Everything's Better With You escrita por Maremaid


Capítulo 35
34- A maior surpresa dos últimos tempos


Notas iniciais do capítulo

Olá! Adivinha quem ressurgiu das profundezas do Tártaro trazendo capítulo novo?? ~desviando das pedras ~

Seis meses sem postar... uau! Desculpa!! Eu posso demorar, mas sempre volto, né?Haha.

O capítulo tá meio grandinho (para compensar o tempo que demorei rs)! Ah, não esqueçam de ler as notas finais porque tem aviso importante sobre o futuro da fic.

Enfim, boa leitura!



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Prós e contras de surpresas

PRÓS:

1- Há surpresas que vem para o bem. Como: “Surpresa! Você ganhou um carro!” ou “Surpresa! Você acabou de ganhar tantos dólares no sorteio!” (ou seja: se tem você ganhando alguma coisa é uma surpresa boa).

CONTRAS:

1- Festas de aniversário surpresa. Ugh. Eu já não sou a maior fã de aniversários, então me avise antes para que eu possa me preparar psicologicamente para ser o centro das atenções e dar sorrisinhos forçados. E, por favor, nunca me façam uma.

2- Parentes que vem sem avisar. Surpresa ruim! Muito ruim!

3- Encontros. Kendall tem essa mania de sempre dizer “É surpresa!” quando eu pergunto o lugar. Mesmo que no fim das contas eu acabe curtindo, eu não gosto de viver com aquela ansiedade de não saber para aonde estou indo.

4- Prova surpresa. Eu adoro estudar, mas vamos combinar que isso é terrível! Eu fico muito nervosa na hora e esqueço metade das coisas.

P.S.: Mas tem certas surpresas que são tão, mas tão inesperadas que você não faz ideia se deveria listá-las em “prós” ou “contras”.

***

Era aula de biologia, a professora Gilmore estava chamando alguns alunos para responder os exercícios do livro. Ela aparentava ficar mais feliz quando um aluno errava uma questão do que quando acertava. Eu tinha certeza que ela se alimentava do medo e tristeza dos alunos.   

A sala estava em profundo silêncio enquanto a professora procurava sua próxima vitima.  O garoto que estava na minha direita prendeu a respiração, como se ela pudesse farejar o seu medo. Foi então que alguém bateu na porta e todas as cabeças viraram para lá, em busca de saber quem havia nos salvado. A srta. Gilmore pediu para o aluno perto da porta para abrir. Era Erika, a garota que trabalhava na secretaria/direção.

­— Com licença, srta. Gilmore. O diretor Simmons pediu que chamasse alguém da sua sala.

­— Claro, Erika. Fique à vontade — ela sorriu. Como é que alguém podia ficar tão feliz com a desgraça alheia?

— Obrigada — ela deu um meio sorriso e olhou para um bloquinho que estava em sua mão e riscou algo. — Kendall Knight.

Algumas pessoas olharam na minha direção, revirando os olhos. Quer dizer, para quem estava sentado atrás de mim, nada surpresos com a “convocação”.

— Ei, o que você aprontou dessa vez? — perguntei, por cima do ombro.

— Eu não fiz nada! — Kendall estava com os olhos arregalados, parecia realmente surpreso. Eu ri, pensando que era mais uns de seus truques.

— E... Stefanie Howard.

­Meu sorriso morreu.

— O quê? — deixei escapar um pouco mais alto do que pretendia.

Todos olharam na minha direção, alguns surpresos, com aquele olhar de acusação que claramente dizia “Tsc, tsc, ela era uma boa aluna... até começar a andar com Kendall".

Eu me levantei e comecei a andar devagar até a saída.

— Andem logo — a professora disse, impaciente. — Vocês estão atrapalhando a minha aula. Ah, e voltem antes do sinal tocar.

Kendall me empurrou discretamente para que eu andasse mais rápido. Seguimos Erika pelo corredor, andando alguns passos atrás dela.

— Parece que não fui o único que andou "aprontando" — Kendall murmurou para mim. Lancei um olhar mortal para ele, que ficou quieto pelo resto do caminho.

