Everything's Better With You escrita por Maremaid


Capítulo 26
25 - Melancia


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente! Tudo bem com vocês?

Não vou me alongar muito aqui, pois já está meio tarde, estou com sono e já, já tenho que dormir (Tenho que acordar às 6 #chorando)

Para refrescar a memória de vocês, este é o capítulo do (primeiro) encontro de Stefanie e Kendall.

Espero que gostem. Boa leitura!



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Prós e contras de encontros

PRÓS:

1- Se ele te convidou para sair, significa que está interessado em você. E se o sentimento for reciproco, você se deu bem.

2- É uma boa chance de vocês se conhecerem melhor.

3- Conhecer lugares novos.

CONTRAS:

1- Sempre leve dinheiro. Você nunca vai saber quando o cara vai usar aquele velho truque do “Ops, esqueci minha carteira em casa”.

2- Cuidado com cinemas. Eles servem apenas para o garoto aproveitar o escuro para passar a mão em você. E se for um filme de terror, pior ainda.

3- Restaurantes chiques. Ok, sei que muitas garotas podem achar isso romântico, mas eu acho tão clichê. (Espero que o Kendall não me leve em um ...)

***

— Oi! — Avery entrou na sala saltitando, como sempre fazia quando estava feliz. Ou seja, 99% das vezes. — Que roupa você vai usar no seu encontro com o Kendall?

­— Ainda não escolhi — respondi, sem tirar os olhos do livro que estava lendo.

— Como assim?! — ela se sentou no sofá ao meu lado. — Você precisa arrumar a roupa perfeita!

— Avery, menos. É só um encontro — bufei. Ela tirou o livro da minha mão e fechou. — Ei! Eu estava lendo!

— Deixe o livro para depois. Temos coisas mais importantes para fazer agora! Escolher a roupa, fazer o cabelo... — ela pegou a minha mão e fez uma careta ao analisar minhas unhas. — E você precisa urgentemente fazer as unhas!

Revirei os olhos e puxei a mão de volta.

— Eu não vou ficar me produzindo toda só para sair com um garoto.

— Por favor, Stef — Avery bufou. — Isso é desculpa de gente preguiçosa. Deixe eu te ajudar! Prometo que você vai ficar tão linda que ele não vai conseguir tirar os olhos de você.

Fiz um cara de tédio. Mas por dentro estava pensando na possibilidade de ter aqueles olhos verdes me observando durante a noite toda. Isso não me parecia uma ideia ruim.

— Tudo bem — me dei por vencida, e Avery deu um sorriso enorme enquanto batia palminhas de animação. — Mas nada muito exagerado, ouviu?

— Ok, entendi! Vamos logo.

Ela me puxou pelo braço, me fazendo levantar do sofá. Subi as escadas com Avery tagarelando no meu ouvindo as várias ideias que ela tinha.

Só espero não me arrepender de ter aceitado isso.

***

Após jogar praticamente todas as minhas roupas em cima da cama, Avery colocou as mãos na cintura e suspirou, como se aquilo fosse uma tarefa muito complicada. Então, ela ligou para Kacey e pediu sua ajuda. Como a casa dela não era muito longe da nossa, ela veio a pé e chegou dez minutos depois.

Enquanto eu fui tomar banho, as duas ficaram analisando minhas roupas a procura de algo que desse para utilizar. Depois, Avery começou a fazer as minhas unhas, mesmo contra minha vontade, e Kacey a arrumar o meu cabelo. Elas ficaram tagarelando o tempo todo, quase me deixando com enxaqueca.

Finalmente chegou a hora de colocar a roupa. Elas queriam que eu usasse um vestido floral — que eu havia ganhado no meu aniversário passado de uma tia, e nunca usei ­— com casaco sobretudo e bota cano alto. Mas eu preferia algo mais confortável, como calça jeans. E foi isso que eu disse a ela.

 — Você não pode ir assim! E se ele te levar em um lugar chique? — Avery perguntou, indignada. Kacey estava ao seu lado, de braços cruzados.

— Meninas, estamos falando do Kendall! Não duvido nada que ele me leve para assistir a um jogo de Hóquei.

— Ela tem razão... — Kacey disse para a amiga.

Avery bufou.

— Ok... Você pode colocar o bendito jeans, mas eu ainda vou fazer sua maquiagem.

— Não! — protestei.

— Vai ser algo bem leve, Stef. Não se preocupe. — Kacey me garantiu.

Revirei os olhos. Não estava a fim de discutir com essas duas hoje, então acabei aceitando.  

