Sasuke e Sakura demoram em alcançar Naruto. Primeiro porque eles carregam mais peso que o loiro. Segundo, eles deram início a correria com certo intervalo de tempo após o Uzumaki. Quando enfim se juntam à primeira dupla, dois minutos depois param de andar. A rodoviária está à vista. O Uzumaki dá uma observada pelo caminho que fizeram. Apenas para ter certeza se os dois bundões não os seguiram. Pelo comportamento de Sasuke e Sakura, os dois faziam a mesma coisa. O grupo se preocupa muito com a Hyuuga, pois sempre se mostra assustada, ela em nenhum momento afrouxou a mão a segurar a mão do Uzumaki. Tempo depois. Bem descansados. O quarteto está em conversa e decide se dividir em duplas. Sakura e Hinata aguardam nas sombras do terminal de cargas rodoviárias. Há pelo menos sessenta caminhões enormes no pátio sendo preparados para a partida. Móveis, alimentos, livros, aparelhos de televisão e rádio, madeira, roupas, peças de vidros, etc. Hinata aperta a mão da rosada. A Hyuuga nunca ficou tão perto de uma movimentação tão grande. Os gritos dos homens a assusta. Ouve ela palavrões e risadas estrondosas. O barulho dos caminhões dando partida a sobressalta repetidamente. 

— E-eles v-vão p-para uma guerra?

— Não amor. - Sakura rir. – Só estão trabalhando. Eles estão longe. Nem prestam atenção em nós.

— Minha audição é mais apurada. - Revela Hinata:

— treino meus outros sentidos. Mesmo assim só atrapalho.

— Não quero ouvi-la dizer isso de novo. Tá bom?! – pede Sakura. Ela aperta a Hyuuga pelo ombro.

— Acho q-que n-não q-quero s-seguir esse plano. Estou com-com me-medo.

Sakura vê como Hinata luta contra as lágrimas. A Haruno sente-se ruim. Não quer que a Hyuuga faça a viagem, sendo forçada. Porém, se não realizassem o plano o Uzumaki terão que ir a pé. A Haruno passa a consolar Hinata e ao mesmo tempo faz uma análise da rotina dos caminhões. Eles eram carregados, depois trancados com cadeado nas portas traseiras e no fim, os motoristas acompanhados de seus ajudantes entravam no transporte.

— Voltamos.

Naruto avisa especialmente para Hinata que estende as mãos para tocá-lo. Ele a abraça. Ficam grudados durante um minuto sob o olhar estranho de Sasuke e Sakura.

— Por que estão assim? - Sakura interroga quase não acreditando:

— só nos separamos um pouco mais de quinze minutos.

— E daí? - Naruto fita Sakura por cima do ombro de Hinata:

— ela quer me abraçar, então deixa, oras. - Ele sorrir:

— está com ciúmes?

— Humpf. Não me faça rir baka! Só não esqueça minha ameaça se fizer algo a ela.

— Sa-sakura-chan. - Hinata se afasta, parando quase de frente pra rosada:

— Nã-não. Naruto é bonzinho.

— Então? - Sakura prefere não debater e se concentra no que acha ser mais importante no momento:

—  o que fizeram? Conseguiram alguma informação importante? — sua pergunta é exclusiva aos meninos.

— Um caminhão vai pra Suna daqui a meia hora. Ele está sendo carregado ainda. - Naruto responde e sorrir maldoso:

— aproveitei para deixar uma caixa aberta de um outro caminhão. Quando ela for levantada, o que tem dentro dela vai cair, isso desviará a atenção dos homens que estão cuidando do nosso caminhão e nesse momento-

— O baka aqui ainda trocou o aviso das caixas. - Sasuke ressalta:

— isso dará uma distração demorada.

— O que estamos esperando? - Sakura segura o punho de Hinata e a outra mão descansa em um ombro da Hyuuga:

— ainda está com medo?

— Sim. Mas não q-quero a-atrapalhar. T-tenho mais m-medo de perder minha chance de enxergar. 

A rosada sorrir. Feliz com a resposta da amiga. 

— Lembre-se que estamos lhe protegendo. – Naruto dando uma cutucada no Uchiha, acrescenta:

— até o teme, mesmo que ele lhe pareça malvado, é uma boa pessoa.

