ApocalipZe escrita por Sr Devaneio


Capítulo 21
Amanda - Enquanto o Mundo Morre 1


Notas iniciais do capítulo

Ma-hoe sumidos!!! Como vocês estão?
Então, eu sei que no capítulo passado, prometi sangue e mortes e tiros e caos pra esse... Acontece que houve uma mudança de planos... Ehe
Peço desculpas por isso. PORÉM, de acordo com as minhas expectativas, creio que vocês irão gostar do que foi alterado.
Antes que eu me esqueça (de novo): Sugiro que releiam o capítulo "Eduardo - Dia Z" (ou "Dia Z - Eduardo", não lembro ao certo), porque ele sofreu mudanças e PRA MELHOR! BA DUM TSSSSSS!
E também, porque já faz um tempinho desde que ele aconteceu e seria ótimo se vocês estivessem conscientes de todos os fatos ocorridos até o presente momento na atual história.
*Pausa pra vocês voltarem lá. Vou até facilitar deixando o link aqui (só copiar e colar galera, vamo lá né?!!):
https://fanfiction.com.br/historia/572464/ApocalipZe/capitulo/9/

*FIM DA PAUSA*
Agora que relembramos os fatos ocorridos e estamos cientes de tudo, sem mais delongas. Eis o capítulo novo:



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Acordou com a vibração do celular reverberando na madeira de seu criado-mudo. Antes mesmo de poder despertar direito, a claridade iluminou sua visão.

Tateando o criado-mudo, ela o achou:

07:58 1 Ligação Perdida

08:01 Como Vai? – Você tem 1 Mensagem Não Lida.

Sem se virar, acessou os registros de chamadas perdidas e viu que era sua sobrinha. Depois, foi no aplicativo de mensagens instantâneas:

08:01

Bianca Linda Gata e Cheirosa Sua Sobrinha Favorita (online há 2 horas)

Só pra avisar que já cheguei. Te Love

Bjo

Ela gargalhou baixinho quando leu o nome do contato. Não se lembrava de vê-la mudando. Respondeu rapidamente:

10:40

Amanda Lanizze

O.k., Sobrinha Favorita. Assim que sair, liga. Te ♥ Too

Ao soltar o celular sobre a cama, as recordações da noite anterior lhe vieram à cabeça. Ela sorriu, enfim virando-se para cumprimentar Eduardo.

Seu sorriso se desfez rapidamente. O outro lado da cama estava vazio.

Porém, antes que ela pudesse ter qualquer reação ou pensamento negativo, seu olhar vasculhou o quarto e cravou-se no papelzinho branco sobre o criado-mudo. Ao lado de onde o celular estivera.

Tenha toda certeza de que odiei ter de deixá-la assim.

Mas você estava em um sono tão bom que seria um pecado acordá-la apenas para me despedir.

Além do mais, hoje é que é sexta... Te vejo no escritório.

P.S.: Fico feliz ao pensar que só estamos começando!

Beijos

Amanda sorriu ao ler o bilhete, apesar de entristecer-se pela primeira vez ao tirar um dia de folga.

Olhou no relógio e contentou-se ao ver que ainda tinha um tempinho para sonhar. Pelo menos, sonharia com ele. E ainda, se fosse o caso, poderia até telefonar mais tarde...

Infelizmente, ela não havia percebido: não o avisara sobre a folga.

Então ela enviou uma mensagem.

10:43

Eduzinho (online há 3 horas)

Bom dia! Acabei de ver o seu bilhete e concordo plenamente com a última frase... Porém acho que esqueci de te contar uma coisa: consegui tirar uma folga pra hoje. Mas podemos nos encontrar depois do turno, se você quiser.

Até logo! Beijos

Depois de tomar um banho, Amanda preparou o almoço (desta vez em menor quantidade, já que estava sozinha em casa) e decidiu então fazer uma vistoria na despensa.

Como algumas coisas faltavam, ela fez uma lista, trocou seus chinelos por uma sapatilha que combinasse com sua blusa estampada e seus shorts jeans e foi ao mercado mais próximo de casa.

Ao chegar ao estacionamento, lembrou-se da noite passada e refez mentalmente os acontecimentos desde que saíra do carro dele até ele a olhar de forma tão intensa em seu quarto e depois disso. Tinha sido realmente uma noite maravilhosa...

Uma senhora que surgira de repente cumprimentou-a sorrindo e Amanda percebeu que devia estar com um sorriso bem grande no rosto. Então cumprimentou de volta e tratou de ir em direção ao carro.

