga. Atravessei toda a sala e cheguei a pé da escada, três capangas estavam no topo, começaram a atirar na minha direção, me protegi em baixo da escada.

– Eu lhe dou cobertura. – escuto a voz conhecida atrás de mim. – Vamos garoto, seja rápido. – Bryce levanta e atira em dois capangas que descem rolando as escadas. Consigo segurar na perna do outro e puxar, ele desce as escadas rolando, saio debaixo dela e seguro o homem pela gola do paletó.

– Onde minha mulher e meu filho estão? – indago, encostando minha arma na têmpora do homem.

– A grávida? – lanço a cabeça dele na parede e em seguida faço-o olhar para mim.

– É! – exclamo.

– Estão no quarto lá em cima. O chefe está com eles.

– Obrigado. – lanço novamente a cabeça dele contra a parede, com força, deixo seu corpo inerte ao pé da escada. Subo os degraus correndo. Escuto o choro de Connor pelo corredor, sigo barulho e entro em um quarto com paredes brancas e douradas. Felicity está parada no centro, em frente à cama. Casey a agarra por trás e segura à arma encostada em sua cabeça.

– Ou você solta ela, ou eu vou te matar. Você só tem essas duas opções. – berro, ele solta uma gargalhada.

– Você não atiraria, não com esse belo escudo me protegendo. – Felicity tem os olhos marcados pelas lagrimas, Connor está no berço e chora desesperado, pedindo colo para mim.

– Fui treinado para situações como essas. – Casey assente com falsa modesta.

– Mas nunca com a pessoa que você ama. Isso deve estar tornando tudo mais difícil. – retruca. – E não com ela sentindo dores abdominais. – engulo em seco. – Ela está pronta para ter o filho de vocês. – completa.

– Faça Oliver! – exclama Felicity. Maneio a cabeça, a arma começa a pesar na minha mão.

– Ele não consegue Felicity, tem medo de atingir o alvo errado. – murmura Casey, no ouvido dela. – Tem medo de matar a mulher que ama. Mas, isso vai acontecer de qualquer jeito. – puxa a trava da arma. Parece que tudo ao meu redor para, apenas eu consigo me movimentar. Ergo a arma e puxo o gatilho, posso ver o caminho que a bala faz até cravar no meio da testa de Casey, que em poucos segundos cai no chão e o sangue escorre da sua testa formando uma poça de sangue.

– Fe.li.ci.ty. – a arma cai nos meus pés e eu corro até ela, abraçando-a forte. Inalando seu perfume, e sentindo seu corpo junto ao meu.

– Oliver. – ela aperta a ponta dos dedos no meu braço. – O bebe, eu não quero perde-lo. Está doendo muito, eu não vou conseguir. – começa a chorar.

– Você não vai. – beijo sua testa. – John. – falo pelo comunicador. – John! – repito sem obter resposta. Levanto apoiando seu braço sobre meus ombros. Pego Connor no meu colo. Envolvo a cintura de Felicity e a puxo para mais perto.

“Oliver, o que está acontecendo?” – escuto a voz ofegante de Diggle.

– Preciso que suba até o segundo andar. – falo, em seguida escuto John dizer um “Okay”.

– Eu vou perder meu bebe. – As pernas de Felicity cedem e ela cai no chão, vejo suas pernas manchadas de sangue. Ela olha para as próprias pernas, sua boca formando um ‘o’, as lagrima caindo rapidamente dos seus olhos.

– Oliver! – viro-me e encontro John. Ele olha para Felicity. – Ó meu Deus.

– John, preciso que cuide de Connor, leve ele para a sua casa. – assente. Dou um beijo na testa do meu filho e o entrego para Dig. Agacho-me e pego Felicity nos meus braços. – Está tudo limpo lá em baixo? – indago.

– Sim. – saio do cômodo, praticamente correndo. Desço as escadas e saio da mansão.

– Oliver, eu não quero perder nossa filha. – sibila no meu ouvido.

– Você não vai. Você é forte. – falo baixinho.

– Eu a amo. – um suspiro nervoso sai da minha garganta.

