(LEU AS NOTAS INICIAIS? Se não leu, volta lá jovem)

Capítulo 13 — I’m So Sorry

Nenhum sinal, o estrondo do trovão parou (...);

(...) O sol brilha para todos, todo mundo ama a si mesmo até a morte;

(...) você nunca conhece o topo até você ficar muito embaixo;

(...) eu sinto muito.

— Imagine Dragons, I’m So Sorry.

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Uma fina garoa caía do céu em New York no momento em que os heróis mais poderosos da Terra pousaram na Torre Stark, trazendo consigo os prisioneiros Wanda e Pietro Maximoff, algemados. Ambos caminhavam lado a lado, sendo supervisionados por Steve Rogers e Tony Stark, indo em direção ao calabouço provisório dos gêmeos, onde ficariam até Coulson achar uma sede segura para prender mutantes. Mas, diferente do esperado, a feiticeira andava com sua cabeça erguida e com um sorriso estampado nos lábios vermelhos e ainda manchados com o sangue da batalha; Pietro, ainda que estivesse ereto, tinha uma expressão clara de desgosto com a situação e com a atitude da gêmea mais nova. Ao chegarem na cela, Stark empurrou o garoto enquanto Steve direcionou a garota pacientemente até a cela; quando ambos se afastaram dos gêmeos, Stark apertou um botão no controle que carregava consigo e uma barreira elétrica envolveu as grades metálicas que cercavam os Maximoff’s.

— Aproveitem a estadia. — Tony sorriu contente e saiu de cena, levando consigo o controle e deixando Steve na companhia dos mutantes. Quando o capitão foi virar-se para sair da presença deles, ouviu a voz da Feiticeira Escarlate.

— Vocês são tão tolos... — a morena sorria enquanto falava em um tom ameaçador. — Sinto muito pelo o que está por vir, Capitão, mas o sol deve brilhar para todos.

— Ele brilhará para vocês quando finalmente admitirem que estão errados. — Disse Rogers para ela, saindo do local e, após passar pela porta que separava a ala do calabouço do resto da Torre, trancou a porta metálica, digitando a senha que Stark havia lhe indicado.

Respirando fundo, Steve logo apertou o passo e se dirigiu a enfermaria da Torre, chegando a tempo de ver Skye rodeada de pessoas cuidando dela, incluindo sua equipe da S.H.I.E.L.D, assim como Sharon estava cheia de cuidados, enquanto Natasha se encontrava sentada em um canto isolado, enrolada em um cobertor fino e com uma xícara na mão. Ao entrar no local, Rogers cutucou uma das doutoras da Torre.

— Por que não estão dando atendimento para Natasha? — Questionou ele.

— Ora essa, Capitão — a doutora de olhos verdes sorriu com tom de ironia. — Ela é a Viúva Negra, sabe se cuidar.

A mulher se retirou e Steve a observou com grande repulsa, logo encarando novamente Romanoff: as marcas da batalha ainda se espalhavam pelo rosto dela, principalmente a marca não finalizada que Wanda fizera em sua testa, tendo apenas três pontas da estrela de oito pontas que a feiticeira queria ter terminado. Inconformado com o mau atendimento que deram, ou melhor, não deram para a agente, Steve pegou a primeira caixa de curativos que encontrou e caminhou na direção da ruiva.

— Ei, Nat. — Romanoff o encarou após dar mais um gole em seu café, deixando o cobertor cair pelos ombros. Rogers se sentou ao lado do banco em que ela estava e abriu a caixa, encarando alguns curativos, remédios e faixas. — Você está precisando de cuidados.

— Você não ouviu a doutora, Capitão? — Natasha falou e, quando ele a olhou feio, ela se corrigiu. — Steve. Ela mesma disse: eu sou a Viúva Negra.

— Para mim, você é alguém forte, mas que precisa de uma ajuda as vezes, como agora. Você está com ferimentos demais. — Finalizando seus argumentos, o americano delicadamente descobriu um dos braços da russa e logo viu mais cortes, soltando um suspiro. Pegou um algodão e o molhou em um dos remédios, logo passando-o em cima dos cortes da agente, que piscou os olhos devagar quando sentiu a leve ardência de seus ferimentos. — A Viúva Negra também precisa de cuidados.

