The big four in Hogwarts - O Torneio Tribruxo escrita por MissLWritter


Capítulo 18
Uma despedida comovente.




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O dia seguinte amanheceu chuvoso, como se toda alegria do mundo tivesse ido embora. Jack queria pensar que aquela notícia tinha sido um pesadelo, que ele iria acordar e encontrar a garotinha se divertindo nos corredores da escola. Mas, infelizmente não era um sonho, era bem real.

O garoto foi andando nos corredores da escola em direção ao Salão Principal se sentindo culpado. Ele não devia ter planejado aquela festa idiota, deveria ter estado com a garota e impedido ela de ter ido até a floresta. "Cara, queria que você fosse meu irmão" - aquela lembrança o perseguia, era como se a vida tivesse o dado uma segunda chance e ele tivesse cometido o mesmo erro de antes.

Jack passou por uma sala e viu que estava cheia, achou estranho não estava na hora das aulas ainda. Resolveu ver o que estava acontecendo e quando entrou na sala viu uma foto enorme de Vanellope pulando e sorrindo pendurada na parede, e várias velas e flores no chão.

– Bom, obrigada a todos por virem. - disse um garota da Grifnória chamada Liv. - Vamos honrar essa princesinha, tão nova e que foi tão cedo. Como o corpo foi levado aos pais e não vamos poder ir ao funeral, vamos fazer um aqui mesmo.

Jack ficou olhando da porta, meio escondido de todos que possam o olhar.

– Vanellope era uma garota linda - continuou Liv - Lembrava a mim quando era pequena, muito fofinha, gostava de dançar, cantar e gostava muito de maquiagem. Agora ela virou um anjo, espero que ela descanse em paz e que a fera que a matou ela seja destruída até não sobrar nada.

Jack por um momento ficou confuso, era da mesma Vanellope que estavam falando ? Mal havia falado com a garota, mas sabia que era totalmente o contrário do que Liv falou. Ela era divertida, gostava de aventuras, queria se destacar entre os alunos, e mesmo sem Jack saber a garota parecia que não tinha muitos amigos, parecia ser uma garota solitária.

Jack ficou furioso quando entendeu o que estava acontecendo. Ninguém ali conhecia a menina, tudo não passava de uma farsa. Enquanto está vivo ninguém liga para você, mas é só morrer que todos passam a lembrar de ti.

– Vocês estão todos errados! - gritou o garoto da porta.

Todos se viraram surpresos para ele.

– Me desculpe garoto, mas não lembro de ter convidado você. - disse a garota loira Liv.

– Ah, me desculpe - disse Jack com um sorriso sarcástico - Não sabia que eu teria que ser convidado para um funeral de uma garota que eu conheço mais do que todos vocês.

A garota ficou sem fala por um minuto, olhando surpresa para ele.

– Vanellope não merecia isso. - disse o garoto - Ela merecia ser lembrada pela garota que foi, forte e corajosa e não essa farsa que vocês estão fazendo.

Todos que estavam sentados começaram a cochichar olhando para o garoto.

– Ela era a garota mais corajosa e teimosa que já conheci! - exclamou Jack frustado - e por causa disso ela foi morta. Ela queria mostrar a todos que era corajosa, ela queria se destacar e não importava se a floresta era proibida ela iria entrar lá.

O garoto começou a tremer de fúria e as pessoas no recinto começaram a se assustar.

– ELA MERECE SER LEMBRADA PELA HEROÍNA QUE ELA FOI! - gritou ele chutando as velas e as flores e destruindo totalmente o funeral.

Todos começaram a gritar e sair correndo da sala. Jack ,segurando as lágrimas, colocou a mão sobre a foto de Vanellope e disse:

– Você merece bem mais que isso... - E então saiu correndo de lá antes que chegasse alguém e o punisse pela confusão.

***

Soluço não estava prestando atenção em nada na aula de História da Magia. Estava preocupado com Banguela, a equipe de busca que a professora falou já devia estar na Floresta procurando por ele. O garoto não sabia o que fazer, se contasse que o dragão é inofensivo ninguém ia acreditar nele, mas Soluço sabia que a criatura nunca seria capaz de fazer isso, matar uma garotinha inofensiva.

