Só mais um ano... ou não escrita por Alexandra Watson


Capítulo 45
Capítulo 45


Notas iniciais do capítulo

Então, gente, é isso.
Quero agradecer pra caramba todos que acompanharam e comentaram a fic, foram de extrema importância pra mim. Devo confessar que esse final não tava querendo sair, mas eu acho que era mais meu sub consciente me prendendo pra ela não terminar (uma ideia distorcida de que poderia durar pra sempre), mas precisava concluir.
Eu amo muito esse último capítulo e, deuses, nem acredito que estou dizendo isso, estou feliz por ele ter vindo ao mundo.
Espero vocês numa próxima fic (se bem que estou postando uma outra lá ~marketing, marketing).
#MFDF: 4/4
*Divirtam-se*



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O fim do ano foi uma coisa até que calma. O clima de briguinhas infantis havia dado espaço para um clima mais tenso de estudos e provas infinitas. Muitas pessoas estavam marcando grupos de estudos e, nas provas bimestrais do último bimestre, a sala toda se reunia à tarde na escola, nos revezando para explicar determinadas matérias.

Devo acrescentar que, com a época de vestibulares chegando, não só meu irmão, mas Hermione e eu fomos ficando tensas. Meu irmão havia feito diversas provas e mal dormia a noite pensando nos resultados. Eu sabia que meu irmão era extremamente inteligente e esforçado nas coisas, mas a tensão no momento de se fazer uma prova, qualquer um podia ir mal.

Havíamos chegado em nossa última semana de aulas, nós seis havíamos decidido ir viajar pra algum lugar antes de tudo, independentemente dos resultados. Claro, todos haviam passado de ano, mas naquela semana chagariam as últimas cartas de Ron. Ele já havia recebido outras, porém elas era de outras cidades; não que não fossem boas, mas ele esperava da cidade onde estávamos morando.

Era quarta-feira e nós cinco estávamos saindo da escola depois de uma reunião de grupo de estudos, quando o celular de Hermione tocou. Ela o atendeu e travou na hora, falando rapidamente e se virando para nós.

– Temos que ir pra sua casa, Annie. Seu irmão recebeu a última carta – ela guardou o celular no bolso e nós corremos para o lado de fora, onde sua mãe nos esperava. Ninguém disse uma palavra seque durante o caminho. Meu irmão estava do lado de fora, sentado na rede e virando a carta nas mãos. Subimos as escadas e ele ficou de pé, estendendo a carta para mim.

Minhas mãos tremiam, mas eu consegui abrir o envelope e tirar o papel de lá, lendo-o em voz alta.

– “Prezado senhor Ronald Levesque, temos o prazer de lhe informar que sua solicitação de entrada em nossa instituição foi aprovada.” – olhei para meu irmão e pulei em seu pescoço, sendo recebida de braços abertos por ele. – Deuses, Ron, você passou! – soltei-o e fui até a porta, chamando por meus pais. Os outros abraçaram meu irmão enquanto meus pais não chegavam, perguntando o que estava acontecendo. Lhes contei a notícia e eles foram até meu irmão, lhe parabenizando e convidando todos para comer ali.

Fomos para a sala, conversando sobre a faculdade e sobre o curso de meu irmão também. Vinte minutos se passaram e minha mãe apareceu com caixas de pizza, voltando depois para a cozinha, onde meu pai e meus irmãos menores lhe esperavam. Estava ficando tarde e, depois de os pais de Tris e Tobias virem buscar os dois, Hermione e Percy também se foram. Antes de dormir, fui até o quarto de meu irmão, chamando-o até meu quarto para conversar, já que Finn estava dormindo.

– O que foi? – ele fechou a porta e se sentou à minha frente, coçando os olhos azuis, uma das poucas coisas que não tínhamos em comum.

– Quero que me conte como está se sentindo depois de hoje.

– Animado, obviamente, mas também estou nervoso, Annie. Estava conversando com nossos pais e nós estávamos pesquisando sobre a faculdade, comparando viajar todos os dias a morar mais perto dela, e nós vimos que é muito menos desgastante morar num apartamento perto dela do que viajar todos os dias.