Ela geralmente não o usava para ir ao trabalho, que ocupava suas manhãs e partes da tarde diárias; também não ia a lugares muito distantes quando saía sozinha, então ele tendia a acumular uma leve camada de poeira vinda dos outros carros do prédio. Ao constatar isso e ver que o nível de combustível estava relativamente baixo, ela optou por passar em um posto de gasolina para abastecer e dar uma lavada no veículo.

Feito isso, fez as compras e retornou direto para casa a fim de almoçar logo, pois pretendia dar uma passada no shopping e ver novamente aquela bota maravilhosa que tinha namorado umas duas semanas atrás; só que desta vez iria monetizada e devidamente preparada. Quem sabe até rolava uma troca em seu arsenal de batons, blushs e sombras...

Às 14h34 Amanda desceu do carro que estacionara na garagem interna do shopping e dirigiu-se ao elevador.

Às 14h58 o alerta da caixa postal finalmente chegou:

“Você tem uma mensagem. Para ouvir agora, aperte 2.” – disse a secretária eletrônica do celular.

2.

Um segundo depois, e a voz de Eduardo soou como música em seus ouvidos, embora parecesse meio distraída:

“Oi linda! Acabei de ler sua mensagem. Desculpe não responder antes, estava em reunião. É... Bem, senti falta do seu sorriso hoje. Dos seus olhos e do seu rosto também. E aceito, sim, o seu convite. Que horas? Aí mesmo? Um beijão e, antes que eu me esqueça: meu dia foi muito mais leve e melhor hoje, depois de uma noite como a que tivemos ontem – Amanda pôde ouvir uma breve e discreta risadinha maliciosa antes de ele terminar – É isso. Responde assim que ouvir, um beijo... de novo!”

“Enviada por Eduzinho.” – repetiu a voz meio robótica, de forma que o nome do remetente ficou engraçado na forma como foi pronunciada.

Ao escutar a mensagem, seu coração se aqueceu e ela não pôde conter o enorme sorriso que lhe surgiu.

Antes, quando o via por acaso no trabalho, nunca imaginaria que ele pudesse ser tão carinhoso.

Não parecia seu tipo. Talvez o formato de seu maxilar ou a forma como seus bíceps marcavam o paletó lhe conferissem um ar mais “sério demais para muito romantismo”. Mas ela ficou feliz em saber que ele não era bem assim.

E Amanda ia responder no mesmo instante, se seus olhos não tivessem simplesmente fixado em um ponto à sua frente, distraindo-a, como que atraídos pela visão maravilhosa da tal bota toda iluminada e em um local de destaque na vitrine da loja cara. E o melhor: bem ao lado, uma etiqueta vermelha grande o suficiente para, de onde estava, Amanda ler com total clareza: “Só hoje: 50% off!”.

18h30

Amanda tomava um sorvete de frutas vermelhas da Ásia na praça de alimentação. Nas outras três cadeiras da mesa onde estava, sacolas de compras personalizadas foram cuidadosamente colocadas e equilibradas de forma que não iriam cair nem se tivesse vida própria e o desejassem.

Então, bem na hora que ela pretendia retornar Eduardo (embora tivessem se passado pouco mais de três horas desde que ouvira a mensagem) seu celular começou a tocar.

Tocou uma vez.

Tocou duas vezes.

Tocou três vezes.

Na quinta vez, ela finalmente o encontrara dentro da bolsa e atendeu sem ver o nome, com receio de perder a ligação:

– Alô?

– Amanda? – Era Eduardo. Porém soava confuso.

Ao ouvir a voz dele, ela animou-se de súbito:

– Eduardo? Oi! Estava mesmo querendo falar com você...

– Oi! Sim, é claro. Escute, sinto muito por hoje mais cedo... – agora sua voz soava um tanto quanto receosa.

– Está tudo bem! Li seu bilhetinho. Achei superfofo! Inclusive, respondi por mensagem...

Ela pôde ouvir um breve suspiro de alívio:

– Não tive tempo de olhar o celular hoje. Desculpe querida...

Um som terrível veio da parte dianteira do ônibus. Algo parecido com um grito grave e bastante ruidoso.

– Não tem problema... Isso foi um grito? – perguntou Amanda, um tanto preocupada repentinamente.

Uma sensação estranha começou a crescer dentro de si. Parecia que algo realmente ruim estava prestes a acontecer.

