Penso em você quando estou indo dormir

Quando eu acordo, penso em você novamente

Você é meu parceiro, amante, amigo

P.O.V Percy

Não sabia se foi certo aceitar o pedido dela, mas o que eu poderia fazer? Negá-lo? Annabeth sempre me ajudou, desde que nos conhecemos. Ajudou-me a assumir, ajudou a contar para Poseidon, me ajudou até em encontrar um namorado - que não durou nem um mês -. Devia isso a ela, Annie precisava de mim.

Caminhei até a grande cama do meu quarto. Nela estava uma imensa bagunça, roupas, sapatos e um pedaço de pizza. Certo, terei de dormir no quarto de hospedes.

Resmunguei alguns palavrões e me joguei na cama, pronto para dormir até meio dia, tudo seria um mar de rosas se eu não tivesse me jogado em cima de um corpo.

Droga, me joguei em cima de Annabeth.

P.O.V Annabeth

Tudo estava perfeitamente bem. Estava sonhando com unicórnios e um bolo gigante, que a propósito tinha caras sarados dentro. Um sonho completamente comum para adolescentes. Até que um ser pula em cima de mim.

Um grito agudo sai da minha garganta, meus olhos estão completamente abertos, todo meu sono se foi junto com os caras sarados, que agora estavam em cima dos unicórnios, dando um adeus e dizendo que não voltariam tão cedo. Esbravejei palavras sem nexo, até perceber que Percy ainda estava em cima de mim.

– Jackson ... sai de cima de mim. Você não é tão magro quanto acha que é...

– Certo... foi mal... – diz saindo de cima de mim, e me empurrando para o lado, pulando no espaço que sobrava.

– Por que você está no meu quartinho?– pergunto com uma certa raiva, ninguém gosta de ser acordado no meio de um sonho maravilhoso como o que eu estava tendo. - Ainda nem nos casamos, não temos tanta intimidade assim, senhor Jackson!

– Meu quarto está imundo ... – interrompi-o.

– Uma grande novidade! Daqui a pouco vai aparecer um ninho de ratos sob sua cama!

– Pare de me julgar! Não é minha culpa você ter essa mania de limpeza chata...

– Ta, tanto faz. Não pode dormir no sofá?

– Mal casamos e você já me quer no sofá? O que mais? Vai querer me por na casinha de cachorro amanha? Porque se for isso eu quero o divorcio!

– Você nem tem cachorro, nem pra isso você serve. – reviro os olhos, tentando parecer séria, e não soltar uma gargalhada. – Só se quiser que eu te mande para a casa do Ethan, aquele seu namoradinho é meio ninfomaníaco, não acha?

– É, por mais que ele seja muito sexy com o tampa olho, ele é bem tarado, por isso terminei com ele. Se me mandar para lá ele me fez de escravo sexual, me obrigando a vestir peitos falsos e uma roupa de enfermeira.

Eu não podia mais controlar minha risada histérica, que parece de uma pata tendo cria com um elefante.

– Meu Deus, ele não pode ser tão tarado assim!

–Ele é! Você nunca passou um final de semana com ele, não conseguia nem sair daquele quarto de hotel antes de...

– Não preciso dos detalhes sórdidos das suas noites, Perseu.

– Mas foi você que tocou no assunto. Sempre quis que eu conversasse sobre homens com você.

– Não quero mais! Estou brava com você, pulou em minha cama e atrapalhou o sonho maravilhoso que estava tendo.

– Sonhando com o quê? Luke pelado? – assim que ele falou aquela frase bati forte em seu braço. – Ai! O que eu fiz? Você gostava dele.

– Isso mesmo, gostava dele, na quinta série, será que você não esquece desse garoto? Ele nem era tão bonito assim, tinha aquela cicatriz gigante no rosto...

– Que você mesma disse ser ultra-sexy.

