Os três já haviam voltado para Washington, no esconderijo deles. Felicity ainda estava se recuperando do tiro que tinha levado, dessa vez o trabalho era ali mesmo, uma quadrilha que rouba peças de artes.

– Nós vamos ter que nos infiltrar na mansão deles. – Dig falou aos dois.

– Por quê? – Felicity perguntou.

– Eu consegui a planta da casa, e ao que tudo indica, a mansão tem um porão, as peças de arte só podem estar escondidas nesse lugar. – Dig responde.

– E como vamos entrar na casa sem levantar suspeitas? – Foi a vez de Felicity perguntar.

– Vocês dois vão ser um casal apaixonado. – Oliver e Felicity se olham. – Encantados por artes. A família Rodriguez está dando uma festa de bodas de prata amanha a noite, é a chance perfeita. – Dig finaliza. Felicity volta a mexer no computador e Oliver nas armas.

[...]

FELICITY

Sério eu e Oliver um casal? Isso não vai dar certo de jeito nenhum. Abri meu guarda roupa e escolhi um vestido. Peguei um da cor rosa, longo para esconder a arma na minha canela, o vestido deixa minhas curvas bem delineadas e tem um decote na frente. Coloco um brinco azul, faço uma trança e uma maquiagem leve. Espero que Oliver chegue na hora certa.

Meu apartamento é pequeno então eu escuto as batidas na porta, saio do quarto e ando rapidamente até a porta, a abro e Oliver esta parado, vestido em um terno elegante, eu nunca vou admitir, mas ele está muito lindo. Seus olhos fitam todo o meu corpo, e eu sinto minhas bochechas formigarem. Será que eu exagerei? Por que Oliver está me olhando dessa forma?

– Oliver. – Chamo. Ele fita meus olhos e sorri. – Vamos? – Assente. Pego minha bolsa e saímos do prédio onde eu moro, Dig esta com o furgão estacionado na rua, entro no carro e Oliver também.

– Aqui está as escutas de vocês. – Pego o objeto e coloco na minha orelha. – Felicity pegue esse broche, tem uma câmera nele, assim vou poder te guiar. – Assenti e coloquei o broche no meu vestido. – Aqui está a aliança de vocês. Façam amizade com o casal para não levantar suspeitas. Entenderam? – Eu e Oliver assentimos, Diggle pega no volante e dirige, ficamos em silencio o caminho inteiro, até ele estacionar um pouco distante da mansão.

– Boa sorte. – Diz Dig depois de Oliver e eu sair do furgão. Entramos pelo portão da mansão e andamos até a porta, quando entramos na casa ela já esta cheia de pessoas, nós entramos de braços dados e não ganhamos importância de ninguém. A mansão é dos Rodrigues, eles são uma família muito rica, mas os podres estão bem escondidos, apenas a C.IA, suspeita que eles roubam obras de artes de museus e outras famílias ricas.

– Vou andar pela mansão. – Falo para Oliver que concorda.

– Tome cuidado, não faça nada precipitado. – Assinto e saio.

‘ Felicity! – Escuto a voz de John. – Siga a frente e vire a direita, tome cuidado e veja se não esta sendo seguida. – Diz.

– Ok. – Dou dois passos para frente, quando um homem para na minha frente, ele é alto, moreno, seus olhos são verdes, tem lábios beijáveis, é muito bonito.

– Vi que você entrou com um homem, mas ele te deixou sozinho, eu no lugar dele não faria isso. – Ele pega minha mão e beija. Depois solta um sorriso galanteador – Meu nome é Ricardo Rodrigues. – Lembro do nome dele, e ele é o filho mais velho do casal.

– Meghan Johnson. – Digo meu nome, claro o de agente, ele sorri.

– Prazer Meghan, você quer beber alguma coisa? – Pergunta, e eu não sei o que fazer.

‘ Vai Felicity, não levante suspeitas.’ – Sigo o conselho de John.

– Aceito sim. – Ele me puxa até o bar, e eu sento em um banco que tinha na frente do balcão.

– Você prefere algo mais fraco ou forte? – Fita meus olhos. Cadê Oliver?

– Forte bem forte. – Ele alarga um sorriso no rosto.

– Duas vodkas, por favor? – Pede ao barman.

OLIVER.

Olhei ao redor e vi Felicity conversando com um homem, me aproximei aos poucos deles, ele a levou para o bar, e eu até quis atrapalhar o momento dos dois, mas Dig não deixou.

‘ Deixa Oliver, o cara é casado, logo a esposa o acha. – Diz pelo comunicador.

