Everything's Better With You escrita por Maremaid


Capítulo 32
31- Adivinha quem é cupido mais uma vez?


Notas iniciais do capítulo

Olá!! Alguém ainda se lembra de mim? Hahauahaua.

Mil desculpas!! Eu sei que estou oito meses sem postar, mas dessa vez vai! (pelo menos eu espero...). O motivo de eu ter demorado tanto é que havia planejado escrever os capítulos restantes e só depois postar, porém... eu realmente fiz isso? Bem, mais ou menos haha. Eu escrevi 2 capítulos apenas e acabei esquecendo a fanfic no churrasco, admito.

Enfim, o importante é que eu voltei!! Ah, e quero agradecer a giowhatever que recomendou a fanfic (Sério, muito obrigada! Você não sabe como fiquei feliz de ver que alguém ainda acompanhava a fanfic, mesmo depois de tanto tempo sem eu postar nada). Esse capítulo é dedicado a você! ♥

Então, acho que era isso... espero que gostem e boa leitura!

P.S.: A lista desse capítulo faz parte do caderninho antigo da Stef, ou seja, o que ela escreveu antes de ir para Minnesota (ao ler vocês vão entender porque fiz isso).
P.S².: Sei que disse nas notas finais do capítulo anterior que esse teria o dia dos namorados, mas acabou não dando... então ficou para o próximo.



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Prós e contras de ter sido traída duplamente:

CONTRAS

1- Willian “Will” Mercer. Eu o namorei por quase dois anos, eu o amava, mas ele me machucou muito. Dá para acreditar que ele teve a coragem de dizer na minha cara que me traiu porque eu não estava dando atenção para ele? Me desculpa se eu estava ocupada demais com a minha mãe doente, seu babaca, e não tinha cabeça para transar com você! Além disso, você poderia ter arrumado outro jeito de “aliviar” suas tensões sexuais, não precisava ser com a minha melhor amiga.

2- Kendall “Kendy” Morgan. Ela era a minha melhor amiga desde os seis anos, eu nunca imaginei que ela me trairia dessa forma. Ela foi tão falsa ao ponto de conseguir olhar para mim todos os dias e agir como se não nada tivesse acontecido, mesmo após dormir com o meu namorado várias vezes. Ok, ela se interessou por ele primeiro? Sim, mas ele pediu para sair comigo! Além disso, ela disse que estava bem com isso, que foi só uma quedinha, que ela tinha superado. Mas ela não superou. Só foi os dois terem saído sozinhos em uma noite – porque eu dei furo na última hora – e terem bebido demais, para Will a beijá-la e ela não conseguir “resistir”.

3- Não vou dizer que Kendy é uma super vadia, nem que Will é o maior galinha do mundo. Não vou eleger quem é o mais culpado, pois os dois têm culpa. Talvez, só talvez, se isso tivesse acontecido apenas uma vez, naquela noite que beberam muito, eu teria os perdoado. Mas eles continuaram isso... Por três meses!

4- É claro que eles tentaram se explicar. Will me ligou inúmeras vezes, mandou mensagens. Kendy também ligou e deixou mensagens, tanto no celular quanto no meu e-mail. Ignorei os dois. Ela até veio a minha casa várias vezes – e na última vez foi expulsa por Savannah que não suportou mais bancar a  gentil e disse uma verdades na cara dela. Sua última tentativa foi uma carta que ela deixou diretamente na minha caixa de correio, abri porque não havia remetente, mas assim que reconheci sua letra na primeira linha, amassei e joguei no lixo.

5- Por causa disso, dos dias depois do ocorrido, não tive mais coragem de colocar meu pé naquela escola de novo, com todos aqueles alunos sussurrando e dando risadinhas quando eu passava. Então, aceitei a proposta do diretor de parar de frequentar as aulas e fazer as provas e trabalhos finais em casa. (Ele havia me dito isso quando descobriu que minha mãe estava doente. Ela deu aula lá por muitos anos).

6- Eu praticamente não saía mais de casa. Tinha medo de ir ao mercado e encontrar um dos dois ou algum conhecido. As poucas vezes que saí, sempre encontrava alguém da escola que vinha falar comigo e dizer que sentiam muito pelo ocorrido, que sempre soube que Will era um galinha. Se realmente sabiam, então por que não me alertaram sobre ele antes? Claro, porque isso era mentira, é o que as pessoas sempre dizem quando querem “confortar” alguém.

