As detenções seguidas me faz apelidar o período de Festival da Detenção.

As brigas entre Jack e Evelyn aumentam. A união de Luke e Heather se intensifica. Eu? Bom, nada de importante. Diana costuma ficar quieta e limpando. Eu tenho conversas normais com Grace. Descobri que Grace e sua irmã gêmea Anne são nascidas-trouxas.

Somos todos um grande grupo, os primeiranistas da Grifinória. Passamos o dia inteiro juntos. Esperamos uns aos outros para ir tomar café-da-manhã, tomamos café-da-manhã normalmente com Evelyn brigando com Jack (minhas frases favoritas são "A comida não vai sair andando, Wood!" e "A Terceira Guerra Bruxa não começou, Wood!"), vamos para as aulas (onde dependendo da matéria cada um recupera pontos para a Grifinória), almoçamos juntos onde Evelyn briga novamente com Jack e ele responde com a boca cheia de comida algo que eu acho que é não enche ("ão en"), Ryan nos ajuda à fazer os deveres (algo que Luke como eu odeia), enviamos cartas à pessoas fora de Hogwarts (para mim normalmente é Vick, minha avó e Harry já que meus outros amigos são trouxas), assistimos mais aulas, não passamos de discussões na aula de História da Magia (nada de mais sonserinos aves), jantamos com as típicas brigas de Evelyn com Jack, vamos para as nossas detenções e ficamos à toa no Salão Comunal da Grifinória, as vezes jogando snap explosivo ou xadrez bruxo.

Nem parece que estamos em Hogwarts à apenas um mês.

–Nossas detenções acabam hoje! – grita Grace feliz me abraçando ao invés de apenas dizer um bom-dia.

–Bom dia para você também – respondo.

Ela se separa com os olhos brilhando mais que nunca e um sorriso espontâneo e alegre nos lábios.

–Só estou feliz. Bom dia.

–Tudo bem. É bom te ver feliz.

Ela fica linda quando está entusiasmada.

–Por que vocês não param com esse papo "Somos apenas amigos" e se beijam logo? – Megan comenta.

–Cale a boca, Klein. Somos apenas amigos – Grace retruca.

–O que eu disse? "Somos apenas amigos" – comenta Megan risonha enquanto os outros caem na gargalhada.

–Acho que é melhor mesmo – comento.

–O que? – Grace questiona me encarando.

Eu me aproximo dela e depósito um beijo suave, casto e doce em seus lábios. Por que não a beijar? Eu a acho gente boa e bonita.

Grace fica mais bonita ainda com o rosto corado mas os olhos ainda demonstrando seu entusiasmo.

Quando estamos cumprindo as nossas detenções, conversamos mais à fundo. Sobre os nossos passados.

–Então existem meias-veelas em sua vida? – Grace questiona tentando disfarçar o seu ciúme.

–É. Mas eu gosto de você, ok? Elas são mais como primas para mim.

–Mas elas não tem o seu sangue.

Lhe dou o meu segundo beijo. Um beijo suave e doce, com um leve ardor e malícia no fim.

–O meu primeiro beijo foi com você como o segundo também o foi, como o terceiro também será é como o meu último beijo da vida também será. Eu sei que só tenho onze anos mas você é a primeira para mim e se aceitar também será a última.

Ela dá o meu sorriso favorito, um sorriso alegre e espontâneo.

–Aquele terceiro beijo pode ser agora?

Eu a beijo. Um beijo suave e doce com um leve toque de ardor e ácido no fim.

–Acho que esse é o meu beijo favorito – ela sussurra. – No início, suave e doce. No final, a verdadeira essência.

–Você pode ter quantos dele que quiser – sussurro em resposta.