Quando chegamos lá, Erika pediu para esperarmos e entrou na sala do diretor. Haviam mais pessoas esperando do lado de fora da sala. Rostos familiares.

— Oh, vocês aqui também? — James disse, surpreso. Assentimos.

— Eu juro que não sei o motivo de estar aqui dessa vez — Kendall se defendeu.

— Eu também não! Quer dizer, eu acho... Será que algum professor reclamou por eu estar usando o espelho durante as aulas? — ele perguntou para si mesmo, pensativo. 

Na cadeira à esquerda James, havia um garoto sentado com a cabeça entre as mãos, ele parecia totalmente apavorado por estar ali. Carlos, que estava do lado esquerdo do garoto, seguiu o meu olhar e disse:

— Nosso nerd favorito está preocupado com a reputação dele — ele riu e deu tapinhas nas costas de Logan.

— Pare! Isso é sério, ok? — ele empurrou a mão de Carlos e se ajeitou na cadeira. — Isso vai manchar o meu histórico. Harvard não vai querer um delinquente como eu!

— Falando assim, até parece que você cometeu um crime — Kendall disse, cruzando os braços. Só havia quatro assentos, então ele fez sinal para eu sentar no último vago, ao lado de James, e ficou em pé encostado na parede.

— Mas eu cometi! — ele fez uma pausa. — Um crime contra o meu histórico perfeito!

Os meninos abafaram o riso, certamente achando que o amigo tinha enlouquecido de vez. Eu entendia a preocupação de Logan, mas tinha que admitir que ele estava exagerando um pouquinho.

— Se você não fez nada de errado não tem com o que se preocupar, Logan ­— eu disse. Ele assentiu, parecendo um pouco mais calmo agora.  

Por mais que não aparentasse, eu também estava preocupada. A última vez que visitei a sala do diretor fui parar na detenção.

— O diretor Simmons está aguardando vocês, podem entrar — Erika avisou, saindo da sala.

— Estamos bem ferrados, não é? — Carlos perguntou, quase se ajoelhando aos pés dela. — Pode falar, eu aguento!

Erika revirou os olhos e riu.

— Vou deixar vocês descobrirem isso sozinhos. Entrem logo.  

Os garotos se levantaram e foram em direção à sala com as cabeças abaixadas, como se estivessem indo para a prisão. Erika piscou para mim quando passei por ela, e fiquei me perguntando se isso era um bom sinal.

Sim, era.

O diretor Simmons disse que adorou nossa apresentação no show de talentos e adoraria que tocássemos no baile de formatura. Nós concordamos, claro. Combinamos que cantaríamos a música que apresentamos no dia e alguns covers. Era pouca coisa, pois o diretor disse que precisávamos aproveitar o baile também, então o resto das músicas iam ficar por conta de um DJ. Saímos de lá completamente aliviados, principalmente Logan que continuava com o seu histórico intacto.

Ao voltarmos para a sala, tivemos outra surpresa, porém dessa vez não tão agradável: a professora Gilmore havia marcado uma prova para a próxima semana.

***

No sábado, eu e Kendall combinamos de estudar na casa dele para a prova. Eu não costumava fazer isso, gostava de estudar sozinha para não me desconcentrar, mas sei que Kendall precisava de uma boa nota para poder estar no próximo jogo. Aparentemente, o técnico deles era bem rígido em relação às notas e sempre pedia para eles levarem as provas quando a recebiam e, ás vezes, conversava diretamente com os professores para saber o desempenho dos seus atletas. A treinadora Baxter também era um pouco rígida, mas eu não precisava me preocupar muito com isso, afinal, minhas notas eram sempre boas e eu normalmente ficava no banco durante os jogos mesmo.

Quando cheguei lá, descobri que a sra. Knight estava trabalhando. Se eu soubesse, teria marcado lá em casa. Mas Katie estava em casa, no seu quarto, então não estávamos realmente sozinhos. E isso me deixou mais aliviada.