– Eu também. – chego até as vans e abro a porta, colocando Felicity com cuidado no banco do passageiro. Dou a volta no veiculo e embarco. Giro a chave e piso fundo no acelerador. Pego na mão de Felicity e acaricio a superfície com o meu polegar. Ignorei todos os sinais vermelhos, dirigi na velocidade máxima. Até estacionar a van na entrada do hospital universitário de Washington. Pulo para fora do veiculo e dou a volta no mesmo, pego Felicity nos meus braços e entro no hospital.

– Ela precisa de ajuda... Está sangrando. – imediatamente dois enfermeiros correm com uma maca, coloco-a sobre a cama. Inclino minha cabeça e beijo seus lábios. – Amor, você vai ficar bem. Nossa bebe vai nascer saudável. – cochicho.

– Ela está com 10 cm de dilatação. – diz uma enfermeira. – Preparar parto de emergência. A mãe e o bebe corem riscos. – paro bruscamente, assimilando tudo que a mulher disse. Encosto meu corpo na parede solida e deslizo por ele, sentando no chão gelado. Permito-me chorar baixinho, afundo meu rosto entre meus joelhos. Fico durante minutos na mesma posição.

– Senhor. – escuto uma voz suave. Ergo o rosto e uma mulher vestindo um jaleco branco está parada na minha frente.

– Como elas estão? – indago.

– O quadro da sua mulher é grave, ela perdeu muito sangue. Vamos fazer uma cesariana de emergência, o bebe está na posição errada. Não vou lhe enganar, apenas peço que seja forte, uma das duas pode não sobreviver. – dispara. – Sua mulher pediu para fazer o possível para salvar o bebê. – acrescenta. Ela aperta meu braço e sorri amarelo.

Não posso perdê-la, já senti essa dor e ela é horrível. Eu desmoronei, não quero que isso aconteça de novo. Isso não é justo, eu levei anos para reencontrá-la. Não é justo, não pode tirá-la da minha vida. Não agora, estarei perdido sem ela. Felicity é a minha bússola, ela sempre me ajuda e me encontrar quando estou perdido. Ela é a luz na escuridão.

– Isso não é justo. – bato meus punhos na parede. – Não sou ninguém sem ela. – sussurro. Faço a única coisa que me resta, sento em uma cadeira e espero por noticias.

[...]

Passaram três horas e eu ainda não tinha recebido nenhuma noticia, alem do pedido para ser forte. Tentei relaxar, mas meu corpo continua tenso. Repleto de medo. Pensei que nossa vida ia ser fácil depois de sair da Cia, porem, acho que estava enganado.

– Ollie! – olho para o lado e Thea corre até mim, levanto e ela se joga nos meus braços. – Como ela esta? – afundo minha cabeça na volta do pescoço dela e choro baixinho. Espero que as lágrimas cessem para falar algo para minha irmã.

– Posso perder uma delas. Uma enfermeira falou que o parto ia ser feito de emergência. Pediu para eu ser forte. – respondo. – Não quero perder nenhuma Thea, isso é ser mesquinho? – indago.

– Não! – exclama. – Claro que não. Você as ama, qualquer um sentiria o mesmo que você. – acrescenta.

– Senhor! – levanto meu rosto e olho para a mulher parada ao nosso lado. – Meu nome é Marie, fui eu que realizei o parto da sua mulher.

– Como elas estão? – replico.

– Sua mulher corria risco de vida e sua filha também. Fizemos o possível para salvar ambas...

– Como elas estão?! – repito a pergunta, dessa vez com o tom de voz mais alto.

– Sua mulher e filha estão bem. Conseguimos reverter o quadro. Elas só precisam descansar. A menina nasceu com 37 semanas completas, não é mais considerada prematura. É uma menina forte e saudável, assim como sua esposa. Parabéns papai.

A médica dá uns tapas no meu braço e sai. Sinto um alivio imediato. Toda a tensão que sentia vai embora.

– Hey. Posso vê-las? – indago.

– Logo uma enfermeira vem te acompanhar até o berçário e o quarto da sua esposa. – assinto.

– No fim ficou tudo bem. – murmura Thea.

– Felicity é a mulher mais forte que conheço. Ela não ia morrer sem antes lutar.

– Senhor. Vamos? – diz a enfermeira. – Ela pode vir junto se quiser. – completa apontando para Thea. Pego na mão da minha irmã e nós seguimos a enfermeira.