– Então você vai morar fora? – ele deve ter sentido minha preocupação, porque segurou minhas mãos.

– Provavelmente, mas sempre estarei aqui de fins de semana.

– Eu ... eu não sei, Ron. Quem eu vou atormentar o dia todo agora?

– Além de Arya e Finn? – ele riu. – Você ainda tem Percy e Hermione morando do seu lado, além de Tris e Tobias. Não vai ficar sem alguém pra irritar, Annie.

– Você entendeu o que eu quis dizer – ele me puxou em sua direção e me apertou em seus braços. Afundei a cabeça em seu pescoço, contendo algumas lágrimas. – Não quero que vá, Ron, vou sentir sua falta.

– Eu também, loirinha – ele beijou minha cabeça e limpou meu rosto, tirando alguns resquícios de lágrimas soltas. – Você vai superar. E vai ser a responsável pela casa agora, pelo menos para que Finn e Arya não se matem enquanto mamãe e papai não estiverem em casa. Tem que ser forte por eles.

– Vou ser – me recompus e ele se levantou, mexendo em meus cabelos.

– Essa é minha garota – ele foi até a porta. – Agora vai dormir, Annabeth. Ainda sou o responsável até o fim das férias, então me obedeça.

– Você está pedindo para eu te mandar embora, não está? – ele apagou a luz e eu me deitei.

– Talvez assim seja mais fácil pra todo mundo – ele mais murmurou do que disse. – Mas eu sou seu irmão mais velho, Annie, sempre vou ser responsável por cuidar de você. Independentemente de onde eu esteja.

Ele fechou a porta e eu me virei para o outro lado, dormindo.

*****************************************************************************

– Pegou tudo, Percy? – estava sentada na cama dele, prendendo os cabelos num coque não tão firme, usando um shorts jeans, uma blusa cavada e uma outra de frio presa à cintura. – Se você esquecer algo, vai ficar uma semana sem.

– Acho que sim – ele colocou as duas malas que arrumara (no caso, sua mãe arrumara) perto da porta e veio até mim. – Já está com suas coisas todas prontas?

– Desde ontem à noite, querido – ele se inclinou sobre mim e eu segurei seu rosto enquanto o beijava. – Podemos ir? Não quero me atrasar e correr o risco de perder o ônibus.

– Claro. Já chamou seu irmão? – ele puxou minhas mãos e eu fique de pé.

– Ele vai com Hermione, então só falta você – ele pegou a mala maior e seu cobertor, enquanto eu peguei a de mão e seu travesseiro. – Que horas são, exatamente?

– Ainda são quatro e meia, Annie. Relaxa.

– Mas nós ainda temos que comer – ele descartou minha preocupação com um revirar de olhos e começou a descer as escadas. Saímos de sua casa, encontrando nossos pais ali fora. Deixamos suas malas dentro do porta malas e seu travesseiro na parte de trás. Abraçamos nossos pais, nos despedindo deles, e entramos no carro com nossas mães. Fomos até a padaria, onde os outros já nos esperavam, junto com seus pais. Sentamo-nos na mesa com eles e nossas mães com os adultos, todos tomando café.

– Nem acredito que conseguimos isso – meu irmão disse e tomou seu café.

– Nem eu. Nem sabia que haviam acampamentos por aqui – eu disse.

– Você fala como se fosse perto daqui – Percy comentou, com o braço ao meu redor. Levantei a sobrancelha para ele. – O que foi?

– Sua sensibilidade me comove, Perseu – ele ficou confuso, mas beijou minha cabeça mesmo assim.