Ultimamente, estava ficando cada vez mais difícil ficar sozinha perto de Kendall. Depois que eu disse que não precisávamos mais ir com calma ele começou a ficar mais saidinho. Na escola, sempre arrumava um jeito de me levar para um canto mais afastado para ficar sozinhos. E ele até mesmo consertou o aquecedor do seu carro, então nossas sessões de amassos estavam cada vez mais... excitantes. Porém, ainda não passamos da segunda base. Estava difícil até para mim se manter no controle nessas situações.

Estávamos na sala, com os livros e cadernos sobre a mesinha de centro, sentados no chão. Assim que cheguei, eu já havia lhe avisado que estava ali para estudarmos para a prova e, por mais que ele não tenha ficado muito satisfeito com isso, estava tentando se esforçar em estudar. Eu passava alguns exercícios para ele fazer e lhe explicava quando não entendia algo.

— Uau! Vocês estão mesmo estudando! — Katie surgiu na sala mais ou menos 1 hora depois de termos começado a estudar. Ela parecia surpresa. 

— Claro que estamos — ele respondeu. — Howard leva os estudos muito a sério...

—Ainda bem. Achei que chegaria aqui e flagraria vocês dois trocando saliva.

— Katie, um dia você terá um namorado e também fará isso — eu disse rindo. — É normal.

— Ew! ­— ela fez uma careta. — Eu só tenho 10 anos! Isso ainda vai demorar.

— Isso mesmo! — Kendall se levantou e colocou as mãos nos ombros da irmã. — Será que você não podia ser criança para sempre? Assim eu não precisaria me preocupar com essas coisas.

Katie revirou os olhos.

— Eu preciso crescer, não quero ficar na escola para sempre!

— Certo, tem razão. Mas não arranje um namorado antes dos 18.

— Mas aos 15 você já namorava com a...

— Katie! — Kendal gritou, interrompendo a irmã. — Acabei de lembrar de algo que precisava falar com você. Vamos ao seu quarto rapidinho, ok?

— Por que no meu quarto? — ela perguntou, confusa. Depois de um sorrisinho — É um segredo que a Stef não pode saber?  

— O quê?! — Kendall riu, sem jeito, e olhou para mim. — Claro que não! É só um assunto entre irmãos. Ei, eu já volto.

— Hm, ok... — murmurei. Claramente era algo que eu não podia saber.

Eles voltaram alguns minutos depois, Katie parecia extremamente feliz com uma nota de dólar na mão.

— Ei, não volte tarde para casa! — Kendall avisou.

— Eu sei, eu sei! Tchau, Stef! Tchau, maninho querido! — Katie acenou para nós e saiu de casa.

— Para aonde ela foi? ­ — perguntei.

— Fliperama — Kendal respondeu. Isso significava que estávamos sozinhos agora. — Em qual questão paramos mesmo?

— 34 — respondi. Ele assentiu e se sentou novamente. Continuamos resolvendo os exercícios por mais um tempo.

— Ei, Howard, veja se fiz essa certa — ele deu o caderno para mim e comecei a conferir. Percebi pelo canto do olho ele se aproximando de mim sorrateiramente, mas não disse nada. Ele ficou me encarando por um tempo e depois veio na minha direção para me beijar, mas eu coloquei a mão no meio do caminho. — Ah, qual é, Howard!

— Eu disse “sem distrações”.

Ele se afastou e bufou.

— Você está sendo muito chata, Howard.

— Não, estou sendo responsável. Você precisa se sair bem nessa prova. Ou quer ficar no banco no próximo jogo?

— Claro que não... — ele disse baixinho.

— Então estude.

— Eu estudei mais hoje do que a minha vida inteira!

— Exagerado — conferi as horas no meu celular. ­— E estudamos apenas por 3 horas.

— Sério? Só isso? — ele colocou a mão nos cabelos. — Pareceu uma eternidade.

— Uma eternidade comigo ­— brinquei. — Isso não é bom?

— Claro, mas se estivéssemos realmente nos divertindo — eu sei bem o que ele queria dizer com “divertir” — o tempo teria passado muito mais rápido.

­— Ok, vamos fazer uma pausa — eu cedi. Ele sorriu. — Dez minutos.

