As Mulheres de James Sirius Potter escrita por Lia Galvão, Miss Stilinski


Capítulo 7
Elena Ann Brothback


Notas iniciais do capítulo

Olá! Bem, isso está virando quase um ritual aqui nas notas mas ainda assim queria agradecer pelos 42 comentários e pelos acessos monstruosos que a fic está tendo. Muito obrigada mesmo, vocês não tem ideia do quanto isso nos deixa feliz. Quero aproveitar aqui para me desculpar com quem eu ainda não respondi os comentários, farei isso o quanto antes e vou parar de falar pra deixar vocês desfrutarem o capítulo, o primeiro de 2015! yey ~Lia G.



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Depois que as provas finalmente acabaram e a Grifinória ganhou a Taça das Casas por dois pontos (graças a nossa vitória contra Corvinal), finalmente chegou o dia em que todos esperavam: a primeira manhã de férias. Só havia um ponto negativo nisso tudo, não poder usar magia fora de Hogwarts.

Eu, Albus, Hugo e Fred já havíamos arrumado nossas malas e esperávamos as garotas descerem. Olhei o relógio, percebendo que era quase 10:40 da manhã. Eles se sentaram nas poltronas depois de ficar em pé por vinte minutos enquanto eu esperava ao pé da escada que dava para o dormitório das meninas.

Eu já estava quase batendo a minha cabeça na parede, quando ouvi o barulho de algo batendo nas escadas. Olhei para cima e vi Dominique descendo primeiro, carregando o que parecia ser o guarda-roupas dentro da mala. Lisa, Lily e Rose vinham atrás. A única que parecia ser mais básica era Rose.

Elas chegaram no último degrau e olharam para mim, como se eu fosse o culpado por suas malas estarem pesadas.

— Vai ficar nos olhando com essa cara de pastel? — perguntou Lisa, adorável como sempre. Bem, pelo menos estávamos nos falando normalmente. — Ou vai nos ajudar?

— Qual a probabilidade de essas coisas, que vocês chamam de bagagem, caírem nos meus lindos dedos? — perguntei em resposta. Elas ergueram uma das sobrancelhas e eu bufei. — Olhem, vou ensinar uma coisa para vocês... Vingardeum Leviosa — agitei a varinha e as malas delas começaram a flutuar. — Ainda estamos em Hogwarts, agora vamos!

Elas ficaram espantadas, mas me seguiram e Lily veio correndo segurar a minha mão. Olhei para a baixinha e baguncei seus cabelos. Albus e os outros começaram a andar com pressa para fora da sala comunal quase deserta. Família grande uma coisa complicada, vou lhe contar.

Depois que conseguimos, finalmente, pegar uma carruagem e colocar toda aquela tralha dentro, entramos no trem e cada um se espalhou por ele, sobrando apenas eu, Dominique, Fred e Lisa no meio do corredor.

— Acho que Luna deve estar em um desses cabines. — Falei e comecei a andar, desviando de alunos no meio do caminho.

— As coisas deram certo entre vocês dois? — perguntou Lisa às minhas costas.

— Sim... quero dizer não do jeito que está achando — respondi. — Somos apenas amigos — dei de ombros.

— Ah... — ela me deu um empurrão e eu olhei para trás, vendo que Lisa sorria. — Menos uma para você quebrar o coração, hein.

— Rá, rá — eu ri com sarcasmo. — Você é hilária... só que não — e revirei os olhos. — Ainda bem que eu não verei você por três meses inteiros.

Ela passou as mãos pelos meus ombros, como Fred fazia comigo, e disse:

— Lamento dizer que esse seu sonho não se realizará, uma vez que Dominique é minha amiga; Rose é minha amiga; Luna é minha amiga; Fred é meu amigo e até Roxanne fala comigo. E você, é meu parceiro no quadribol... É... algo me diz que você me verá por um longo tempo.

Lisa retirou o braço dos meus ombros, dando um tapinha neles e seguiu em frente, abrindo a primeira cabine que viu pela frente, enquanto eu digeri o triste fato que Lisa Carter já era da minha família.

(...)

Ah, nada como a casa dos meus avós! Era pequena, mas não impedia que todos os netos e filhos coubessem n'A Toca. Eu adorava ficar lá, principalmente porque tudo se enchia de barulho e gente. Eu reclamava de ter muita gente na família, mas não trocaria aquilo por nada.

Desci as escadas, com os cabelos desgrenhados, descalço e apenas com a calça azul do pijama. Ouvi barulho na cozinha e na sala. Como eu estava com fome, fui para a cozinha primeiro, encontrando Louis sentado à uma cadeira, roubar algum pedaço de torta que, por algum milagre, sobrara do jantar da noite anterior. Já estava ali há uma semana e nada sobrava depois do jantar, vai por mim.

Sorri para meu priminho, depois de pegar dois pedaços e devorar um com apenas duas mordidas, fui para sala com o segundo já pela metade e quase cuspi a torta que estava em minha boca. Será que eu não teria paz?

— O que está fazendo aqui, Lisa?

— Cheguei tem duas horas — respondeu ela, desviando a atenção da televisão para me olhar. — Sua avó e uma das suas tias, que eu não conheço, foram me buscar na estação.

— Pensei que só viria amanhã — falei, indo me sentar ao seu lado.

— Amo meus pais... mas a vida que eles levam não é para mim — Lisa deu de ombros.

— Sei, sei... o que está assistindo? — perguntei, já me acomodando no sofá e colocando meus pés em cima de suas pernas.

— Tire seus pés de mim, garoto. — Ela empurrou meus pés e eu os coloquei de volta em cima dela. Ficamos assim por um tempo, até que eu soltei:

— Podemos ficar assim o dia inteiro, que eu não vou desistir.

Lisa bufou.

— Argh! Por que é tão chato?!

— Eu sou assim — dei de ombros, acomodando meus pés em cima dela novamente. Dessa vez Lisa não relutou. — Então, o que está assistindo?

— Uma série trouxa, Smallville — respondeu ela, num suspiro. Eu olhei para a TV, que ainda estava no pause.

— Está em qual episódio de qual temporada?

— Três, da primeira. — Respondeu Lisa, de um modo mecânico.

— Opa, então põe no primeiro episódio aí — falei, animado. — Quero saber se é legal.

— Ah, não, James — reclamou, afundando—se no sofá. — Vou ter que voltar tudo de novo!

— Vai, porque eu não vou sair daqui e eu quero assistir também — dei o meu melhor sorriso inocente. — Cadê Fred?

— Sei lá, James. Se agarrando com a Dominique? Ou dormindo? Não tenho talento para clarividência, se é que me entende. — Ela se inclinou para frente, para poder voltar os episódios.

— Ah, põe logo esse negócio, vai, leãozinho — disse, ajeitando—me no sofá. Lisa apoiou os cotovelos ossudos em minhas canelas e a série começou.

(...)

Nunca fiquei tão vidrado em toda a minha vida por alguma coisa, quem dirá uma série trouxa. Não que eu nunca tivesse visto uma série ou um filme, porque meu pai foi criado por trouxas e gostava de ter algo que fosse do mundo de sua mãe.

Lisa e eu, por incrível que pareça, não discutimos durante os episódios que vimos. Passamos a manhã, a tarde e quase a noite inteira vendo Smallville, fazendo pequenos intervalos para ir ao banheiro e comer alguma coisa. Era isso que acontecia quando se ficava viciado.

Minha avó nos obrigou a fazer uma pausa para jantar. Enquanto íamos para a pequena cozinha, eu e Lisa discutíamos sobre a série. Devo confessar, eu estava me divertindo com a leãozinho.