Paramos em frente a um enorme vidro, que dá a visão do berçário, onde vários bebes dormem e outros estão chorando. Olho para cada um dos rostinhos.

– Sua filha está na segunda coluna, no terceiro berçário. – fixo meus olhos na menina carequinha, consigo ver a cor dos seus olhos, eles são azuis. Ela tem o mesmo nariz da mãe.

– Ela é linda Ollie. – Thea abraça meu braço. – Uma princesa.

– Ela é linda mesmo. – concordo. Observo-a por longos minutos, em seguida olho para a enfermeira.

– Posso ver minha mulher? – questiono.

– Claro. – respondo. – Venha comigo. – a sigo pelo extenso corredor, até chegar aos quartos da maternidade. A enfermeira abre a porta. – Pode entrar, mas apenas você. – sussurra. Entro no quarto e fico plantado na porta. Olho para Felicity que está olhando para nosso anel de noivado. Coloco minhas mãos no bolso e dou alguns passos a frente.

– Hey! – a acordo do seu encanto. – Nossa filha é linda. – seus olhos encontram os meus. – Nossa pequena Eve, ela é muito parecida com você. – vejo o brilho nos olhos de Felicity, seu sorriso se alarga aos poucos.

– Eu pensei que ia perdê-la. – diz.

– Você é forte, sabia que ia conseguir. – me aproximo dela e pego em sua mão. – Está quase amanhecendo. – olho pela janela e o sol está nascendo. – Eu te amo. – levo sua mão a minha boca e a beijo.

– Eu também amo você. – inclino minha cabeça e selo nossos lábios em um beijo casto. – Connor, ele está bem? – sento-me na poltrona ao lado e permaneço segurando a mão de Felicity.

– Está com John, ele está cuidando bem de Connor. Quando liguei, ele havia dado banho, alimentado e colocado Connor para dormir. – sua expressão suaviza-se.

– Oliver tinha mulheres presas em containeres no porto de Seattle.

– Melissa está cuidando disso. – Felicity ergue uma sobrancelha. – Melissa é ex agente da Cia. Realmente ela nos espionava.

– Acho que a mocinha quer mamar. – olho sobre meus ombros e a enfermeira está segurando Eve no colo, toda enrolada em um cobertor rosa. Olho para Felicity que sorri e deixa as lágrimas rolarem por sua face. Com cuidado a enfermeira coloca Eve no colo de Felicity.

– Oi meu amor. – Felicity fala em tom baixo. – Ela é linda. – acrescenta, com os olhos fixos no rosto de Eve, e com a mão afagando o rosto dela.

– Thea quer te ver. Posso chamá-la?

– Claro. Quero ver sua irmã babando por Eve igual faz com Connor. – responde.

– Vou chama – lá. – deposito um beijo em sua testa e outro na bochecha de Eve, em seguida saio do quarto. Thea esta com o corpo encostado na parede, os braços cruzados e com os olhos fixos no teto. – Speed! – ela dá um pulo.

– Como ela está? – indaga, com a expressão preocupada. Esboço um leve sorriso.

– Ela está bem. Você quer entrar? – assente, com um largo sorriso.

– Com certeza. – se apressa e abre a porta, fecha com um leve empurrão.

Ando pelos corredores do hospital, até entrar na capela. Algumas pessoas estão de joelhos, outras sentadas nos bancos. Fico em pé, no centro da pequena sala. Descanso minhas mãos no bolso da calça. Fecho meu olhos.

Graças a Deus tudo tinha acabado bem. Eu tive tanto medo de perder ambas, perder Connor. Eu construí minha família, e não quero que ela acabe. Não quero que o fim seja igual aos dos meus pais, ou ao dos pais de Felicity. Nós dois já perdemos tanta coisa. Acho que já esgotamos essa cota.

Depois de horas, respiro aliviado.

***

3 Meses depois...

FELICITY.

Eu queria tanto que eles estivessem aqui. Que minha mãe estivesse me ajudando a se arrumar. Que meu pai entrasse no altar comigo. Mas, eles não estão, durante anos aprendi a conviver com a dor que sinto sempre quando lembro deles. Porem, hoje é um dia tão especial, que qualquer mulher no meu lugar se permitiria sentir a falta dos pais.