— Hm.

Sasuke quer retrucar Naruto com algumas palavras ruins, mas não o faz. O menino Uchiha permite que as palavras do Uzumaki sejam as suas. Hinata se curva na direção errada, pensando estar agradecendo diante o Uchiha, mas ela acaba se curvando para um espaço vazio. 

—A-arigatô. Sasuke Uchiha.

"Os sentidos dela não são tão apurados." Sakura reflete.

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Os quatro se esgueiram até chegarem por trás de um caminhão estacionado ao lado do caminhão o qual os levaria para Suna. Naruto na frente espia os homens os quais levam os móveis sobre carrinhos e com ajuda de uma rampa sobem para dentro do veículo. Não demora muito e o som chama atenção dos quatro homens que realizam essa tarefa, eles escutam a discursão que se inicia do outro lado do pátio. Os homens vão averiguar.

— Agora pessoal. - Naruto avisa rouco, balançando a mão em sinal para as outras crianças prosseguirem:

— acertei na mosca. A caixa que abri pertencia ao nosso caminhão. Os caras estão sendo culpados.

Naruto ajuda Hinata a subir e a conduz para o fundo do espaço com cuidado, desviando de caixas e de móveis descobertos. O Uzumaki a deixa segura, sentada sobre um sofá que está virado de frente pra parede. Ele se aconchega ao lado dela. Não demora para a chegada do Uchiha e da Haruno.

— Acho que quebrei alguma coisa. – Sakura preocupada olha para trás.  

— Não faça dividas na viagem. – Sasuke reclama.

— Não estou pedindo pra você pagar. Uchiha. — A Haruno puxa a lanterna. Ficaria tudo escuro quando as portas do caminhão fossem fechadas. Observando a lanterna. Sakura vê a rachadura e uma manchinha de sangue a secar. Sorrir. Uma boa lembrança do início de sua fuga.

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Os quatro no sofá esperam o caminhão partir. Assim feito. Eles sentem o veículo se mover e permanecem quietos durante um tempo de viagem até seus corpos esquentarem. O calor se torna insuportável. Já estavam com os corpos quentes antes de entrarem no caminhão. Agora está mais difícil de suportar a quentura entre quatro paredes. Sem nenhuma ventilação.

— Não aguento mais. - Naruto joga a cabeça pra trás. Ele se abana com as mãos. Ele se vira um pouco e observa as pilhas de caixa ao redor:

— acha que encontro um leque por aqui? Estamos no inferno, cara!

— Naruto! - Sasuke está prestes a surrá-lo. É a quarta reclamação do loiro. O menino Uchiha ameaça, pondo um dedo no nariz do loiro:

— se quer proteger o que tem entre suas pernas! Cale a boca!

O Uzumaki arregala os olhos, mas sorrir, não se irritando com o comportamento do moreno:

— Nossa. Ficou tão próximo de Sakura. Vejo o espirito dela aí.

— Não estou morta Naruto. – Sakura está sentada ao lado do Uchiha e se preocupa com a Hyuuga:

— Hinata? Você está bem?

— Estou. — A peroladinha limpa o suor da testa.

Naruto desejava muito viajar abraçadinho com a Hyuuga. No entanto. Ele sabe que isso incomodaria. Ficar muito próximo seria sufocante. Tentando fazer uma gentileza, o loiro assopra a testa da azulada.

— Quer saber. - Sakura empurra Sasuke para o chão e depois engatinhando pelo sofá chega até Naruto para empurrá-lo também:

— vocês homens ficam aí.

— Para uma menina machona - o Uchiha caiu em cima da mochila dele. Ele se levanta com raiva e encara a rosada, com os ônix fervendo:

— você se aproveita muito do fato de ser menina.

— Era só pedir que eu dava meu lugar. Ô. - Naruto se ajeita ao sentar:

— sou um cavalheiro.

Um segundo depois e a barriga do Uzumaki ronca, alcançando os ouvidos dos outros. Vermelho sorrir, indo procurar uma laranja que o aguardava dentro da mochila. Tirou a faca do bolso, a faca não devolvida para Ayame-chan.