7- Verônica “Ronnie” Miller. Eu não contei para a minha mãe sobre ocorrido. Toda vez que ela perguntava por eles, eu inventava uma desculpa: ocupados com algum clube, estudando para uma prova, etc. Eu não queria que ela se preocupasse com os meus problemas.

8- Ah, e caso ainda não tenha ficado claro: não há prós.

***

— Bom dia, bom dia. Certo, todos em seus lugares — o sr. Prescott, professor de Química, entrou na sala e todos correram para os seus lugares. — Como vocês sabem, o dia dos namorados está chegando e, para comemorar, vou passar uma tarefa especial para vocês.

A maioria do pessoal da sala começou a reclamar baixinho. O sr. Prescott costumava passar muitas tarefas. O hobby favorito dele só podia ser passar o fim de semana corrigindo trabalho, não era possível.

— Vocês jovens costumam falar muito que “rolou química” entre duas pessoas, não é? — ele perguntou, alguns assentiram, outros só deram uma risadinha. — E como vocês devem saber, isso foi realmente comprovado cientificamente: algumas substâncias químicas produzidas pelo corpo causam isso. Portanto, a tarefa de vocês terá a ver com isso.

O pessoal não parecia muito contente e alguns levantaram a mão para fazerem perguntas.

— Como estou de bom humor hoje vou deixar fazerem em dupla, se quiserem.

Dito isso, todos que tinham levantado a mão antes, abaixaram — certeza que iam perguntar isso. Ele se virou para o quadro e colocou como título “A química do amor” e começou a escrever todos os passos que ia querer. Então começou a agitação na sala: todo mundo desesperado por um par.

Revirei meus olhos e comecei a anotar no caderno o que o professor queria. De repente, escutei o barulho de uma cadeira sendo arrastada para perto de mim e alguém se sentou nela.

— Oi, Stef. Já disse como você está linda hoje? — James colocou os cotovelos na minha mesa e ficou me encarando. Olhei para ele pelo canto dos olhos.

— Eu não vou ser sua dupla — eu disse, ainda escrevendo no caderno.

Por favoooor.

Ele estava mesmo suplicando pela minha ajuda? Deveria estar muito desesperado, porque eu já tinha dito que não faria trabalhos com ele.

— Já disse que não.

­— Qual é, Stef! Eu fui muito mal na prova. Se eu não ganhar pelo menos um C vou ter que ficar no banco no próximo jogo.

— A culpa não é minha se você não estudou — levantei a cabeça e olhei para ele, que fazia biquinho. Logo atrás dele, pude ver umas meninas da sala me encarando feio, se elas tivessem lasers nos olhos eu teria sido atingida agora.  — Por que você não vai pedir para aquelas meninas que sempre fazem o trabalho para você?

Ele deu uma espiada por cima do ombro e sorriu para elas, que devolveram o sorriso. Ele olhou novamente para mim e se aproximou mais, como se fosse contar um segredo e sussurrou:

Elas podem ser bonitas, mas não são  inteligentes... 

— Desculpa, James, mas eu não vou colocar o seu nome no trabalho e fingir que você me ajudou.

— Não precisa, eu realmente te ajudo a fazer! — ele disse. Olhei para ele, incrédula. — Estou falando sério, eu vou te ajudar!

— O que aconteceu com você? Está com febre? — botei a mão na testa dele para ver se estava quente. Não, ele estava normal. — Nossa, você deve estar muito desesperado mesmo.

— É claro que estou! Olha, eu só preciso de um C. Nada mais!

— Só para a sua informação eu não pretendo ganhar menos do que A. Esse trabalho é muito fácil.  

— Melhor ainda! — ele parecia surpreso, mas extremamente contente. — Stef, por favor, só dessa vez!

Ele ficou balançando o meu braço e disse “por favor” tantas vezes que perdi a conta.

Respirei fundo. Ele não ia descansar até eu concordar, não é?

— Tudo bem... — falei baixinho.

— Obrigado, obrigado! — Ele me abraçou de lado, quase me esmagando.

— Ok, ok, agora pode me soltar — mexi os ombros, incomodada. Ele me soltou, mas não tirava o sorriso gigante do rosto. Achei melhor nem olhar na direção daquelas meninas, porque certamente elas deveriam estar querendo me matar agora por ter sido abraçada, mesmo que a força, por James Diamond. — Volte para o seu lugar, quero terminar de copiar. Depois conversamos sobre isso.

