The big four in Hogwarts - O Torneio Tribruxo escrita por MissLWritter


Capítulo 22
Um labirinto de emoções.


Notas iniciais do capítulo

- Calma gente eu não morri. Eu estava enfrentando uns problemas pessoais bem complicados... mas o que importa é que eu voltei e fiquem tranquilos que não vou abandonar a fic.

— Aproveitem o capítulo.



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No dia seguinte, os alunos desceram em direção ao Salão Principal para a refeição antes da Terceira Tarefa. Havia mais pratos do que de costume, mas Elsa, que estava se sentindo realmente nervosa não comeu muito. - desde ontem não via Anna, a irmã devia estar com muita raiva dela e ter se escondido como fazia quando era pequena.

Quando o teto encantado no alto começou a desbotar de um azul para um violáceo crepuscular, o diretor Norte se ergueu à mesa dos professores e fez-se silêncio.

– Senhoras e senhores, dentro de cinco minutos, vou pedir a todos que se encaminhem para o estádio de quadribol para assistir a terceira e última tarefa do Torneio Tribruxo. Os campeões, por favor, queiram acompanhar a Professora McGonagall ao estádio agora.

Soluço se levantou. Todos os colegas da Lufa-Lufa o aplaudiram; Kristoff, Jack, Merida e Astrid lhe desejaram boa sorte e ele se dirigiu à porta do Salão Principal com Elsa e Flynn. O único dos campeões que parecia confiante era Flynn. Soluço repassava mentalmente todas as azarações e feitiços que andou praticando. Elsa estava tão nervosa que pensava que a qualquer momento poderia destruir tudo. Ela desejava que pelo menos Anna estivesse ali para apoiar ela.

Os campeões entraram no estádio de quadribol, que estava totalmente irreconhecível. Uma sebe de seis metros corria a toda volta. Havia uma abertura bem diante deles: a entrada para o imenso labirinto. A passagem além parecia escura e sinistra.

Cinco minutos mais tarde, as arquibancadas começaram a se encher; o ar vibrou com as vozes excitadas e o ruído dos pés de centenas de estudantes que ocupavam seus lugares. O céu se tornara azul profundo.

O diretor Norte Noel apontou a varinha para a garganta e murmurou "Sonorus", e sua voz magicamente amplificada ressoou pelas arquibancadas.

– Senhoras e senhores, a terceira e última tarefa do Torneio Tribruxo está prestes a começar! Deixe-me lembrar a todos o placar atual! Em primeiro lugar, está o nosso querido campeão da escola de Hogwarts, Soluço Spantosicus. - Os vivas e as palmas fizeram os pássaros saírem voando da Floresta Proibida para o céu crepuscular.- Em segundo lugar o Sr. Flynn Rider, do Instituto Durmstrang - Mais aplausos e Flynn olhou com esperança para a arquibancada, mas não avistou Rapunzel em lugar algum. - E em terceiro lugar, a Srta. Elsa Arendelle, da Academia de Beauxbatons. - Muitas pessoas bateram palmas, mas nenhuma delas quem Elsa realmente queria.

O diretor levantou as duas mãos para as pessoas na arquibancada fazerem silêncio.

– Então...Quando eu apitar, você entra Soluço. - anunciou Norte - Três...dois...um...

O bruxo soprou com força o apito e Soluço correu para a entrada do labirinto.
As sebes altaneiras lançavam sombras escuras sobre a trilha e, talvez porque fossem tão altas e densas ou porque fossem encantadas, o barulho dos espectadores que as cercavam silenciou no instante em que o rapaz entrou no labirinto. Soluço quase se sentiu novamente embaixo d'água. Puxou a varinha e murmurou "Lumus" para poder ver melhor através da escuridão.

Soluço ouviu o apito outra vez. Flynn Rider acabara de entrar no labirinto. O garoto se apressou. A trilha que escolhera parecia completamente deserta. Ele se virou à direita e continuou, depressa, mantendo a varinha acima da cabeça, tentando ver o mais longe possível. Mesmo assim não havia nada à vista.

