Tenten e Kiba encerram o confronto quando escutam o grito de Naruto. O loiro levanta a parte superior do corpo da amiga, sentando-a, e a sacudindo. Na intenção de acordá-la. Desacordada nos braços do loiro, Sakura expele linhas vermelhas pelas narinas até o beiço superior.

— Sakura-chan! Por favor! Acorde! - assustado com o sangue, Naruto a aperta contra o peito.

— O que aconteceu com ela? - Tenten corre até parar atrás do menino:

— por que ela sangra?!

— Não sei! Eu não sei! — Naruto responde todo tremido.

Hinata se aproxima. Nada gostando de ouvir "sangue" na conversa. Seguiu a direção das vozes e se abaixa ao lado do loiro. Suas pequenas mãos encontram o corpo da rosada ainda segurada pelo amigo Uzumaki. Akamaru também se aproxima e lambe os cabelos rosados. Com o focinho empurra a cabeça da Haruno, mas ela não acorda. Entristecido o cão deita a cabeça sobre as patas dianteiras. Kiba e Tenten se entreolham e no mesmo instante, sem dizer nada, os dois concordam em darem uma trégua. Sasuke sai da água, por meio de uma escada da ponte. E na ponte o menino Uchiha se desespera ao visualizar a cena. Corre até o grupo reunido e quando observa a Haruno de mais perto, ele pergunta gritando:

— Porque ela está sangrando?!!!

— Não sei! Juro! Ela começou a sangrar e desmaiou!!! - Naruto responde perdendo sua luta contra o choro.

— Aluguei uma caminhonete antes de chegar aqui. — Kiba revelou:

— avistei alguns policiais, acho que estão seguindo o meu rastro e o de Akamaru. Eu pretendia usar a caminhonete para despistá-los. Porém, posso usá-la para levar a Haruno até o primeiro hospital que encontrarmos ou... esperar pelos policiais. Eles podem cuidar disso. 

— Policiais? Eu não quero ser acusada de nada, se eles aparecerem.

— Não. — Sakura se pronuncia assustando a todos em volta.

Naruto enxuga as lágrimas e retorna a abraçá-la fortemente contra o peito. 

— Não me aperta muito. Baka. — Ela pede. 

— Deixa ela respirar! Baka! — Sasuke se agachou pesando uma mão sobre o ombro do Uzumaki. 

— Tá bem. Tá bem. — Naruto afrouxa seu contato com ela.

— Eu imploro! — Sakura aos poucos consegue se sentar sozinha. E limpa o sangue escorrendo de seu nariz. Mancha toda a região posterior de sua mão direita:

— estamos tão perto. Eu não quero voltar agora. Esse problema- ele vive acontecendo- eu não falei antes porque eu sabia que assustaria vocês- mas eu consigo- consigo continuar viajando.

— Você não queria procurar pela médica só por causa da Hinata. — Sasuke entende tudo:

— quer resolver seu problema também.

Sakura desce o olhar. Seu silêncio é a confirmação da suspeita do menino Uchiha. 

— Sakura-chan- Hinata entristecida pergunta: — Por que escondeu de nós?

— Gomem- sussurra a Haruno fechando os olhos:

— eu tinha que realizar esse sonho porque meus pais nunca me permitiriam. Essa viagem provavelmente será a maior coisa que farei na minha vida e eu queria finalizá-la. — Lágrimas grossas escapolem. Recebe um abraço doce de Hinata que acaba lagrimando também.

Kiba não suporta o silêncio que se estende. E decide:

— Quer saber vamos pra Suna. Todos pra caminhonete. Agora. Vou levá-los o mais rápido que puder. Quanto mais tempo passarmos aqui, mais tempo estamos dando para os policiais nos alcançarem. 

— Tem certeza? — Tenten se espanta com a decisão do Inuzuka.

— Tenho. Vou ajudar essas crianças. Você pode ficar com o baú.

— Oras- se você vai ajudá-las, eu também vou. Podemos estender nossa trégua por mais tempo. 

— Ok, agora que disse, não pode mais voltar atrás. — Ele diz. 

— Eu não vou.

— Então vamos pra caminhonete. — Kiba decide carregar Sakura que o agradece. Naruto segura a mão de Hinata e começa a andar atrás do Inuzuka rumo a caminhonete estacionada a não muito longe dali. Sasuke vai andando por último e um pouco mais afastado do grupo. Seus punhos cerrados tremem. Seu coração teme algo. 

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A viagem durará no máximo três horas. A caminhonete alugada tem toda a parte debaixo marcada por lama. O espelho esquerdo está quebrado e o som do motor se torna agoniante. O veículo passa pelo caminho de terra árida que dará direto em Suna. A região verde da floresta vai sumindo gradualmente. Kiba pelo retrovisor observa as expressões dos passageiros. Sakura descansa a cabeça no ombro de Sasuke. Ele a abraça pela cintura. A mão dele faz carinho na cintura dela. Até o momento ninguém interrogou a Haruno para detalhar sobre seu problema de saúde. Decidiram dar tempo para ela. Ela parece fraca, mas tranquila. Hinata sentada ao lado da janela procura pela mão do Uzumaki. E ao segurá-la sente o leve tremor dele.

— Naruto-kun. Se conforte comigo. Eu também estou com medo.

— Hina-chan. — Ele leva a mão dela até a boca e deposita um beijinho ali.

Ela está com um sorrisinho. Seu medo diminui com o Uzumaki ao seu lado. Ela quer ter esse mesmo efeito sobre ele. E Naruto vai se tranquilizando quando se concentra no carinho de sua mão sobre a da Hyuuga. Deposita outros beijinhos naquela mãozinha branca e macia. 

— "Como posso querer uma vida ao lado de Hinata, se não consigo lidar com uma situação assim?"

E se fosse Hinata?

Eles são apenas crianças. E o Uzumaki se cobra muito mais do que deve. Tenten espia-os com o olhar cintilando. Está do lado de fora, na parte descoberta da caminhonete junto de Akamaru, Elvis e o baú. Assistir as crianças naquele momento de carinho, apesar da situação séria, derrete o coração da Mitsashi. Suspirando, ela se volta para trás. Seu encanto se acaba quando observa Akamaru e Elvis. O baú se situava entre os dois. O cão vigiava o baú apenas para Kiba confirmar que a Mitsashi não desistiria da trégua. 

— Por que tenho que viajar com animais? Quando isso tudo terminar o Inuzuka me pagará! — podem estar em trégua, mas não duvida que ele a colocou ali de propósito. 

Kiba dirige a caminhonete e passa por cima de um buraco propositalmente. As crianças balançam. Estão seguras pelo cinto de segurança, já a Mitsashi escorrega, caindo de queixo próximo do focinho de Akamaru que lhe mostra os dentes afiados. Quando Tenten senta, ela massageia o queixo, gritando milhares de palavrões, amaldiçoando Kiba que se diverte horrores. 

CONTINUA