Terminamos de comer e fomos andando até o ponto onde pegaríamos o ônibus para ir para o acampamento. É, havíamos conseguido a viagem para lá. Faláramos com o diretor do colégio e, depois de falar com os três colegiais, um número bom de pessoas estava interessado e, depois de uma boa pesquisa, encontráramos o lugar perfeito, um acampamento numa cidade litorânea. Nos despedimos de nossos pais e entramos no ônibus, conseguindo nos sentar nos bancos do fundo. Hermione e Ron se sentaram do lado direito do corredor, Percy e eu do esquerdo e Tris e Tobias a nossa frente. Haviam algumas pessoas sentadas atrás de nós, algumas crianças de doze anos que foram necessárias apenas para encher o ônibus, e essas crianças estavam conversando do verbo gritando. Eram cinco da manhã, como alguém poderia estar animado a essa hora? depois de três minutos de gritaria, Percy se virou para trás e elas ficaram quietas.

– Eu acho melhor vocês pararem de gritar antes que eu fiquei com mais raiva de vocês, beleza?

– Cala a boca, seu punk – um dos garotinhos rebateu e eu prendi a risada.

– Sabem que estamos indo pra um acampamento, não sabem? Então, lá haverão atividades físicas nas quais iremos competir. Eu sou ótimo em guardar rostos e melhor ainda em empurrar crianças barulhentas em lagos cheios de bichos. Suas mães gostariam que vocês voltassem pra casa, não gostariam? Eu sugiro que durmam, então.

Ele voltou a se sentar do meu lado e eu não consegui esconder que estava prendendo o riso.

– O que foi?

– Nada, só estou orgulhosa de você discutindo com crianças de doze anos, ameaçando elas.

– Elas calaram a boca, não calaram?

– Elas só não sabem que os lagos de lá não tem bichos, provavelmente, fora isso, deu muito certo sua ameaça – ergui o braço da poltrona que nos separava e beijei sua bochecha. Ele passou o braço por meu ombro e me beijou não tão rapidamente. Enfiei a mão embaixo de sua camisa e o senti se arrepiar, além de descer a mão para minha cintura.

– Eu consigo enxergar você dois daqui, ok? Se comporte Annabeth – escutei a voz de meu irmão e depois a risada de Hermione e Tris.

– Não estou fazendo nada – encostei em Percy e me virei de frente para ele, sentado no corredor.

– Aham, e o Percy entende minhas piadas, conte outra.

– Não sei se entendi o que ele quis dizer com isso – Percy cochichou em meu ouvido.

– Só dorme, Percy, só dorme – ele deu de ombros, fechou a janela e ajeitou o travesseiro. Não aguentei muito tempo mais e acabei adormecendo, acordando apenas quando fizemos nossa primeira parada.

*****************************************************************************

Estava encostada na janela, observando a paisagem lá fora enquanto Percy dormia em meu ombro. Havíamos trocado de lado para que ele se ajeitasse melhor em mim, já que eu não estava mais com sono e ele parecia prestes a desmaiar.

– É que eu fiquei acordado a noite toda – ele se deitou e se arrumou em meu pescoço, tentando não cair das poltronas, já que estávamos de lado. – Não conseguia dormir – ele beijou meu pescoço e eu ri.

– Eu sei que você dormiu a noite toda, Percy, estávamos conversando e de repente você sumiu. Vai dizer que estava me ignorando? – ele olhou pra cima e beijou minha bochecha.

– Não sei mentir pra você, Sabidinha.

– Não mesmo – beijei sua cabeça e ele apagou. Sabia que Tris e Tobias estavam dormindo porque os dois estavam quase dormindo sobre a mesa da padaria quando descemos. Olhei para frente e vi Hermione dormindo, encostada em meu irmão. Ele passava a mão em seus cabelos, parecendo muito entretido em brincar com as pontas cacheadas.

Ele me encarou, sorrindo e movendo os lábios nas palavras “você está bem?”, o qual eu assenti. Ele sabia que eu não me sentia muito bem viajando por tanto tempo, e nós já estávamos dentro do ônibus a seis horas, faltando ainda uma hora para chegarmos. Ele moveu os lábios novamente, dizendo para eu dormir. Movi a cabeça novamente, concordando com ele e fechei o restante da cortina, tentando descansar. Acabei começando a lembrar de quando Ron e eu começáramos a nos comunicar daquele jeito, silenciosamente, para que nossos pais não escutassem o que estávamos dizendo. Tínhamos sete e nove anos, se não me engano, e estávamos no carro com nossos pais, nossa mãe indo fazer um ultra som de Finn, para saber, na época, o sexo do bebê.