— Dez é muito pouco! Vinte ­então.

— Quinze.

— Fechado — ele sorriu e me beijou, respondi o beijo, mas um barulho nos interrompeu: o meu estômago. — Ok, talvez devêssemos comer algo antes.

Concordei, envergonhada.

Fomos até a cozinha e eu preparei os sanduiches enquanto Kendall fazia o suco. Ele também estava com fome, então não ficou fazendo gracinhas. Quando terminamos, eu coloquei as coisas na pia e comecei a lavar.

— Ei — duas mãos rodearam minha cintura. — Não precisa fazer isso.

— Não quero deixar a cozinha da sra. Knight suja.

— Eu limpo depois, não se preocupe — ele deu um beijo no meu pescoço. — Sabe, ainda temos cinco minutos...

Ah, quem eu estava tentando enganar? Eu nem me importava com a louça!

— Cinco? —­ fingi pensar. — Hm, ok.

Lavei a mão e me virei. Kendall me pressionou contra a bancada da pia e começou a me beijar. Quando percebi, estava sentada na bancada de granito. E ela estava molhada.

Droga, minha calça...

— Se quiser, você pode tirar e eu boto na secadora — ele deu um sorriso torto.

— Engraçadinho — revirei os olhos.

— O que foi? Talvez eu estivesse falando sério... — ele sorriu. Eu ia bater nele, mas ele segurou o meu pulso. Aquele sorriso provocador continuava ali.  Ele diminuiu a distância entre nós e me beijou novamente.

— Kendall... — murmurei, quando nos afastamos depois de uns segundos.

— Hm?

— Melhor pararmos. Sua irmã pode voltar e nos ver aqui assim...

— Ela não vai voltar tão cedo, não se preocupe.

— Você subornou ela, não foi? — lembrei do dinheiro que Katie estava em mãos.

— É isso que você pensa de mim? — ele botou a mão no peito, fingindo estar ofendido.

— Sim.

— Nossa! Só para sua informação foi ela que deu a ideia.

— E você aceitou sem pestanejar, não é?

— Claro! Por que eu iria perder uma oportunidade dessas? — ele sorriu.

Eu não estava esperando a sua sinceridade, então acabei rindo. Ele ficou sério de repente, parecia nervoso.

— Stefanie, eu... gosto muito de você.

Algo me dizia que ele iria usar outro verbo no lugar de “gostar”, mas mudou de ideia no último segundo. Talvez fosse melhor assim. Eu não sei se estava preparada para ouvir aquela palavrinha ainda.

— Eu também gosto muito de você... — respondi.

— Eu quero poder dizer aos outros que estamos juntos.

— Mas você pode fazer isso, porque estamos.

— E-eu sei, mas eu quis dizer como... ­— ele hesitou por um segundo ­— minha namorada.

— Ah! Eu...  

— Espera! Não diga nada até eu te mostrar algo. Venha — ele segurou minha mão e me conduziu ao seu quarto.

Chegando lá, eu me sentei na beirada da sua cama enquanto ele procurava algo nas gavetas da escrivaninha. Não demorou muito até ele achar uma caixinha de veludo preta e vir na minha direção, se ajoelhando na minha frente. Ele a abriu.

— Kendall... — senti vontade de chorar. Cada anel tinha um violão desenhado. Elas eram lindas.

— Nós somos bem diferentes um do outro, não é? ­— ele riu. — Talvez seja por isso que acabamos dando certo, afinal, dizendo que os opostos se atraem. Mas uma das poucas coisas que temos em comum é o amor pela música. Foi por isso que escolhi essas.

— Eu adorei, de verdade. — sorri para ele. — E, sim, eu aceito.

— Ei, mas eu ainda nem tinha perguntando! — ele fez biquinho. — Se bem que estava meio óbvio, né...

— Desculpa — eu ri. Tirei um dos anéis da caixinha —­ Então deixa que eu faço...

— Stefanie...

— Kendall, você quer ser oficialmente meu namorado? — segurei sua mão.

— Sim — ele sorriu e me deu um selinho. — Mas... por que você disse “oficialmente”?

