Sasuke corre desorientado. Não possuindo certeza se eles lhe perseguem. O menino Uchiha opta por correr o quanto pode e só parar quando estiver longe o suficiente do posto de pesagem. Uma droga se livrar da mochila, porém se a tivesse mantido, ele não conseguiria correr mais rápido do que agora. Seria alcançado rapidamente. No presente se livrar do peso seria essencial. A noite ao mesmo tempo se torna vantajosa e perigosa. Seus pés não param, mesmo os ônix não enxergando um palmo a frente. A camisa rasga. Uns três pedaços do tecido deve ter ficado pra trás se prendendo em alguma planta ou galho. Escura e assustadora, a região da floresta é mais densa longe de Konoha. O tempo voa. Sem poder dar mais um passo, o Uchiha busca respirar intensamente. Está quase caindo exausto. Seu peito arde de tanto esforço feito. “Não posso chamar por Naruto, Sakura ou Hinata! Não sei se os homens estão me seguindo!”. Sua voz também atrairia os homens. Não pode arriscar chamar pelos companheiros de viagem. Sasuke se abaixa atrás de uma árvore. Espiando e se certificando de que não há ninguém perto. Ele confirma a mais profunda escuridão.

— Ótimo. O bom é que não tem ninguém. E o ruim é que não tem ninguém. 

Presta atenção nos sons de grilos e sapos. Faz uma careta ao imaginar quantos bichos desagradáveis encontraria.

— “Itachi...”. - Sasuke tenta imaginar como o irmão está:

— “Não sabia que ele publicaria uma foto minha. E tão rápido. Será que já avisou nossos pais?”.

Descansado por míseros quinze minutos, Sasuke resolve caminhar um pouco mais até encontrar finuras de luminosidades vindas do luar que é em grande parte bloqueado pelas folhagens altas. Sasuke se depara com uma árvore no mínimo estranha. Ela é a única sem folhas. Sendo muito ampla e oca por dentro. Ele não vê outro lugar melhor do que o interior dela. Assim, ele entra sem problema no oco do ronco. Sentado. O menino Uchiha abraça as pernas. 

— “Como será que os outros estão?”.

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Dia seguinte. Pela manhã. Itachi arruma uma pequena mala ao tempo que fala com o pai no telefone:

— Recebi uma ligação ontem antes de dormir. Um policial encontrou Sasuke em um posto de pesagem - Irritou-se, pois seu pai o interrompeu, também se irrita por fazer a mala usando só uma mão:

— pai me escuta!!! Pai!!! – Quando o silêncio se fez do outro lado da linha, Itachi continuou:

— ele viajava escondido dentro de um caminhão. Conseguiu fugir depois de jogar a mochila em cima do policial.

Novamente interrompido, busca confirmar:

— sim. Pai. Eu tenho certeza que era Sasuke. O policial encontrou os documentos dele dentro da mochila, os documentos de viagem assinados por você e pela mamãe. Pai, não quero falar com a mamãe é - sem poder discutir, Itachi se sente na obrigação de conversar com ela:

— tá passa pra ela.  

Quase não fala ao ouvir a voz da mãe, pois a maior parte da conversa foi preenchida por um choro incessável.

— “Como sou burro.”.

Pensa, colocando no viva voz. O choro histérico da senhora Uchiha entope todo o quarto. Itachi a ignorando se sentou na mala que não quer fechar. Ele fez quatro tentativas frustradas até conseguir. Ele irá até Suna de carro e levará o suficiente.

— Mãe me escuta! Eu estou indo até Suna! Mãe! Sasuke está indo pra lá. O caminhão no qual ele estava ia para Suna, ele deve ter escutado eu falar sobre o tio Tobi. - Subitamente, o senhor Uchiha entra na linha e Itachi tenta acalmá-lo:

— pai, alô pai, não o tio Tobi não tem culpa, não falei com ele ainda, mas agora pretendo... o senhor tem que esquecer essa briga, achar Sasuke é mais importante. 

Itachi franze o cenho ao escutar as futuras reclamações do pai. Está saindo da casa, levando a mala para o carro, quando viu os Harunos esperando na rua.

