TRL escrita por Lykka


Capítulo 35
Segurança no Amor




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Mais seguro de si impossível, é o que diriam de mim. Meu sorriso diz que sou confiante e minha postura só afirma isso.

Ao passar pelos corredores escuto pessoas comentarem desde o meu desaparecimento (quando sai pra ir ficar com os meus companheiros animais) até ter sofrido o ataque de Artes das Trevas mas não deixo que seus comentários influenciem no meu dia-a-dia.

Minha avó tem mandado mais cartas que o normal, sei que ela teme me perder e o ataque não lhe ajudou a relaxar. Visando desviar a mente dela um pouco de mim e a relaxando assim mando Pressler para casa, aquela gata poderá fazer companhia para minha avó e ocupar seu tempo além do trabalho dela no hospital.

Zekrom que foi levar Pressler para lá e até agora ele não voltou, pelo menos eu não tenho visto dele. A única que vejo é a Arquimedes que chega sempre trazendo cartas de casa, beliscando minha comida e me dando bicadas carinhosas.

Minha avó é muitíssimo importante para mim, por isso quero que ela se distraia e fique bem. Ela fez muita coisa por mim. Ela trocou cada fralda, suportou cada choro, curou cada febre, protegeu de cada medo e cada pesadelo e muito mais. Ela foi... Ela assumiu o papel que deveria ser da sua filha. O papel como minha mãe. Eu a amo. Muito. Não viveria sem ela.

Nas salas de aula eu presto atenção, exceto na de História da Magia que eu durmo. Faço os deveres buscando não gastar muito tempo mas no de História da Magia eu aproveito para estudar sobre o que o professor tava falando naquela sua voz monótona enquanto eu dormia.

Luke está bem mais relaxado desde a demissão de Jasmine, o Natal chegar e eu o ajudar pra terminar todos os deveres logo no primeiro dia das férias natalinas o faz mais relaxado ainda. As vezes ele me lança olhares e eu sei o que ele quer. Ele quer nós dois.

Como Ryan ocupa tempo estudando mesmo nas férias de Natal, eu e Luke passamos tempo juntos e sozinhos. Eu evito qualquer contato romântico com o meu melhor amigo mas isso não impede que nos divirtamos juntos. Desde Quadribol e guerra na neve até Snap explosivo e xadrez bruxo, a gente se diverte sem parar.

As vezes conseguimos puxar Ryan para se divertir com a gente, o que é ótimo pois arranca risos dele, mas a noite se torna claro que ele não está tão bem quanto parece quando participa da nossa guerra na neve. Ele não está bem, tem tido insônia, o divórcio de seus pais obviamente está mexendo com ele. Queria poder saber como o ajudar, mas não posso impedir a separação dos pais dele, então tudo que faço é tentar o distrair do melhor jeito possível.

Os presentes de Natal são cuidadosamente feitos para distrair Ryan, eu acordo antes dele e distribuo nossos presentes escondidos pelo castelo para servir como um caça ao tesouro, ocupa nosso dia todo cheio de risos e palavras trocadas.

O jantar foi reconfortante, ainda mais quando saímos dele e vamos direto para um amigo oculto entre eu, Luke e os irmãos Lorentz. Eu zombo Luke na descrição dele, afinal eu o tirei. Quando Ryan faz uma descrição caprichada de mim me levando a sorrir e o abraçar Luke finge ter ciúmes e abraça Lizzie afirmando que irá fugir com ela já que eu troquei ele pelo irmão mais velho dela. Eu rio e brinco com ele, ele retribui a brincadeira dando a língua como se fosse muito maduro assim, no final acaba eu, ele, Ryan e Lizzie rindo juntos, curtindo um a companhia do outro.

Na noite em que vejo Ryan adormecido e sereno na sua cama sinto o doce gosto da vitória na minha boca pois sei que consegui o distrair cem por cento finalmente.

Me levanto e vou até a janela, um arrepio percorre minha coluna quando vejo a lua cheia imponente no céu.

Penso na pedra que tenho guardada no meu malão, a Pedra da Ressureição, e hesito. Tenho vontade de correr até ela e usar de seus poderes. Mas... Não estou pronto ainda. Não sei se deveria fazer. Meu estômago se embrulha. Quero ter coragem de ver e falar com meus pais pela primeira vez na minha vida mas sei quantas críticas eu iria receber disso.

Nunca... Nunca vou os ganhar realmente. Nunca vou ter meus pais de volta por mais que eu tente.

Fecho os olhos, sentado no parapeito da janela, abraçando meus joelhos. Seco minhas lágrimas, não queria estar chorando aqui. Sinto falta dos meus pais, sinto muita falta dos meus pais. Eu ergo o olhar, admiro o céu. Observo a lua, penso no meu pai, queria poder dizer qualquer coisa para ele, qualquer coisa que fosse e tudo que escapa pelos meus lábios enquanto penso nele é "Eu amo você".

Sorrio de leve, a voz dele invade meus ouvidos e o sorriso dela alcança a minha visão.

"Papai... Mamãe..." sorrio apreciando escuta-lo e ver o sorriso dela. "Eu amo vocês"

Eu amo vocês. É o que mais tenho certeza nessa vida. É a minha primeira e última certeza. Eu amo vocês, mamãe e papai. Eu amo vocês mais do que tudo na minha vida.

Dizem que sou seguro de mim mas não sei se estão certos. Me sinto frágil quando penso em meus pais e principalmente em quanto os desejo por perto. Mas quem amamos não vão nos deixar realmente, certo? Estão em nossos corações... Meus pais estão no meu coração e com eles comigo eu tudo posso e nada temo. Meus pais deram suas vidas para que eu vivesse em um mundo melhor e são eles que me tornam alguém melhor em cada segundo da minha vida mesmo que eles não estejam fisicamente comigo.

Meus pais não estão fisicamente comigo mas isso não faz com que eles tenham me deixado, o amor que eles sentiam por mim é maior que o plano terreno, o amor que meus pais sentem por mim os fará estar para sempre ao meu lado.


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