— Bem, estamos saindo desde o começo do ano. Acho que posso dizer que já estávamos namorando, só não estava oficializado. Certo?

— Certo... — ele assentiu e eu coloquei o anel no seu dedo. — Agora é minha vez. Stefanie Marie Howard...

— Ei, eu não disse seu nome completo.

— Shh! Não me atrapalhe novamente — ele fez cara séria, mas logo depois sorriu. — Stefanie Marie Howard, você quer ser oficialmente minha namorada?

— Claro — ele colocou o anel no meu dedo e eu segurei o seu rosto, o beijando com intensidade.

— Hm, não sinto minhas pernas... 

Oh, eu havia esquecido que ele ainda estava ajoelhado no chão. O soltei e ele se sentou ao meu lado na beirada da cama e esfregou um pouco as pernas. Depois, voltamos a nos beijar.  Ele beijou minha orelha, meu pescoço, meus dedos foram parar no seu cabelo. Sua mão entrou por baixo do meu moletom, senti seus dedos gelados nas minhas costas quentes, era uma sensação boa.

Foi então que eu percebi que não queria mais me controlar perto dele. Na verdade, já havia esperado tempo de mais. Kendall também. Então eu o soltei e me levantei.

— Stefanie, o que você está faz...

Fui até a sua porta, a fechei, só por precaução. Parei na frente da cama. Tirei a pantufa, que ele havia me emprestado, de qualquer jeito para o lado. Em seguida, tirei o meu moletom e não me importei quando a blusa que usava por baixo saiu também. Agradeci por estar usando um sutiã bonitinho hoje. Kendall ficou me encarando por alguns segundos e, como se entendesse o recado, ele se levantou e tirou a camisa também. Bem, eu já tinha visto ele sem, naquela vez da detenção quando derramei suco nele de propósito, mas agora a situação era totalmente diferente. Senti meu coração batendo mais rápido.  

Ele me pegou no colo do nada e me levou até a cama. Kendall veio para cima de mim, jogando o peso do seu corpo no meu. Voltamos a nos beijar. Tentei abrir o seu cinto, mas não consegui e bufei.

— Stefanie — Kendall apoiou os braços na cama, tirando seu peso de cima de mim. —Você tem certeza que quer fazer isso? Agora? Porque você sabe que eu posso esperar...

Suspirei.

— Kendall. Eu realmente quero fazer isso. — olhei nos olhos dele. — Agora tire a droga dessa sua calça.

— Sim, senhorita — ele riu e abriu o cinto, então sentou na cama e tirou a calça. — Viu, eu falei que você deveria ter tirado esse seu jeans molhado.

­— E eu deveria ter te escutado antes — sorri. 

Ele começou uma trilha de beijos desde o meio do meu sutiã até o cós do meu jeans. Então ele abriu o botão e começou a puxá-lo para baixo, levantei um pouco o quadril para facilitar que a calça saísse mais rápida. Notei que a minha calcinha não era da mesma cor do meu sutiã. Ah, quem liga para isso? E Kendall tinha outras preocupações no momento para reparar nisso.  

Ele jogou meu jeans em algum lugar qualquer atrás dele. Então, voltou à atenção a mim.

— Stefanie, você... Uow!

— Isso deveria ser um elogio? — eu ri. 

— Sim, claro! Eu quis dizer que... seu corpo é lindo. Assim como você.

— Obrigada... Mas você não acha que os meus peitos são um pouco pequenos? — coloquei a mão sobre o sutiã e fiz biquinho. Sim, eu estava o provocando de propósito.

— N-não! Não! — ele ficou um pouco nervoso. Bingo! — Eu acho que eles são perfeitos assim.

— Que bom — respondi, satisfeita e sorri. Kendall sorriu de volta, mas era aquele sorriso torto dele que eu costumava odiar e, hoje em dia, achava muito sexy. Então, ele colocou o seu peso sobre mim de novo e começamos a nos beijar, enrosquei minhas pernas nele.

Você tem? — sussurrei em seu ouvido.

— Tenho o quê?

Camisinha.