— Aquela Lana é muito gata, cara — comentei, animado. — E dá para ver que ela gosta dele! Eles têm que ficar juntos!

Lisa virou-se para mim, fazendo uma careta. Ela tinha prendido o cabelo num coque bem rente à cabeça e estava de pijamas: um short e uma blusa regata, com um enorme tigre estampado; eu ainda usava apenas a minha calça. Lisa não pareceu se incomodar de me ver sem camisa. Ela era anti-James Sirius. E até que era legal.

— Eu considerava você legal até abrir a boca — disse ela, andando de costas. — Você está louco, James. Lana não merece ficar com o Clark. Jamais mereceu!

— Então quem o merece? — cruzei os braços e ela balançou a cabeça.

— Nunca viu nenhum dos filmes, não é? — ela se sentou em uma das cadeiras e eu me sentei ao seu lado, nem reparando que meus outros primos se reuniam à mesa.

— Não.

— Então vamos esperar até que a pessoa que o merece de verdade apareça. — Lisa deu um sorriso afetado, como se apreciasse minha angústia. — Cara, como eu odeio a Lana Lang!

Revirei os olhos, um pouco irritado, mas não tão irritado de verdade. O fato era que eu estava adorando ver Smallville com Lisa. Ela era uma espécie de Luna avessa; tão delicada como um coice de cavalo. Era bom conversar sobre coisas que não eram relacionadas à contos e de fadas e outras princesas, embora Luna tivesse melhorado nesse quesito.

O jantar foi posto e nós começamos a comer. Dominique e Fred ainda não haviam aparecido e eu estava com medo do que esses dois pudessem estar aprontando. Vovô questionou sobre eles e eu e Lisa demos de ombros.

A conversa e os risos preencheram a cozinha d’A Toca. Eu e Lisa ainda conversávamos sobre vários assuntos; quando ela não estava me xingando, até que eu conseguia gostar dela. Assistir séries pode fazer com que você ganhe amigos. Mas séries boas.

Assim que terminamos, voltamos para a sala, monopolizando a televisão novamente. Mandamos todos irem brincar no jardim ou em qualquer outro lugar e apertamos o play do DVD. Lisa deitou na extrema direita do sofá, enquanto eu deitei no extremo esquerdo, tendo como seus pés uma bela vista. Ainda bem que não impediu-me de ver a tv.

Estávamos no meio do episódio quinze da primeira temporada, quando Fred finalmente resolveu dar o ar de sua graça. Levantei o olhar assim que ele perguntou:

— O que vocês estão vendo?

— Uma série trouxa — respondi, voltando meus olhos para a televisão novamente. — Onde você estava?

— Querem mesmo saber?

— Não — respondeu Lisa.

Ele ficou em silêncio, prestando atenção na série. Quando tornou a falar, foi para repetir a pergunta:

— O que estão vendo?

— Uma série trouxa — foi a vez de Lisa responder.

— Dã, isso eu já sei. Quero saber o nome — retrucou Fred, com o seu jeito especial.

— Smallville — falei, ainda sem olhá-lo.

— Hum... parece legal — observou Fred. — Coloca no primeiro episódio!

Eu e Lisa o olhamos ao mesmo tempo, soltando um gemido.

— Não! — dissemos em uníssono e Fred se encolheu.

— Também não queria mesmo — e se afastou para a cozinha. Antes de desaparecer, Lisa gritou:

— Diga para Nique estar na cama quando eu for deitar!

Fred resmungou alguma coisa de lá de dentro e eu e Lisa rimos juntos. Eu sabia que Fred havia se sentido magoado e deixado de lado. Mas, em minha defesa, fora ele quem me deixara primeiro ao passar o dia inteiro com Dominique em algum lugar.

Voltamos a ver a série. Aguentamos o máximo que pudemos, mas acabamos adormecendo no sofá mesmo. Eu nunca havia ficado tanto tempo asim com Lisa e, no final, acabei descobrindo que ela não era assim tão ruim quando não estava ocupada me odiando.

Gostaria poder dizer que eu e Lisa terminamos de ver todas as temporadas naquelas férias, mas não foi assim. Vovó (e os meus pais) não nos deixaram ficar 24 horas por dia assistindo a série, então só conseguimos chegar até quarta. Meu avô até se interessou (principalmente pela parte dos efeitos especiais), contudo, não conseguiu entender a história e desistiu.

Na volta para Hogwarts, Dominique e Fred passaram grande parte da viagem nos encarando com cara de pastéis, já que eu e Lisa não parávamos nem por um segundo de falar sobre a série, pelo menos até Luna aparecer, porquê a partir daí só ela falava.

— Pessoas! Como eu senti saudades de vocês! Como foram suas férias? Ah! As minhas foram incríveis, perfeitas, se assim posso dizer… Adivinhem aonde papai nos levou? Isso mesmo! Na disneyland! Lá é tãaaaaaao perfeito! Eu tirei fotos com o Mickey, com a Fera, com a Tinker Bell e, adivinhem de novo? NA MOSCA! Com. O. Príncipe. Eric! — Ao mencionar o último ela caiu sobre mim e Fred, suspirando.

— É, eu fiquei sabendo algumas coisas sobre esse tal de príncipe Eric. — Lisa disse com um sorriso maroto e Dominique tentou, mas não conseguiu conter a gargalhada que veio em seguida.

— Eu tenho uma pergunta, Luna. — A ruiva se pronunciou erguendo a mão e a loira a encarou com curiosidade e atenção. — Quando você me explicou sobre essas coisas da disney nunca disse nada sobre os príncipes praticarem esportes, então me conte, desde quando o príncipe Eric é o capitão de quadribol da Grifinória? — A ruiva piscou as pálpebras duas vezes ao mesmo tempo em que eu engasgava com minha própria saliva e Luna se levantava de repente, corando ao ponto de poder se camuflar nas cortinas da minha comunal.

— Desculpe, o quê? — Tive que perguntar assim que me recuperei, alternando o olhar entre Dominique, Lisa e Luna.

— Você é idiota, Potter? — Lisa perguntou revirando os olhos e eu me senti levemente ofendido.

— Nã-não é nada, James, as ignore. — Luna pediu, mexendo nos cabelos e eu a observei com um olho meio fechado.

— Luna Frank. — Chamei e ela relutou por cinco segundos antes de me encarar com cara de quem não havia feito nada. — Desde quando Eric é meu capitão? — Perguntei semicerrando o outro olho e ela suspirou, brincando com a barra da capa.

— Bem, você sabia que Victor tem olhos azuis? — Luna não era mais tão inocente quanto antes, sabia disso, mas a maneira que ela pronunciou a frase a faziam parecer com àquela Luna de cinco anos, que havia recém-descoberto o mundo da Disney.

— Sim eu sei, Luna, passei o último ano inteiro com ele. — Esclareci e ela suspirou outra vez.

— Sabe, ele me ajudou a colorir igual. São como os do Eric... E eu consegui colorir! — Ela se animara novamente, sorrindo com a conquista e então largou a capa, bufando e sentando ao meu lado. — Ele apareceu lá no Caldeirão Furado nessas férias e sempre me encontrava lá no balcão. — Começou, enfim. — E ele não se incomodava quando eu começava a falar, na verdade ele parecia querer me ouvir e em nenhuma das vezes correu atrás de Alice ou Ginny por elas serem mais caladas. — Luna balançou a cabeça e sorriu timidamente. — Depois da sexta vez seguida que foi ao bar ele disse que só ia até lá para me ver. — Ela estava corada e eu a encarava com um sorriso sugestivo, o que pareceu a deixar ainda mais envergonhada. — E nós saímos! É isso!