Natasha se permitiu dar um leve sorriso após a fala do Capitão, dando mais um longo gole em seu café. Enquanto isso, alguns doutores cuidavam dos leves ferimentos da agente Carter, que se encontrava sentada em uma maca. Algumas leves queimaduras estavam em seu braço direito, enquanto um corte raso estava em sua bochecha esquerda e outro, um pouco mais profundo, estava na testa.

— Pessoal, eu estou bem. — Sharon tentava se livrar dos médicos, mas não conseguia. — Por favor...

— O Sr. Stark pediu-nos para cuidar de você até que estivesse curada, agente Carter. — Um dos homens falou.

Ao ver Stark entrando na enfermaria, logo sentiu um leve alívio e o chamou.

— Tony, por favor, tire seus meninos de cima de mim!

— Eles estão cuidando de você, Sharon, poderia agradecer ao invés de reclamar. — Stark caçoou e ela o encarou feio, fazendo ele suspirar. — Está tudo bem, rapazes, podem liberá-la. Se ela não quer cuidados, não gastem o tempo precioso de vocês. — O Homem de Ferro encerrou com ironia e se dirigiu ao doutor Banner, trocando poucas palavras antes de sair da sala com uma cara de desgosto.

Feliz, Sharon logo se levantou da maca e deu um aceno irônico para os médicos; ao caminhar em direção a saída, logo viu seu celular em uma das mesas daquela ala e o pegou, saindo porta a fora a procura do primeiro banheiro que seus olhos encontrassem. Ao bater os olhos na entrada do banheiro feminino que ficava não muito distante da enfermaria, entrou e trancou a porta, discando rapidamente um número que sabia de cor.

— Sharon? — A voz de Bucky Barnes questionou.

— Bucky, onde você está? — A loira devolveu com outra pergunta.

— Saindo de Sovena. — Ele respondeu. — O que foi?

— Capturaram a Wanda, ela está aqui na Torre Stark com o irmão. — Sharon falou e, ainda que não estivesse vendo o soldado, sabia que sua expressão se tornara preocupada, principalmente pelo silêncio de alguns segundos que se fizeram.

— Por favor, me diz que colocaram ela em uma cela imune a magia.

— Isso existe? — A agente questionou e ouviu Bucky bufar do outro lado.

— Quer saber? Vem me buscar. — Ele falou decidido.

— Como assim, Bucky? — Ela se assustou. — Steve está aqui, combinamos de fazer uma aproximação lenta e...

— A cada segundo que você tagarela, você corre perigo! — Barnes falou sem paciência. — Wanda está em uma cela sem magia, é questão de tempo para que ela fuja e leve algum de vocês como isca! Pessoas demais estão se envolvendo nisso, Sharon.

— Está bem, você venceu. — Concordando, a agente revirou os olhos. — Onde lhe encontro?

— Você sabe onde.

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— Gente, é realmente necessário tirar tanto sangue assim de mim? — Skye questionou enquanto Fitz tirava mais uma amostra de sangue da garota. — Dá última vez que vocês teimaram de tirar meu sangue já não foi o suficiente?

— Dessa vez é diferente, Skye. — Fitz falou e entregou o frasco para Simmons. — Não estamos procurando apenas mudanças celulares, mas sim mudanças celulares que possam ser revertidas sem a necessidade do sangue de Wanda. — Ele falava de forma animada. — Mas tenho certeza que temos a quantia suficiente de sangue agora, não se preocupe.

— Tudo bem, Fitz. — Quando o rapaz já ia se afastando, ela o chamou novamente. — Sabe, eu acho que você já está muito melhor.

— Melhor? — Questionou ele, confuso.

— É... Da queda da S.H.I.E.L.D. Você já é praticamente o mesmo Fitz... — Skye falava.

— Só que com um pouco menos de senso de humor. — Ele completou e encarou Simmons, que conversava animadamente com o doutor Banner.

— Infelizmente. — Skye completou. — Mas as coisas entre vocês vão se resolver, você vai ver.

— Bom, espero que sim. — Fitz já se retirava quando se virou novamente. — Obrigada, Skye.

Skye sorriu e Leo finalmente saiu, levando algumas amostras do sangue para Jemma e Bruce.

— Doutor Banner, essa quantia de amostras já é suficiente? — Perguntou o garoto.