Já eram quase sete horas e Avery ainda não havia terminado o make. Tudo isso porque ela demorou um tempão para procurar a base no tom certo da minha pele, ficou insistindo para que eu passasse batom — o que eu não fiz, claro — e queria usar aquela coisa que era uma mistura de tesoura com pinça nos meus olhos.

— O nome é curvex, Stef — Avery riu. — Serve para curvar os cílios e aumentar o olhar.  

Eu não entendia nada de maquiagem, isso era a praia de Savannah. Falando na minha irmã, ela ficou muito animada quando eu contei a “novidade”. Ela disse que sabia que, no fundo, eu gostava dele e que estava muito feliz por mim. Claro, pediu que eu contasse detalhadamente como foi o encontro depois.

Quando eu finalmente fiquei pronta, saímos do quarto e demos de cara com o meu pai no corredor.

— Uau! Aonde você vai assim tão bonita? — ele perguntou, parecendo um pouco atônito.

Stef tem um encontro — Avery cantarolou.

— Ah, é? Com quem? — ele estava visivelmente curioso.

Resisti ao impulso de revisar os olhos. Agora ele quer bancar o tipo de pai que se interessa pela vida dos filhos?

— Kendall Knight — Kacey respondeu por mim.

— O garoto que tira a nossa neve? — ele arqueou uma sobrancelha.

 — Sim. Algum problema? — perguntei em tom de desafio, cruzando os braços.

— Hm... Vamos te esperar lá embaixo — Avery avisou e puxou Kacey para a escada. Ela sabia a hora certa de sair antes de as coisas piorarem.

— Claro que não. Só não sabia que vocês eram próximos.

— Agora já sabe.

Ele suspirou.

— Você poderia ter, pelo menos, me informado isso antes.

Fui obrigada a rir.

— Estou falando sério, Stefanie — seu rosto endureceu como pedra. ­ — Eu não deveria deixar você sair agora, só para você aprender a lição.

— Resolveu virar um pai agora? Lamento informar, mas o senhor está onze anos atrasado!

Ele fechou os olhos e cerrou as mãos em punho, como se estivesse se controlando para não perder a cabeça.

— Eu sei que não mereço o prêmio de “melhor pai do mundo”, mas você sabe que a culpa é não toda minha. Muitas vezes, foi você que não quis me ver.

— É óbvio! Você achou que eu ficaria te esperando, de braços abertos, a vida inteira? Eu cansei de esperar, ok? Cansei! — sei que o meu tom de voz havia se elevado e, provavelmente, Avery e Kacey conseguiam ouvir tudo lá de baixo, mas eu não me importava.

— Filha — seu tom de voz estava mais calmo agora —, eu só quero acompanhar a sua vida. Sei que não estive muito presente quando você começou a namorar aquele garoto, William. Vi ele poucas vezes, mas parecia ser um cara legal e gostar muito de você. E você dele.

Não, eu não gostava muito de Will. Eu era totalmente apaixonada por ele. E por isso doeu tanto quando ele me traiu, porque eu nunca imaginei que ele poderia ser capaz de fazer isso comigo.

— Isso... Isso é passado — minha voz falhou e eu puxei o ar com força pelas narinas, tentando me controlar para não começar a chorar.

—Eu sei. Mas só queria dizer que fiquei triste quando descobri, pela sua irmã, que vocês haviam terminado. Você nem me contou. Entende o que eu quero te dizer?

— Acho que sim — encolhi os ombros.

— Olha, eu sei que perdi diversos momentos importantes da sua vida, mas não quero perder mais nada. Por isso quero que você me conte as coisas a partir de agora. Principalmente quando for sair com um garoto.

— Isso significa que o senhor está me proibindo de sair hoje porque eu não avisei antes? — chutei.

­— Não, eu vou deixar. Mas só porque eu conheço a família do Kendall e sei que ele é um garoto responsável. — ele disse. Espera... Sua família? Oh, certo, meu pai deve ser dentista da Katie. Isso faz sentido. — Mas...

Claro, sempre tem um “mas” para estragar tudo.

— Mas quero você em casa antes do “toque de recolher” que é às...   

Ele se interrompeu quando a campainha tocou. Me inclinei na grade e vi Avery sair correndo para atender a porta.

Onze horas. Eu sei — completei, revirando os olhos e passando por ele. — Como se você realmente se importasse comigo.

— Me respeite, eu ainda sou seu pai.

— Ah, é? — parei no topo da escada e olhei para ele por cima dos ombros. — Pena que nunca agiu como tal.

Eu estou tentando — escutei ele dizer em voz baixa, mais para si mesmo, enquanto eu descia os degraus.