— Espere… Victor… Victor Gregor e você? — Fred perguntou como se tentasse produzir uma poção muito difícil.

— Esse é o nome dele. — Luna assentiu lentamente, feliz pela confusão de Fred já que eu, Dominique e Lisa a encarávamos “daquele” jeito.

— Ela cresceu pessoal! — Dominique foi a primeira a gritar, acompanhada na festa pelas palmas de Lisa.

— Okay, e como foram as férias de vocês? — Ela perguntou, pela primeira vez desde que eu a conhecia, não querendo falar.

E bem, vocês já podem imaginar que o resto da viagem terminou comigo e Lisa falando sobre Smallville.

(...)

Aos meus catorze, quase quinze anos, eu já não acreditava em mais nada daquela baboseira que meus pais um dia me contaram na cozinha. Tinha certeza de que aquela coisa toda de amor era reservada para os filmes que Luna assistia e que, se existia de fato na vida real, eu não era uma das pessoas escolhidas para amar de verdade.

Não que eu esteja reclamando, antes pelo contrário! Com 14 anos eu estava apenas começando a desfrutar do que a vida havia me reservado. Com toda aquela confusão que qualquer um se encontra quando está passando pela puberdade, eu estava me saindo muito bem, obrigado.

Já estávamos em Hogwarts há pouco mais de dois meses, em um dos raros momentos em que todos os meus companheiros estavam lá presentes quando Fred pigarreou, interrompendo o silêncio que pairava no ar.

— Dominique tem andado estranha ultimamente... — Fred começou a falar e eu tirei os olhos do livro que lia para encará—lo. — Hoje estávamos conversando no jardim e quando eu disse que estava animado por ter sido escalado como titular ela começou a gritar afirmando que eu só ligava para quadribol. Segundos depois ela começou a chorar, falando que sente falta do tempo que passávamos juntos. E aí foi embora. — Agora pensem em um cara de um metro e oitenta e sete com cara de um bobão confuso olhando para mim em busca de auxílio. Esse era Fred.

— Talvez ela tenha se cansado de você mas não quer ser tão rude para termimar. — E talvez eu estivesse sentindo ciúmes dos meus primos me deixando totalmente de lado.

— Você acha isso mesmo? — Agora imaginem aquele mesmo cara quase chorando, eu tive que fazer um certo esforço para não gargalhar.

— Escute aqui pequeno gafanhoto. — Suspirei deixando o livro de lado e sentando—me mais na beirada da cama. — Não sei se seu pai te explicou mas existe uma coisinha chamada puberdade. É uma época aonde seu corpo p…

— Eu sei o que é puberdade, James. — Ele revirou os olhos e eu me senti aliviado por não ter que explicar o que era.

— Pois bem. As garotas também passam por esse período conturbado da adolescência, não sei detalhes porque se ainda não percebeu eu tenho um pinto, mas Dominique deve ter qualquer coisa assim.

— Então ela não está cansada de mim?

— E eu vou saber??

— Você entende as garotas James. Uma ajuda não custa nada. — Afirmou e eu não pude deixar de rir.

— Eu entendo as garotas? — Perguntei lembrando o quão difícil estava sendo lidar com as garotas. — Meu amigo, se confia tanto em minhas palavras então preste atenção: Garotas não são seres entendíveis.

— Isso não é uma palavra.

— Você entendeu. Você pode tentar procurar em livros ou até mesmo fazer uma pesquisa de campo. Nada te ajuda a saber como lidar com elas. — Afirmei usando as exatas palavras que ouvi tio Ron dizer uma vez, quando chegara lá em casa bêbado após uma briga com tia Hermione.

— Ora, ora... — Ouvi Stephen Thomas dizer e virei-me para encará-lo. — Quem diria que o galã da grifinória não conhece o terreno aonde ele vive?
— Eu não disse exatamente isso... — Comecei mas Edward Finnigan não me permitiu terminar.

— Vamos fazer uma aposta. James tem até o final do ano para entender as garotas ou terá que...

— Recusar o cargo de capitão do time. — Klaus Caudwell interveio e eu o encarei com desprezo.

Duas semanas atrás Victor havia me chamado informando que eu era o mais votado para assumir seu posto no ano seguinte, mas a decisão disso era completamente minha. Klaus era a segunda opção no caso de eu recusar.

— O que é que as mariquinhas tanto querem saber sobre como funcionam as garotas? Desde que elas tenham seios grandes e estejam com a língua dentro da minha boca eu não ligo pro que é que elas estão pensando.

— Está amarelando, Potter? — Klaus tornou a falar e eu ri.

— Poderá levar um exemplar junto a seu kit de maquiagem, Caudwell. — Afirmei e não deixei que a conversa se estendesse por muito tempo. Eu tinha uma missão impossível a cumprir. Eu precisava entender as mulheres.

***

Eu sabia o quão difícil seria aquilo antes mesmo de aceitar participar daquela aposta. Eu só não sabia que seria tão difícil assim.

No dia seguinte eu enviei uma carta para minha mãe; a minha cara de pimenta sempre tinha a resposta certa quando eu precisava e, que melhor pessoa para me ajudar a entender as mulheres se não minha mãe?

A resposta que chegara com minha coruja três semanas depois foi desanimadora. Mamãe afirmara que mulheres eram demasiada complicadas e que cada uma delas era diferente, não existia uma fórmula para que eu as entendesse e eu seria mais feliz se deixasse essa bobagem de lado.
Eu quase entreguei o cargo para Klaus naquele dia, mas não deixei me abalar com tanta facilidade.

Depois do almoço eu procurei Dominique com a mesma pergunta na ponta da língua e vocês se surpreenderiam em como os Weasley tem o mesmo pensamento quando o assunto é mulheres.
Ainda sem desanimar fui atrás de Lisa, o que eu não deveria ter feito porque minha resposta foi um tapa e algo como "não é problema meu se você está tendo problemas com garotas".

Lily, Rose, Luna, Roxy, Lucy e até mesmo Saphira Malfoy!; Nenhuma garota naquela escola parecia saber ou querer me ajudar.
E foi totalmente sem fé em mim mesmo que, um mês depois, eu me juntei ao restante dos alunos para uma visita a Hogsmeade.

— Como vai sua pesquisa Potter? — Klaus perguntou e eu o ofereci meu melhor sorriso presunçoso.

— Muito bem, obrigado. — Respondi e ele riu, como se estivesse muito ciente do meu fracasso.

— Já conseguiu alguma coisa, cara? — Fred perguntou e eu não precisei colocar em palavras. — Você sabe que não precisa fazer isso de verdade, não sabe? Quero dizer, foram só palavras, nem dá pra levar essa aposta a sério...

— Fred, eu gosto que tenham confiança em minha palavra. — Afirmei e ele murchou os ombros. — Não se preocupe priminho, ano que vem o mais novo capitão terá o meu sobrenome. — Afirmei dando tapinhas nas costas dele e o deixando para trás ao entrar na dedosdemel.

A vendedora que trabalhava lá, Anna Jordan, era muito gostosa. Por isso no ano passado eu havia decidido passar minhas visitas na loja de doces ao invés de na companhia da velha Rosmerta.

A loja estava apinhada de alunos, era difícil andar por ali sem esbarrar ou pisar no pé de alguém mas eu havia conseguido alcançar a terra prometida: A estante de sapos de chocolate bem ao lado do caixa aonde Anna atendia a todos atenciosamente.

Estava distraído enchendo minha cesta com metade do estoque de sapos da loja quando, sem querer, esbarrei a mão no braço de uma garota, derrubando sua cesta no chão.