– Felicity eu sei que é de praxe a noiva chegar atrasada, mas já faz meia hora que você está trancada ai dentro. E daqui até a igreja são mais quinze minutos. Posso imaginar meu irmão suando frio e afrouxando o nó da gravata agora. – diz, Thea do lado de fora do quarto. – Você desistiu? – pergunta atônita. – Meu irmão vai ter um treco. – completa.

Respiro fundo e coloco o cordão de ouro com pingente de coração que minha mãe deu quando completei 14 anos. Olho meu reflexo no espelho. O vestido branco e longo. Armado da cintura para baixo. Coberto com rendas brancas e com pedras brilhantes da cintura para cima.

– Vai dar tudo certo. – sussurro. Ando até a porta e abro. Thea estava pronta para bater mais uma vez. Quando me vê abre um sorriso enorme.

– Já ia chamar John para arrombar a porta. – comenta. – Você está bem? – pega na minha mão e aperta.

– Um pouco nervosa. – respondo.

– Eu sei como é. A mesma coisa aconteceu comigo e lembra o que você me disse? – dá um tempo para eu lembrar o que tinha dito a ela. – Você estava certa Felicity, eu e Roy nos amamos. Casar com ele foi à decisão mais certa que tomei em toda a minha vida. A mesma coisa eu vejo entre você e meu irmão. Vocês se amam, enfrentaram tantas coisas juntos, construíram uma família. O amor de vocês se fortaleceu com o tempo e hoje ele é indestrutível. E cada vez ele vai se fortalecer mais.

– Não posso borrar a maquiagem. – disparo, fazendo Thea sorrir.

– Você está certa. – encaixa o braço no meu. – Obrigada por fazer meu irmão feliz. – assinto, segurando a enorme vontade que tenho de chorar. Chegamos ao pé da escada e John está nos esperando.

– Está linda Felicity. – elogia, retribuo com um sorriso e um aceno de cabeça.

– Você também está, Dig. – falo, enganchando o meu braço no dele. – Obrigada por entrar comigo na igreja. – sibilo junto ao ouvido dele.

– Você é como uma irmã para mim Felicity. Sinto-me honrado por fazer isso. – uma lagrima teimosa cai dos meus olhos e percorre até a volta do meu pescoço. Deixo que a brisa a seque. Thea abre a porta para nós e saímos da minha casa.

Um Sedan branco está estacionado na frente da casa. Embraco com cuidado no carro para não amassar o vestido, Thea ajuda com a calda. Senta-se ao meu lado e Dig no banco do motorista. Depois de alguns minutos rodando pela cidade, o carro estaciona em frente uma capela pequena. Com a fachada branca e pequenos degraus na entrada. A mesma igreja que meus se casaram e que eu sempre quis me casar.

– Okay! Eu vou entrar na frente e ver se está tudo pronto! – exclama Thea, em seguida sobe os degraus correndo.

– O general estaria feliz em ver os dois no altar. – dispara John. Olho para ele com uma sobrancelha erguida. – Você já pensou que ele ter juntado vocês dois, era apenas um plano? – questiona. – Ele sabia o quanto vocês dois gostavam um do outro, sabia o quão bons você são quando estão juntos. Acho que depois de mim, ele também torcia por ver vocês dois felizes e juntos.

– Você está dizendo que a lista era apenas um plano? – indago. Antes de John responder, Thea aparece na porta, acenando que está na hora.

Subimos os quatro degraus e paramos na porta. Posso ver Oliver no altar. Ele está olhando para os sapatos, parece estar nervoso. Quando a musica começa a tocar ele levanta o rosto e seus olhos azuis penetram nos meus, ele esboça um enorme sorriso que se reflete nos meus. Thea é a primeira a entrar, ela segura Eve no colo. Lyla é a segunda e Sally a terceira, cada uma segura um buque com rosas vermelhas. Um tapete vermelho se estende até o altar. Rosas brancas estão dentro de vasos quadrados com luminárias do lado esquerdo e direito. Connor entra antes de Dig e eu, jogando pétalas de flores pelo caminho, ele está lindo, vestindo um smoking todo preto.

O amor é uma coisa engraçada. Sempre que eu o dou, ele retorna para mim. E é maravilhoso estar, dando-o com todo o meu coração. Enquanto meu coração recebe seu amor.