— Ah! Claro! — ele esticou a mão para o criado mudo que ficava ao lado da cama e abriu a primeira gaveta, remexendo nela. — Só um momento.  

Ele saiu da cama e se abaixou na frente do criado mudo.

— Espera, eu sei que tenho. Só não sei exatamente o lugar. — não achou na primeira gaveta e foi para a segunda, nada. — Desculpe, faz um bom tempo que eu... hm, não precisei delas.

— Sem problemas — respondi, reprimindo um sorriso. Eu era muito idiota por estar feliz em relação a isso? Acho que sim.

 Ele abriu a terceira gaveta.

— Achei! — ele ergueu um pacote. — Estava junto com as meias.

— Ótimo esconderijo.

— Desculpa pela demora. — ele voltou para cama. Tive que ir um pouco para o lado, pois a cama dele era de solteiro. Talvez isso fosse um problema se já não estivéssemos tão acostumados com o aperto que era o carro dele.

— Tudo bem.

— Preciso confessar que você me surpreendeu hoje. Não pensei que você queria...

— Oh, eu queria muito. Só estava tentando me controlar.

— Parece que você falhou... — ele sorriu e eu assenti. Então, ele passou a mão pelas minhas costas e me puxou para mais perto de si, me beijando.

***

— Uau! — Kendall respirava com dificuldade. — Isso foi...

— ...Maravilhoso? — perguntei, com problemas para respirar também. — Incrível? Fantástico? Espetacular?

— É, acho que tudo isso junto — ele sorriu e passou a mão pelos meus cabelos. — Mal posso esperar para fazermos isso novamente.

— Kendall, nós acabamos de fazer isso agora. Três vezes. ­— lembrei, rindo.

— Eu sei, mas parece que não foi o suficiente.

— Bem, você terá que se contentar por agora, porque eu não aguento outra rodada. 

— Você está sentindo dor ou algo do tipo? — perguntou. Ele parecia um pouco preocupado.

— Hmm, você sabia que eu não era virgem, não é? — perguntei por garantia.

— Sim. Eu imaginei que você e... — ele fez uma pausa. Era meio complicado colocar o nome do ex no meio da história, principalmente num momento desses. — Enfim, estava no seu caderninho. Não com todas as letras, mas indiretamente.

— Ah... — eu esqueci de que escrevia absolutamente de tudo que acontecia na minha vida naquelas listas. Isso era um pouco vergonhoso.

 — E eu estava falando de dor no sentido de cansaço mesmo — ele esclareceu. Assenti.

— Está frio... — puxei o cobertor mais para cima.

 — Vem cá que eu te esquento — ele me puxou para mais perto dele e beijou o topo da minha cabeça.

Minhas pernas roçando nas suas, o calor do seu corpo nu com o meu, o seu perfume inebriante... Tudo isso parecia um sonho. Queria poder pausar o tempo para ficarmos assim para sempre.

Mas, logo em seguida, alguém tenta abrir a maçaneta e levamos um susto, sentando de imediato na cama. Quando percebeu que estava fechada a pessoa começa a bater freneticamente.

— Kendall!!

Era Katie.

— Ahn, maninha, estou um pouco ocupado agora. Volte depois. 

— Seu mané, mamãe vai chegar em casa daqui uns 10 minutos! Ugh! — ouve um barulho mais forte, acho que um chute na porta. ­ — Andem logo! 

Kendall levantou tão rápido que quase caiu com tudo no chão. Foi até a janela e espiou pela cortina.

— Droga, droga, droga! Já anoiteceu — ele colocou a mão na cabeça.

Ele começou a andar, nu, de um lado para o outro catando as peças de roupa jogadas pelo quarto. O que era meu, ele jogava para a cama. Teria sido engraçado se não estivéssemos ferrados.

Nos vestimos rapidamente e eu fui para a sala, enquanto Kendall dava um jeito no quarto. Catei todo o meu material e coloquei na minha mochila. Organizei as coisas do Kendall em cima da mesinha e achei o celular dele perdido debaixo do sofá. Como foi parar lá? Eu preferia nem saber.