— Façam essa pergunta a si mesmos. — Bruce falou, retirando o jaleco branco que usava e revelando um terno. — Dessa vez não vou poder ajudá-los... — Ele falou ao ver América entrar pela porta do laboratório, trajando um vestido verde escuro discreto e na altura dos joelhos. — Tenho um compromisso.

— Oh... — Fitz e Simmons falaram em sintonia, rindo, porém, perceberam que falaram juntos e o sorriso logo sumiu de suas bocas. — Bom encontro, Doutor Banner. — Simmons completou.

Bruce sorriu desajeitado e caminhou até a loira.

— Você... — Banner começou, porém, sentiu as palavras escaparem de sua boca.

— Sei o que quer dizer... obrigada. — Ela mexeu no cabelo de forma tímida. — Vamos?

— Vamos. — Bruce falou e América enganchou seu braço no dele, e logo eles saíram pela porta.

Natasha observava a dupla de longe enquanto Steve finalizava um curativo na testa da ruiva.

— É, parece que o Banner tirou a sorte grande. — Nat comentou. — Loira, alta, esbelta e, de quebra, usa óculos e é uma gênia da ciência.

— Pobre Tony, deve estar em estado de depressão agora. — Steve brincou e ambos deram uma leve risada. — Pronto, terminei.

Romanoff tateou sua testa e sentiu a profundidade do corte, porém não sangrava mais.

— Obrigada, Steve.

— Me agradeça quando voltarmos. — A mulher o olhou de forma confusa e ele estendeu a mão para ela. — É minha vez de te levar para tomar um café.

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Ela podia sentir a adrenalina correndo por suas veias, a vontade de vingança invadindo sua mente e tomando posse de qualquer outra vontade que ela pudesse ter: ela não ficaria mais nenhum minuto naquela cela, ela não seria prisioneira de ninguém novamente... nunca mais. Levantou-se do chão onde estava sentada, chamando a atenção do irmão.

— Wanda? — Pietro questionou, fazendo a irmã se virar para ele com a íris de seus olhos vermelha e as mãos envolvidas por magia. — O que está fazendo?

— Nos tirando desse inferno. — Com um movimento de suas mãos, o sistema foi liberado e a barreira tecnológica se abriu para eles.

— Acabou, Wanda! — O veloz Maximoff se manifestou. — Para quê aumentar mais essa briga?

— Ou você está comigo, ou está contra mim Pietro. — A garota foi direta e ele revirou os olhos enquanto a irmã saía da cela. — A barreira vai ficar mais alguns segundos aberta, vamos.

— E se eu não sair? E se eu quiser que tudo isso acabe logo? — Ele perguntou bravo.

— Então você vai estar descumprindo sua promessa. — Wanda falou e ele suspirou. — Sempre e para sempre, lembra?

— Lembro. — Pietro falou, saindo da cela em um piscar de olhos antes que ela se fechasse novamente. — O que eu tenho que fazer para sairmos logo daqui?

— Tranque todas as portas. A sala de treinamento, a de recuperação... todas. E depois, traga Skye. — A feiticeira mandou. — Apenas Thor está na vigia, chame a atenção e vá embora, eu darei um jeito nele.

Após respirar fundo, Pietro sumiu de vista ao deixar um pequeno rastro azul por onde passara. A Feiticeira Escarlate logo saiu porta afora, se escondendo nas sombras, caminhando até encontrar Thor. O asgardiano estava com o Mjolnir em suas mãos, vasculhando o lugar; certamente viu Pietro, Wanda pensou, como eu queria.

— Saia de onde estiver, Maximoff! — Rosnou o semideus, segurando firme seu martelo a procura de Pietro.

— Sabe, Thor — Wanda começou, porém ainda escondida. — Heróis como vocês, vingadores, são patéticos.

— E por qual motivo? — ele girou o martelo em sua mão. — Por sermos melhores do que vocês?

A Maximoff soltou uma risada abafada.

— Vocês nunca reconhecerão o topo até estarem muito em baixo, grave isso.

Sorrateiramente, Wanda se aproximou, e Thor viu seu reflexo na porta de metal, virando-se para ela. A mesma foi rápida e, antes que ele pudesse agir, lançou seu controle mental contra o loiro, balançando levemente os dedos até que os olhos dele ficassem vermelhos.