Oh... Não é legal que esta noite temos um ao outro e eu estou bem ao seu lado. Mais do que um parceiro ou um amante, sou seu amigo.

Chegamos ao altar e John entrega meu braço para Oliver. Oliver segura minha mão e leva até seus lábios, depositando um beijo nela. Ajoelhamo-nos na frente do padre.

– Estamos aqui reunidos para celebrar a união desse jovem casal...

Quando você ama alguém, seu coração bate tão alto. Quando você ama alguém, seus pés não conseguem sentir o chão.

Estrelas brilhantes parecem se reunir ao redor do seu rosto. Quando você ama alguém, isso retorna para você.

Felicity Smoak, é de livre e espontânea vontade que você aceita Oliver Queen como seu legitimo esposo?

– Sim.

– Oliver Queen, é de livre e espontânea vontade que você aceita Felicity Smoak como sua legitima esposa?

– Sim.

– Vocês trouxeram os votos? – assentimos. Oliver Segura minhas mãos e crava os olhos nos meus.

– Felicity Smoak, futura Senhora Queen. Minha esposa, a mulher que eu amo. Eu escrevi em varias folhas esboços do que te falar, mas acho que é bem melhor inventar tudo na hora. Alias, eu adoro adrenalina. – sorrio e todos na igreja também. – Você sabe que não sou bom com as palavras, mas eu vou tentar. – esboça um leve sorriso. – Eu sempre soube do amor que sentia por você, quando seus olhos bateram nos meus e minha memória guardou cada traço do seu rosto, inclusive a sua tristeza, isso tudo aconteceu à primeira vez que nos vimos. Eu vi o quanto você era triste e o quando se mantinha forte para não deixar a sua tristeza transparecer, eu sempre soube, por que era a mesma coisa que eu sentia. Nós dois éramos algo quebrado que aos poucos se concertou, éramos durões e ao mesmo tempo fracos. Eu sempre tive orgulho de você, você sempre foi a minha garota, mesmo ambos não sabendo disso. Eu lhe observava durante horas, odiava quando algum garoto chegava perto de você. Queria matar o Jack, ele sempre arranjava uma desculpa para te tocar. Eu me lembro das nossas aulas de matemática, lembro que no fim de cada aula eu sentia vontade de te beijar. Lembro das nossas brigas, nossos desentendimentos, e acima de tudo eu lembro o quanto era apaixonado por você, desde a primeira vez que te vi. E quando eu parti depois do baile, eu jurei que um dia ainda ia voltar a vê-la, nem que fosse a ultima coisa que eu fizesse na minha vida. Porem, isso aconteceu mais cedo do que eu imaginava. Que bom, eu não a perdi para ninguém e hoje eu estou casando com você, com a única mulher que no passado desejei ter um relacionamento sério e construir uma família. Obrigado Felicity, por me fazer o homem mais feliz do mundo. O homem que ama dormir e acordar ao seu lado todos os dias, que todas as manhãs diz que te ama. Por que é a verdade, eu te amo. Foi bom aprender com você o quanto é bom amar e ser amado.

Só agora noto o quanto estou chorando. Minha maquiagem deve estar horrível. Cada palavra que Oliver disse foi uma lagrima que deixei cair, eu sou mesmo um desastre.

– Não sei se depois disso conseguirei dizer algo que chegue aos pés do que você falou, vai ser difícil, mas vou tentar. – respiro fundo. – Quando meus pais morreram e eu fui parar naquele “alojamento” eu havia me fechado, eu estava dentro de uma armadura que eu julgava que nunca ia quebrar. É difícil perder alguém que amamos, sem uma parte nossa ser enterrado junto com eles. E quando eu perdi meus pais, meus sentimentos morreram com eles. Mas, você apareceu e quando você me olhou a minha armadura foi arranhada, a partir daquele momento eu sabia que a bolha que me envolvia ia estourar. Eu voltei a ter sentimentos, era um sentimento diferente, eu era apenas uma adolescente que queria beijar você, assim como todas as outras garotas e eu acho que não devo falar isso agora. Aos poucos a minha armadura ia recebendo um arranhão seu, com pequenos gestos como me ensinar usar uma arma “eu também não deveria falar isso dentro de uma igreja” E quando você me mostrou seu primeiro A+ em uma prova. Quando me chamou para dançar na nossa formatura e me beijou, a minha armadura tinha sido quebrada totalmente nessa noite, ai você foi embora. E anos depois, encontramo-nos novamente no mesmo alojamento que vimo-nos pela primeira vez, eu sentia certa magoa por você ter partido. Então eu levantei um muro entre nós. Tudo que queria era acabar com a lista e me ver livre de você, mas eu fracassei e hoje tenho que agradecer por ter fracassado. Você quebrou o muro quando apareceu na minha porta me cobrando explicações, aquela noite tudo que eu queria era gritar o quando o amava. Nossa relação começou nesse dia, e hoje estamos aqui. Casar com você foi à decisão mais certa que tomei em toda a minha vida. Obrigada, por ter me ajudado a se reerguer, e estar comigo até hoje.