Quando finalmente a aula terminou, Soluço sorriu e correu até a porta, não aguentava mais ouvir uma palavra daquele professor. E então o garoto rumou entre os alunos nos corredores em direção a próxima aula, até que viu Astrid.

– Astrid ! - chamou ele. O garoto precisava falar com alguém, parece que aquela festa afastou todos, nem Krsitoff estava mais falando com ele.

A garota virou para trás para ver quem tinha a chamado, quando viu que era Soluço virou a cara e voltou a andar como se não tivesse o visto. O garoto correu atrás dela e a segurou pelo braço.

– Astrid, por favor. O que está acontecendo ? - perguntou ele para a loira - Eu estou aqui precisando falar com alguém e minha própia namorada me dá as costas ?

– Você ainda acha que eu sou sua namorada Soluço ? Porque depois de tudo não está parecendo isso.. - disse ela.

– Do que você está falando ? - perguntou o garoto confuso. - Se isso tem alguma coisa a ver com o beijo de ontem...

– Não é isso, seu cabeça de bagre. - disse Astrid nervosa. - Eu falo de você andar estranho ultimamente, toda vez que eu te procuro não acho, some constantemente e nem fala direito comigo!

Soluço mordeu os lábios se sentindo culpado. O garoto vivia indo visitar o Banguela e se esquecia completamente de Astrid, nem pensou se ela estaria procurando por ele nesse tempo...

– Tudo bem - disse ele e suspirou - Preciso te contar uma coisa. Mas você tem que me prometer que não vai me achar maluco e que não vai contar para ninguém.

Astrid arqueou a sombrancelha desconfiada mas acabou concordando.

– Lembra do dragão que enfrentei na Primeira Tarefa ? - perguntou ele e ela assentiu. - Acontece que ele é... mal compreendido.

– Mal compreendido ? - perguntou a loira confusa.

– Sim, ele não é o que parece, é inofensivo, não machuca a ninguém.

Astrid olhou para ele com descrença.

– Do que você está falando Soluço ? Ele acabou de matar uma garota.

– Eu não acredito nisso - disse Soluço sério - Ele não machuca ninguém, ao menos que esteja se sentindo ameaçado. Uma prova disso é ele não ter me machucado na Primeira Tarefa e ter fugido.

Astrid arregalou os olhos quando se deu conta do que ele estava tentando dizer.

– É por isso que você tem sumido ultimamente ? Você vai atrás desse dragão na Floresta Proibida ?

– Sim - disse o moreno. - O nome dele é Banguela. Não posso contar a ninguém se não eles não vão acreditar em mim e vão matá-lo.

– Então você quer guardar segredo ? Para proteger seu dragãozinho de estimação é isso ? - perguntou ela com total descrença

– É isso - disse ele sério.

Astrid ficou surpresa com suas palavras, nunca o vira tão determinado na vida, parecia mesmo que gostava do animal.

– Tá bom. E o que a gente faz ?

– Eu não sei - disse ele infeliz - Se o Banguela pudesse ao menos voar para bem longe daqui... mas ele não pode porque eu arranquei parte da cauda dele.

– Soluço ! - exclamou Astrid, acabara ter uma ideia - Você lembra da Angelina, que era batedora junto comigo no quadribol ? - perguntou ela e ele assentiu. - Uma vez o balaço acertou o braço dela e ela caiu da vassoura, ficou um ferimento bem feio nela e ela quebrou os ossos do braço. A enfermeira deu a ela uma poção que fez os ossos e a pele crescerem de volta.

– Você acha que isso funcionaria no Banguela ? - perguntou Soluço entusiasmado - Se ele beber isso a parte da cauda que foi arrancada volta a crescer ?

– Não custa tentar né ?

– Quanto tempo isso demora ? - perguntou ele.

Astrid mordeu o lábio.

– Três dias.

