Sakura

Aprendi que não devemos nos precipitar e imaginar ações e decisões de outras pessoas, pois podemos nos surpreender. Como eu me surpreendi ao encontrar o Sasuke na minha porta segurando um buquê de tulipas, as mesmas que me entregou há sete anos quando íamos nos casar.

Eu o amo e após suas palavras o recebi de braços abertos. Creio que daqui por diante será tudo diferente, mesmo que eu saiba que ele não mudará completamente o seu jeito de ser. O amo do jeito que ele é.

Hinata e eu estávamos preparando nossa ceia de natal, enquanto os meninos estão na sala, fazendo sabe-se lá o que.

— Mamãe! Vou ficar aqui com vocês. – Sarada disse ficando em pé em cima de uma cadeira.

— Não quer ficar com eles na sala? – questionei.

— Não, sou uma mocinha. Tenho que ficar aqui com vocês. – disse sorrindo.

— Está certa mocinha, então terá que nos ajudar. – Hinata disse a ela.

— Sim madrinha. O que tenho que fazer?

— Vou lhe mostrar. – Hinata sentou ela no seu colo e as duas mexiam uma massa dentro de uma tigela. Sorri para a minha pequena que a cada dia mais linda ficava.

◊◊◊

As horas se passavam e quando menos esperamos já havia anoitecido. Todos estávamos vestidos para a noite de natal, meus filhos colocaram um gorro de papai noel na cabeça e o Naruto entrou no embalo deles. O Uzumaki tentou de todas as formas colocar um na cabeça de Sasuke, mas em vão, ele jamais permitiria isso.

Eu usava um vestido vermelho com uma meia e um scarpin preto, com um casaco de lã por cima, pois estava muito frio. A Hinata estava no mesmo estilo que o meu, mas a cor do seu vestido era azul.

Sentamos à mesa e o jantar estava saboroso. Conversamos assuntos aleatórios. Naruto e Hinata falavam sobre como estava sendo viver em outro país e que pretendiam voltar para cá futuramente.

Fomos para a sala para a entrega dos presentes, mas precisamente às crianças. Os olhos deles brilhavam cada vez que um de nós entregava um presente a eles. Todos entregaram, menos o Sasuke que disse que se esqueceu de comprar algo para os filhos. Fiquei chateada com a sua atitude, mas não questionei nada naquele momento.

— Tenho uma notícia para dar e acho que esse é o momento apropriado. – Hinata comentou, despertando a atenção de todos. Ela segurou a mão do Naruto e ficou de frente para ele, fitando-o nos olhos.

— Aconteceu algo Hinata? Você está trêmula. – Naruto perguntou preocupado.

— N-Não, não aconteceu nada Naruto-kun, é só que… Tem algo que preciso lhe contar. – ela deu uma pausa e todos nós aguardamos atentos para o que ela tinha a dizer.

Sem dizer uma única palavra ela levou a mão do Naruto até o seu ventre e todos entendemos a notícia qual era. Meus olhos se encheram de lágrimas emocionada, pois já passei por isso duas vezes. Está certo que o Sasuke não festejou como o Naruto que pulou, gritou e chorou, mas, no fundo, eu sei que ele estava feliz.

Naruto a ergueu no ar e a encheu de beijos, dizendo o quanto estava feliz por ser pai. Fez promessas de ser o melhor pai do mundo e tudo mais e até nos convidou para sermos os padrinhos, eu e Sasuke. Não havia como dizer não.

◊◊◊

Já se passou de meia-noite e todos desejamos feliz natal um ao outro. Logo meus filhos estavam dormindo no sofá. Sasuke e Naruto os pegou nos braços e os colocaram na cama. Hinata e eu ficamos por mais algum tempo conversando na sala.

— Estou muito feliz por você Hina. – comentei dando-lhe um abraço, quando os rapazes subiram as escadas com as crianças.

— Obrigado Sakura. Fico feliz que você e o Sasuke se acertaram.

Sorri para ela e subimos para os nossos quartos desejando uma boa noite a outra. Encontrei Sasuke deitado na cama fitando o teto com as mãos atrás da cabeça apenas de cueca boxer preta. Ele havia ligado o aquecedor para ficar à vontade desse jeito.

Aproveitei que o ambiente estava agradável e me despi ali mesmo. Claro, sendo observada por seus olhos ônix que não perdiam um movimento sequer meu.

