Aquelas palavras ressoavam em minha mente, elas voltavam e voltavam. Como assim minha filha quer conhecer o tio?
As palavras que saíram de seus lábios infantis ontem a tarde, foram o bastante para me tirarem o sono.
Desde de que ela soube de Itachi que não para de me perguntar sobre ele.
E a verdade é que eu ainda não conseguir dizer que ele está morto.
É algo muito difícil de falar. Eu já sou conformado com sua morte, afinal faz tanto tempo... Porém, ela é só uma criança de 7 anos.

Então como explicar isso a ela?
Ah... Não importa, eu tenho que dizer a verdade! Mentir não vai ajudar, mentiras nunca ajudam, na verdade muito pelo contrário, elas sempre atrapalham. Pois elas magoam, ferem, destroem e enganam... E eu sei como isso pode afetar uma pessoa...

Mas onde ela deve está agora?

Sakura se encontra na cozinha lavando os pratos.
Ela deve saber.

Então sem mais demoras vou até ela e pergunto com a voz terna.

– Sakura, sabe onde a Sarada está?

– Ah, ela deve está no quarto brincando Sasuke-kun.

Responde sorrindo para mim.
Bela...
Lhe dou um beijo no rosto em seguida, e rumo para o quarto de nossa filha.

Ao chegar perto da porta de seu quarto, ouço-a cantarolando. Tão fofa e doce.

Abro a porta maciça de cor marrom e entro.
Ela se encontra desenhando em um papel sentada na cama.

– Papai, o senhor veio brincar comigo?

Pergunta toda feliz assim que me avista, sorrir para mim, e logo depois corre em minha direção e me abraça. Porém como ainda é muito pequena, ela só consegue abraçar minhas Pernas.

Pego a nos braços e a aconchego.

– Mais ou menos isso filha.

Respondo acariciando seu rostinho.

– Mais ou menos? Então o que mais veio fazer aqui papai?

Pergunta novamente curiosa, com os olhinhos reparando atentamente em cada expressão minha.

– Sabe o que você me perguntou ontem?

Indago temeroso.

– Ah, sim. Sobre eu querer conhecer o tio Itachi. Mas o senhor não quer eu o conheça.

Responde com o semblante baixo, triste...

– Olha, a verdade é que... Não é que eu não queira que você o conheça, é que... Vo... Você não pode conhece-lo ainda.

Explico languidamente. É tão ruim ter que falar isso.

– Por que papai? Ele não vai gostar de mim, é isso?

Indaga já com lagrimas nos olhos. Eu as limpo em seguida. Dói demais ver minha princesinha chorar.

– Não, não é isso é que... Seu tio está morto filha.

Explico mais uma vez. Minha tristeza já deve está evidente.
Vejo o seu olhar de surpresa e confusão. Ela é muito nova ainda, não deve entender muito sobre isso.

– Como assim papai?

Indaga com os olhos sobre minha face, esperando por uma explicação digna.

– Olha, alguém morto é alguém que não está mais entre nós, os vivos. Entende?

Pergunto na esperança de que ela diga um sim.

– Ah, já ouvir falarem sobre isso. Se a pessoa foi boa aqui, ela vai pro céu, e se não, vai para o inferno, né?

Pergunta inocentemente.

– Sim.

Respondo encantado com sua pureza, e ao mesmo tempo triste com o assunto de nossa conversa.

– E o tio está no céu?

Essa pergunta para mim só tinha uma resposta. Afinal, tudo que ele fez na vida foi para proteger os outros, foi para proteger os que ama. E uma pessoa assim, é a do tipo que mais merece está no céu ao lado de Deus.

– Sim filha, com certeza ele está.

Respondo olhando-a atentamente.

– Então se eu for uma menina boa, um dia vou conhece-lo lá no céu?

Indaga toda sorridente.

– Sim princesa.

Respondo ternamente. Em seguida ela faz menção de sair do meu colo, e eu a coloco no chão.
Vejo a corre descendo as escadas. E vou descendo também, e quando vou dizer um: cuidado, não corra pela escada filha. Ela já se encontrava lá embaixo conversando com a mãe.
Ela diz alegremente: mamãe, um dia eu vou conhecer o tio Itachi. Enquanto sua mãe a pegava no colo deixando por um momento seus afazeres. E ela lhe dizia amorosamente: é mesmo meu amor? Que bom.

Não haveria no mundo cena mais linda...
Não haveria no mundo algo melhor que elas para mim, entretanto não é só porque eu não mereça, é também porque... Não existe algo melhor do que elas ao meu ver.
Elas são minha vida e minha glória.