— Sinto muito senhorita... — A encarei enquanto me baixava para ajudá-la a juntar seus doces e soube que a conhecia de alguma aula de Herbologia. — Brockban?

— Brothbank. — Ela me corrigiu sem humor e puxou sua caixa de feijoezinhos de todos os sabores rudemente de minhas mãos. — Da próxima vez preste atenção no que está fazendo. — Ela rosnou e levantou-se, tentando caminhar para longe dali.

Franzi meu cenho e também me levantei, esquecendo minha cesta de lado e começando a segui-la.

— "Muito obrigada, James" "Não era necessário, mas obrigada" — Resmunguei com minha melhor voz de garota ao seu lado. — Bobagem senhorita, é um prazer lhe ser útil. — Afirmei sorrindo e ela revirou os olhos. — Hey! Qual é a dessa revirada de olhos? Pra quê tanto ódio? — Perguntei levemente chateado e ela riu.

— Acho que não está acostumado com isso, mas deixa eu te contar uma coisa. Nem todas as garotas são perdidamente apaixonadas por você. — Disse sem se dar ao trabalho de me olhar e eu fiz minha melhor cara de magoado.

— Olha, eu sei disso, passo mais tempo com Lisa Carter do que gostaria. Mas ainda não estou entendendo o que foi que eu lhe fiz. — Resmunguei e então ela me fuzilou com seus olhos castanhos.

— Obrigada por derrubar meus doces e depois me ajudar a catá-los. Agora sai da minha cola. — Ela sorriu sem vontade e eu semicerrei os olhos.

— Qual o nome dele? — Perguntei começando a me divertir com aquilo e ela arqueou uma sobrancelha.

— É o quê?

— O garoto que te trocou. Está dando pra ver. Quero dizer, você está com a mesma cara da doida da Clarisse quando eu ... aí! — Resmunguei ao sentir alguém pisando no meu pé e vi uma cabeleira loira passar por mim, acompanhada logo atrás pela doninha fêmea.

— Trasgo. — Saphira rosnou para mim e se apressou a amparar a amiga.

Como é que eu ia saber que Mellody estava atrás de mim? Balancei a cabeça e voltei minha atenção para a garota, mas percebi que ela não estava mais ali.
Soltei um palavrão resmungado e olhei por cima das cabeças, a procura da garota, a encontrando saindo do caixa.

Corri da melhor maneira que consegui até a porta e cheguei bem a tempo de impedir que ela saísse.

— Qual é o seu nome mesmo? — Perguntei e ela bufou, esperando que eu saísse da porta e bufou outra vez ao ver que eu não sairia até ter o que queria.
— Elena. — Disse e eu sorri contente, liberando a passagem e começando a acompanhá-la.

— Pois bem, Elena. — Comecei e reprimi o sorriso ao ver o quão insatisfeita ela estava pela minha companhia. — Tenho uma proposta a fazer. — Disse e ela me olhou, esperando se livrar de mim o quanto antes. Sorri e ela revirou os olhos.

— Fala logo Potter. — Disse impaciente e ao perceber que minha demora era proposital voltou a andar.

— Não, espera. — Chamei e ela parou outra vez. — Ok, então supondo que esse garoto quebrou seu frágil coração. Você quer se vingar dele, correto? — Arrisquei e pela mudança repentina de expressão em seu rosto eu soube que estava no caminho certo. — Acredite em mim, conheço maneiras melhores de deixar um cara arrependido do que o envenenando.

— Não sabia que garotos eram de seu interesse. — Ela provocou e foi minha vez de revirar os olhos.

— Eu sou um garoto. Sei o que nos irrita. E bem, seja lá quem for tenho certeza que ele não ficará feliz em ver que você seguiu em frente ao invés de ficar chorando por não o ter mais. — Ela cruzou os braços, mostrando que estava prestando atenção e eu continuei. — Eu posso te ajudar com isso. — Conclui e ela riu desacreditada.

— Certo, e o quê você sugere?

— Bem, você seria vista comigo, pode até falar que estamos juntos. Posso te garantir que em menos de uma semana ele vai te procurar pedindo satisfação.

— Então você está sugerindo que eu fique com você para que o Klaus sinta ciúmes? — Perguntou e de repente eu achei tudo mais interessante. Porém me limitei a concordar com a cabeça. — Qual a parte do "nem todas as garotas são perdidamente apaixonadas por você" você não entendeu? — Perguntou e foi minha vez de rir.

— Bem, posso te fazer mudar de idéia se me der a oportunidade. Mas vamos lembrar que eu apenas quero te ajudar. — Pisquei algumas vezes e ela alterou o peso de uma perna para a outra.

— E o que é que eu terei de dar em troca dessa boa ação? — Perguntou e eu sorri, chegando exatamente ao ponto em que eu queria.

— Nada demais. Eu só quero que você me ajude a entender as mulheres. — Coloquei as cartas na mesa e ela riu, como se a resposta que ela tivesse fosse a mesma de todas as outras garotas para quem perguntei.

— Você me garante que ele vai voltar? — Perguntou e eu afirmei com convicção, mesmo sem ter tanta certeza.

— Trato feito. — Concluiu e eu sorri, apertando a mão que me fora estendida.

***

Estava na biblioteca sentado de frente para Elena enquanto ela fazia seus deveres e eu supostamente fazia o meu, mas na verdade eu só conseguia olhá-la e analisar o quão bonita -e gostosa- ela era.

Elena tinha a minha idade e devo confessar que era muito bonita para uma lufana, sem querer ofender, mas elas eram em sua maioria mais adoráveis do que bonitas.
Era um pouco mais baixa que eu, morena, com cabelos e olhos castanhos. E seu corpo -eu havia reparado bem nele no caminho até a biblioteca- era bem desenvolvido para seus quatorze anos.

Certo, ela não tinha os seios de Clarisse, mas eles chegavam quase lá e suas nádegas eram notáveis mesmo por baixo da capa, então julguei que fossem satisfatórias.
Estava a tempo demais a encarando sem fazer nada do que deveria quando resolvi colocar meus pensamentos em palavras. Não seria possível ela me rejeitar quando eu estava tão absurdamente sexy com aquela gravata frouxa.

— Elena... — Chamei e ela me encarou. — Eu quero te beijar. — Confessei e ela ergueu uma sobrancelha.

— Você quer beijar toda garota que passa mais de dois segundos ao seu lado James. — Afirmou e voltou a suas anotações. Abri a boca para protestar mas fechei segundos depois, sabendo que não tinha argumentos contra aquilo.

— Okay, vamos supor que isso seja verdade. Mas eu quero muito te beijar. Mesmo. — Duvidava que aquilo funcionaria, mas não custava tentar.

A morena largou sua pena e enrolou seu pergaminho, olhando diretamente em meus olhos por longos segundos, com os lábios entreabertos.

Eu esperei que ela dissesse ou fizesse algo, mas como ela continuou parada me encarando daquele jeito sensual eu entendi aquilo como um passe livre. Aproximei-me dela e quando nossos lábios estavam prestes a se tocar ela levantou, fazendo com que eu beijasse o chão.

— Essa é boa para seu livro. Algumas garotas gostam de ser conquistadas, não agarradas. — Afirmou segurando o riso enquanto apanhava seu material e caminhava para longe, deixando-me jogado no chão da biblioteca.

— Hey! Nós não terminamos aqui!

— Eu terminei..

— Estou falando de outra coisa. — Resmunguei me levantando e batendo a poeira da minha capa. — Ou você desistiu daquela vingança? — Perguntei e sorri ao ver que ela se reaproximava.

***

Fiz uma careta assim que o livro de Astronomia de Elena acertou minha cabeça e a encarei indignado.