Ele assentiu e saiu de perto de mim.

Soltei um suspiro. Eu já estava arrependida de ter concordado com isso.

***

Faltavam apenas duas semanas para o dia dos namorados. Eu estava decidida a contar tudo para o Kendall sobre o meu antigo relacionamento. Mesmo que isso faça ele me olhar diferente e ter pena de mim... Ele precisava saber. Eu estava cansada de esconder isso dele, era um fardo pesado que eu estava carregando por quase um ano e, talvez assim, eu pudesse me livrar logo disso e parar de pensar no passado.

Mas eu sabia que não podia simplesmente contar tudo para ele, eu não ia conseguir. Se já era difícil apenas pensar sobre, falar em voz alta seria muito pior. Por isso eu havia pensado em outra maneira dele descobrir tudo sem que eu precisasse falar. Uma maneira bem mais simples que resumia tudo que aconteceu.

Então, na hora de intervalo, eu andei pelos corredores procurando por ele. O encontrei em frente ao seu armário, guardando uns livros. Respirei fundo, mexendo nas alças da mochila que parecia mais pesada agora.

— Oi — eu disse. Ele se virou e sorriu quando me viu.

— Oi, Howard — Kendall deu um beijo no meu rosto e continuou sorrindo. ­— Está com fome?

— Hã... Mais ou menos. — respondi. A última coisa que conseguia pensar agora era em comida. — Eu queria te entregar uma coisa...

Ele sorriu para mim, muito feliz ao saber que receberia um “presente”. Esse sorriso não permaneceria ali por muito mais tempo. Eu tirei a mochila das costas e a abri, tirando um caderninho de capa preta de dentro e o ergui em sua direção. Como previsto, seu sorriso se desmanchou e ele arregalou os olhos.

— Você está me testando? É isso? — Kendall perguntou, dando um passo para trás. — Eu não quero tocar nesse caderno nunca mais. Eu lembro muito bem como você ficou brava comigo quando eu li ele daquela vez.

— Não é o mesmo, é outro — respondi. Ele parecia confuso. — Sim, eles são iguais por fora. Mas este eu escrevi antes de vir para Minnesota.

Ele soltou um “ah”, mas não disse mais nada. Acho que ele já estava imaginando onde eu queria chegar. Eu dei um passo na sua direção e peguei uma de suas mãos, com a palma virada para cima, e coloquei o caderno sob ela.

— Aqui — eu disse. Ele ficou olhando para o caderno na sua mão como se ele fosse uma bomba preste a explodir... E digamos que era mesmo. Apontei para os marcadores coloridos. — Sei que ele é pouco grosso, mas você não precisa ler tudo. Eu marquei as partes mais importantes.

— Eu... — ele balançou a cabeça, parecendo voltar a realidade.  — Eu não posso ler isso, é a sua privacidade.

Ele tentou me devolver o caderninho, mas eu não peguei.

— Kendall — isso estava sendo mais difícil do que eu imaginei. — Eu quero que você leia. Por favor.

Ele ficou me encarando por alguns segundos. Sua expressão parecia um misto de preocupação com surpresa, mas tinha algo a mais ali que eu não conseguia identificar. Ele finalmente assentiu e respirou fundo.

— Tudo bem. Eu vou começar a ler quando tiver um tempo livre no mercado, ok? — ele colocou o caderno dentro da mochila e deu um pequeno sorriso (daqueles que costumamos dar quando estamos incomodados com algo, mas precisamos fingir que está tudo bem), fechou o seu armário e segurou minha mão. — Agora vamos almoçar que eu estou morrendo de fome.

Eu dei o mesmo sorriso de volta.

***

Kendall não tocou no assunto do caderninho depois do dia que lhe dei. Ele estava agindo normal comigo. Eu não sabia dizer se ele já tinha começado a ler ou não.  Pensei em perguntar, mas não tive coragem. Talvez essa não tenha sido uma boa ideia, eu deveria ter simplesmente contado tudo para ele, nem que começasse a chorar e parecesse patética.

—... Está certo? Stef? Ei! — alguém cutucou meu braço.

— Hmm?! Ah, oi — respondi, voltando a realidade e me deparei com James me encarando.