O apito soou uma terceira vez. E Elsa entrou no labirinto. A garota correu - queria acabar com isso logo de vez - até que encontrou uma bifurcação.

– Me oriente - sussurrou ela à varinha, segurando-a deitada na palma da mão.
A varinha fez um giro completo e apontou para a direita, para a sebe maciça. Para ali ficava o norte, e ela sabia que precisava seguir para noroeste para chegar ao final do labirinto. Faria melhor se tomasse a trilha da esquerda e tornasse a seguir para a direita assim que pudesse.

Soluço não sabia porque, mas a falta de obstáculos começava deixá-lo nervoso. Com certeza já deveria ter encontrado algum a essa altura ? Tinha a impressão que o labirinto estava o induzido a uma falsa sensação de segurança. Então ouviu um movimento bem atrás dele. Ergueu a varinha, pronto para atacar, mas seu facho de luz recaiu sobre Flynn, que acabara de sair correndo da trilha do lado direito. Flynn parecia gravemente abalado. A manga de suas vestes fumegava.

– N-não vai por aquele lado! - sibilou ele.

Flynn sacudiu a cabeça e desapareceu de vista por outra trilha. Soluço retomou depressa seu caminho, querendo escapar de qualquer ameaça que tinha do lado em que Flynn estava. Então, ao fazer uma curva ele viu...

Um dementador deslizava em sua direção. Exatamente como Jack descrevera e agora sabia o que o garoto sentira ao ver seu bicho-papão. Mas ao contrário do amigo, Soluço sabia o que fazer...

Chamou à mente o pensamento mais feliz que pôde, se concentrou com todas as forças, ergueu a varinha e exclamou: Expecto Patronum!

Um dragão prateado irrompeu da varinha de Soluço e avançou voando até o dementador, que recuou e saiu do caminho do garoto. E o dragão prateado voou para longe, desaparecendo de vista. Soluço desejou que ele tivesse podido ficar - o dragão o lembrava banguela e seria legal ter uma companhia agora. - mas... continuou o seu caminho o mais depressa que pôde, apurando os ouvidos, a varinha, mais uma vez, erguida no alto.

Esquerda...direita... novamente a esquerda... em duas ocasiões Elsa foi dar em trilha sem saída. A garota executou o feitiço dos quatro pontos mais uma vez e descobriu que se afastara demais para leste. Retrocedeu, tomou a trilha à direita e viu uma estranha névoa dourada flutuando mais adiante.

Aproximou-se cautelosamente, apontando para a névoa o facho de luz da varinha. Parecia algum tipo de encantamento. Que aconteceria se ela atravessasse a névoa ? Valeria a pena arriscar ou era melhor retroceder ?

Ela ainda hesitava, quando um grito rompeu o silêncio.

– Anna ? - berrou Elsa com os olhos arregalados.

Silêncio. Ela olhou para todos os lados desesperada. Será que estava ficando doida ? Como Anna poderia ter parado no labirinto ? Será que era alguma armadilha ?

– ELSA! - gritou novamente, dessa vez com mais dor e agonia - PARA COM ISSO POR FAVOR!

Elsa gelou, o grito parecia vim de algum lugar a frente. A garota inspirou profundamente e atravessou a névoa encantada.

O mundo virou de cabeça para baixo. Elsa ficou pendurada no chão, os cabelos em pé. Ela continuou parada ali aterrorizada. Tinha a sensação que seus pés estavam grudados na grama, que agora se transformara em teto. Abaixo, o céu pontilhado de estrelas se estendia infinitamente. A garota sentiu que se tentasse mexer um pé despencaria da terra de uma vez.

Pense, disse a si mesma urgentemente, enquanto todo o seu sangue afluía à cabeça, pense...

Só tinha uma coisa a se fazer. Elsa fechou os olhos para evitar contemplar o espaço infinito abaixo dela e puxou o pé direito com toda a força que pôde do teto do gramado.

