ApocalipZe escrita por Sr Devaneio


Capítulo 15
Julie e Megan


Notas iniciais do capítulo

Ma-oe gente!
Estamos de volta com mais um breve capítulo sobre o ponto de vista da Julie (ainda se lembram dela? u.u).
Não tem ação neste. Tentei fazer algo meio tenso em uma parte específica que logo vocês lerão. Espero ter conseguido...
A propósito, estou a fim de fazer outro Talk-Zhow (sim, já), pois preciso dar uns avisos e agora avisos só acompanhados dos extras (excluíram os caps. antigos porque eram de avisos e não tinham história T.T - e eu ainda ganhei uma advertência por isso u.u)
Enfim... pra isso acontecer preciso de perguntas, dúvidas, etc. Mandem por Mensagem Privada que iremos responder todas ;)
A propósito, estava vendo os números da história e vi que temos 44 leitores nos acompanhando.
Preciso dizer que estou muito, mas muito feliz mesmo?!
Gente, de verdade, muito obrigado. É gratificante ver que QUARENTA E QUATRO (AAAAAAAAH! o/) pessoas gostaram tanto que se incomodaram em marcar como "acompanhando história".
Estou muito feliz e tenho certeza que o pessoal vai ficar da mesma forma.
Enfim, vamos ao que interessa.
Mas antes um grande abraço,
Do Sr. D.



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– Tem certeza disso? - pergunta Julie, segurando sua mochila cheia de roupas, na porta de casa.

Sua mãe segura a porta aberta e encara a filha com dó:

– Absoluta. Divirta-se e esqueça o idiota do Carl! Não esqueça de me ligar antes de dormir!

A menina olha ao redor e suspira tristemente.

– Certo. Te amo! - acrescenta, dando um beijo de despedida em sua mãe.

Nesse momento, o carro de Megan chega e ela buzina antes de abrir a janela e gritar:

– Vamos agitar gata! Oi, tia Mô! - cumprimenta a mãe de Julie assim que a vê.

Julie se arrasta desanimadamente até o carro enquanto sua mãe dá um tchauzinho para a amiga.

– Cuide bem da minha filha! - diz assim que Julie entra no carro.

– Pode deixar! Um beijo tia!

Monique fecha a porta e Megan se vira animada para Julie.

Ela veste uma saia curta preta brilhante e uma blusa solta rosa. Seus cabelos negros estão soltos e cacheados à la baby liss, sua maquiagem é leve nos olhos mas rosa pink (combinando com a blusa) nos lábios. Por último, Julie notou um extravagante salto 15 preto nos pés de sua prima e cúmplice. A menina não pode deixar de se sentir casual com seu shortinho jeans claro, sua blusinha coberta pela bata branca e sua sapatilha.

– Oi, amor, está melhor? - diz Megan, usando um tom amável antes de acrescentar com animação - Pode jogar essa mochila aqui atrás!

– Oi... um pouco. - responde Julie com um sorrisinho xoxo. - Sei como é... mas relaxa e bota um sorriso nessa cara! É a Noite de Esquecer Ex-namorados Idiotas! Uhuuuuul! - grita Megan antes de pisar no acelerador e leva-las em direção à festa mais animada de São Francisco.

*

Quinze minutos depois, as duas estavam paradas na frente de uma casa grande de andar. Todas as janelas jorravam iluminação para o jardim e era possível ver a grande quantidade de gente tanto dentro como fora da residência.

Megan estacionou e logo depois se virou para a prima:

– Conferida rápida. – disse, oferecendo vários ângulos de seu rosto para que Julie checasse sua maquiagem.

– Está ótima! A minha? – Megan insistiu com a prima para que ela pintasse o rosto no trajeto e venceu por cansaço.

– Perfeita! Vamos? – perguntou, animada.

– Vamos... – respondeu Julie, nem tão animada assim.

A casa era realmente grande. Enquanto procuravam seu anfitrião, Megan levou Julie a vários corredores e cômodos cheios de gente, cumprimentando metade do pessoal. O dono da festa estava nos fundos da casa, de frente para a piscina e deu um largo sorriso ao avistar Megan.

– Meggie, que bom que você veio! – disse, abraçando-a de u jeito íntimo.

Ao que tudo indicava, eles deveriam ser amigos de longa data.