“O que você acha que vai ser?” – ele me perguntava sem emitir som e eu sabia porquê. Para que nossos pais não se chateassem, qualquer coisa.

“Uma menina. E você?”

“Tanto faz.” – ele deu de ombros e eu me virei para frente. Foi assim que surgiu nosso pequeno jeito de conversar silenciosamente, e já faziam eras desde que não o usávamos; e ele fazer aquilo, naquela hora, mostrou o quanto ele ainda se importava comigo.

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Nós havíamos chegado no acampamento faziam duas horas, mais ou menos. Nossas coisas já estavam devidamente arrumadas e nós estávamos no salão de jantar, um lugar enorme, cheio de mesas – e pessoas, no momento. Um instrutor nos passava as regras simples do acampamento, as atividades disponíveis e os horários para executa-las. Eles serviram um lanche e nos liberaram para as atividades. Nós escolhemos uma coisa que todos queriam fazer: a tirolesa. Passamos a tarde toda lá, devido à demora do brinquedo, mas nos divertimos muito – e nos sujáramos muito. Nos disseram para irmos tomar banho para o jantar e nós fomos, voltando ao salão para comer. Nos deixaram com algum tempo livre depois do jantar, no qual nos separamos para andar por ai. Estava caminhando com Percy quando, como se guiados por alguém, chegáramos na praia.

Sim, o acampamento tinha uma praia, uma grande parte dela era fechada apenas para o próprio acampamento. Tiramos nossos sapatos, deixamos eles perto de uma árvore e começamos a andar em direção a água.

– Não é como nosso antigo acampamento – Percy começou – mas já é um começo.

– É um ótimo começo – chegamos na parte rasa da água, parando por ali. – Admita que está se divertindo.

– Bem, vamos analisar os fatos. Eu estou no meio de uma floresta, sem internet, sem qualquer contato com o mundo exterior por toda uma semana, com um número limitado de coisas pra fazer e todas envolvem algum tipo de esforço físico – ele olhou pra cima, contando, e eu bati em seu braço.

– Percy ...

– Por outro lado – ele tampou minha boca e eu desviei sua mão. – Estou com minha namorada lindíssima, – ergui uma sobrancelha, esperando o restante – com meus melhores amigos do mundo, com comidas maravilhosas para comer, com uma linda praia pra aproveitar e uma semana longe de ter de cuidar de crianças menores, então, é, a vida poderia ser pior.

Revirei os olhos, sentindo ele puxar minha cintura em sua direção e dar alguns passos pra trás.

– Nem pense nisso, Cabeça de Alga. Acabei de tomar banho.

– Ah, você não devia ter dito isso – ele se separou de mim e se abaixou. Comecei a correr, sentindo muitas gotas de água gelada nas costas.

– Droga, Percy, não! – gritei, mas ele sabia que eu não estava brava. Sai da água, olhando para trás e vendo Percy vir em minha direção, conseguindo me alcançar e me erguer por cima do ombro. Não comecei a gritar, sabendo que poderíamos atrais uma plateia se o fizesse. Fiz cócegas em seu pescoço e braço até ele me colocar no chão, ofegante. Escutamos um dos muitos alto falantes que estavam espalhados pelo acampamento dizer que era hora de voltar para os quartos. – Que tal uma corrida até lá em cima? – peguei nossos sapatos e lhe joguei os seus.

– Não estava com medo de se sujar, Sabidinha?

– Você já me jogou água mesmo, Cabeça de Alga. Posso viver com outro banho. Aceita?

– Sempre – sorri e comecei a correr, sem nem esperar para saber se ele estava me seguindo. Escutei barulhos de galhos e, diferentemente das outras vezes em que competíamos desse jeito, daquela vez, não olhei pra trás.


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Notas finais do capítulo

Todos os meus votos de felicidade a vocês, meus amores.
Beijinhos.
— A



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