 — Você já arrumaram... O que houve com o seu cabelo? — Katie disparou, voltando para a sala.

— Está tão ruim assim? — perguntei, com medo da resposta.

— Parece que você foi atacada por pássaros! Vem cá — ela pegou a minha mão e me conduziu até o seu quarto.

Eu nunca tinha entrado lá. Ele era em tons de rosa e branco. Fiquei olhando para todos os lados, fascinada.  

— Nossa! Seu quarto é...

—... Muito rosa? — ela me interrompeu. — Eu sei. Parece que a Barbie vomitou aqui dentro. Estou tentando convencer mamãe a me deixar pintar de outra cor. Qualquer uma.

— É, um pouco rosa demais — eu ri. — Mas eu ia dizer que ele é grande. Nunca tive um quarto só para mim, eu o dividia com a minha irmã mais velha.

— Ah, entendo. Bem, acho que tenho sorte então — ela sorriu, depois apontou para um banquinho na frente da penteadeira. — Sente aqui.

Eu sentei e ela começou a escovar os meus cabelos. Katie tinha razão, ele estava horrível! Estava tão embaraçado que ela teve até dificuldade de tirar os nós.  

De repente, me senti nervosa. Olhei Katie pelo reflexo do espelho.

— Katie, sobre antes...

— Oh, fique tranquila. O segredo de vocês está seguro comigo, desde que eu seja retribuída...

— O quê? — virei abruptamente para ela.

Ela ficou olhando séria para mim por alguns segundos, mas logo depois caiu na gargalhada.

— Calma, eu estava brincando! Você tinha que ver a sua cara de apavorada!

— Ah... Obrigada.

— Você achou mesmo que eu ia dedurar o meu irmão?

— Hm, talvez. Você me pareceu bem convincente — confessei.

— Sou uma ótima atriz — ela sorriu.

O tom sarcástico, as provocações e o amor próprio... Katie era muito parecida com Kendall, por mais que a aparência não demonstrasse isso. Não tinha como duvidar que eles eram mesmo irmãos.

— Queridos, cheguei! — escutamos uma voz vindo da sala. Era a sra. Knight!

Antes que pudéssemos fazer alguma coisa, ela entrou no quarto.

— Oi, filha... Ah! Oi, Stefanie!

— O-oi, sra. Knight! Tudo bem com a senhora?

— Estou bem, querida. E você? — ela perguntou, eu apenas assenti. — Eu acabei de chegar, mas rapidinho eu preparo o jantar e...

— Ah, não se preocupe comigo. Eu já estava indo embora! — me levantei.

— Oh, tem certeza? Não seria incomodo nenhum ter você conosco. Pelo contrário.

— Eu realmente preciso ir, fica para a próxima! — respondi. Isso se ela não descobrisse nada. Virei-me para Katie. — Obrigada por mostrar seu quarto para mim.

— De nada — Katie sorriu docemente. — Venha qualquer dia desses para jogarmos algo juntas.

— Claro... — sorri.

Nós três voltamos para a sala e Kendall estava lá, sentando no sofá assistindo TV como se nada tivesse acontecido. Reparei que o seu material não estava mais na mesinha, ele deve ter levado para o quarto.

— Ah, vocês estão aí ­— ele se levantou e passou o braço pelo meu ombro. — Eu te levo em casa, Howard.

— Não precisa, estou com o George — respondi. Ele me lançou um olhar confuso. — Meu carro. Aquele que ganhei de aniversário... lembra?

Sua expressão se suavizou e ele deu uma risada forçada.

— Claro que lembro, estava brincando. Ok, então só te levo até lá na rua.

Eu me despedi da sra. Knight e Katie. Caminhamos em silêncio até chegar ao carro e peguei minha chave na mochila.

— Ahn... você acha que sua mãe desconfiou de algo? — perguntei.

— Com certeza não, fique tranquila. — ele disse. Respirei aliviada.

— Não deu tempo de revisarmos toda a matéria, então vou fazer um resumo para você com os principais assuntos que podem cair. Estude bastante, ok?

Ele deu um sorriso enorme e me abraçou.