– Pare! Eu tinha doze anos! – sussurro, já cansada do assunto. - só porque fui apaixonada por Luke desde o primário não significa que eu ainda tenha um quedinha por ele. Estou cansada vamos dormir.

– Okay dona mandona, não quero nem pensar como vai ser morar contigo. – ele resmunga.

Apago a luz do abajur e me ajeito na cama, a última coisa que sinto antes de cair no sono são os braços fortes de Percy passarem por cima de minha cintura, como fazíamos desde os dez anos.

***

Percy e eu estávamos encarando todos os nossos amigos na grande sala de estar da casa de Percy.

– Então, o que tinham para falar? – Nico fala, enquanto enrola os cabelos negros e azuis de Thalia em seu dedo.

– Falem logo, eu tenho um compromisso. – resmunga Leo.

– Aonde? Em algum puteiro? – fala Reyna, enquanto trocava mensagens com alguém pelo celular.

– É, aquele em que você trabalha, eu te vi lá esses dias. – não preciso descrever o ódio no olhar de Reyna, parecia que ela pegaria uma faca e fincaria no olho de Leo.

– Parem vocês dois! – grito, chamando a atenção do grupo de oito pessoas que estavam esparramados pela sala. – Temos uma coisa importante para falar! – meus olhos já estavam fechados de nervosismo.

– Fale logo! – Silena esbravejava de ansiedade.

– Eu e a Annabeth...

– Vamos casar! – falei rápido, e abri os olhos lentamente, observando os rostos surpresos de todos.

Nico estava com os olhos arregalados, Thalia estava segurando o ar, Leo que estava levando um punhado de salgadinhos até a boca deixou tudo cair, Reyna estava meio vesga e falando coisas sem sentido, Silena fazia uma dança estranha ao lado de Beckendorf – que observava tudo meio incrédulo -, cantarolando um “eu sabia, eu sabia” e “ a idéia foi minha, eu sou uma gênia”, Clarisse cuspira todo o suco que estava na boca em Chris.

– Mas ... ele é ... ele é GAY! – Thalia gritou, caminhando em minha direção e me balançando para frente e para trás. – Meu Deus, meus melhores amigos são loucos... – sussurra caminhando de um lado para o outro.

– É, mas isso não tem nada haver. – tento controlá-la.

– Claro que tem! Ele gosta de HOMENS, e você também gosta de HOMENS. Não dá certo! – Nico se intromete.

– Eu super apoio, é inovador, mamãe adoraria! – Silena responde alegremente, sentada no colo de Beckendorf.

– Mas esse casamento não é para esse sentido! – Percy tenta acalmá-los. Thalia respira fundo e fica nos encarando, junto com todos os outros.

– E qual o sentido disso?

– Se eu não me casar não poderei assumir a empresa, e se não assumi-la Dionísio fica com ela.

– Ah, aquele velho babão, nunca fui muito com a cara dele. – Reyna fala, e traga um pouco de seu cigarro.

– Foi meu avô que fez o testamento.

– É, ele também não era muito gente boa, dizia que eu era um mal exemplo e falava para minha mãe me colocar em um convento. – Reyna solta um gargalhada, Reyna em um convento é a mesma coisa que cego em tiroteio.

– Mas o casamento vai ser em Las Vegas! – Percy avisa. – Então arrumem suas passagens, passaremos um bom tempo em Las Vegas.

– Você sabe que temos uma vida? – Clarisse que até agora estava calada se pronuncia. – Tenho a academia para cuidar!

– Vocês darão um jeito, afinal é Las Vegas! – Percy fala animadamente.

– Isso aí! É Las Vegas, um mundo não tão novo para nós, seremos praticamente um bando de virgens por lá, vai ser demais! – Leo levanta, me erguendo nos ombros. – Acho que teremos que dar um banho de ovos na noiva.

– É um casamento, não um aniversario.

– Quem liga? – Thalia aparece e quebra um ovo em minha cabeça.

Depois disso ficarei com cheiro de ovo podre uns meses.

***

Insanity