Imediatamente o mundo se endireitou. Elsa caiu para frente de joelhos num chão maravilhosamente sólido. Sentiu-se por algum tempo mole de susto. Inspirou profundamente para se firmar, então tornou-se a levantar e avançou correndo, lançando olhares para trás por cima do ombro, enquanto fugia da névoa dourada, que piscou inocentemente ao luar.

A garota parou na junção das duas trilhas e olhou para os lados à procura de algum sinal da Anna.

– Anna ? - berrou Elsa novamente.

Sem nenhum resposta a garota tomou a trilha a direita com uma sensação enorme de inquietação. Sentia que estava perto - perto da taça, mas também perto de algum perigo bem pior do que a névoa que passou.

Depois de um tempo andando Elsa ouviu o grito novamente.

– NÃO, POR FAVOR! EU NÃO AGUENTO MAIS...

Elsa correu o mais rápido que pôde na direção dos gritos, até que chegou em uma trilha que se abria em uma grande clareira. No final dela havia uma taça , a taça do Torneio Tribruxo. Em um canto um pouco mais afastado viu três pessoas que a deixou de queixo caído;duas dela era Rapunzel e Anna que estavam presas por cordas. A ruiva se contorcendo de dor no chão enquanto uma bruxa mais velha apontava a varinha para ela.

– Professora McGonagall ? - perguntou Elsa espantada.

– Ora, ora minha querida eu sabia que você iria chegar primeiro. - disse a bruxa com um sorriso maldoso estampado na cara.

Elsa sentiu um misto de descrença e espanto ao mesmo tempo.

– Por que ? - perguntou ela. - Por que está fazendo isso ?

– Não temos tempo para explicação. - disse a professora. - Vá buscar o nosso campeão, Soluço, preciso dele o mais rápido possível.

Elsa pegou a varinha e apontou para Gothel, o que a fez sorrir.

– Você vai me atacar, vai querida ? - perguntou ela apontando a varinha mais uma vez à Anna. - Só um pequeno movimento e você pode dar adeus à sua irmã.

– Não ! - gritou Anna. - Elsa, não se importe comigo. Eu fui uma estúpida, devia ter te ouvido. Destrua essa bruxa velha!

– Crucio! - disse Gothel mais uma vez.

Anna se contorceu outra vez no chão gritando, lágrimas brotavam de seus olhos vermelhos.

– PARA! - gritou Elsa aterrorizada. - Por favor para, eu faço o que você quiser!

– É isso que eu queria ouvir - disse Gothel sorrindo. - Me dê sua varinha.

Elsa fez o que a bruxa pediu.

– Ótimo - disse Gothel. - Agora me traga o Soluço. Se ele não tiver aqui no máximo em dez minutos, sua irmã já era.

***

Jack e Merida estavam preocupados com Rapunzel. Não a via desde hoje mais cedo no Salão Principal, esperava que ela aparecesse pelo menos na arquibancada para torcer para Soluço, ou para Flynn; mas não a via em lugar algum.

– Já procuramos em todos os lugares. Onde ela pode está ? - perguntou Jack.

– Não em todos. - retrucou Merida olhando para a Floresta Proibida.

Jack ficou olhando para a floresta preocupado. Não foi lá que Vanellope morrera ? E se... não, ele não podia pensar nisso.

– Vamos - disse ele puxando Merida pela mão.

Os dois correram o máximo que puderam em direção a floresta que parecia mais escura que o normal.

– Punzie! - chamou Merida quando já estavam bem adentro da Floresta.

Sem resposta, eles andaram ainda mais adentro da escuridão. Andaram e andaram...nunca tinham andando tanto na Floresta.

– Lumos! - murmurou Jack apontando a varinha para a escuridão.

– Espera - disse Merida parando abruptamente. - O que é aquilo ?

– O que ?