— Escuta aqui Potter ... —Ela começou mas como eu já estava atrasado não a deixei continuar.

— Não. Você escuta. Klaus é egocêntrico e por algum motivo que desconheço se acha o lorde supremo do universo. Se você fizer isso, ele vai se sentir um lixo.

— E claro, você vai provar que você é o lorde supremo. — Ela revirou os olhos e cruzou os braços, fazendo-me reprimir um sorriso.

— É, ajuda a alimentar meu ego um pouquinho. — Ela me fuzilou com o olhar e eu cedi ao riso. — Você vai lá e faça o que eu te disse. — Pisquei para ela e a deixei para trás, caminhando em direção ao campo de quadribol e indo diretamente para o vestiário.

— A donzela chegou. — Lisa anunciou com o queixo apoiado na vassoura e eu ergui os ombros, respondendo com esse gesto um "não é minha culpa" seu olhar de "onde é que você estava?"

— Problemas com garotas, se é que me entendem... — Comentei e Victor deu tapinhas em minhas costas.

— Não estou em condições de falar que entendo, mas troque-se logo, não estamos por sua conta. A sonserina reservou o campo para logo depois da gente.

Assenti concordando e sumi em um dos boxes a fim de me trocar o quanto antes. Assim que deixei este já arrumado e comecei a rumar com o time para o campo, recebi uma leve tacada na cabeça junto a um "mané" de Lisa.

— Por que você não me ama menos? — Perguntei massageando o lugar atingido e ela bufou, subindo na vassoura.

— Não vai acontecer. Agora fale menos e treine mais.

— Você não vai me amar menos Lisa? — Provoquei subindo em minha própria vassoura e começando a pegar altitude.

Em resposta ela mandou o primeiro balaço do treino em minha direção, que eu só consegui revidar por ser incrivelmente habilidoso e ágil.

Para comemorar corri os olhos pelas arquibancadas e conclui feliz que Elena vibrava com meu desvio. Sorri ao ver que ou ela era uma ótima atriz, ou ela gostava de mim e então me joguei de cabeça no treino.

Eu gostava de quadribol. Mas eu amava mesmo a liberdade que sentia ao voar e a adrenalina que passava por mim sempre que eu mandava um balaço para longe de Albus, nosso mais novo apanhador.

Depois de minutos, que pareceram passar muito rápido para mim, Victor nos chamou de volta para a grama.

— Você é incrível Potter! O de olhos verdes, James. Se continuar assim acho que ganhamos os jogos em segundos. Mas é claro que Albus não conseguiria muita coisa se não fosse pelo restante do time. Estou orgulhoso de vocês! — Disse dando tapas nas costas de meu irmão e nos liberando em seguida.

Entrei no vestiário discutindo com Lisa sobre quando ela havia mandado um balaço perto da minha cabeça pela terceira vez propositalmente, mas a discussão não durou muito tempo.

— James! — Ouvi uma voz que já esperava por gritar mas fui surpreendido por um par de pernas se enroscando em minha cintura e braços se apoiando em meu ombro antes que pudesse lhe dar atenção.

Cambaleei para trás tentando não perder o equilíbrio e tive que me conter para não sorrir ao perceber que ela estava fazendo bem melhor que o combinado.

— Você. É. Tão. Incrível. — Cada palavra dita era concluída com um selinho e aproveitei das circunstâncias para segurar Elena pelas nádegas, e eu soube na hora que pagaria por isso mais tarde. — Aquele primeiro lance, quando você mandou o balaço para sabe Merlim aonde! Fantástico! Acho que Hogwarts nunca teve um batedor tão bom quanto você! Ou melhor, um jogador! — Ela sorriu e segurou meu rosto, beijando-me bem ali no meio do vestiário e eu confesso que arregalei os olhos por um tempo, aquilo não estava nos planos iniciais.

Não que eu tenha sido estúpido o suficiente para ficar em choque por mais que alguns segundos, mas antes mesmo que pudesse aprofundar o beijo alguém pigarreou ao nosso lado e Elena me soltou, parecendo só notar pessoas ali naquele instante.

— Oh. Olá. — Ela sorriu tímida, colocando os pés no chão e meio que se escondendo atrás de mim.

— Sinto muito senhorita, você não pode ficar aqui... — Victor disse e ela murchou. Estava prestes a se desculpar e sair quando eu ouvi exatamente o que estava esperando.

— Elena? — Klaus parou encostando na parede e analisou a cena, sorrindo em seguida. — Ora Potter, desde quando você fica com meus restos? — Perguntou me encarando e antes que eu tivesse tempo de processar a pergunta Elena gargalhou, muito.

— Seus.... restos? — Perguntou se curvando em uma tentativa falha de parar de rir. — Por favor Klaus.

— Quer um pouco de água? — Perguntei e ela respirou um punhado de vezes, conseguindo conter o riso.

— Você acha que é o quê Klaus? — Perguntou e ele se mexeu desconfortável, mas a encarando desafiadoramente. — Olhe, você realmente acha que eu... tem muitas pessoas aqui. É melhor para você eu seguir o conselho de seu capitão e sair. Te vejo depois gatinho? — Virou-se sorrindo para mim e beijou o canto de minha boca, antes de sair rebolando do vestiário.

— Outra, James? Você nem respira direito. — Lisa revirou os olhos, caminhando para se trocar e eu sorri, recuperando-me da cena.

— Com ciúmes, Lisa? Eu diria que sua hora vai chegar, mas não.

— Ah! Eu não vou ter o desprazer de ser uma das putinhas de Sirius Potter. Você acabou com meus sonhos.

— Hey! Não fale delas assim. — Disse começando a me estressar. Eu não sabia que bicho a havia mordido hoje mas ela não tinha direito a se referir a nenhuma daquelas garotas daquele jeito, uma ou outra poderia até ter um parafuso a menos, mas nenhuma delas era puta e eu não desrespeitei nenhuma delas, jamais.

— Ou o quê? — Ela reapareceu com os punhos na cintura e me desafiando com o olhar.

— Ou eu..

— Ou eu irei suspender os dois pelo resto da temporada. Parem agora, batedores tem que ter sincronia, não ficarem se engalfinhando. — Victor entrou no meio e eu soube que ele não estava brincando.

Eu poderia ter dito que foi ela quem começou, mas isso seria demasiado infantil, então eu apenas joguei meu taco no chão e deixei o vestiário, ainda com o uniforme de treino.

Como era sábado e eu não tinha nada para fazer, fui diretamente para a torre da grifinória aonde entrei no banheiro e tomei um banho de quase uma hora. Ao sair, encontrei com Stephen e Fred no dormitório, olhando figurinhas de sapos de chocolate.

— Ai está ele! — Saudou Stephen assim que eu entrei no quarto.

— Cara, você já entendeu as garotas? Porque eu estou precisando muito saber que droga está acontecendo nessa escola. Quero dizer, vocês viram Lisa hoje... Roxanne agiu quase igual quando encontrei com ela. Tem alguma maldição nessas garotas. — Fred desatou a falar e eu ri.

— Paciência, gafanhoto. Ainda não entendi, mas você acaba de me lembrar que tenho compromissos. — Sorri para os dois e fechei as cortinas de minha cama, livrando-me da toalha que estava amarrada em minha cintura e vestindo um jeans qualquer com uma camiseta.
Levantei a beirada do colchão e peguei o mapa do maroto, enfiando-o no cós da calça e abrindo a cortina em seguida.

— Até mais, gafanhotos. — Saudei-os enquanto deixava o quarto e deixei também a comunal dos leões, caminhando sem rumo pelo castelo até encontrar um lugar vazio aonde fosse seguro usar o mapa.