– Essa é minha prima Julie! – Megan apresentou – Julie, Edgar.

– Oi! – Julie deu um sorrisinho, tentando parecer o mais legal possível e estendeu a mão.

– Olá, Julie! – Disse Edgar, apertando a mão que Julie ofereceu com um bonito sorriso estampado na face.

O rapaz aparentava ter por volta dos 19 anos. Muito provavelmente tinha a mesma idade de Megan. Era alto, loiro e tinha um par de cristalinos olhos azuis. Seu rosto demonstrava certa inocência, o que lhe conferia um certo charme.

– Prima de Megan, então? – ele perguntou – Espero que seja mais ajuizada que ela! – acrescentou, rindo.

– Há. Há. Há. – disse Megan com ironia, rindo levemente depois.

Julie sorriu e respondeu:

– Na verdade, eu acho que sou sim...

Nesse momento, alguém de dentro da casa chamou Edgar. Perguntando onde tinha mais bebidas ou coisas assim. Ele se despediu formalmente e saiu.

Megan a olhou com um olhar malicioso.

– O quê? – perguntou Julie com inocência.

– Você não parou de encarar o Ed...

– Mentira! – disse Julie, alarmada consigo mesma.

– Pois é... Julie danadinha quer pegar o gato da festa! – disse Megan, gargalhando em seguida.

Julie revirou os olhos e esperou a prima se conter, encarando-a com uma expressão séria.

– Agora não, Megan. Por favor... – disse já meio triste.

Megan pareceu se lembrar da situação em que a prima se encontrava e o motivo de tê-la carregado até ali.

– Oh. Certo, desculpe...

Fez-se um momento curto de silêncio entre as duas e Megan quebrou o gelo:

– Venha, vamos procurar a pista de dança. Eu te trouxe aqui para se divertir!

A partir daí Julie até conseguiu dar uma espairecida. Por vários momentos, pareceu ter se esquecido de Carl enquanto demonstrava estar se divertindo tanto na pista de dança, quanto no videogame e conversando com os vários jovens presentes. Megan ficou feliz em ver a prima bem.

No final das contas, tanto ela quanto Julie se divertiram bastante. Só não entraram na piscina porque nenhuma das duas tinha roupa, Julie já não estava tão animada pra esse tipo de coisa e Megan alegou que “seu cabelo demorara duas horas para ser feito”.

No final da festa, Julie foi embora com o contato de mais de cem jovens nas redes sociais e estava mais alegre que antes. Apesar de ter bebida alcoólica (nada muito pesado), ambas preferiram não beber. Megan porque estava dirigindo, Julie porque ainda não tinha idade (mesmo numa festa longe da mãe, ela preferiu manter seus valores).

Como estava tarde, Megan foi dirigindo um pouco mais devagar para não atrapalhar o sono dos moradores da região. Quando elas estavam a duas ou três esquinas de distância da casa de Edgar, acabaram pegando uma rua enorme cuja única luz que havia provinha dos postes tampados pelas árvores altas que cresciam ali. Aquele era um lugar perigoso.

Megan travou todas as portas do carro e ligou a luz alta, que aumentou o campo de visão de ambas, mas acabou deixando o ambiente mais sinistro ainda. Julie começou a respirar mais rapidamente.

– Ju, acalme-se, o.k.? É só uma rua escura... não vai nos acontecer nada.

Claro que Megan sabia do trauma da prima por ruas como aquela. A família inteira sabia que, fora numa rua mal iluminada que o pai de Julie fora assassinado diante de seus olhos.

Eles voltavam de um passeio que acabou demorando demais quando dois elementos surgiram da escuridão e assaltaram o homem e sua filha de cinco anos. Como não havia dinheiro o suficiente, um dos babacas simplesmente atirou à queima roupa no peito do pai de Julie e fugiu com o comparsa.

A pequena Julie ficou sozinha no escuro. Chorando e vendo o corpo inanimado do pai estirado no chão sob uma poça de sangue, por cerca de duas horas. Até que um carro surgiu no fim da rua e se aproximou. O casal que havia ali imediatamente parou o carro ao ver a cena e socorreu a pequena Julie. Infelizmente, Julie, a única testemunha, era nova demais para entender o que tinha acontecido.

– Certo... – respondeu Julie, tensa.