— Eu sinto muito. — ela falou com ironia enquanto um sorriso malvado surgia em sua face.

Na visão de Thor, ele se via no planeta dos gigantes de gelo sozinho, porém com a sensação de que os inimigos poderiam chegar a qualquer momento. Sabendo da visão de Thor e que ele não a podia ver, chamou a atenção dele pelo corredor, guiando-o até o salão principal. Ao ver Rhodes abrindo a porta do banheiro masculino, a Maximoff rapidamente sumiu de vista, deixando Thor com o moreno. E, na visão do asgardiano, Rhodes não era ele mesmo, e sim um gigante de gelo.

— Ataque. — Wanda sussurrou e Thor deu fortes passos até James Rhodes, o pegando pelo pescoço e prensando contra a parede.

— Thor... — a voz do homem saiu fraca e o semideus o jogou com força no chão. Esticando uma das mãos, James chamou sua armadura de Máquina de Combate, que fez um buraco na parede de Stark ao chegar e se grudar no corpo do homem. — Já acabou, Thor?

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Pietro se aproximou da sala de recuperação para trancar a porta, quando viu o rosto despreocupado de Skye; ela dormia calma na maca de hospital enquanto FitzSimmons estudavam de costas para ele e Phil e May estavam fora de sua vista. O Maximoff ficou ali, parado, analisando as feições da morena e pensando em como ele era azarado; afinal, a primeira coisa que ele fizera com a garota fora prendê-la, e a primeira impressão era a que ficava. Ele sabia que tinha um trabalho a fazer, e ainda que não fosse obcecado como a irmã, ele também queria sua vingança; contra os Vingadores, contra a S.H.I.E.L.D... Contra Stark.

Abriu a porta de forma devagar e silenciosa e, em um piscar de olhos, pegou Skye em seus braços e saiu, chamando a atenção do resto da equipe. Antes que Phil pudesse sacar sua arma, Pietro fechou a porta e a trancou, prendendo a equipe da S.H.I.E.L.D. lá dentro. A morena ainda dormia nos braços do rapaz, se aconchegando nele sem sequer saber que estava ali. O mesmo apenas correu para a sala principal, onde se encontraria com a irmã, mas na verdade encontrou um grande cenário de guerra.

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Sharon estava sorrindo quando pousou o pequeno helicóptero particular que havia ganhado do diretor Fury antes da queda da S.H.I.E.L.D. por seu bom desempenho. O homem com um braço de metal já a esperava e caminhou até o helicóptero, abrindo a porta e se sentando ao lado da loira, com uma expressão séria.

— Oi pra você também. — Ela cutucou.

— Oi, Shar. — Ele a encarou com um meio sorriso. — Podemos ir?

— Claro que sim. — Sharon o encarou nos olhos por alguns segundos, sentido o aroma de metal que ele sempre carregava. Logo, levantou voo.

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Fora da Torre Stark, Steve e Natasha saíam da cafeteria com um meio sorriso tomando conta dos lábios de cada um; na mão dele, um cappuccino, e na dela, um descafeinado. E no céu, as estrelas brilhavam contentes.

— Sabe... — Natasha começou, tomando um gole de seu descafeinado enquanto caminhavam. — Foi engraçado quando aquela doutora não quis cuidar de mim. Era como se eu fosse uma heroína famosa com poderes regenerativos e que eu não precisasse de ninguém, e ela me olhava como alguém muito importante e tal. Até me senti importante de verdade. — ela deu mais um gole na bebida, enquanto colocava a outra mão no bolso da blusa de moletom que usava.

— Como se você não fosse. — Steve falou num impulso e logo corou, envergonhado, enquanto Natasha o encarava de forma surpresa. — Digo, você é importante para todos nós, Vingadores. Você é uma de nós.

— Nem tanto... — Ela comentou, dando um ar mais sério para conversa. — Ainda que nos conheçamos há um tempo, algumas pessoas não confiam em mim.

A brisa batia contra os rostos de cada um quando eles viraram uma esquina e, atravessando a rua, pararam em uma pequena praça, cheia de árvores, flores e bancos de madeira. Dali podia-se ver a Torre Stark toda iluminada.

— Eu confio em você. — Rogers falou, parando em frente a ela.