— Naruto. - Sasuke receoso se inclina para o ouvido do loiro:

— essa faca foi... 

— Ela está lavada. — O Uzumaki dá de ombros e o Uchiha faz uma cara horrível.

Flash Back ON

"— Você não matou ele? Matou?

— Não. Ele colocou as mãos entre as pernas dele. Saía muito sangue e ele saiu correndo. 

— Vo-você usou seu estilingue?

— Não. A faca da Ayame-chan foi muito útil".

Flash Back OFF

Sasuke está se lembrando do que questionou depois que Naruto respondeu sobre o que fez com o homem que tentou se aproveitar de Hinata. O caminhão dá forte balançada, fazendo o loiro cortar o dedão. Naruto deixou cair a laranja e a faca, o sangue desliza pela mão e pinga várias vezes.

— Droga!!! – grita sentindo a ardência. Movendo o dedo pra lá e pra cá só para confirmar se ele ainda está preso na mão. 

— Na-Naruto-kun!

Hinata quis sair do sofá, porém a Haruno não a permite, assegurando que cuidará de tudo. A Hyuuga trêmula estende os braços, abrindo e fechando as mãos, porém dessa vez o Uzumaki não a abraçou.

— Calma. Naruto. - Sakura pega uma caixinha da bolsa e tira uma grande quantidade de lenço, amarrando um no outro, o suficiente para limpar e enfaixar o machucado:

— depois cuido melhor disso.

— Você é muito preparada. — Sasuke observa a caixinha especial onde está escrito “Kit emergencial”.

— O básico para uma viagem.

Garante Sakura sendo abraçada por Naruto que lamenta:

— Já era minha laranja.

Também perdeu a faca. Ele escuta o gemido de Hinata e se afasta de Sakura. A Hyuuga permanece abrindo e fechando as mãos, com os braços estendidos para frente, os lábios trêmulos e os orbes pratas cintilantes, indiciando um derramar de lágrimas.

— Estou aqui. - Naruto sobe no sofá e abraça a peroladinha, pedindo desculpas por preocupá-la:

— pronto. Passou. Está com fome?

—...

Hinata tem vergonha de responder. Sasuke suspira e estende uma vasilha na direção dos dois:

— Dividam aí. É um bento.

Emocionado o Uzumaki aceita. Sasuke pega uma garrafa de água e repassa para o loiro:

— ainda tenho mais duas. A água está quente, mas é melhor do que nada.

Sakura sorrir pela gentileza do moreno, ele segura a cara fechada, mas é evidente que o menino Uchiha se importa com eles. A rosada passa tanto tempo o encarando que se assusta quando ele vira o rosto para ela:

— O que foi Haruno? Reage caramba. — Ele conseguiu percebê-la o fitando, pela visão lateral.

— Desculpe. 

— Aqui. - Sasuke empurra uma caixa pra ela:

— não é um almoço então não espere mais do que isso.

A Haruno estando no chão. Sentada sobre as pernas dobradas. Fita a caixa diante os joelhos. De forma delicada, a Haruno pega a caixa e quando a abre se maravilha com os bolinhos de arroz. Todos em bom estado. São pequenos, mas com boa aparência. 

— Gosto de onigiri. Obrigada. - Antes de comer o primeiro, ela curiosa percebe Sasuke de mãos vazias:

— o que vai comer?

— Não estou com fome. - Sasuke fecha os olhos. Cruzando os braços e esticando as pernas pelo chão do caminhão e ajeitando as costas contra a parte inferior do sofá. Sakura decide se redimir:

— Vacilei por ter te empurrado. Se quiser pode subir no sofá. Eu e o baka ficamos aqui no chão.

— Não. Hinata ainda tem medo de mim. – Sasuke rejeita.

Naruto leva com cuidado a comida até a boca da Hyuuga. Ele a entrega em pequenas porções não tendo ideia do quanto de comida a boquinha dela aguenta. Ele escuta sobre a possibilidade de retornar ao chão, porém se acalma quando Sasuke rejeitou a ideia. O menino Uchiha saía um bom amigo para o Uzumaki.