– Três dias ?!? - exclamou Soluço. - Mas até lá já podem ter achado ele.

– Eu sei, mas é o único plano que temos...

***

Soluço esperou anoitecer e todos dormirem, para só então sair sorrateiramente da sala comunal da Lufa-Lufa. Quando o fez foi até a cozinha pedindo novamente mais um balde com peixes, assegurando os elfos que essa seria a última vez que iria incomodá-los, mas eles não pareciam se importar, gostava da presença do garoto.

Soluço subiu as escadas e chegou na enfermaria, que estava vazia e escura, e foi até o armário onde a enfermeira guardava os remédios. Pegou um frasco que estava escrito Esquelesce, que condizia com o que Astrid havia falado e despejou o conteúdo no balde com os peixes.

Se apressou em sair de lá, com cuidado e sempre alerta, correu para a porta do castelo e saiu em direção a Floresta Proibida que estava mais escura do que o normal.

– Banguela ? - chamou ele. - Sou eu, Soluço.

Mais na frente Soluço avistou um animal caído no chão, o animal não se mexia de forma alguma, parecia morto. O garoto arregalou os olhos pensando por um minuto que fosse o Banguela, mas quando chegou mais perto viu que era um Unicórnio.

Soluço tomou um susto, era uma visão terrível, o animal estava pingando sangue prateado e estava com olhos arregalados e sem vida. Quem faria uma coisa dessas ? O garoto tinha lido em um livro que o sangue daqueles seres possuem a capacidade de manter uma pessoa a beira da morte viva, mas quem o bebe passa a ter uma vida amaldiçoada.

Uma coisa cutuca Soluço atrás que faz o pular de medo. Quando olha melhor vê que é Banguela.

– Ai meus deuses, banguela que susto ! - exclamou o garoto assustado.

Banguela olhou para ele de modo curioso, com aqueles grandes olhos verdes que pareciam brilhar no escuro.

– É o seguinte amigão, tem um modo de sua cauda voltar ao normal. - disse Soluço estendendo o balde para o dragão. - Coma esses peixes aqui.

O dragão olhou desconfiado para ele, mas estava tão faminto que fez o que Soluço mandou. Entretanto, no momento que colocou o peixe na boca cuspiu inteirinho na cara de Soluço.

– Argh! - exclamou o garoto limpando o resto de peixe, poção e baba de dragão da cara - Você achou o que Banguela ? poções não tem gosto bom. Agora é bom comer tudinho.

Banguela sacudiu a cabeça e se virou para ir embora.

– Banguela ? - chamou Soluço de maneira triste. O dragão se virou para ele. - Me escuta, você está sendo caçado. Tem pessoas que querem te prender, você precisa comer isso, sua cauda irá crescer de volta e você vai poder voar para bem longe daqui... e eu nunca mais vou te ver.

O garoto começou a chorar, furioso com tudo isso. Como podiam achar que uma criatura tão dócil poderia ser capaz de matar aquela garota ?

Banguela começou a comer os peixes obedientemente para agradar Soluço, que conseguiu dá um meio sorriso depois disso. O garoto foi até o dragão acariciou seu focinho e o abraçou.

– Adeus amigão - disse ele em meio as lágrimas.

E então virou as costas voltando ao castelo, mas quando olhou para trás viu que Banguela estava o seguindo.

– Não banguela, volta. Você não pode ir comigo, precisa se esconder até você poder voar e sair daqui.

O dragão teimoso como era, continuou a seguir o garoto que perdeu a paciência.

– VOCÊ NÃO PODE BANGUELA! SAI DAQUI! - gritou Soluço furioso - VAI EMBORA, EU NÃO QUERO MAIS TE VER.

Banguela olhou para ele tristemente e saiu correndo, para mais adentro da floresta. Soluço caiu em lágrimas, não queria ter falado aquilo, mas já era tarde demais quando viu o dragão bem longe sumindo entre as árvores na noite escura.


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Notas finais do capítulo

- Juro que a partir de agora vou tentar não ferir mais os sentimentos de vocês, rs.

— Comentem o que acharam...