Era sábado à tarde e estávamos na sala da minha casa fazendo o tal trabalho de Química. Eu achei melhor fazer aqui, já que eu não me sentia confortável em fazer na casa de James quando o pai dele quase nunca estava presente. Sem falar que ele praticamente não tem comida na dispensa. Quer dizer, eu sei que não iria acontecer nada se ficássemos sozinhos, mas eu estava saindo com Kendall e não achava certo me encontrar sozinha com outro cara. Mesmo sendo para fazer um trabalho. E mesmo eles sendo amigos. Aqui era melhor, meu pai estava nos fundos do quintal cortando alguns galhos de uma das árvores e Jill havia acabado de sair para levar café para ele.

— Eu perguntei se ficou bom o que eu escrevi — ele apontou com a ponta da caneta para o seu caderno.

— Ah... — puxei o caderno para mais perto de mim e analisei a resposta. — Está, mas você poderia ter dado uma resposta mais completa, está muito objetivo.

— Ok — ele bufou e puxou o caderno de volta.

Por incrível que pareça, James estava mesmo me ajudando a fazer o trabalho. Eu sei, isso é um momento histórico que deveria ser comemorado. Eu também fiquei perplexa quando disse o que era para fazer e ele nem protestou.

Kendall estava trabalhado hoje o dia todo, eu só iria conseguir vê-lo amanhã. Eu foquei no trabalho e tentei manter outros pensamentos longes.

— Stef, Stef! Você viu o meu...  Ja-James?!

 Olhei para trás e vi que Avery estava parada na metade da escada. Ela havia amarrado o cabelo em rabo de cavalo desajeitado, com uma faixa na cabeça, de roupão florido, pantufa rosa e o rosto limpo sem nada de maquiagem. Ela estava tão assustada que não conseguiu sair do lugar e não parava de nos escarar com os olhos arregalados. Eu tive que prender a risada.

— Oi, Avery — James a cumprimentou com um sorriso, como se aquela situação não fosse estranha. Ou ele era daquele tipo de garoto que não reparava nada em garotas ou realmente não se importava com isso. Eu sinceramente não sabia dizer qual das duas opções.

— O-o-oi — ela sorriu e passou a mão na orelha nervosa. Fiz um gesto discreto, apontando para o meu próprio rosto. Avery me encarou por uns segundos, sem entender, até que sua ficha caiu e ela colocou a mão na boca para não gritar e olhou discretamente para os seus trajes. Acho que ela tinha até se esquecido que estava assim. — Eu não estou achando o meu... Secador. Será que você pode me ajudar a procurar, Stef?

— Claro — eu disse, me levantando e olhei para James. — Eu já volto, continue respondendo.

Ele assentiu e eu segui Avery escada a cima. Quando chegamos ao topo, ela segurou o meu braço e me puxou para dentro do seu quarto, fechando a porta com cuidado. Virou-se e me olhou com um olhar furioso.

— Por que o James está na nossa sala? — ela tentou manter o tom de voz baixo para não chamar a atenção do andar de baixo, mas eu sabia que a sua vontade era gritar comigo.

— Estamos fazendo um trabalho de química. Ele é minha dupla — respondi, tentando demonstrar estar calma. Coisa que claramente eu não estava.

Avery poderia ser uma pessoa muito legal e gentil, mas ela estava me assustando agora com esse olhar sinistro.

— E você só me diz isso agora?!

— Eu não te contei? — cocei a nuca, me fingindo de se desentendida. — Ah, eu devo ter esquecido.

Ok, isso era mentira. Eu só não contei porque sabia justamente como seria a reação dela. Então, tentei adiar isso o máximo possível. Além disso, ela disse que iria sair com Kacey, então achei que ela já teria saído quando ele chegou... Coisa que não aconteceu, como vocês podem perceber.

— Ai meu Deus! Ai meu Deus! — ela começou a andar pelo quarto em círculos. — Não acredito que James me viu assim. Como eu vou conseguir encarar ele agora? Minha vida está arruinada! É melhor eu me mudar para outro país e trocar de nome!

— Não seja exagerada.

Exagerada?! — Avery parou de fazer o seu “ritual” pelo quarto e veio na minha direção, segurou meus ombros e começou a me balançar. — Você acha que eu estou sendo exagerada? Eu acabei de pagar mico na frente do garoto que eu gosto!