Os olhos de Oliver enchem-se de lagrimas, um sorriso desenha-se no canto dos seus lábios.

E o amor é uma coisa engraçada. Está fazendo meu sangue fluir com energia, e é como um sonho acordado. É o que eu desejava, está acontecendo e chegou na hora certa.

Oh...não é legal esta vida em que temos um ao outro. E eu estou bem ao seu lado. Mais do que um parceiro ou um amante, sou seu amigo...

Quando você ama alguém, seu coração bate tão alto. Quando você ama alguém, seus pés não conseguem sentir o chão.

Estrelas brilhantes parecem se reunir ao redor do seu rosto. Quando você ama alguém. Quando você ama alguém...

– As alianças? – indaga o padre. Oliver vira-se.

– Amigão. – diz, Connor sobe no altar e entrega uma caixinha para Oliver, que lhe dá um beijo no topo da cabeça. – Obrigado. – Connor volta a sentar ao lado de Gordon e Young.

– Eu, Oliver recebo-te por minha mulher, prometo ser fiel, amar-te e respeitar-te na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, todos os dias da nossa vida. – termina de colocar a aliança é dá um beijo sobre ela. – Eu te amo. – sussurra.

– Eu, Felicity recebo-te por meu esposo, prometo ser fiel, amar-te e respeitar-te, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, todos os dias das nossas vidas. – levo sua mão até minha boca e beijo. – Eu te amo. – sussurro.

– Eu os declaro marido e mulher. O noivo pode beijar a noiva. – Oliver enlaça os dois braços na minha cintura e me puxa. Seus lábios procuram os meus. Seguro a nuca dele e selo nossos lábios em um beijo terno e cheio de amor.

[...]

Estávamos sentados na mesa dos recém casados que Thea tinha colocado no centro do salão. Onde ia ocorrer a festa. As pessoas estavam felizes, conversando amenidades ao nosso redor. Thea segurava Eve no colo, Sally e Joe brincavam com Connor no meio da pista de dança.

– Está tudo tão calmo. – murmuro. – Tenho até medo de um tanque de guerra invadir a festa. – acrescento. Escuto Oliver sorrir próximo ao meu pescoço.

– Isso não vai mais acontecer. – sussurra. – Melissa e seus amigos estão cuidando da segurança do local. – brinca.

– Ainda não acredito que Melissa tem um arsenal de armas em casa. Eu disse que ela era misteriosa. – comento.

– Bom, já que está tudo calmo. Por que não fugimos? – pergunta, enquanto distribuiu beijos no meu pescoço. – Thea disse que cuida do Connor e da Eve. – completa.

– É um pedido irrecusável. – viro-me e lhe dou um beijo casto nos lábios. – Mas temos que nos despedir dos convidados. – concluo.

– Está certo. – ele levanta e bate com a faca na taça de champanhe, atraindo a atenção de todos. – Peço desculpas, mas eu e minha esposa vamos nos retirar da festa. Afinal, temos dois filhos e precisamos ter ao menos uma noite sozinhos. E minha querida irmã vai cuidar dos nossos filhos, não é Thea? – minhas bochechas começam a formigar. Abaixo minha cabeça sem ter coragem de encarar os outros.

– Claro maninho. – escuto Thea dizer.

– Espera, vocês não vão sair sem antes Felicity jogar o buquê? – indaga Joe.