Sério? Bem, parece que não está se esforçando o bastante para isso, pensei.

Quando cheguei ao andar de baixo, vi Avery e Kacey paradas em frente à porta, conversando com ele.

— Você está atrasado — ele desviou a atenção das meninas e olhou para mim, de cima a baixo, suas orbitas pareciam que iam saltar do rosto.

— De-desculpe. — ele balançou a cabeça, tentando se recompor. — Nossa, você está linda!

— Obrigada — não pude evitar o rubor em meu rosto. Avery me cutucou nas costelas, como se quisesse dizer: “Viu? Eu disse que ele não tiraria os olhos de você”.

Meu pai pigarreou, do alto da escada, só para dizer que estava presente. Me controlei para não revirar os olhos.

— Bo-boa noite, sr. Howard — Kendall o cumprimentou, parecendo um pouco apreensivo.

— Boa noite — ele respondeu. — Cuide bem da minha filha, entendeu?  

— Claro, claro... Pode deixar! — Kendall balançou a cabeça freneticamente em positivo, os olhos nem piscaram. Já percebi que meu pai colocava medo nele.

— Vamos logo — puxei Kendall, pelo braço, em direção à saída. — Tchau!

— Hmm... Ok. Tchau, pessoal — ele acenou meio atrapalhado com a mão esquerda.

Soltei seu braço assim que chegamos à varanda. E andei a passos largos até o seu carro, enquanto coloca as luvas na mão. Ele destravou o alarme e eu entrei, atrapalhando totalmente a chance dele tentar dar uma de cavaleiro e abrir a porta para mim. Kendall girou a chave na ignição e ligou o aquecedor, dando partida em seguida.

Assim que saiu da rua, ele parou o carro no acostamento e soltou o cinto de segurança.

— Mas o qu... — não terminei a frase, pois ele me beijou.

— Desculpe — ele disse ao se afastar. — Queria ter feito isso antes, mas percebi que Avery e Kacey estavam nos vigiando pela janela e eu não queria dar esse gostinho a elas.

— Fez bem — eu ri, ainda me recuperando do susto. — Então, aonde vamos?

Surpresa — um pequeno sorriso brotava em seus lábios enquanto ele colocava novamente o cinto e dava partida no carro.

— Saiba você que não sou a maior fã de surpresas — deixei claro.

— Hm... Anotado — ele tamborila os dedos no volante. — Mas tenho quase certeza de que você vai gostar.

— Veremos.

Como ele não me deu sequer uma dica, tive que tentar descobrir para onde iriamos por conta própria. Então, comecei a observá-lo.

 Dava para ver apenas um pedacinho de tecido azul da sua camisa de flanela que escapava da manga da sua jaqueta de couro preta, um cachecol enrolado em volta do pescoço, uma touca cinza, calça jeans escura e Vans nos pés. Eu havia reparado que ele só usava esse tipo de tênis, só mudava a cor — hoje era azul marinho —, parece que a camisa xadrez não era a sua única marca registrada. Bem, pelo seu look podia garantir que ele não me levaria a um lugar chique. Isso me deixou mais aliviada.

Ele foi para uma área da região que eu não conhecia muito bem. Lembro-me de ter passado por ali apenas uma vez, logo que cheguei à cidade, quando Avery me levou para fazer um tour e, consequentemente, acabei conhecendo Kendall.

A lembrança me trouxe uma sensação de nostalgia.

***

Parque de diversões. Foi para cá que ele me trouxe.

Se eu esperava por isso? Não. Se eu gostei? Óbvio!

Nós andamos de carrossel, fomos na xícara e até fomos no trem fantasma — que Kendall aproveitou muito, pois toda vez que eu levava um susto me agarrava em sua jaqueta. Compramos pipoca e ele ficava jogando elas para cima e pegava com a boca, em um momento ele quase se engasgou e eu não consegui lhe ajudar, pois não conseguia parar de rir.

Tentei aproveitar o encontro o máximo possível, mas não conseguia tirar da cabeça a conversa que tive com o meu pai mais cedo. Sei que precisava ter aquela conversa com ele, mas eu sabia que não seria nada fácil. Falar sobre a minha mãe ainda era um assunto difícil para mim, mas eu queria muito descobrir o que aconteceu com os dois. Depois que vovó me contou aquelas coisas no Natal, acabei ficando com mais dúvidas ainda. Se minha mãe sempre dizia que ainda amava o meu pai, então porque ela havia pedido o divórcio? Será que o meu pai fez algo de errado? A traiu? Não, duvidava disso. Ele até pode não ter sido um bom pai para mim, mas sei que ele não agiria assim com a minha mãe. Mas o que poderia ter acontecido então?