Fico parado observando os dois, ela ri de algo que ele fala, e ele parece encantado com ela. Porque ela não se livra de uma vez por todas dele? Ela sabe que tem trabalho a fazer. O homem fica olhando para o decote dela e ela não faz nada? Quem não olharia para o decote dela? Eu olhei, Felicity está linda naquele vestido, e eu notei os olhares que ela recebeu quando nos dois chegamos, ela não usa mais aquele óculos de fundo de garrafa, tem seu estereótipo de nerd ainda, e isso a deixa mais sexy, não é mais magricela como antes. Para Oliver e se concentre. Quem é aquela? Só pode ser a esposa dele, pelo olhar assassino que ela lançou para Felicity, e o jeito possesso que ela segura o braço do Ricardo, esse vai apanhar de noite, graças a Deus ele saiu de perto dela. Vou até o bar e toco seu ombro.

– Graças a Deus Oliver, onde você estava? – Fico em silencio. – Temos que ir. – Ela sai sem me esperar.

– Aonde vamos? – Pergunto.

– Para aonde John está me mandando ir! – Seu tom é de irritação, ela continua andando e entra em um corredor vazio. – Achei John. – Eu não estava entendendo nada, os dois estavam em uma conversa particular agora? Nós somos um time! Não somos?

– Dá de você me explicar o que esta acontecendo? – Se vira para mim e me entrega a sua arma.

– Me erga Oliver. – Olho confuso para ela. – Ali esta o controle daquela porta. – Diz. Pego em sua cintura e a ergo, ela é leve, sua pele é macia, posso sentir isso mesmo pela seda do vestido, ela faz a mágica dela e a porta se abre, a coloco no chão.

– Eu vou primeiro. – Ela assente. E eu entro, é um corredor branco. Dou apenas dois passos e ouço um apito, a porta se fecha, e eu fico preso.

‘ Compressão de oxigênio ativada. – Escuto uma voz e sei que aquilo não é um bom sinal.

– O que está acontecendo Felicity? – Pergunto, ouço ela respirar fundo.

– Oliver você está ficando sem oxigênio. – Senti um arrepio por toda minha espinha. – Agüenta ai, vou te tirar daí. – Minha vida está dependendo da Felicity, e eu já fiz tanta coisa pra ela, não sei se mereço isso.

FELICITY

Oliver entrou no corredor e deu alguns passos, um alarme soou a porta se fechou, algo estava errado.

‘ Compressão de oxigênio ativada.’ – Com certeza algo estava errado, e se eu não fizesse alguma coisa Oliver ia morrer, seria uma ótima vingança depois de tudo que ele me fez, mas simplesmente eu não podia fazer aquilo, com ninguém muito menos com Oliver.

– Dig. – Chamo.

‘ O que aconteceu Felicity? – Perguntou sua voz estava carregada de preocupação.

– Essa casa tem alguma tubulação de ar ou gás ou qualquer outra coisa? – Escutei o barulho do teclado, Dig estava digitando alguma coisa. Vai rápido Dig, Oliver esta morrendo.

‘ Sim! Mas a entrada é pela cozinha. – Diz.

Corro até as escadas, mas dois homens enormes entram no porão.

– O que está fazendo aqui loirinha? – Um deles pergunta.

– Ei olha a luz do oxigênio está piscando. – O outro fala. Dou dois passos para trás.

– Você não sabe com que está se metendo. – O maior avança para cima de mim, desvio e dou um chute em suas pernas ele cai, o outro vem para cima de mim, pego um pequeno baú que tem em cima da mesa, e me esquivo dele, viro e bato com força o baú na cabeça dele, ele caiu inconsciente no chão, o outro se levanta e ele é maior, bem maior do que eu, pega em meus ombros com força, consigo segurar um de seus braços e torcê-lo, ele solta um gemido de dor, largo o braço e ele vira de frente para mim, dou uma cotovelada no nariz dele, o que causa uma enxurrada de sangue do seu nariz, pego no pescoço dele e aperto, ele cai de joelhos na minha frente.

– Como abro essa porta novamente? – Ele fica quieto. – Diga antes que eu corte sua garganta. – Tiro uma adaga que escondi no salto do meu sapato, mas ele continua quieto, sinto o desespero tomar conta do meu corpo, encosto a ponta da faca no pescoço dele. – Você esta me fazendo perder a paciência, diga antes que eu te mate. – Aperto a ponta da faca ainda mais, fazendo uma gota de sangue escorrer pelo pescoço dele.