– Ah, nã... – ele começou a falar, mas foi interrompido por um som de agito.

O som cresceu instantaneamente, como se um alvoroço tivesse se formado do outro lado da linha, e cresceu até alguém gritar de forma aguda e apavorada. Em seguida, mais vozes e gritos.

– Eduardo? O que está havendo? Que barulho horrível é esse? – Amanda agora estava preocupada.

E estava tanto que sua voz ficou por um instante mais aguda.

– Escuta, tentei te ligar hoje mais cedo... – ele parecia querer desconversar.

– Ah... Desculpe, eu acabei acordando tarde hoje... Mas me diga, por favor, onde você está? O que está acontecendo?

As pessoas ao redor começaram a observá-la com atenção. Sinal de que ela havia aumentado seu tom de voz.

– Estou no ônibus indo para aí para conversarmos melhor. Quero dizer, se não tiver problema...

Com esta frase, Amanda conseguiu ficar um pouco mais calma.

– O quê? Não! Claro que não... Que ótimo! Mas espera... Ônibus? Aconteceu algo com o carro?

– É uma longa história... – ele soou apressado - Em dez minutos chego aí e conversamos melho...

Houve outro grito ao fundo. Desta vez, deu para perceber que era de um homem.

– Edu? – chamou.

Não houve resposta. Mais gritos e agitação. A preocupação retornou.

– Eduardo?!...

Desta vez, ele respondeu, mas agora era sua voz que estava distante.

– Amanda... – ele tentou falar, mas foi novamente interrompido por mais gritos.

Então, um enorme estouro abafado e sonoro foi ouvido. Aquilo pegou Amanda de surpresa e ela imediatamente afastou o celular do rosto.

Ainda assim, era possível ouvir o som de vidro quebrado, um rangido horrível de algo metálico raspando contra alguma coisa bastante rígida e longa. O som estava bastante alto, e a cabeça de Amanda começou a doer com toda aquela barulheira.

– Eduardo? O que aconteceu? Você está bem? – a preocupação deu lugar à aflição.

Outro som de algo batendo seguido de algo rachando e mais uma batida, um pouco mais forte. Em seguida, silêncio. Terrível e perturbador.

Amanda não sabia o que pensar. Milhares de coisas lhe passavam pela cabeça enquanto ela tentava afastar os piores pensamentos.

Quase não percebeu quando um homem se aproximou e perguntou se estava tudo bem.

Ela deve ter respondido que sim, pois apesar do olhar de desconfiança, ele assentiu com a cabeça e se afastou.

– Eduardo...? – ela chamou mais uma vez, totalmente temerosa.

Instantes depois, a voz dele pode ser ouvida novamente. Estava surrealmente mais calmo:

– Amanda...

– Eduardo! Ai meu Deus, o que houve? Você está machucado? Ouvi um barulhão vindo daí, onde você está?

– Amanda, escute, por favor... – ele pareceu escolher as palavras:

– Não houve nada, está tudo bem... Quero dizer, aconteceu um pequeno... acidente, com o ônibus. Mas nada com que se preocupar. – fez uma pausa rápida antes de acrescentar – Não estou muito longe de sua casa, já estarei aí. Te amo.

Te amo.

Foi como um baque para ela. Por um momento, esqueceu-se da preocupação, dos gritos, barulhos, e etecetera.

Te. Amo.

Mesmo com tão pouco tempo... Era apenas o quê? A segunda semana que saíam juntos? Muito recente.

Mas muito sincero. Ela não percebera vacilo ou receio em sua voz, muito menos um tom trivial.

Seria possível? Amor à 126ª vista?! Mas e quanto à ela? Poderia dizer o mesmo?

Seus olhos começaram a arder, era emoção demais para míseros quinze minutos.

E ele estava chegando em sua casa. E também, dados os sons terríveis que escutara algo sério havia acontecido.

Estava na hora de ir.

Com o coração nas mãos, Amanda rapidamente pegou sua bolsa, juntou as sacolas e deu a última colherada no sorvete.

Em seguida, saiu apressada em direção às escadas rolantes.


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Notas finais do capítulo

*cara de expectativa*
O que acharam?!?! Digam-me, pois preciso mesmo saber.
"Ficou bom, ficou mal, baixo astral? Que tal?" - Xuxa (adaptado).
Tá, essa frase ficou uma droga, mas vamos relevar...
Enfim, valeu a pena a mudança? Não valeu? Comentem!
Um beijo para as meninas e um aperto de mão para os meninos. Até logo!



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