– Lumos - disse a garota apontando a varinha para onde tinha visto a coisa.

– Uma bota velha ? - perguntou Jack confuso. - O que uma bota velha estaria fazendo aqui no meio da Floresta Proibida ?

Merida se lembrou de quando ela perdeu o trem de Hogwarts por chegar muito atrasada. O pai deu a ela uma bota velha, parecida com essa, para que fosse possível chegar na escola. Quando Jack estava prestes a segurá-la Merida gritou.

– NÃO!

Jack se afastou assustado.

– Não é uma bota velha qualquer. É uma chave de portal. - disse a garota. - Talvez tenha um monte dessas espalhada aqui e a Punzie deve ter pegado sem querer.

– E o que a gente faz ? - perguntou Jack.

– Argh! Segure a minha mão. - resmungou ela um pouco constrangida.

Jack o fez e Merida percebeu que a mão dele estava muito fria.

– Quando eu contar até três a gente segura a bota juntos - disse ela. - Um...Dois...Três...

Eles seguraram a bota. Jack teve a sensação de que um gancho dentro do seu umbigo fora irresistivelmente puxado para a frente. Seus pés deixaram o chão; ele sentiu Merida ao seu lado, os ombros se tocando; os dois avançavam vertiginosamente em meio ao uivo do vento e o rodopio de cores; seu dedo indicador estava grudado na bota como se esta o atraísse magneticamente para a frente, e então...

Seus pés bateram no chão; Merida deu um encontrão no garoto e caiu em cima dele; a Chave de Portal despencou no chão do lado da cabeça dela com um baque forte.

– Ai ! - gemeu Jack.

Merida sentiu o rosto queimar e saiu depressa de cima dele.

– Você é pesada, hein garota ? - resmungou ele.

– Você está me chamando de gorda ? - perguntou Merida furiosa.

– Por incrível que pareça você não é gorda. Mas devia parar de comer um pouco para variar né ?

– Olha aqui... - começou Merida.

Uma figura mais a frente deles pigarreou. Era uma esfinge. Tinha o corpo de um enorme leão; grandes patas com garras e um longo rabo amarelado que terminava em um tufo de cabelos castanhos. A cabeça, porém, era de mulher. Ela virou os olhos amendoados para os garotos, olhando curiosamente. Jack assustado ergueu a varinha, hesitante. A esfinge não estava agachada como se fosse saltar, mas andava de um lado para outro da trilha, bloqueando seu avanço.

Então falou, com a voz profunda e rouca:

– Você está muito próximo de seu objetivo. O caminho mais rápido é passando por mim.

– Próximo ? Do que você está falando ? - Então o garoto olhou a seu redor e arregalou os olhos. - Merida a gente está no...

– Labirinto - completou ela igualmente chocada.

– Não podemos ficar aqui... - começou ele.

– Não podemos voltar Jack, tem alguma coisa errada... - disse ela. - Procuramos a Punzie por toda Hogwarts, tinha uma chave de portal na Floresta Proibida até este lugar. Ela só pode está aqui, não tem outra explicação...

– Mas lembra da profecia ? - perguntou Jack - "Três jovens irão enfrentar a prova do labirinto". Contando com nós fica cinco e ainda tem aquela parada da morte...

Merida respirou fundo.

– É como a Punzie disse o futuro é incerto e talvez aquilo tenha sido apenas uma parte da profecia. Temos que fazer isso, se a gente quiser achar ela.

Jack engoliu em seco.

– Tudo bem. - Decidiu-se e então olhou para a esfinge. - Hum... a senhora podia se afastar por favor ?

– Não - disse ela continuando sua patrulha. - Não, a não ser que vocês decifrem meu enigma. Se acertar de primeira , deixo-os passar. Se errar, eu os ataco. Permaneça em silêncio, e eu os deixarei partir, ilesos.