– Felicity pode fazer isso rapidinho. Não é amor? – levanto meu rosto e lanço um olhar assassino para Oliver.

– Clamo, AMOR! – falo enfática. – Vocês estão prontas? – as mulheres solteiras começam uma briga pelo buque. Viro as costas para o aglomerado. – 1...2...3. – jogo o buquê e quando me viro ele está nas mãos de Sally. Rapidamente Joe se ajoelha ao lado dela e tira uma pequena caixinha do bolso.

– Sally, quer casar comigo? – Sally cobre a boca com a mão, seus olhos brilham. – Eu sei que sou um péssimo companheiro e que ganho todas as partidas de vídeo game que jogamos, mas eu te amo. – completa. – Você vai ficar muda? Vai dizer não e me fazer passar um grande vexame?

– Eu estou grávida, Joe. – dispara Sally. Antes de eu ver o resto do pedido ou a surpresa de Joe, Oliver me puxa. Saímos do salão de festa e entramos no carro.

– Para onde vamos. – indago.

– Para nossa casa. – responde.

Oliver estacionou o carro em frente a nossa casa. Apenas a luz do nosso quarto estava acessa. Ele desembarcou do carro e deu a volta no mesmo. Abriu a porta para mim e pegou na minha mão. Abriu o portão. Subimos os degraus da escada e entes dele abrir a porta pegou-me no colo, em seguida entrou dentro na nossa casa. Fechou a porta e subiu as escadas comigo nos seus braços. Entramos no nosso quarto e ele me colocou no chão.

– Já falei que você ficou linda nesse vestido? – fica em pé atrás de mim, com a boca muito próxima da minha orelha. Suas mãos seguram minha cintura que ele aperta.

– Não. – respondo.

– Você está linda nesse vestido. – diz. Suas mãos sobem até os meus ombros. – Mas, eu não vejo a hora de ver ele fora do seu corpo. – beija meu ombro e abaixa lentamente as alças do vestido. Trilha beijos pelo meu pescoço, ombro e clavícula. Giro meu corpo e fito seus olhos azuis.

– Finalmente casados. – desfaço o nós da sua gravata e abro os botões da camisa. Espalmo minhas mãos em seu abdômen, e subo até elas envolverem seu pescoço. – Você também esta lindo nesse terno, Queen. – puxo seus lábios para os meus o beijando com volúpia. O vestido desliza pelo meu corpo, Oliver afasta os lábios dos meus e fita meu corpo dos pés a cabeça.

– Ainda bem que eu te encontrei. – diz, puxando meu corpo para o seu. Beija meus lábios e desce com mordiscadas pelo meu pescoço, beija o vale entre meus seios. Suas mãos apertam minhas nádegas e ele ergue meu corpo, fazendo-me envolver seu quadril com as minhas pernas. Anda comigo até a cama e deita letamente sobre ela. Sinto a superfície macia do colchão sob mim.

Ajoelha-se entre minhas pernas e ergue-as, apoiando meus pés em seu peito. Seus dedos afundam na parte interna da minha coxa e ele desliza a cinta liga pela minha perna até tirá-la. Faz o mesmo com outra. Inclina o corpo sobre o meu e abre os botões do espartilho, revelando meus seios duros e rosados. Olha dentro dos meus olhos e inclina a cabeça beijando meus lábios. Trilha um caminho com a boca até chegar ao meu seio esquerdo, ele roça a língua no mamilo com movimentos circulares. Seu polegar roça o meu outro mamilo. Seguro seus cabelos, gemidos escapam da minha garganta.

Minhas mãos apertam seus ombros e eu deslizo o paletó pelos seus braços, Oliver ajuda e em seguida se livra da camisa e da calça, ficando com apenas uma cueca preta. Deita novamente sobre mim, seu sexo duro e grande roça na minha coxa. Acaricia meu sexo sobre o tecido da calcinha, enquanto seus lábios beijam os meus, dou passagem para a língua dele, nossas línguas dançam no mesmo ritmo.