— O que seria de mim sem você?

— Sem mim você estaria ferrado.

— Verdade — ele riu. — Ok, então nos vemos segunda-feira na aula.

— Uhum. Tchau! — entrei logo no carro, e o deixei na calçada reclamando por não ter lhe dado um beijo de despedida. Mandei um beijinho no ar em resposta e dei partida no carro.

***

Eu estava me sentido nas nuvens. Tanto que liguei numa rádio qualquer e comecei a cantar junto. Músicas essas que eu conhecia de tanto ouvir Avery e Kacey cantarolar nos nossos percursos para a escola.

Quando cheguei em casa, papai estava na sala assistindo futebol americano. Eu só dei um “boa noite” rápido e fui para a cozinha tomar água. Avery estava preparando o jantar, coloquei as mãos no bolso do moletom para que ela não visse o anel, lhe contaria depois com mais calma. Perguntei por Jill e ela disse que a mãe não estava se sentindo muito bem e foi descansar. Jill não parecia muito bem a semana toda, ela achava que tinha pegado virose de algum aluno na escola. Como ela é professora e tem contato com muitas crianças o risco é realmente muito grande.

Subi, deixei minhas coisas no quarto, peguei o meu pijama e fui para o banheiro. Jill estava lá, ajoelhada na frente do bacio, vomitando. Ela parecia muito surpresa em me ver, como se tivesse sido pega no flagra.

— Jill? Você está bem? — coloquei as coisas em cima da pia.

— Claro, querida — ela deu descarga rapidamente e lavou as mãos. — Você quer tomar banho, não é? Desculpe.  

— Espere — dei um passou em sua direção, impedindo sua passagem. — Tem certeza que você está bem? Está muito pálida e com olheiras.

— Ah, estou melhor agora. Nossa, essa virose me pegou de jeito...  — ela sorriu fraco.

Não podia ser isso. Jill era sempre tão cheia de vida e alegre, nem um resfriado a deixava tão abatida assim. De repente, algo passou pela minha cabeça.

— Eu não acho que isso seja uma virose. Será que você não está gra...

Ssshhh!! — ela me interrompeu e se esquivou de mim para fechar a porta, mas primeiro se certificou que não tinha ninguém no corredor nos ouvindo. Ela então virou-se na minha direção. — Eu acho que sim, Stefanie.

— Jill...

— Mas eu ainda não fiz o teste, pode ser só um alarme falso!— ela envolveu minhas mãos com as suas. — Por favor, finja que você não sabe de nada, ok?

— Ok... — foi tudo que eu consegui dizer.

— Obrigada, querida ­— ela sorriu e soltou minhas mãos, saindo do banheiro.

Sentei no piso frio e passei a mão pelos cabelos.

De todas as noticias que eu tive desde que me mudei para Minnesota essa foi, com certeza, a que mais me surpreendeu. E, sinceramente, ainda não sabia dizer se a vinda de um possível bebê para essa casa era algo bom ou ruim.


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Notas finais do capítulo

E aí, curtiram?!
Finalmente esses dois estão namorando e "chegaram lá" haha. E sobre a possível gravidez da Jill? O que acharam? *o*

~spoiler alert~ No próximo capítulo... Os resultados das faculdades começam a sair. Será que Stef conseguirá ir para a sua tão sonhada Yale? Enquanto isso, Jill revelará se está mesmo grávida, ou não.

[AVISO] EBWY está chegando ao fim! A principio, a fic teria 40 capítulos, mas percebi que eu não tinha história suficiente para chegar até lá (tanto que já dei umas boas enroladas até agora) e resolvi encurtá-la. Após fazer um planejamento, cheguei a conclusão que a fic terá apenas mais dois capítulos (além de um epilogo), apenas para resolver as coisas que faltam. E vou tentar não demorar tanto para postar, pois já tenho projetos de outras fics em mente (falo melhor sobre isso no último cap) e quero começar a escrever nelas logo.

Se alguém ainda lê essa fic, por favor, se manifeste nos comentários hauahua. #MovimentoFacaUmaAutoraFeliz

Até mais!
XOXO

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