Quando o encontrei, usei meu artefato para procurar as pegadas de Elena, que caminhavam sozinhas de um canto ao outro na estufa 1 de Herbologia.

Guardei o mapa no mesmo local de antes e direcionei meu rumo para onde a lufana estava, desviando de todas que tentavam me parar ao longo do caminho.

Chegando na estufa, conclui feliz que Elena ainda estava lá, não estava disposto a ficar ziguezagueando pelo castelo a sua procura. Ela estava distraída mexendo nos vasos o que me fez rir maliciosamente ao ver que não havia sido notado.

Esgueirei-me por trás das plantas, caminhando sem fazer barulho até parar em suas costas.

— Bu! — Apertei sua cintura dos dois lados e gargalhei com o pulo que ela deu, soltando o vaso que cuidava no chão.

— Maldição, Potter! — Rosnou se abaixando para juntar a bagunça que eu a fizera fazer.

— Eu estava aqui pensando... nunca conquistei uma garota tão rápido. — Conclui pomposo me encostando na mesa e a observando.

— Como é?

— Pensa comigo. Hoje mais cedo você disse que algumas garotas preferem ser conquistadas a agarradas, supondo que você se incluía nessas garotas: A) Eu já te conquistei; B) Você quis dizer: "algumas garotas preferem agarrar a serem agarradas. — Sorri presunçoso ainda a encarando e acho que ela rosnou para mim.

— Olha Potter, você é você, e isso não foi um elogio. Então o que te leva a crer que alguém acreditaria que estamos juntos se eu não estivesse o agarrando? — Ela largou a bagunça de lado e se levantou, encarando-me de braços cruzados -o que eu percebi ser quase uma mania dela-.

— O quê? Você acha que eu tô reclamando? De jeito nenhum! Siga sua vingança como bem quiser, serei grato em ser seu peão. — Ela arqueou uma sobrancelha e então deu um tapa na cabeça.

— Isso foi por ter apertado minha bunda. — Justificou antes que eu tivesse tempo de perguntar e então suspirou.

— Mas...

— James, vamos deixar uma coisa clara ok? Eu não sou os restos de ninguém. — Ela informou ainda de braços cruzados.

— Eu sei que n…

— E Klaus Caudwell não é ninguém para insinuar isso. — Agora os braços estavam largados na lateral de seu corpo e ela olhava fixamente em meus olhos. — E eu posso ficar com quem eu quiser.

— Elena...? — Ela se aproximou e ficou na ponta dos pés para sussurrar em meu ouvido.

— O que foi James? Ninguém nunca te mostrou o lado negro da lufa-lufa?

Senti um arrepio perpassar meu corpo, como se sua voz fosse uma corrente elétrica. Eu não sabia se ela estava querendo provar algo para mim, ou se ela realmente estava querendo aquilo tanto quanto eu.

Seus lábios encostaram outra vez em minha orelha.

— Capítulo um: não use as garotas — ela passou seus lábios para o meu pescoço. Eu só não havia assumido as rédeas porque queria saber o que mais ela diria. — Capítulo dois: não seja tão babaca — seus lábios passaram para o meu queixo. Ela continuou: — Capítulo três: não faça perguntas idiotas demais. — Sua boca foi para perto da minha. — Capítulo quatro: seja compreensivo. — Agora seus lábios encostavam nos meus. — Capítulo cinco: trate-as com respeito…

Eu pousei minha mão em sua cintura, puxando-a para mim, e falei entre seus lábios:

— Tem algum capítulo que fale o quanto eu sou bom de beijo?

Elena sorriu, não esperando mais, e me beijou. Como ela não era tão baixa, não precisou que eu a erguesse para beijá-la. Seus lábios tinham gosto de cereja e seu perfume era cítrico. Tudo nela mexia com meus hormônios, já à flor da pele.

Ela agarrava minha nuca, enquanto eu a prendia contra o meu corpo. Devagar, minhas mãos acompanharam a curva de seu belo corpo, descendo até chegar em suas nádegas. Suguei seu lábio inferior e apertando suas nádegas contra meu membro já pulsante. Elena curvou um pouco o corpo para trás quando eu fiz aquilo, sua boca afastando-se sa minha.

Nenhum de nós dois quisemos recobrar o ar. Eu a empurrei para a mesa onde havia o vaso que ela quebrara e a prensei ali, sugando, mordendo e apreciando seus lábios. Minhas mãos subiram um pouco mais, porém hesitantes. Elena fez um movimento com o peito e eu percebi que podia acariciá-los.

Elena suspirou quando minhas mãos fizeram contato com seus seios médios e gostosos. E, então, ela fez algo que, em todos esses meus quatro anos em Hogwarts, nenhuma garota jamais fizera: Elena passou os dedos levemente por cima da minha calça. Se é que era possível, eu fiquei ainda mais excitado e arrepiado do que antes.

Elena passou a mão mais uma vez em mim, só que com mais precisão. Tive de separar meus lábios dos dela para jogar minha cabeça para trás. Ofegante, olhei para ela e vi que Elena tinha um sorriso maroto nos lábios. Ela gostava de me ver daquele jeito quase vulnerável.

Passei minha mão pela sua nuca e voltei a beijá-la novamente. Minha língua fez contato com a dela, nossos lábios sempre grudados um no outro. Nunca havia passado dos limites com uma garota. Mas Elena... Ah, com aquela eu aprendi toda garota, em algum momento, irá querer ser tocada.

Então, de repente, Elena se afastou. Eu fiquei no mesmo lugar, olhando-a com cara de peixe; ela sorriu e voltou para perto de mim, acariciando meus cabelos e minha nuca. Tão logo senti seus lábios se moverem contra minha orelha mais uma vez.

— Capítulo seis: não tente entender as mulheres. — Ela sussurrou, ofegante, ao pé do meu ouvido e então deixou a estufa, deixando-me com um carinha muito animado no meio das pernas.

E eu tinha acabado de sair de um banho de uma hora

***

Domingo de manhã. Estava deitado em um sofá da comunal pensando em Elena, coisa que eu tinha feito bastante desde ontem... tipo, muito mesmo. Fred estava sentado no chão ao meu lado, terminando seu dever de poções e Dominique e Lisa estavam do outro lado da sala.

Havíamos tomado a sabia decisão de não falar com elas até que elas quisessem falar conosco, não estávamos dispostos a viver levando coices; quando Klaus Caudwell parou a minha frente.

— Hey Potter. — Ele chamou e eu o encarei sem muita vontade, assustando ao ver que Lisa e Domi estavam do nosso lado.

— O que você quer, insuportável? — perguntou Lisa, fazendo das minhas palavras não pronunciadas as delas.

— Tão amável!

— Amável, não. Prefiro o termo sincera. E você é um nojo. — rebateu Lisa, sentando-se em cima das minhas canelas. — Agora... se você veio aqui só para importunar a vida dos meus amigos, sugiro que você leve esse seu traseiro mole para fora da nossa área antes que eu te estupore. Está legal para você? — O sorriso que ela deu ao concluir a frase faria qualquer um acreditar que ela estava vendendo cookies, Klaus fez uma careta.

— Desde quando gosta de James Sirius?

— Desde quando eu comecei a te dar satisfações? — Ela fez uma pausa. — Está esperando eu contar até três para você sair daqui? Realmente é uma péssima semana para mexer comigo…

Klaus fez algo parecido com um rosnado e deu meia volta. Eu tinha certeza que a expressão confusa de Fred se refletia a minha, então fiz a única coisa que veio em minha mente e balancei as canelas, jogando Lisa no chão.