Com rapidez Oliver arranca minha calcinha e a joga para longe. Espalma sua mão na minha barriga e desce até meu sexo, acaricia meu clitóris com aponta do dedo. Solto constantes gemidos. Com força mordo o lábio de Oliver o fazendo grunhir de excitação. Seus lábios trilham cada pedaço do meu corpo deixando rastros de fogo por onde passam. Fecho meus olhos e aperto o lençol em minhas mãos. Oliver beija minha barriga e sobe com beijos pelos meus seios, clavícula e pescoço até os meus lábios. Seguro o cós da sua cueca e deslizo uma das minhas mãos para dentro dela, massageando seu membro, alterno entre movimentos rápidos e movimentos lentos, com a outra mão abaixo a cueca de Oliver. Ele levanta-se e se livra dela. Afundo meus dedos em sua nádega e ele solta um urro. Segura minha coxa e me penetra rapidamente, com estocadas rápidas e leves. Arranho suas costas, movimento meu quadril de encontro ao dele.

Fazemos amor durante horas. Até nossos corpos caírem exaustos sobre a cama desarrumada. Oliver puxa meu corpo sobre o dele, beija minha testa. Seu dedo faz movimentos circulares nas minhas costas. Com a outra mão ele cobre nossos corpos ofegantes e suados.

– Você acha que nosso reencontro foi o destino? – pergunto.

– Não. – responde. – Foi um plano arquitetado pelo general. – acrescenta. Começo a rir.

– Acho que temos que agradecer a ele. – comento.

– Acho que ele deve estar gargalhando agora. Afinal o plano dele deu certo. Estamos casados, somos pais de duas crianças lindas. Realmente, temos que agradecê-lo.

– Foi um plano muito bem arquitetado. – murmuro. Fecho meus olhos e lentamente meu corpo se rende ao cansaço.

[...]

Acordo no outro dia com o barulho insistente da campainha. Levanto rapidamente e visto um pijama. Desço as escadas correndo. Oliver está logo atrás de mim. Ajeito meus cabelos e abro a porta. Dois homens estão parados na entrada, um deles segura uma maleta preta, estão vestidos elegantemente.

– Quem são vocês? – indago.

– Sou advogado do General White e ele é o juiz. – responde o que segura uma maleta.

– O que estão fazendo aqui? – pergunta Oliver, com a voz grossa.

– Estamos aqui para a abertura do testamento do General. – olho para Oliver que também está confuso.

– Testamento? – perguntamos juntos.

– Podemos entrar? – me afasto da porta e faço sinal para que os dois entrem.

– Sentem-se. – aponto para os sofás, Oliver começa a tirar os brinquedos de Connor e Eve dos assentos. Os homens se sentam. Eu sento em um dos sofás e encaro os dois homens.

– O que temos a ver com esse testamento? – questiona Oliver, que senta-se ao meu lado.

– Vocês são os herdeiros dele. – engulo em seco e começo a tossir.

– Como assim? – disparo. – Nos somos os herdeiros dele? O que ele deixou para nós, mais uma lista? – tagarelo.

– Não. – o advogado entrega uma folha de papel para mim e outra para Oliver. – Antes de morrer o General fez um testamento deixando tudo que era dele para vocês, mas eu só poderia abrir depois que vocês se cassassem. Acho que ele tinha certeza que isso ia acontecer. – explica. – Também disse que se em 20 anos vocês não estivessem casados, era para eu abrir o testamento e dividir a fortuna em partes iguais entre vocês dois. O valor da herança está no final da folha. – meus olhos descem até o final da folha.

– 100,000,00 BILHÕES DE DOLARES! – Oliver e eu dizemos juntos. – Isso só pode ser brincadeira. – falo, olhando para os dois homens.

– Não é. Ele deixou essa carta para vocês. O juiz já assinou o testamento como testemunha. Só precisamos da assinatura de vocês. – ele entrega uma folha para mim e uma caneta. Olho para Oliver que ainda está embasbacado. – Por favor, assinem. Eu tenho outro cliente para visitar. – escrevo meu nome na linha horizontal. Passo o papel e a caneta para Oliver que assina com as mãos trêmulas, em seguida entrega o papel para o advogado. – Tenham um bom dia. – Os dois homens saem a passos largos da casa.

– O que vamos fazer com todo esse dinheiro? – murmuro.


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Notas finais do capítulo

Comentários de despedida são sempre bem vindos, HAUSHAUSHAS. Esperando o comentário de vocês, okay? sem vácuo. Espero que tenham gostados. Bjoos.