Por que raios eu preciso de uma babá?

Castiel tentava tocar algumas notas na sua guitarra, mas estava irritado demais para fazer isso.

Seu pai Jean-Louis, é piloto de avião e sua mãe Valérie, comissária de bordo. Eles viajam bastante e quando aparecem é por um final de semana ou durante as férias, por uma semana inteira. Castiel até acha eles legais, mas prefere ficar sozinha, já que não vê muito benefício da companhia deles.

Sempre foi assim, mas por algum motivo idiota, seus pais decidiram que o garoto de cabelos vermelhos tingidos, precisava de uma babá, já que segundo eles " Você é muito sozinho meu filho, precisa de companhia e de alguém que cuide de você".

Ele não era sozinho, ele tinha Dragon. Tudo bem que Dragon é um cachorro, mas já vale de alguma coisa, porém seu argumento não funcionou como ele queria.

A porta de seu quarto é aberta, e Valérie sua mãe, se encosta no batente da porta, observando o filho lhe olhar com uma cara feia, da qual já havia se acostumado, não se importava mais com a TPM diária do ruivo.

– Não faça essa cara feia Cassy. - disse ela. - já está decidido, e sua babá irá chegar logo.

– Que eu saiba sou emancipado, não preciso de uma bosta de babá. - Castiel praticamente rosna, se arrependendo depois.

Castiel tem um temperamento difícil, mas Valérie sua mãe é pior do que ele, e quando duas pessoas temperamentais estão juntas, acontece uma explosão, ainda bem que seu pai é o oposto deles.

– Olha aqui Castiel! - Valérie entrou de vez no quarto, colocando a mão esquerda na cintura e olhou para o filho com a melhor cara assassina que conseguiu fazer. - você vai ter uma babá e fim de papo, e se reclamar ainda arranjo guarda costas, e contrato um professor particular, faço você se vestir que nem uma garota e caso com o Ed Sheeran!

– Meu cabelo é grande, mas não sou uma garota! - Ele grita.

– Então você quer casar com o Ed Sheeran? - Valérie o olha maliciosamente e Castiel cora.

– Por que não podia ter uma mãe normal? - murmurou, virando o rosto.

– Porque assim, sua vida seria chata. - ela sorriu. - Agora desamarra essa carranca, e vá tomar um banho, troque de roupa e vá dormir, e não se esqueça de escovar os dentes.

– Eu não sou um bebê mãe, já sei o que tenho que fazer. - bufou.

– Mas pra mim, você sempre será meu bebê Cassy. - levou sua mão até os cabelos vermelhos do garoto, bagunçado-os de forma carinhosa, enquanto sorria. - Eu te amo Cassy.

– Eu também te amo. - virou o rosto, querendo esconder suas bochechas coradas.

Valérie riu da reação de seu filho, e saiu do quarto indo encontrar com seu marido que dormia na sala, onde antes estava vendo um noticiário.

Castiel para todos era uma pessoa difícil de se conviver, o que é verdade as vezes. Sempre o garoto rebelde, debochado e sínico, que se irrita por qualquer coisa e tem sempre uma resposta na ponta da língua.

Seu melhor amigo se chama Lysandre, do qual tinha uma banda com ele. Lysandre era a única pessoa além de sua família que o conhecia perfeitamente, e a pessoa a quem mais confia.

Seu amigo esquecido, que sempre perde seu bloco de notas, onde escreve anotações e letras de músicas, um cara calmo e amigável, mas também muito reservado, que escolhe suas amizades a dedo.

Ele e Lysandre tinham poucas coisas em comum, mas se davam muito bem um com o outro. Castiel apesar de tudo, também era um garoto sensível, querendo atenção e carinho, mas nunca deixaria alguém ver esse seu lado, apenas o seu lado Bad boy.

Sentiu seus olhos pesarem naquela fria noite, e adormeceu em sua cama, pensando na sua babá que sem dúvidas seria a coisa mais estúpida seus pais fizeram. Ele já tinha 17 anos, quem em sã consciência contrata uma babá para um rapaz de 17 anos, quase um adulto? Ninguém além de seus pais.

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Castiel levantou na manhã seguinte, se espreguiçando, e bocejando em seguida. Não estava com o menor ânimo de conhecer sua babá, mas era preciso. Vestiu uma roupa qualquer, e desceu para tomar café.

Quando chegou no corredor da cozinha, podia-se ouvir risos vindo do cômodo. Andou lentamente , e se encostou na quina da porta, com o cenho franzido vendo a cena a sua frente.

Seus pais sentados na mesa, tomando café um ao lado do outro, e a sua frente havia uma garotinha loira que comia um pedaço de bolo, enquanto um rapaz loiro trazia uma jarra de suco, e servia aos seus pais.

Por um curto período, o loiro desviou seu olhar dos seus pais, e olhou para Castiel, o ruivo ficou de boba aberta com a beleza do rapaz. Pele clara, cabelos loiros curtos, olhos dourados e vestia uma blusa social branca com as mangas dobradas, colete preto cuidadosamente fechado, gravata azul, calça e sapatos sociais.

Era pra ser uma babá, não um mordomo, certo? Ele pensou.

A garotinha loira olhava a cena curiosa, assim como os pais do menino. Castiel e o loiro, não pararam de se encarar de uma forma intensa, e quando o ruivo percebeu o olhar insinuante de sua mãe, corou na mesma hora, abaixando a cabeça, quebrando aquela encarada.

– Cassy, venha aqui, quero que conheça alguém. - chamou sua mãe levantando-se da mesa, animada, e sorrindo largamente.

Castiel andou até eles, parando perto de seus pais, tentando manter uma expressão séria, mas na verdade estava morrendo de vergonha.

– Essa é a Amber, irmã do Nathaniel. - disse Jean, apontando para a garotinha loira que sorriu largamente para ruivo, que se limitou a um sorriso de lado. - E esse é o Nathaniel, ele cuidará de você.

Apontou para o loiro, que sorriu timidamente para o ruivo. Castiel ficou olhando para eles incrédulo, sua babá seria um homem? E ainda por cima aquele garoto? Ele não correspondeu o sorriso, apenas fechou a cara, voltando a sua TPM matinal.

Além de colocar uma babá para ele, o que já foi humilhante, ainda tinha que ser aquele garoto que parecia ter quase a sua idade, apenas um pouco mais velho? Não mesmo. Castiel estava decidido a infernizar a vida daquele garoto, disso ele tinha certeza.

– Então você será minha babá? - riu maldosamente, fazendo o loiro o olhar assustado. - Vamos ver até quanto tempo aguenta, engomadinho.