— Estou aceitando explicações. — Disse ignorando o xingamento de Lisa e alternando o olhar dela para Dominique que olhava para Fred com cara de choro.

— É que é tão difícil ser mulher! — A ruiva começou, e chorou. — Dói e... fica tudo mais intenso e... eu preferia ter nascido homem. — As lágrimas não tinham o menor sentido, mas Lisa parecia entender a amiga.

— Olha, eu prefiro você assim. — Fred disse ao mesmo tempo que tentava consolar a namorada.

— Vocês são muito sub desenvolvidos para entender. — E aí estava Lisa. — Sobre ontem eu queria pedir desculpas. É que eu fiquei …

— Ficou?

— Indignada... — Ela olhou para outro ponto. —... ao ver que as garotas não se dão ao respeito com você. Mas bem, pelo menos você nunca chamou nenhuma delas de seus restos. — Ela cruzou os braços me lembrando de Elena e eu concordei.

Essa era uma Lisa dizendo que estava tentando dar continuidade a nossa amizade e dizendo que, por mais galinha que eu fosse, eu pelo menos sabia respeitar as garotas. Eu acho.

— Ok. — Concordei.

— Ok. — Ela repetiu.

— Não faça isso! — Adverti e ela soube o porquê.

— Ok!

— Lisa Carter!

— Sinto muito, não sei o que deu em mim! Dominique tira a língua da boca do Fred! Vamos logo. — Saiu rindo e gritando da comunal acompanhada de uma Dominique atrasada.

— Cara... — Fred disse chamando minha atenção. — Você sabe que não irá conseguir entendê-las, certo? — Ele me encarou e eu concordei com a cabeça.

— Se sei... — Resmunguei balançando a cabeça em seguida e a batendo no ombro do sofá.

***

Elena estava sentada sozinha em uma das mesas da biblioteca e eu estava a uma certa distancia, a observando.

Se por algum acaso você está cogitando a ideia de eu estar apaixonado ou qualquer coisa do tipo, pare! Eu apenas estava tentando decifrá-la a distância. Mas eu era muito hiperativo e não consegui manter aquilo por mais que cinco minutos.

— Me ajude a entender. Estamos juntos de verdade ou só pela aposta? — Perguntei sentando ao seu lado e ela nem se deu ao trabalho de me olhar.

— E desde quando é a garota quem escolhe isso? Porque até onde eu sei Clarisse havia decidido que vocês estavam e você não pareceu ligar muito para isso. — Ela virou a página do livro que lia, ainda sem me olhar.

— Exatamente por isso. Para evitarmos mal entendidos. — Sorri e Elena tirou, sem gosto, os olhos do livro.

— O que te leva a pensar que estamos juntos de verdade? — Perguntou e eu abri e fechei a boca algumas vezes, sem saber explicar porque para mim a resposta parecia óbvia. — Você prestou atenção no capítulo seis? — Indagou me analisando e eu assenti. — Ótimo, isso responde sua pergunta. — Concluiu sorrindo e voltando para seu livro.

— Na verdade…

— Não, James! Não estamos juntos de verdade. — Ela bufou e a velha nojenta com óculos de gato apareceu fazendo "shhh" para gente.

— Então o que foi aquil…

— Aquilo foi eu me divertindo. Algum problema? — Encarou-me desafiadoramente e eu ergui as mãos em rendição.

— Me use quando bem quiser. — Ela revirou os olhos e voltou de novo para o livro. Três minutos contados no relógio se passaram até ela voltar a falar.

— O que você quer agora? — Perguntou em um tom de derrota e agora a minha expressão era de tédio.

— Olhe, apesar do capítulo seis ser bem direto, eu não posso fazer isso, porque se eu fizer o Klaus ficará com meu posto de capitão ano que vem e eu prefiro morrer a deixar isso se concretizar. — Ofereci a ela meu melhor sorriso e ela fechou o livro que lia, encarando-me seriamente.

— Ok, novos planos. Eu te ajudo nessa coisa seja lá o que for isso e você vai ter que concordar com qualquer coisa que eu sugerir para minha vingança.

Pisquei algumas vezes, não gostando muito do rumo que a conversa tomava.

— O quê exa..

— Olha, eu sei que você está tentando me ajudar e tudo mais, mas está bem óbvio que você não sabe fazer isso. Então ontem eu percebi que realmente gosto mais de você como um peão…

Senti-me levemente ofendido mas sabia que ela não estava 100% errada, então apenas disse:

— E o que você sugere?

Elena sorriu, contente com minha resposta e jogou os cabelos para trás dos ombros.

— Pois bem, eu quero fazer Klaus acreditar que ele quem foi o peão, que eu só estive com ele para chegar até você. — Ela tinha um brilho quase assassino no olhar e eu fiz uma careta. — Você vai parecer ainda mais desejado, ele se sentirá usado e um lixo. — Acrescentou me encarando e eu suspirei.

— Você sabe como me ganhar…

— Perfeito. Agora pegue uma pena. Mulheres são complicadas porque nós não gostamos de expressar tudo que sentimos diretamente. Pense em um gato, nós somos como eles. As vezes queremos carinho e atenção, as vezes precisamos de espaço. E é essencial que os homens consigam entender o que dizemos com os olhos e gestos...

***

O último jogo do ano. O pré jogo das últimas rodadas se resumia em comemoração e falatório, mas aquele era o último jogo de Victor como nosso capitão... como nosso amigo. Não vou mentir que ele estar com Luna não me incomodava. Mas também não queria dizer que eu não estava feliz pelos dois.

Todos estavam em silêncio, olhando para o nosso capitão, que estava parado de frente para nós. E eu esperava.

Então, Victor suspirou e sorriu. Depois bateu palmas, como que para nos acordar. Sim, eu levei um susto.

— Que caras de bundas são essas, rapazes? — Perguntou Victor e seu olhar caiu em Lisa. — E moça? Não estou morrendo, apenas... me formando. Então, larguem essas caras de enterro e vamos acabar com algumas cobras!

Nós vibramos, gritamos e comemoramos. Eu estava atrás dos outros jogadores, com Fred - que estava substituindo Stephan, pois a o avô deste havia passado para o outro lado -, Albus e Lisa ao meu lado, apoiados em nossas vassouras. Victor olhava para o time com orgulho.

— Não me decepcionem hoje, meus queridos! — ele gritou. — Quero sair de Hogwarts com a Taça das Casas em nossas mãos, com os nossos na sala dos troféus!

— Iremos sentir sua falta! — gritei de onde eu estava e todos concordaram.

— Aprecio seus sentimentos, Potter -—Victor sorriu. — Vamos fazer essas cobras engolirem os rugidos dos leões!!!

Todos nós gritamos e eu não tentava ver aquilo como despedida. Victor dava sermões e tudo o mais, mas era o melhor capitão que Hogwarts já teve durante o tempo que eu estive lá. Nunca iria admitir, mas nem eu nem Klaus chegaríamos aos pés de Victor.

Ele bateu palmas e nós saímos do vestiário. As arquibancadas estavam abarrotadas, a maioria mostravam as cores douradas e vermelhas; leões voavam das varinhas dos irmãos Scamender. Todos gritavam; pareciam que todos sabiam que Victor deixaria o time da Grifinória.

Roxanne anunciou nossos nomes e paramos no campo em nossas posições. Victor apertou a mão do capitão da Sonserina. Nesse meio tempo, vasculhei o time adversário. Vi Scorpius como batedor, olhando diretamente para Lisa, que estava ao meu lado, e Mellody com luvas nas mãos. Ela não estava no time antes, alguma coisa acontecera com Diggle - um dos poucos sonserinos que eu gostava.