—... O que você acha?

Fiquei tão perdida com os meus pensamentos, que nem percebi que Kendall estava falando comigo.

— Desculpe, o quê?

— Eu perguntei se você quer ir ao carrinho bate-bate.

— Ah, parece uma ótima ideia — sorri.

— Legal — ele soltou a minha mão e saiu correndo em direção à pista. — O meu é o azul!

— Verde! — gritei de volta e pegando o carrinho escolhido em seguida. Kendall deu um sorrisinho torto, enquanto acelerava o seu carrinho em minha direção. Não consegui dar ré e ele acertou a minha lateral. — Ei! — reclamei.

— Venha me pegar, se for capaz — e disparou para o outro lado da pista.

Dirigir esses carrinhos parecia muito fácil, só que era um pouco mais complicado do que eu me lembrava. Acho que a última vez que andei em um desses foi na infância. Depois disso, só pilotei carros de verdade — Savannah emprestava o seu depois que tirei a carteira — e não dava para comparar os dois.

Como havia pouco movimento, o cara que cuidava da pista deixou que andássemos mais tempo do que era permitido. Estávamos agora andando pela quinta vez e eu já havia pegado o jeito.

Tudo estava indo bem, até eu olhar para o lado de fora e avistar um casal de namorados. Ele tinha os cabelos pretos e lisos, que contrastava com a sua pele branca, a garota ao seu lado era vários centímetros menor do que ele, seus cabelos eram loiros e ondulados. Naquele momento, eu me vi naquela garota e Will, no garoto. Não foi só por causa da semelhança física que pensei nisso, mas também o jeito que eles se olhavam, pareciam tão felizes e apaixonados. Vários flashbacks passaram voando pela minha mente e eu senti uma angustia. Voltei a realidade só quando o meu carrinho se chocou contra o meio-fio.

— Stefanie! Você está bem? — quando percebi, Kendall estava ajoelhado ao lado do meu carrinho. Havia uma ruguinha de preocupação entre as suas sobrancelhas.

— Sim — consegui dizer. — Eu só quero sair daqui.

— Claro, vamos — ele me ofereceu a mão e me ajudou a sair.

Olhei para o lado de fora, mas o tal casal já estava longe. Voltei a minha atenção e percebi que Kendall havia deixado o seu carrinho azul no meio da pista, o que fez um cara reclamar. Ele estava tão preocupado comigo, que nem deu atenção para isso.

Saímos da pista em silêncio e eu desabei no primeiro banco que avistei. Fechei os olhos, tentando organizar meus pensamentos. Era tudo culpa do meu pai, foi ele que mencionou Will durante a conversa. Fazia dias que eu não pensava nele.

— O que houve? ­ — ele sussurrou ao meu lado. Abri os olhos, mas não consegui o encarar. — Você simplesmente andou em linha reta até bater no meio-fio.

— E-eu só me distraí — tentei fazer minha voz soar firme, mas nem eu mesma acreditava nisso.

— Tem certeza? Você está desligada a noite toda. Foi algo que eu fiz? Você se arrependeu de sair comigo, não foi?

— Não! — garanti, olhando para ele agora. — Claro que não! Eu estou feliz que estejamos aqui. Desculpe, são só alguns problemas familiares.

— Você quer conversar sobre isso?

— Você não precisa fingir que está interessado nisso, não vou te incomodar com os meus problemas.

— Não estou fingindo.

Pensei que Kendall estava falando isso só para eu me sentir melhor, mas quando olhei para ele pude perceber a sinceridade em seu olhar. Suspirei.

— Eu tive uma discussão com o meu pai um pouco antes de você chegar, mas não quero falar sobre isso agora.

Não planejava contar os meus problemas para Kendall ainda, começamos a nos dar bem agora e eu sinceramente não queria estragar tudo. Na verdade, seria ótimo se eu nunca precisasse dizer nada. Mas eu sei que se a nossa relação der certo, um dia terei que contar. Só espero que esse dia demore bastante.

A melhor pessoa com quem posso ter essa conversa no momento é a minha irmã, pois ela é a única que realmente entende tudo que eu já passei por causa do nosso pai. Sei que ela vai me dar algum conselho bom.  

— Tudo bem, mas saiba que você pode contar comigo caso mude de ideia. Ok?

— Ok. Obrigada — não pude evitar de sorrir.