— Fica calma, ele nem deve ter reparado no seu... — tomei cuidado com o uso das minhas palavras. Qualquer descuido e ela poderia me aniquilar ali mesmo sem deixar rastros. — Estado. Você sabe como garotos não reparam nessas coisas — eu ri para descontrair.

— A culpa é toda sua! Você deveria ter me avisado que ele viria! — ela me balançou com mais força dessa vez.

— Desculpa, eu só não queria que você ficasse histérica e tentasse me matar. Igual está fazendo agora.                       

— Ah — ela soltou meus ombros e eu pude finalmente relaxar. Apenas um pouco. —Mas você tem que admitir que razões para cometer esse crime eu tenho — ela deu um sorrisinho meio psicopata que, eu juro, me fez tremer.

Engoli em seco.

— Hm, acho melhor eu descer... Já estou muito tempo aqui — fiz menção em sair.

— Ok — ela deu um suspiro. — Desça. Se o James falar algo sobre mim, me mande uma mensagem no mesmo segundo. Entendeu?

— Sim... — eu seria muito louca se não concordasse com ela agora. Saí do quarto antes que ela pudesse dizer mais alguma coisa.

Desci as escadas em passos lentos. Finalmente podia respirar tranquilamente de novo.

— Achou? — James perguntou.

— Achei o quê? ­ — perguntei confusa.

— O secador. Não foi isso que você foi procurar?

— Ah! O secador, claro — pensei rápido em uma desculpa — Eu... Eu tinha pegado emprestado o da Avery e quando devolvi guardei em outro lugar. Por isso ela não estava achando. Então — mudei de assunto e sentei novamente no meu lugar — Deixe-me ver o que você fez durante a minha ausência.

Puxei o caderno dele sem pedir e encarei as letras na folha, fingindo ler.

Continuamos fazendo o trabalho. De vez em quando eu recebia uma mensagem de Avery perguntando se James havia mencionado ela, mesmo eu dizendo que lhe avisaria caso ele falasse algo. Coisa que ele ainda não fez. Isso estava deixando Avery frustrada e eu também, afinal, qual era o problema dele?

E foi aí que eu resolvi, mais uma vez, usar minhas habilidades — péssimas, diga-se de passagem – como cupido e tentar ajudar esses dois.

— Então — comecei a falar, esticando minhas pernas para o lado que já estavam começando a doer de tanto ficar sentada em posição “indiozinho” no chão —, o dia dos namorados está chegando...

— Hmm — James assentiu sem olhar para mim, super concentrado no seu caderno. Ele parecia mesmo estar se dedicando ao máximo.

— Você... Você já sabe quem vai chamar para sair?

Ele parou de escrever e olhou para mim com uma expressão séria.

— Stef, eu sei que sou lindo e irresistível, mas você já está saindo com o meu amigo. Não posso fazer isso com ele. Sabe como é... “amigos antes de garotas”.

— Idiota — dei um soco no ombro dele. — Não é isso.

— Eu sei que não — ele sorriu. — Você gosta muito do Kendall para sair com outro cara. 

Senti meu rosto corar. Pigarreei.

— Você sabe onde eu quero chegar...

— Sim — ele suspirou. — Mas não sei se tenho coragem de chama-la para sair.

— Por quê? Foi por causa de hoje?

— Hoje? Do que você está falando? — ele riu. É, acho que ele não ligou mesmo de ter visto ela daquele jeito. Pensei que isso podia assustá-lo, mas acho que estava enganada. — A questão é que... Eu não sei se ela vai querer sair comigo.

— É claro que quer! — eu praticamente gritei. James olhou assustado para mim. Eu tapei a boca e olhei para o andar de cima. Felizmente, a porta de Avery continuava fechada, ela não deve ter ouvido. Abaixei meu tom de voz ao continuar: — James, eu te garanto que ela vai aceitar.

— Como é que você tem tanta certeza disso? — perguntou. — Por acaso, ela falou algo sobre mim?

Ops...

— Hã... — tentei pensar numa boa desculpa. Cérebro, isso não é hora para me deixar na mão! Por favor, por favor!

Ahá!

­— Não... Ela não fala sobre essas coisas comigo. Não somos assim tão próximas, você sabe — dei de ombros. — É só a minha opinião mesmo.

Fui obrigada a mentir. Eu não podia dizer que descobri isso por causa do jeito que ela ficava quando alguém falava dele.