Madame Hooch apitou e todos tiraram suas vassouras do chão.

— E é a Sonserina que tem a posse da goles! - anunciou Roxie da arquibancada. Eu e Lisa ainda tínhamos pouco o que fazer, portanto só ficamos olhando. - Mas Fred faz uma intercepção e arranca a goles das mãos de Edward Zabine! Rá, bem feito!

Ao lado de Roxanne, a diretora suspirou:

— Senhorita Weasley…

— Ah, professora, esse Zabine empurrou Louis no chão — reclamou Roxie e eu ri. — E ainda por cima roubou minha nota em Poções! Então, acabe com eles, Grifinória!

— Senhorita Weasley, deixe seus problemas para fora do campo, sim?

— Tudo bem, professora... e um balaço está prestes a atingir Larkin no rosto, arremessado por Lisa Carter, mas Scorpius Malfoy impede que o balaço atinja o artilheiro!

Eu voei para perto de Lisa, para podermos defender nosso time com mais precisão. Por incrível que pareça, o jogo estava limpo... para uma final. Parecia que Larkin tinha honra, afinal.

Não posso dizer que foi fácil. Quase perdemos para a Sonserina; Mellody era muito boa como goleira e eu não pude evitar de lembrar da irmã mais velha dela. Ainda bem que Mellody só era metida e não doida.

Por mais que Albus tivesse um precipício por Mellody, ele ficou o jogo inteiro focado no pomo. Sei que ele vira o pomo pelo menos por umas três vezes - e, em duas delas, eu disse que não era para pegar -, antes de Victor liberá-lo para capturar. E, quando o pequeno sapo pegou o pomo de ouro, os berros quase me fizeram ficar surdos.

Nós tínhamos vencido mais uma Copa das Casas. E o melhor: havíamos vencido para honrar Victor Gregor como capitão.

Quando todos do time pousaram no chão, chocamos uns contra os outros, rindo, chorando, abraçando. Vi Luna correr com um chapéu da Grifinória nas mãos até o campo, sorrindo e gritando. Presumindo que ela iria me abraçar, abri os braços, mas Luna passou direto por mim. Virei-me para ver aonde ela ia, quando eu a observei - chocado - ela de jogar nos braços de Victor e chapar-lhe um beijo na boca.

Eu fiquei ali, de braços abertos, estupefato demais, quando ouvi Lisa gritar:

— Se ferrou!

Eu virei o corpo para olhá-la e ela vinha correndo em minha direção, com Albus atrás dela.

— E daí, leãozinho? Vencemos! — gritei e ela se chocou contra mim, fazendo-me comer cabelo. Eu fiquei surpreso por dois segundos, antes de abraçá-la também.

Lisa saiu do meu abraço e foi abraçar Fred e depois Victor. Fui até meu irmão e lhe dei alguns cascudos, fazendo-o rir, seguindo até onde Victor e o resto da equipe estavam.

A Taça das Casa estava nas mãos de Victor, esperando apenas por mim e Albus para poder erguê-la. Assim que chegamos, Victor puxou a taça para cima e eu gritei, junto ao restante do time e toda a arquibancada vermelha e dourada, que vibrava desde que o apito indicando o fim da temporada.

Estava em êxtase demais para perceber algo além dos gritos e da taça ao meu redor, por isso fui surpreendido ao sentir lábios quentes e macios se chocando contra os meus. Não tive tempo de saber quem era, também não tinha muito interesse nisso, então apenas agarrei-a pela cintura, puxando para mais perto e aprofundando o beijo, sorrindo segundos depois ao ouvir a voz de Roxanne.

— E não é só o capitão que está com a bola toda! Elena Brothback acaba de ser pega de jeito pelo Sirius e aquele ponto vermelho ali é Dominique pulando nos braços de Fred? É sim! Mais trinta pontos para a grifinória! Que foi professora McGonnagal? Pode comemorar também! Vai vai leões!

Elena mordeu meu lábio inferior e eu intensifiquei o aperto em sua cintura, levando meus lábios até sua orelha.

— Você está me deixando confuso, senhorita Brothbank. — Disse e ela riu, passando as unhas em minha nuca e fazendo-me arrepiar.

— Já avisei para não tentar entender as mulheres. — Ela sussurrou e eu adoraria fazer outras coisas, mas os gritos nos trouxeram de volta para meus companheiros de time que me chamavam.

— Então Potter, seu prazo acabou. Você vai ou não domar esses leões? — Victor perguntou, abraçando Luna com um braço e a taça com o outro.

Sorri para ele, fazendo questão de olhar para Klaus antes de responder.

— Pode ter certeza que honrarei seu cargo, capitão. — Disse com orgulho e respeito, recebendo vivas em resposta a não ser por…

— Você não pode aceitar o posto! — Klaus latiu ao meu lado e percebi que Lisa o olhava com desprezo. — Você não cumpriu a aposta, o cargo é meu. — Concluiu presunçoso e eu ri, o olhando com pena.

— Sabe Klaus, garotas não foram feitas para serem entendidas e sim, amadas. — Certo, parem aí, eu não sou um maricas, Elena me obrigara a decorar essa frase.

O ódio nos olhos de Klaus era perceptível e sua fúria aumentou um pouco ao ver minha mão pousada na cintura de Elena, sumindo segundos depois para dar lugar outra vez ao olhar prepotente.

— Ótimo, seja o capitão. Todos saberão que James não consegue mais fisgar suas presas e agora fica com o resto alheio. — No instante em que eu pensei socá-lo no nariz, ele já estava no chão e, a sua frente, Luna balançava a mão indicando que o soco havia doído nela.

— Isso não foi nada gentil. — Disse nada feliz com o jeito em que ele tratara Elena e Gregor a olhou com admiração, a beijando outra vez.

— Sabe Klaus. — Larguei Elena por um momento e me abaixei perto de Klaus, o encarando com um sorriso que nem o diabo tiraria do meu rosto. — Se você quiser continuar no time ano que vem, aconselharia que você treinasse bastante nessas férias. Lily disse que quer entrar como artilheira e, bem, já vi minha irmãzinha jogando, faz você parecer um rato tentando se equilibrar em uma vassoura. — Dei dois tapas nada gentis em seu peito e me levantei, pegando Elena e a levando para longe da confusão.

Ela sorria, satisfeita e quando encontrei um lugar mais calmo parei, a observando.

— Você não fez o que disse que faria.

— Não foi necessário. — Disse somente, mantendo nosso contato visual.

Ficamos alguns segundos em silêncio, sem saber o que falar até que por fim disse:

— Está vingada? — Perguntei e ela alargou o sorriso.

— Me sinto leve. — Ela riu e balançou a cabeça. — Vamos lá James, você tem que comemorar sua vitória e eu a minha. — Disse me soltando e caminhando de volta para o campo.

—Elena! Esqueci de perguntar... Você ficou perdidamente apaixonada por mim? — Gritei ao ver que ela continuava a se afastar.

— Você sabe James — Ela se virou, me encarando com um sorriso indecifrável. — As mulheres são complicadas... — Ela sorriu, virando-se de volta e me deixando a observar suas costas enquanto ela ia na direção da festa.


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Notas finais do capítulo

Então, por hoje é só. Deixei um review básico aqui nos dizendo o que acharam do capítulo para que tenhamos a inspiração necessária para continuar escrevendo, pode ser? Ah! E nos diga também como foi sua virada de ano! A minha não foi lá essas coisas, mas e a de vocês? Beijos garotas, até mais *-* ~Lia G.

O meu foi bom, gente. Amo muuito rabanadas heueheuehue espero que goatem desse capítulo. Me rendeu boas risadas kkkkkk - Miss Hook