Ele vai sentado no banco traseiro do carro do modelo mais vendido no mercado Japonês. O orgulho do irmão mais velho quem acompanha tudo o que se destaca nas vendas de automóveis. Lógico. Eles são os Uchihas. A família entre as mais famosas do Japão.

— Poderia se animar mais. Sasuke.

— Não enche Itachi. - Sasuke mantém os braços cruzados e a visão fixada na janela:

— Estou aqui porque fui forçado. Não espere me ver sorridente.

O mais velho revira os olhos e continua a prestar atenção no caminho de terra o qual os distancia da cidade grande. Rumo a Konoha. Um interior o qual será palco para as futuras empresas Uchihas. Ao pensar nisso os orbes ônix chamuscam. Itachi lamenta pelo irmão caçula não se entusiasmar. Sasuke adormece. O menino Uchiha não espera nenhuma surpresa em um lugar distante de tudo.

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— Acorde Sasuke. - Itachi ainda senta no banco do motorista. Ele se vira para trás. Estica o braço e toca fortemente na testa do menor. Ignorando a careta do menino, o irmão mais velho avisa:

— nós chegamos.

Sasuke esfrega os olhos. A visão se ajeita. Ele observa através da janela uma casa tradicional japonesa. Nada ali se compara à mansão onde morava. Sasuke queria continuar trancado no conforto do quarto dele na mansão.

— Detesto lugares assim. - Fará de tudo para ser mandado de volta para a mansão:

— nunca vou gostar desse trabalho de vocês. — Também não quer ser preparado para ocupar algum cargo nas empresas Uchihas.

— Nosso trabalho. Sasuke. - Itachi corrige, pouco se importando pelo desagrado do mais novo. Itachi sai do carro. Indo ao porta-malas, ele ordena:

—  venha tirar suas coisas!

Sasuke sai do carro e bate a porta. Ele descansa as costas nela:

— Não vai pedir para os empregados?

— Não. — Itachi sorrir. Ele leva duas malas em direção à casa nova:

— por que essa cara? Achei que isso ia agradá-lo. Você não gosta de estar rodeado por pessoas. - Itachi deposita as bagagens no piso encerado de madeira:

— somos nós dois apenas.

Sasuke não compreende o mais velho. Às vezes sente que o irmão só quer manipulá-lo para ser o filho ideal de Fugaku e Mikoto Uchiha. Outras vezes Itachi demonstra se importar realmente com o que Sasuke pensava-

"Não! Para de criar esperança! Se Itachi ligasse verdadeiramente para mim, ele me levaria de volta pra mansão!".

— Posso dar uma volta?

Itachi avalia a expressão cansativa do irmão. Com um sorriso leve, o mais velho cede:

— Sim. Vá. Mas quando voltar traga suas coisas.

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Sasuke entra na pequena cidade de Konoha. As casas possuem o modelo tradicional com quintais para plantações específicas e algumas possuíam até lagos. Quando ele encontra um imenso campo, a primeira coisa avistada foi uma enorme cerejeira. Sasuke corre até ela. Arregalando os olhos conforme sente o perfume dançando nas narinas. Ele senta entre as raízes. Apreciando a sombra e a visão de algumas pétalas retiradas dos ramos pelo vento.

"Se tiver mais lugares assim. Não será tão ruim viver em Konoha.".

POF

— Aaai!!! Merda!!!

Grita Sasuke sentindo uma dor enorme na cabeça. Ele logo massageia o lugar doído e se levanta olhando para cima.

— Aaah!!!

Agora tapa o nariz que dói. Ele abaixa a cabeça. No chão, ele localiza as duas pedras jogadas contra ele.

— Eu escuto você se mexer! - Sasuke avisa juntando as pedras. O menino enxerga dois pés recolherem pra trás do tronco. Sasuke dá a volta na árvore com o olhar erguido. Ele vê então o corpo de um menino, parte do rosto coberto por um capuz, somente expondo os dentes cerrados:

— te peguei!

Sasuke lança uma pedra a qual acerta no centro das costas do menino. O menino tenta subir mais. No entanto. O galho escolhido para escalar não aguentou o peso do menino que quase caiu em cima de Sasuke se o mesmo não se desviasse rapidamente segundos antes.

— Bem feito moleque, dá próxima vez-

Sasuke se interrompe. O menino na verdade é uma menina. Os cabelos rosados se estendem pelo chão. Ela se levanta devagar. Ela morde o lábio inferior e orbes esmeraldinos cintilam pelas lágrimas as quais tenta segurar.

— Você se machucou.

Sasuke fala vendo o sangrar do cotovelo direito dela. Ele procurou no chão a causa. Uma pedra. Cravada na grama. A menina não o encara. Ela ainda segura o choro. Envergonhada pela queda. Ela segura o antebraço. O antebraço arde muito. Eles permanecem estáticos por um minuto ou mais.

— Não gosto de brigar com meninas. – Sasuke toma a mão dela:

— vamos lá com meu irm-

— Seu desgraçado! - ela reage. Retirando a mão. Repudiando o toque dele. Ela soca a cara do menino:

— vá embora!!! Seu lugar não é aqui!!!

E com isso ela foge. Deixando um confuso e raivoso Uchiha estendido na grama.

CONTINUA