Então, sem mais nem menos, uma silhueta surgiu no fim da rua, e só podia ser vista graças à pouca luz dos postes, que escapava entre as frestas das árvores.

– Meu Deus! – Julie assustou-se, e sua respiração acelerou um pouco mais.

– Calma. Pode ser só um bêbado... E é o que está parecendo.

A figura aproximava-se lentamente no escuro e parecia cambalear. Quando se aproximou o suficiente para que a luz do farol o iluminasse, era apenas um mendigo trôpego.

– Um andarilho... e está bêbado. – disse Megan, fazendo uma pausa. Ela e Julie se entreolharam e Megan acrescentou - Vou passar o mais longe possível para não atropelar este pobre coitado. – dito isto, ela tornou a acelerar o carro devagar.

Quando o carro se aproximou mais, a luz alta dos faróis o iluminassem melhor e as garotas puderam enxergar com exatidão.

– Megan, acelera mais. Ouvi dizer que alguns assaltantes se disfarçam de mendigos para que os motoristas possam parar e ajudar. E quando fazem isso, sai um grupo do meio do mato e... – Julie não conseguiu terminar a frase.

– Julie, relaxa!

– Megan, por favor!

E então, o homem parou.

Por causa desta ação repentina, Megan freou bruscamente. Julie segurou-se no freio de mão, mas acabou escorregando um pouco para a frente.

Agora, elas estavam a cerca de cinco metros do sujeito.

– Megan! – Julie repreendeu a prima, puxando o freio de mão inconscientemente.

– Desculpe, desculpe. Foi só um susto!

E então o homem deu um urro. O som lembrava um rugido rouco, mas feroz. Era como um animal.

– Mas que droga?! Vamos sair daqui! Agora! – Julie apavorou-se.

Megan acelerou, mas o carro não saiu do lugar. Os pneus apenas derraparam no asfalto, liberando fumaça e fazendo um barulho enorme.

Logo em seguida, o homem fitou o carro e avançou correndo.

Julie gritou, Megan acompanhou-a.

Agora a única distância entre elas e ele era o um metro e meio de capô do carro. E o homem jogava as mãos para o ar, tentando agarrá-las inutilmente. Seus olhos estavam bastante vermelhos e saliva escorria de sua boca gritante.

– Julie, desça o freio de mão! – disse Megan, completamente assustada.

Mas Julie estava assustada demais para fazer qualquer outra coisa. A menina havia se encolhido no banco e protegia o rosto com os braços enquanto gritava.

Megan apertou o freio de mão e disse, antes de descê-lo com rapidez:

– Falou maconheiro chapado!

E o carro acelerou subitamente, passando por cima do andarilho-bêbado-drogado.

Quando chegaram no fim da rua, Julie havia parado de gritar mas mantinha uma expressão assombrada no rosto.

– Você o atropelou... – disse, fitando a prima num estado meio de choque.

– Ah, cala a boca! Sabe que você não está em condições de me censurar. – Mesmo se mantendo firme, a voz de Megan tremia.

Julie apenas virou o rosto e corpo para ver o homem caído há muitos metros.

Quando Megan ia fazer a esquina para pegar a principal, o homem começou a se levantar devagar.

Julie voltou rapidamente à posição original, chocando-se contra o banco ao se sentar.

– Julie? – perguntou Megan.

Julie virou o rosto lentamente e disse com a voz trêmula:

– Ele se levantou.

*

Quinze minutos depois, as duas haviam chegado no apartamento de Megan. Julie tomou um copo d’água e apesar da hora, ligou para a mãe. Conseguiu até se passar por calma.

No caminho de volta, as duas decidiram que seria melhor não falar nada pra ninguém. Se o homem havia se levantado, estava bem o suficiente para não estar morto.

– Então, vocês chegaram bem? – perguntou Monique calmamente.

Julie fitou Megan por um breve instante. A prima desconfiou do que se tratava e assentiu, lembrando a Julie que, como combinado, a volta fora ótima.

– Sim. Não houve nenhum problema. – Julie mentiu e se sentiu mal em esconder algo desse tipo.


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Notas finais do capítulo

Bem, não sei o que colocar aqui agora.
Gostaram? Como nos saímos com a "parte tensa"?
*Não esqueçam de mandar suas perguntas! ;)
Até logo.



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