­— Ah... Eu entendo — ele parecia um pouco decepcionado. Mas então forçou um sorriso ao continuar: — Você acha que ela quer sair comigo só por que eu sou bonito e popular? É isso? Avery não é assim, ela não liga para essas coisas. Ela é popular porque é gentil e trata todos bem, ela nunca pisou nos outros para ter essa “posição”.

— Eu sei disso. Eu só acho que ela aceitaria porque... Vocês são amigos e se dão bem. E ela é gentil, como você mesmo disse, não acho que ela te dispensaria, isso não é do feitio dela.

— Stef, eu não quero que ela saia comigo por obrigação, mas porque ela realmente quer ­— ele soltou um suspiro. — Posso tomar água?

­— Ah, claro — assenti e ele se levantou e foi para a cozinha. Droga! Eu acho que em vez de ajudar eu estou piorando a situação.

Tudo bem, eu acho que preciso tomar uma medida drástica. Espero que Avery não me mate pelo o que eu vou fazer agora. Me levantei e fui atrás dele.

— James... — o chamei. Ele estava tomando água então só olhou para mim e ergueu a sobrancelha, mostrando que estava prestando atenção. — Preciso te contar uma coisa — dei um passo para trás, parando na porta e olhei para o topo da escada. Nenhum movimento na porta de Avery. Ótimo.

— Pode falar... — ele disse, após terminar e botar o copo na pia.

— Não aqui — o peguei pelo braço e o levei até a área de serviço. Liguei o interruptor e fechei a porta atrás de mim e olhei para ele. — Ok, o negócio é o seguinte: você tem que prometer que não vai dizer para ninguém o que vou te contar. Muito menos a Avery.

— Stef, você está me assustando...

­— Desculpe. A questão é que eu menti. A Avery falou sobre você para mim. — ele me olhou confuso. — E, sim, ela gosta de você, sempre gostou. Então, por favor, a chame para sair no dia dos namorados.

— Uau! Eu realmente não estava esperando por essa.

— O quê? Ela gostar de você?

— Não — ele riu —, me refiro a você me contar isso... Nunca achei que você iria fazer algo do tipo pela Avery, sempre senti que vocês não se davam muito bem.

— Não nos dávamos bem no começo, mas eu acabei me acostumando com o jeito dela devido a convivência. Nunca pensei que falaria isso em voz alta, mas... Avery é legal, eu realmente gosto dela agora — sorri. Era um pouco estranho admitir isso, mas totalmente verdadeiro. — Vocês dois se gostam, mas um não sabe sobre o outro. Então eu não poderia simplesmente ficar parada vendo isso e não ajudar.

— Você realmente não contou para ela?

— Claro que não. Você não me pediu segredo, mas achei que gostaria de resolver isso sozinho, então apenas esperei. Mas você acabou demorando muito mais do que eu previa e fui obrigada a me intrometer.

— Você é uma ótima amiga, Stef — ele sorriu e me deu um abraço apertado.

— Ok, ok — bati nas costas dele ­ —, já pode me soltar agora.

— Só mais um pouco — ele permaneceu assim por mais alguns segundos até me soltar e eu pude respirar de novo. — Ok, agora vamos voltar ao trabalho!

Ele passou por mim e fez menção em abrir a porta.

— Espera... — coloquei a mão na porta, o impedindo. — Seja sincero comigo: você quis ser minha dupla por que estava realmente precisando de uma nota boa ou para ter a oportunidade de vê-la?

— Um pouco de cada — ele deu um sorrisinho torto.

— Estou me sentindo duplamente usada! — coloquei a mão no peito, fingindo estar magoada.

Ele riu, abrindo a porta e saímos. Esperei James sair da cozinha e tirei o meu celular do bolso, digitando uma mensagem para Avery:

“Parece que alguém vai ter um encontro no dia dos namorados com o seu garoto dos sonhos. De nada ;)”


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam? Eu escrevi esse capítulo faz bastante tempo, só revisei mesmo antes de postar... espero que não esteja muito ruim haha.

*SPOILER ALERT* No próximo capítulo... é dia dos namorados. Como ficará a relação de Kendall e Stef após ele ler o tal caderninho? O nosso outro casal tão esperado finalmente vai ter o seu primeiro encontro.

Se alguém ainda ler essa fic, por favor, se manifeste e me deixe um comentário como sinal hauahua.

Até em breve com mais um capítulo!

XOXO

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