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As crianças não sabem quantas horas se passaram. Porém, elas adivinhavam a noite lá fora. Sakura ilumina a parede e fazia um coelho com a sombra de sua mão. O Uzumaki fez um pato, o mais fácil de fazer e os dois enquanto travavam uma luta de sombras, narravam para a Hyuuga cada movimento, imitavam sons de bichos fazendo a doce menina rir.

— O coelho faz fic fic? - Naruto interrompe a brincadeira. Encarando a rosada:

— desde quando o coelho faz esse barulho?!!!

— HA Naruto. Só estou imaginando. – Sakura responde envergonhada.

No sofá. Hinata senta entre os dois. O momento está tão divertido que ela não se importa com o calor. Naruto e Sakura ainda se lascam muito pela quentura. Porém, calor nenhum os tirará dali. Sasuke segue sentado no chão. Agora se encontra ao lado do sofá. De costas para os três. De braços cruzados. Um pequeno sorriso escapa do menino Uchiha, enquanto ele os escuta. A Haruno o convida para brincar, mas Sasuke nega, avisando estar sem vontade. Porém, ele quer, mas teme passar vergonha. Nunca brincou com um grupo de amigos.

— Cócoocóo!

O som interrompe a brincadeira. 

— I-isso é um-um galo! - Hinata se manifesta após parar de rir:

— acertei. Quem f-foi que imitou? Parece de verdade.

Sasuke arregala os olhos e se levanta, dando um salto, parando de frente para os três e encara Sakura. Esbraveja:

— Me diz que foi você quem imitou!

— Hér... - Sakura coça a cabeça. Envergonhada:

— claro que foi eu.

—Cocóoo!

Elvis sai do fundo da bolsa. Batendo as asas desesperadamente. Agora pula de um canto a outro no caminhão. Deixando um rastro de penas até parar no colo da Haruno.

— Ouuu!!! - Naruto passa a mão na crista do galo:

— esse é o famoso Elvis.

— Sim.

Confirma Sakura, fugindo do olhar assassino de Sasuke.

— P-posso tocar? - Hinata pergunta.

— É pra já. - Naruto conduz a mão da Hyuuga até o bico do galo, depois sem ajuda dele, Hinata passa os dedos na cabeça até o pescoço. Ela gosta de sentir as asas também. Depois ela se demora muito dedilhando as patas.

— Que maravilha. - Sasuke joga as mãos ao alto:

— temos um galo conosco!

— Meus pais não gostam dele. - Sakura defende seu animal:

— eu não podia deixá-lo sozinho.

— Como ele aguentou ficar tanto tempo dentro da bolsa? - Naruto se admira por tamanha façanha.

— Fiz um buraco pra ele respirar e arf. Trouxe um saco de milho. - Sakura se aborrece:

— o que tem demais?

— O que tem demais? - Sasuke repete atônito e larga uma falsa risada:

— ainda me pergunta?

Com o Uchiha apontando para o galo, o animal aproveita a proximidade do dedo e o bicou.

— Ai! - Sasuke cerra os dentes. Furioso grita:

— vou esganá-lo!!!

—Igh! - Naruto segura uma risada com as duas mãos:

— É hoje.

Sakura levanta. O galo pula para trás do sofá. Ela impede Sasuke de seguir a ave. Ela agarra o menino pelo peito. Naruto cai na gargalhada vendo os dois atrelados. Hinata está preocupada. Ela quer saber o que acontece. Sasuke tenta empurrar a Haruno pelo ombro, no entanto, ela resiste. Os dedos femininos esticam os lábios do menino Uchiha, fazendo-o ter o sorriso de coringa. Sem saber porquê ela faz isso, Sasuke pouco se importa, dói, mas não muito. Ele puxa o cabelo dela, porém não adianta, ela resiste bravamente. "Droga, não gosto de enfrentar garotas." Sasuke pensa aborrecida. O Uzumaki rola pelo sofá de tanto rir.

— O g-galo. Quero o galo. 

Pede Hinata, mas Naruto tendo o ataque de gargalhadas, não a escuta. O caminhão para de repente. Fato que faz Sakura cair pra trás sobre o sofá e Sasuke logo por cima. Os dois tocam seus lábios e se fitam estáticos, sem sair dessa posição.

CONTINUA