– Tem um botão atrás daquelas caixas. – Dou dois socos na cabeça dele que desmaia, corro até as caixas e derrubo-as no chão, aperto o botão vermelho e a porta se abre, vejo o corpo de Oliver caído. Esteja bem, por favor. Me ajoelho ao lado do corpo dele e checo seus batimentos, seu coração bate tão devagar que quase não escuto.

– Vamos Oliver acorda. – Coloco minhas mãos no seu o chacoalho. – Acorda seu grande imbecil... Vamos Oliver, não me deixe. – Digo em um impulso. – Abra esses olhos, você é forte. – Sinto a palma da mão dele em meu braço.

– Você disse que eu sou forte? – Ele solta um sorriso fraco.

– Você esta bem? – Assente.

– Veja se as obras de artes estão aqui, antes que alguém entre. – Tiro minhas mãos do rosto dele e me levanto.

– Felicity! – Olho para trás e vejo John. – O que aconteceu. – Olha ao redor.

– Depois te explico. – Levanto e ando pelo corredor até chegar em outra porta, ela não esta trancada, seguro a arma na minha mão apontando para a porta e a abro, as obras de artes estão todas ali dentro, são muitas, deve valer uma fortuna.

– Dig achei.

[...]

Oliver

Levanto com dificuldade, firmo minhas pernas no chão e elas ainda estão bambas, olho ao redor e vejo dois homens caídos no chão, um deles é enorme, está com o rosto todo ensangüentado.

– Você lutou com eles? – Pergunto para Felicity.

– Sim. – Responde.

– Bom trabalho. – Ela sorri e passa por mim. – E Felicity. – Olha novamente para mim. – Eu não vou a lugar algum. – O olhar dela se perde, e suas bochechas ficam vermelhas.

– O que? – Pego minha arma que estava no chão, e não respondo sua pergunta.

– Dig já podemos ir? – Mudo de assunto.

– Sim a S.W.A.T assume daqui pra frente, o que acham de uma cerveja gelada? – Era tudo que eu mais queria.

– Quero dormir. – Diz Felicity.

– Dormir? – Pergunto me divertindo.

– O que foi? Sou boa de cama. – Dig e eu olhamos para ela, mas ela parece nem ter percebido por que continua falando. – Além do mais tive poucas horas de sono, e amanha com certeza vamos ter missão logo cedo, eu estou morrendo de sono, quero tomar um banho na minha banheira e deitar na... – Seguro em seus ombros, e fixo meus olhos no dela, ela se cala.

– Uma cerveja, apenas uma cerveja, não vai fazer mal algum, eu levo você para casa depois. – Ela pensa um pouco e concorda.

Deixamos os dois brutamontes caídos no chão e saímos da mansão sem sermos notados, Graças a Deus estavam todos despreocupados, e nem notaram a nossa saída, entramos no furgão e John dirige até o primeiro bar que encontramos.

Sentamos nos bancos na frente do balcão e pedimos uma cerveja, o garçom traz três garrafas e entrega para nós, conversamos sobre a missão, e perdemos a noção do tempo.

– Oliver. – Dig aponta para Felicity que está com os braços cruzados sobre o balcão usando como travesseiro.

– Vou levar ela para casa John, prometi isso. – Digo.

– Pega o furgão. – Levanto e tento acordá-la. Mas ela dorme profundamente. A ajeito com cuidado em meus braços e saio do bar seguido de Dig, coloco ela no banco do carona e arrumo o sinto.

– Dig quer que eu leve você para casa primeiro? – Ele sorri e maneia a cabeça.

– Eu pego um taxi, agora leva ela. – Ele me entrega as chaves e eu embarco no carro. Tiro alguns fios de cabelo que estão no seu rosto, ela é ainda mais linda dormindo, acaricio sua bochecha com meu polegar, ela solta um suspiro, e aconchega a cabeça no banco. Fixo meus olhos na estrada e dirijo, até parar na frente do prédio dela, desembarco do carro e dou a volta, tento pega-la, mas ela da um pulo.

– Onde estou? Oliver o que esta fazendo? – Parece assustada.

– Calma está tudo bem! Você dormiu no bar, e não acordou ai... Eu e Dig te colocamos no furgão e eu estou cumprindo minha promessa. – Explico calmamente.

– Obrigada, mas agora estou acordada. – Ela sai do furgão e anda até as escadas do prédio.

– Felicity! – Ela se vira para mim. – Obrigado por ter salvado minha vida. – Isso é difícil.

– Nós somos parceiros Oliver, você faria o mesmo por mim. – Ela vira-se novamente e entra no prédio, ela tem razão eu faria o mesmo por ela.

50-2=48