Kendall passou o braço pelos meus ombros, me puxando para mais perto dele. Me alinhei no seu peito, me sentindo segura. Ficamos assim por um bom tempo, sem dizer nada, até que ele quebrou o silêncio:

— Já sei! Vamos jogar — ele apontou para uma série de barraquinhas que ficava quase em frente de onde estávamos. Eram todas daqueles jogos de tiro ao alvo onde você pode ganhar um prêmio caso faça bastante pontos.

— Hmm — considerei a proposta. — Boa ideia.

— Mas... — ele alongou o “a” por mais tempo do que o necessário — quero deixar claro que sou um cara bem competitivo.

— Interessante — eu disse, me inclinando na sua direção. Ele olhou para os meus lábios e se moveu para frente, mas eu recuei, rindo. — Então que vença o melhor. No caso, eu.

Ele deu uma risada debochada.

— Isso é o que nós vamos ver, Howard.

Balancei a cabeça, rindo. Apenas me levantei e fui em direção as barracas. Kendall veio logo atrás de mim.

***

Ele não estava mentindo quando disse que era competitivo. Mas exagerou quando começou a se gabar dizendo que tinha uma boa pontaria, porque definitivamente ele não tinha. Eu acertei mais alvos do que ele e ganhei um ursinho pequeno.

Eu parei de jogar assim que ganhei o meu, mas Kendall estava disposto a ganhar o maior prêmio da barraca que era um urso gigante. Ele gastou todas as suas fichas e ainda pegou algumas minhas que sobraram. Infelizmente, ele não conseguiu ganhar o tal urso, mas não saiu de mãos vazias, acabou ganhando um cachorro de pelúcia muito fofo.  

Depois de fazer uma pessoa muito feliz — vulgo Kendall —, resolvemos ir embora.

— Pronto, está entregue. — ele disse ao parar o carro em frente à minha casa.

— Obrigada — agradeci, sorrindo.

— Não há de quê.

Olhei para as horas no aparelho de som do carro e ainda eram 10:48.

— Bem, eu ainda tenho 12 minutos antes de entrar... — mencionei.

Isso foi o suficiente para que Kendall tirasse o seu cinto de segurança e se inclinasse na minha direção, me beijando em seguida.

Ele murmurou algo entre o beijo, mas não consegui entender.  

— Hm? — perguntei.

— Você tem gosto de melancia — ele respondeu, afastando-se apenas o suficiente para ser compreendido. Seu rosto ainda estava muito próximo do meu.

— Ah, é o meu gloss. Eu posso não usar se voc...

— Não, eu gosto — ele sorriu e me beijou devagar. — Delicioso.

Não sabia se ele estava falando do gosto do gloss ou do beijo em si, mas achei melhor nem perguntar. Agarrei sua jaqueta e lhe beijei com intensidade.  

Perdi a noção do tempo por causa dos beijos e quando olhei novamente para o relógio, faltava apenas 3 minutos para as 11.

— Ok, acho que agora tenho que ir — respondi, tentando recuperar o fôlego.

— Ah — ele se esticou para pegar algo no banco de trás. — Não esqueça seu cachorro.

— Obrigada — agradeci ao pegá-lo e o coloquei no meu colo, estendi o ursinho que tinha ganhado. — Quero que dê esse para Katie.

— Não precisa — ele balançou a cabeça, recusando. — Foi você que ganhou.

­ — Não, faço questão. Diga que mandei para ela, por favor.

— Ok, ok — ele se deu por vencido e pegou o ursinho. — Vamos, te levo até a porta.

Dessa vez, esperei ele dar a volta pela frente do carro e abrir a porta para mim. Ele entrelaçou sua mão na minha e me acompanhou até a varanda. Eu peguei o molho de chaves no bolso e coloquei a chave na fechadura, mas não girei.

Eu me estiquei na ponta dos pés e lhe dei um último beijo.

— Boa noite, Kendall.

— Boa noite, Stefanie — ele deu um sorriso discreto, parecia se controlar para não sorrir demais. — Te vejo na segunda?

— Claro — respondi. — Tchau.

— Tchau — ele deu um passo para trás e eu abri a porta.

Acenei para ele, que acenou de volta e entrei. Espiei pela janela da sala e vi ele dando partida no carro e saindo na estrada silenciosa. Subi as escadas sem fazer barulho e entrei no meu quarto, me jogando na cama.

Toquei nos meus lábios e sorri.


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Notas finais do capítulo

Oi (de novo)!

E aí, me digam o que vocês acharam! Quero saber :D

* Sem spoiler do próximo capítulo. Preciso planejar o que virá daqui para frente, ainda estou com um pouco de dúvida na ordem.

#Comentem #Favoritem #Recomendem #MovimentoFaçaUmaAutoraFeliz

Até mais, gente!! õ/

XOXO

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