Subi na cama engatinhando até ficar por cima dele e subi beijos desde sua barriga até a sua boca.

— Boa noite Sasuke-kun. – disse dando-lhe um selinho e me deitando ao seu lado o deixando com as sobrancelhas arqueadas e sem entender o que acabou de acontecer. Foi apenas uma provocação.

— Não pense que vai me provocar dessa forma e ficar por isso mesmo. – ele sussurrou na minha orelha me agarrando fortemente a minha cintura.

Segurei a sua cabeça com as minhas mãos e observei os seus traços. Tão perfeito. Seus cabelos negros arrepiados, sempre desgrenhados que eu tanto gosto; seus olhos negros que me intimidam. Eu o amo tanto que não sei definir o tamanho desse amor. É infinito e indescritível. 

Sasuke

Antes de se deitar Sakura fez questão de me provocar achando que eu não tentaria nada, porém faz mais de duas semanas, quase três semanas que não a tenho e isso está me deixando maluco. Ter que dormir ao seu lado, observando as suas curvas moldadas no tecido de seda de sua camisola me deixa insano, sentir o seu perfume então, me deixa louco. Por isso agarrei em sua cintura e sussurrei em sua orelha que não deixaria barato a provocação.

Puxei-a por cima de mim e selei os nossos lábios, com a minha língua eu explorava cada centímetro de sua boca e saboreava de seu gosto. Minhas mãos percorriam a sua pele macia e a apertava deixando-a vermelha.

Meu corpo começou a reagir com os nossos toques, beijos e amassos. Não me aguentando mais inverti as nossas posições. Retirei devagar as nossas peças de roupas e as joguei em um lugar qualquer do quarto.

— Hm… Sasuke-kun… – ela gemia sentindo meus lábios em seu pescoço, enquanto minha mão circulava a sua intimidade.

Aproveitando-me que ela já se encontrava nua me posicionei no meio das suas pernas. Entrelacei nossas mãos acima de sua cabeça. E naquela noite a fiz minha.

◊◊◊

Acredito que foi o melhor natal que nós tivemos em família, além de termos a companhia dos nossos amigos, Sakura me perdoou e me aceitou de volta em sua vida. Amo essa mulher, mas se me perguntarem se algum dia eu já me declarei a ela dizendo aquelas três palavras, a resposta será não. Nunca as disse e acredito que nunca as direi, não porque eu não queira, mas é algo, na qual, eu não estou acostumado.

Desde que nos casamos é a primeira vez que nos damos tão bem quanto de ontem para hoje. Não brigamos, não discutimos e até agora eu não disse palavras grotescas e estúpidas a ela.

Tudo parece estar perfeito e por nada nesse mundo quero que isso termine…

Já era madrugada quando me levantei e fui até a minha mala, onde de lá retirei dois presentes, que comprei para os meus filhos. Mais cedo na entrega dos presentes eu disse que não comprei, todavia, eu menti, pois gostaria de fazer uma surpresa a eles. Uma, na qual, nunca fiz e nem sonhei em fazer.

Desci as escadas lentamente olhei ao meu redor e ninguém me observava.

Momento propício!

Coloquei as duas embalagens embrulhadas embaixo da árvore que alternava as luzes pisca-pisca de cor. Quando ia me virar para voltar ao quarto senti ser abraçado por um corpo que eu conhecia muito bem.

— O que faz aqui… Sakura? – disse sem jeito.

— Fiquei feliz com sua atitude. – ela disse num tom de voz baixo.

— Hn… – resmunguei, pois eu não queria que ela visse eu fazer isso.

— Sasuke-kun? – ela chamou minha atenção, abaixei minha cabeça e fitei suas íris verdes. – Eu te amo.

Engoli em seco sem saber o que lhe responder, pois eu nunca correspondia quando ela me dizia isso. Abri a boca duas vezes para tentar dizer algo, mas não conseguia. Ela colocou o seu indicador nos meus lábios.

— Não precisa dizer nada. Eu conheço o seu coração, sei o que você sente por mim. Apesar de não entender o porquê você me escolheu para ser a sua esposa. – ela me deu um sorriso pequeno.

— Não é uma tarefa muito difícil Sakura. – seu sorriso me contagiou a continuar, mas antes cutuquei a sua testa com o indicador e o dedo do meio e em seguida depositei um beijo no topo da sua cabeça e a puxei para um forte abraço. — Escolher estar ao seu lado é fácil… Muito fácil.