Assim que terminamos de jantar eu, Luke, Jack, Ryan, Heather, Grace, Evelyn, Diana e Megan corremos para a Floresta Proibida.

Eu, Luke e Heather explicamos o que planejamos para a Iniciação para os outros enquanto corremos.

Assim que entramos na floresta, murmuro:

–Lumus.

Uma luz surge na ponta da minha varinha.

Os outros imitam o meu gesto. Evelyn não consegue de primeira então Jack a ajuda.

–Obrigada...

Ela percebe quem é e dá as costas para ele.

–Casal à vista – Luke e Heather cantarolam.

–O casal é vocês dois – retruca Evelyn.

Diana, Megan e Ryan se entreolham.

Grace caminha até mim e questiona:

–Como vai atrair os testrálios?

–Eu roubei algo da mesa no jantar.

Pego uma faca no meu bolso.

–Você vai se cortar?

–Eles vão ser atraídos pelo cheiro.

Ela desvia os olhos enquanto faço um corte no meu braço.

As primeiras gotas de sangue caem no chão e Heather comenta:

–Ali.

Não sei quem ela viu morrer (ela não quis falar) mas ela que deu a idéia de voarmos em testrálios para a Iniciação.

–Tem quantos? – Diana questiona.

–Seis. É um bando. Espera que vai surgir mais.

Corto novamente o meu braço. Um corte maior e um pouco mais fundo.

Não é dor, é mais ardor. Se cortar uma das coisas que pessoas normais nunca fariam de propósito e foi por isto que me ofereci para atrair os testrálios. Eu não sou normal, sou especial.

–Tem o suficiente agora – Heather comenta.

Ela pega a mão de Luke e o aproxima de um. Bom, acho que ela o aproxima porque vejo Luke subir em algo invisível. Isso é bem estranho. É como se ele estivesse voando.

Heather ajuda todos nós a montarmos antes de montar em um. É estranho montar em um testrálio. É como se o ar fosse sólido e tivesse formato.

–Estão prontos? – ela questiona.

Nós assentimos. Vejo Diana se agarrar ao seu testrálio de olhos arregalados mas eu não entendo porque ela sente medo. Eu sei que é estranho montar em algo invisível mas não passa disso.

–Formação em V. Eu vou na frente – Heather avisa para nós.

Acaricio o meu testrálio não sei exatamente aonde nele mas acho que é no pescoço.

–Está pronto, garoto?

Escuto ele bufar em resposta como se dissesse "Eu nasci pronto. Você é que tem que estar pronto".

–Eu estou pronto – comento.

Ele levanta vôo. É maravilho voar nele. É como se tivesse em uma vassoura com a sensação de liberdade estourando em seu peito e o vento batendo em seu rosto mas sem ter que fazer nada.

O meu testrálio é um dos testrálios da frente. Estamos na formação em V que Heather falou.

–Você gosta do nome Zekrom?

Ele bufa em concordância.

–Esse será o seu nome então, meu amigo.

Escuto gritos e observo a minha platéia. Pessoas nas janelas do castelo. Zachary, Darren e os irmãos de Luke no gramado junto de professores.

–Dê a volta, Zekrom. Mesmo que precise sair da formação.

Ele atende ao meu pedido. Vejo os meus amigos descendo mas continuo. Se é para quebrar regras, que eu quebre para valer.

A gente para em uma montanha nos arredores de Hogwarts. Eu me sento no chão encostado nele.

Queria poder vê-lo mas sem ter que ver a morte de alguém.

Acabo tirando uma soneca. Ele me acorda lambendo o meu braço onde me cortei. Acordo à tempo de ver o sol nascendo.

–Sabe, podemos sair mais vezes se for sempre tão bonito assim – comento fazendo uma voz sedutora.

Zekrom faz um som que deve parecer uma risada.

–Temos que voltar para Hogwarts.

Tateando nele o monto.

Ele me deixa nas portas do castelo.

Subo até a torre da Grifinória para pegar os meus materiais.

–O que aconteceu? – questiono.

–A Grifinória perdeu mil pontos além de todos nós ganharmos detenção – responde Luke. – Mas Emmett e Ricky estão tão felizes e orgulhosos de mim que quase estão saltitando por aí.

–Zachary disse que conseguiremos recuperar estes pontos e que somos membros oficiais da Grifinória – Jack responde. – Onde você tava?

–Passeando com o Zekrom.

–Quem? – Ryan questiona. – Esse é o nome de...

–Um Pokémon – interrompo. – Eu sei. Eu vejo algumas coisas trouxas. É o meu Pokémon testrálio.

Ryan ri concordando com a cabeça comigo enquanto Luke e Jack tem caras de quem não entendeu nada.

–Vamos pra aula.

Na mesa do café-da-manhã encontramos as meninas. Creio que Diana e Megan sejam as mais tímidas delas pois elas até coraram ao nós verem enquanto Heather puxa Luke e eu para ficarmos cada um do seu lado.

Nevill Longbotton, que fora de Hogwarts eu chamo de tio Nevill e dentro eu chamarei de Prof. Longbotton, se aproxima da gente.

–A detenção de vocês será hoje. Detenções sem varinhas. Sr. Abbott, Srta. Volkmar e Sr. Lorentz irão cuidar das estufas, me esperem aqui depois do jantar. Sr. Wood, Srta. Ruschell e Srta. Klein cuidarão da biblioteca, após o jantar encontrem Madame Pince lá. Sr. Lupin, Srta. Peffrey e Srta. Backer irão limpar a sala de troféus, o Sr. Filch os buscará.
–Ah não – murmuro.

Filch é uma pessoa horrível, ele odeia os estudantes de Hogwarts e nós retribuímos o sentimento.

Meu humor não melhora nem um pouco quando vejo Arquimedes entrar voando com uma carta vermelha no bico. Droga. Ela foi lá em casa.

Andrômeda Tonks costuma ser uma pessoa calma, acredite. Mas eu fiz tanta besteira ontem que um berrador é a sua resposta. Sua calma esgotou.

Eu nunca quis ver minha avó zangada e tenho boas razões para isto.

Arquimedes solta o berrador e começa a comer o meu muffin de chocolate. A acaricio um pouco antes de abrir o berrador.

"TED REMUS LUPIN! MATAR AULAS! TRANSFORMAR PESSOAS EM PÁSSAROS! VOAR EM TESTRÁLIOS À NOITE! EU NÃO TE CRIEI PARA ISTO! EU SEI QUE VOCÊ VAI ARGUMENTAR QUE SEU PAI ERA UM MAROTO MAS ELE TAMBÉM ERA UM MONITOR!"

Estou encolhido no banco esperando que a bronca terminar.

"Ah Teddy, acredito que seus pais iriam que você se divertisse em Hogwarts sim mas não que quebrasse tantas regras à ponto de ter chance de ser expulso. Espero não ouvir mais nenhuma reclamação de você."

Me viro para os meus amigos assim que o berrador explode em chamas.

–É o seguinte. Vamos ficar quietos e recuperar os pontos perdidos, ok?

Luke revira os olhos e é o último à aceitar.

–Sobre ter transformado o Sr. Dolohov em um pássaro, Teddy – começa o Prof. Longbotton.

–Lupin.

–Lupin – ele concorda. – Você perde cinquenta pontos para a Grifinória.

Ele se vira mas logo volta à me encarar.

–Eu sei que o pai dele matou o Prof. Lupin mas também sei que o seu pai não iria querer que você criasse rixas.