— Acho que é o único. — Ela desviou os olhos dos dele, encarando os próprios pés. — E, às vezes, acho que não deveria fazer isso.

— Não tenho motivos para desconfiar de você, tenho? — O loiro cutucou quando ambos se sentaram em um dos bancos, ela encarando a lua crescente no céu.

— É só que... — Romanoff suspirou e encarou o rosto do americano. — Eu já fiz muita coisa errada, Rogers...

— Deixe-me adivinhar. — Steve deu um gole em seu cappuccino. — Já se escondeu atrás de disfarces, já matou pessoas e já fez trabalhos sujos?

— Por aí. — Natasha deu o último gole de seu descafeinado.

— Então tenho mérito suficiente para discordar de você. — A russa o encarou de forma confusa. — Você já fez coisas terríveis, pelo menos, mas você não está fazendo mais isso. Você se tornou uma Vingadora, e ainda que eu não confiasse em você na época, agora eu confio. — Os olhos azuis dele encaravam os dela com serenidade. — Quando você me ajudou a deter o projeto Insight... A S.H.I.E.L.D. me tinha na mira, e eu, estava sozinho sem provas de minha inocência. Mas você acreditou em mim, ainda que do seu jeito. — Ambos riram. — Você estava do meu lado, então não é justo que eu não esteja ao seu.

Discretamente, Steve traçou um caminho silencioso com os dedos até a mão de Natasha, a pegando, ainda que seu coração quisesse saltar para fora do peito. Ele estava nervoso, mas não podia evitar: Natasha Romanoff tinha algo que fazia Steve Rogers querer cuidar dela, estar perto dela. Quando sentiu os dedos de Rogers tocarem os seus, Natasha se sentiu uma pequena pontada de nervosismo: Steve não era como os homens que ela devia seduzir nas missões, mas sim o cara que ela não merecia ter. Mas ele estava ali.

Com um jeito delicado, Steve deslizou seus dedos, subindo pelo braço da moça até chegar em seu pescoço, onde encaixou sua mão e a puxou alguns centímetros mais perto, enquanto seu polegar deslizava pela bochecha da mulher. Esticou um pouco mais seu polegar e alcançou os olhos da moça, deslizando seu dedo pela olheira profunda que Natasha tinha abaixo dos olhos. O loiro se aproximou mais da ruiva, deixando o espaço entre seus rostos ainda menor; Romanoff já podia sentir o hálito de canela do rapaz.

Natasha já não podia evitar; sentia-se torturada por Steve, que mantinha aquela distância sem fazer nada mais... Ousado. Impaciente, a ruiva levantou sua outra mão e a repousou no rosto do loiro, o puxando e, assim, finalmente selando seus lábios.

A mão de Rogers segurou firme o pescoço de Romanoff, enquanto ela entrelaçou seus dedos com força nos fios loiros do rapaz e acelerava o ritmo do beijo, amando sentir o gosto de canela dos lábios de Steve – que certamente fora adquirido com vários chicletes do mesmo sabor. Não demorou muito para que o americano se afastasse da russa, porém, ela logo investiu e o puxou novamente, mordiscando o lábio do rapaz antes de recomeçar o beijo. Enquanto uma de suas mãos permanecia no pescoço, Steve direcionou a outra para a cintura, puxando ela para mais perto e obtendo um gemido satisfeito da ruiva como resposta.

As coisas estavam começando a melhorar para Natasha, que puxou com ainda mais força o cabelo do rapaz e queria sentir o capitão mais perto, mais perto e mais perto, deixando o beijo cada vez mais rápido e selvagem. Por mais que se sentisse tímido e receoso, Steve não contrariou nenhuma das investidas da ruiva, ficando totalmente satisfeito com o momento.

Até que o estrondo de um trovão soou no céu, iluminando a noite escura.

Rogers, ouvindo o barulho, se afastou de Natasha, recebendo mais uma mordiscada em seu lábio antes que ela parasse para encarar o céu também. Logo, outro estrondo soou, e eles viram o trovão vir da direção da Torre Stark.

— O Thor não está muito feliz. — Ela comentou, tirando um pouco de batom que estava abaixo dos seus lábios.

— E isso não é bom. — Ele levantou e estendeu a mão para ela. — Temos que ir.