Merida e Jack entreolharam-se. Rapunzel que era boa nesse tipo de coisa e não eles. Merida quando não chegava atrasada dormia na sala, e Jack fazia de tudo - bolinha de papel, desenhos, rasbicos..- menos prestar atenção na aula. Os garotos avaliaram suas chances. Se o enigma fosse muito difícil, eles podiam se calar, ir embora sem se machucar e tentar encontrar um caminho alternativo até o final do labirinto - um caminho mais demorado, que poderia ser tarde demais quando chegassem...

– Tá - disse Merida. - Pode me dizer o enigma ?

A esfinge se sentou nos quatro traseiros, bem no meio da trilha e recitou:

"Primeiro pense no lugar reservado aos sacrifícios,
Seja em que templo for.
Depois, me diga que é que se desfolha no inverno e torna a brotar na primavera ?
E, finalmente, me diga qual é o objeto que tem som, luz e ar e flutua na superfície do mar ?
Agora junte tudo e me responda o seguinte,
Que tipo de criatura você não gostaria de beijar ?"

Jack e Merida encararam-a boquiabertos.

– Podia, repetir... mais devagar ? - pediu Merida hesitante.

A esfinge pestanejou, sorriu e repetiu o enigma.

– Todas as pistas levam ao nome da criatura que eu não gostaria de beijar ? - perguntou Jack. - Mas aí fica difícil, porque sabe ? Toda garota que eu vejo eu sinto vontade de beijar.

Merida deu um tapa na cabeça dele.

– Ela não está falando de garotas, seu idiota.

A esfinge meramente sorriu aquele sorriso misterioso. Pensando, provavelmente que aqueles dois idiotas seriam sua nova refeição. Merida suspirou e pensou.

– O lugar reservado aos sacrifícios - murmurou Merida encarando a esfinge. - Seja em que templo for...hum...seria...um altar. Não esta não seria a minha resposta! Frost me ajuda!

– Eu estou tão perdido quanto você, princesa. - resmungou ele. - Senhora esfinge, será que a senhora não poderia fazer outro enigma, ou qualquer outra coisa para que a gente possa passar, não ? por favor ?

A esfinge sorriu para os garotos na sua frente. Deveriam ser muito corajosos e estarem muito desesperados para continuarem ali.

– Tem outra alternativa se vocês quiserem mesmo passar por esse caminho... - disse ela com um ar misterioso. - Mas vocês, não vão querer...

– Por favor. Qualquer coisa! - exclamou Merida desesperada.

A esfinge sorriu ainda mais.

– Cada um de vocês, terão que me contar o seu segredo mais obscuro. Um segredo que ninguém ou quase ninguém saiba.

Merida xingou frustada. Tudo menos isso ela queria dizer. Será que a esfinge poderia saber se eles estavam mentido ? - olhou para suas garras afiadas - Era melhor não arriscar.

– Pode ir você primeiro, Frost.

– Promete que continuará minha amiga depois do que eu contar ? - perguntou ele com seriedade nos olhos.

– Que drama é esse ? Por acaso você matou alguém ? - perguntou ela sarcasticamente.

Jack não disse nada e Merida cobriu a boca com as mãos. Então Jack contou a história novamente de sua irmã, só que com menos drama. Ele não poderia se dar o luxo de fazer isso na frente de Merida, além de ela não ser mais sua amiga, iria zoar ele para sempre.

Quando Jack terminou a história, Merida ficou boquiaberta. A garota nunca tinha visto esse lado dele, nunca na vida ia imaginar que ele sofrera dessa maneira.

– Tudo bem, um segredo já foi. - disse a esfinge e então olhou para Merida. - Agora você, minha querida.

– E-eu. - Merida olhou para Jack e depois para a esfinge. - Meu segredo nem se compara com o dele, acredite em mim. O segredo dele é o mesmo que valer dois do meu, será que não podemos passar não ?

A esfinge se posicionou nas patas, pronta para atacá-la.

– Tudo bem! - disse a garota rapidamente e então suspirou, tentando esconder o rosto nos cabelos fartos. - O garoto que eu gosto é você, Jack.