— Vou desligar. Pai. - O senhor Uchiha ainda falava quando Itachi desligou:

— senhor e senhora Haruno, eu sinto muito pelo sumiço de Sakura. 

— Também lamentamos pelo seu irmão. - Disse a mãe de Sakura:

— podemos ir com você? Acreditamos que ela esteja junto de Sasuke. 

— Me perdoem, mas sua filha não está com meu irmão. – Itachi diz sem jeito. Ele vê a preocupação estampada nas faces:

— ele foi encontrado sozinho ontem. E conseguiu fugir novamente.

— Eles podem não terem fugido juntos - o pai de Sakura está esperançoso:

— mas estão com o mesmo objetivo: Ir para Suna.

— Perdão, mas por que a filha de vocês iria para Suna?

— Explicamos no caminho. – A senhora Haruno falou andando em direção ao carro de Itachi:

— por favor, só nos deixe ir com você.

—.... - O rapaz Uchiha não consegue negar. Espera que não dê muito problema. 

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Sakura desperta aos pouquinhos. Ela adormeceu com a cabeça repousada na bolsa. Hinata descansa ao lado da Haruno, dividindo a bolsa como travesseiro e logo depois Naruto, dormindo sobre a mochila dele. Uma linha de baba desce do canto da boca do Uzumaki e pinga no mato. A língua para fora o faz parecer que foi nocauteado. A Haruno sorrir ao sentar e observá-los. Os dois dormiam tranquilamente.

— "Corremos a noite inteira ontem.". - A rosada está prepcupada:

— "Sasuke está bem?".

Ele coloca a mão na boca recordando o rápido beijo que tiveram. Ela sacode o rosto. 

— “Não é hora pra pensar em beijo! Não posso ter um namorado! Não enquanto não ver a doutora Tsunade! E se tiver um namorado por que teria que ser ele?”.

Suspira. Pensando nos seus pais. Eles devem estar furiosos. Não, só sua mãe. Seu pai estaria preso à tristeza. Sabia que o otimismo dele estaria presente, porém seria um disfarce para esconder o sofrimento. Ele é muito mais sentimental que a senhora Haruno. A única vez que a viu chorar foi quando acordou após ficar desacordada mais de um mês. Sakura embra dela lhe abraçando como nunca fez na vida. 

"Você é minha única filha, não faça mais isso comigo..."

A Haruno se lembra das palavras que nunca mais se repetiram. Sua mãe retornou a se fechar em uma casca grossa. A rosada fechou os olhos com força. Não é momento pra lembrar de tristezas, retornando a pensar na sua situação junto com Naruto e Hinata. Os três se encontram dentro do que seria uma cabana composta por paredes de tábuas quase podres e um telhado de palha esburacado. Obviamente é uma construção abandonada.

CÓCÓCOOOO

— Elvis!!!

Sakura grita levantando e correndo pra fora da cabana. Ela logo se vira olhando para o telhado. O galo desce com tudo caindo sobre a Haruno que o segura animada. Algumas palhas vão juntas e grudam nos cabelos rosados, mas não liga, a felicidade de rever o animal compensa. Sussurra para Elvis:

— Então você está bem. Eu senti saudades sabia?!

Não demora em o loiro acordar e aparecer de cara sonolenta na entrada da cabana.

— UUUUAAAA. - Naruto boceja levantando os braços pra cima estalando alguns ossos:

— oba!!! O galo voltou!!! Agora que não temos mais comida podemos fazer um fogueira e-

— Naruto. - Sakura abraça Elvis:

— se tem amor à vida é melhor não terminar sua frase.

— Arf!!! - Naruto se encaminha pra dentro da mata. Saindo do campo de visão da rosada. Avisa quando esta longe:

— vou mijar!

— Não precisa me dizer!!!

Sakura retorna para dentro da cabana e ao ver Hinata ainda dormindo, a rosada achou melhor esperar, a Haruno gostaria de vê-la bastante descansada, não sabia o quanto andarão pela frente. Acaricia Elvis quando ouve após cinco minutos o grito do Uzumaki:

— SOCORRO!!!

CONTINUA