– Hum... isso é seu segredo ? - perguntou Jack com descrença. - Eu também gosto de você, você é minha amiga...

Merida ficou vermelha de raiva, de frustação e de vergonha ao mesmo tempo.

– Não! - exclamou ela, desejando sumir dali. - Não desse jeito. Eu amo você, seu imbecil.

Jack ficou parado boquiaberto olhando para a garota, sem acreditar no que acabara de falar.

– É a pior reação que eu esperava. - disse Merida balançando a cabeça. - Eu sabia, você ainda gosta dela...

– Eu... eu...

– Esfinge, podemos por favor, passar agora ? - perguntou Merida nervosa.

A esfinge sorridente, levantou-se, esticou as pernas dianteiras e então se afastou para um lado os deixando passar.

Merida e Jack passaram sem ao menos agradecer. Merida decidiu que nunca mais ia se atrasar e dormir em sala de aula. A garota andou um pouco afastada de Jack, que ainda estava surpreso com a notícia. De repente um frio de gelar os ossos percorreu o labirinto fazendo ela cruzar os braços.

– Toma - disse Jack arrancando o casaco azul dele e entregando a garota.

Merida riu com escárnio.

– Não precisa ser legal comigo agora que te contei isso.

– Não, é sério. Pode até não parecer, mas eu não sinto muito frio. Poderia até ficar sem camisa agora. - disse ele tentando quebrar o gelo. - Vamos Merida, não é hora de bancar a orgulhosa.

Merida sabia que não podia mesmo, estava tremendo dos pés a cabeça de frio. Pegou o casaco e o vestiu rapidamente. De repente a origem do frio apareceu na frente deles. Um dementador deslizava na direção dos dois. Três metros e meio de altura, o rosto oculto pelo capuz, as mão podres e cobertas de feridas estendidas à frente, ele avançava às cegas, tateando em direção a eles. Merida ouviu sua respiração vibrante e sentiu um frio pegajoso; Ela e Jack ficaram paralisados de medo olhando para a coisa.

– E agora ? - perguntou a garota. - Não sabemos fazer um patrono...

Merida não sabia, mas Jack procurou treinar o feitiço desde o episódio do bicho-papão.

Jack sentiu a criatura se aproximando e começou a ouvir o mesmo grito de antes. O garoto ergueu a varinha apontando para o dementador e gritou.

– Expecto Patronum! - Apenas um fio de luz prateada saiu de sua varinha, impedindo, por pouco tempo, o dementador de se aproximar.

– Você tem que pensar em algo feliz Jack! - exclamou Merida.

Mas Jack não conseguia pensar em nada feliz no momento. Só nele e Merida com a alma sugada, incapazes de salvar Rapunzel que morreria se não se apressassem.

– Eu... não... consigo - disse Jack se esforçando para afastar mais o dementador. - Você tem que ir, Merida! Corra, vai atrás da Punzie. Não vou conseguir segurar por muito mais tempo.

– Você ficou louco ? - perguntou a garota. - Eu não vou deixar você aqui só.

– Se você não for, nós dois vamos ficar incapazes de salvar a Punzie e ela vai acabar morrendo, como na profecia.

Merida engoliu em seco.

– Jack eu...

– Vai logo, Merida! - disse Jack desesperado. - E obrigada. Obrigada por continuar gostando de mim, mesmo eu não merecendo...

– Aquilo não foi culpa sua... - murmurou ela. - Eu nunca vou parar de gostar de você. Acredite, eu já tentei...

E então a garota correu, incapaz de olhar para trás. Cheirou o casaco de Jack, com lágrimas nos olhos. E torceu para que a profecia estivesse errada e ninguém morresse nesse labirinto.


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Notas finais do capítulo

- Eu ia falar aqui que amanhã eu posto o próximo, mas não vou prometer nada, porque sempre que eu faço isso não dar certo, rs. Só comentem o que acharam ;*