Só mais um ano... ou não escrita por Alexandra Watson


Capítulo 31
Capítulo 31


Notas iniciais do capítulo

AI, DESCULPA
Sério, tô super culpada por ter demorado (mas tô com preguiça pra escrever de novo o porquê de ter demorado, basicamente, GRIPE, TRETA, TAREFA E MAIS TRETA).
*Divirtam-se*



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Certo dia, acho que foi na páscoa, tia Zoe disse que ia viajar para a casa de sua mãe, Camila, a qual eu já vira algumas vezes durante as férias e me convidou a ir junto. Como era um feriado de uma semana (de segunda a domingo) e minha mãe não estava querendo viajar, ela deixou que eu fosse. A mãe de tia Zoe morava numa fazenda no norte do Rio Grande do Sul. Iriamos sair na segunda de manhã e voltar no domingo à tarde, então fui fazer minhas malas no domingo anterior a nossa partida. Quando estava quase acabando, minha mãe apareceu no meu quarto.

– Pegou tudo filha?

– Roupas, livros, escova de dente ... Acho que peguei tudo.

– Pegou roupas de frio? Sua tia me disse que lá está fazendo frio agora, ainda mais que é mato.

– Eu peguei mais roupas de frio do que de calor, mãe. Relaxa.

– Hum ...

Ela ficou quieta. Sabia que ela queria dizer alguma coisa.

– Mãe, o que você quer me dizer?

– Por que você acha que eu quero te dizer alguma coisa?

– Porque sempre quando você faz algumas perguntas e no final fala “hum” é porque você quer alguma coisa.

– Ok, eu me rendo. Filha, juro que o que eu vou falar com você não foi ideia minha e que estou sendo obrigada a falar isso.

– Pode falar, mãe.

– Senta aqui – ela se sentou na minha cama e fez sinal para que eu seguisse seu exemplo.

Assim o fiz.

– Annie, você está indo viajar com seu namorado pela primeira vez.

– Mas mãe ...

– Eu sei, você já viajou com ele antes, mas isso foi antes de vocês namorarem. Enfim ... ai deuses, como eu digo isso?

– Mãe, acho que já entendi o que você quer dizer. Você está com medo de que façamos algo errado, certo?

– Não sou eu que acho isso, Annie. “Alguém” me pediu pra ter essa conversa com você, de novo aliás.

– Mãe – comecei a falar um pouco mais alto – não se preocupe. Não vou fazer nada porque você e o papai me ensinaram o que é certo e errado, ok?

– Obrigada, filha. Saiba que eu confio plenamente no seu julgamento, assim como seu pai. Não é querido?

Ela disse a última frase quase gritando.

– Sim querida – escutei a voz de meu pai através da porta e ri, junto com minha mãe.

– Boa noite, Annabeth. Amanhã cedo eu venho chamar você, ok?

– Ok. Obrigada, mãe.

Ela saiu e eu dormi logo depois de colocar a mala no chão. Pra acordar dez minutos depois com Perseu Grace me ligando porque não achava sua jaqueta de couro e perguntando se estava na minha casa.

– Percy – comecei com a voz sonolenta – como eu vou saber onde sua jaqueta está?

– Eu posso ter esquecido na sua casa ...

– Acho que não. Senão minha mãe teria me avisado.

– Você não tá afim de ir lá ver com ela?

– Não, Percy. Procura melhor, Cabeça de Alga e, se você não achar, me manda uma mensagem que amanhã cedo eu vejo com minha mãe, ok?

– Ok. Boa noite, Sabidinha.

– Boa noite.

Voltei a dormir imediatamente. Minha mãe chegou, ás seis e meia para me acordar.

– Annie, bom dia querida. Hora de ir.

– Ok, mãe.

Mas eu não me levantei. Ela perguntou se eu estava acordada, o qual respondi com um Uhum.

– Se você não acordar, vai ter que ficar o feriado todo em casa, com sua família, sem seu namorado e ...

– Ok, mãe. Já tô levantando.

Me levantei, tomei um banho rápido e já fui descendo as escadas. Minha mãe e meu pai estavam na cozinha. Tomei café e meu despedi deles. Subi, entrei no quarto de meu irmão e o acordei para me despedir. Ele provavelmente nem vai se lembrar, porque estava mais dormindo do que acordado. Dei um beijinho em Finn e fui até o quarto de Arya e também lhe dei um beijo. A diferença é que ela acordou, retribuiu meu beijo e voltou a dormir. Desci e encontrei meus pais e minhas malas já na calçada de Percy, juntamente com seus pais e Dany.

Atravessei a rua e dei bom dia a todos. Percy passou o braço sobre meus ombros enquanto nossos pais conversavam e me deu um beijo na bochecha. Quando eles terminaram de conversar, abracei meus pais e me despedi. Percy, seus pais e Dany fizeram o mesmo, então entramos no carro e fomos. Dany e tia Zoe dormiram rapidamente, assim como eu, que usei meu namorado como travesseiro. Quando acordei, ele me disse que em vinte minutos mais ou menos estaríamos chegando na casa da vó Camila (sim, eu a chamava assim e seu argumento de que ela não era minha avó de verdade é inválido) e do vô Heitor, seu marido. Percy me disse que talvez uma de suas tias fosse também, mas não era certeza. Entenda, a vó Camila é a mãe de tia Zoe, que possui três irmãs mais novas: Elisa, Mariana e Gláucia. Uma das três viria, talvez. Eu esperava que fosse tia Mari (Mariana), porque ela sempre me tratou como se fosse sua própria sobrinha. As outras duas eu só vira algumas vezes em feriados, quando elas vinham a casa de Percy, mas não tive intimidade com elas.

*******************************

Quando entramos em uma estradinha de terra, que tia Zoe disse pertencer a fazenda, me lembrei de uma coisa.

– Achou sua jaqueta, Percy?

– Achei.

– Onde ela estava?

– Ah, ela estava muito bem guardada, eu nunca teria achado se não tivesse procurado por horas e ...

– Eu achei ela dentro do guarda-roupas dele, Annie – disse tia Zoe. – Onde eu havia guardado, depois de lavar.

Olhei para ele com uma sobrancelha levantada.

– Depois de procurar por horas? Francamente, Percy.

– Que foi? Eu devia saber que ela lavou minha jaqueta?

– Eu sempre lavo sua jaqueta, filho. Você que nunca percebe.

– Então ela não fica cheirosa magicamente?

– Não, Percy. Desculpe desaponta-lo.

Rimos todos, menos Dany que estava dormindo feito uma pedra. Minutos depois chegamos na fazenda. Percy me ajudou com minhas malas e, quando chegamos na varanda, vovó Camila já estava lá.

– Zoe, meu amor. Que saudade. E, puxa vida Perseu, como você está grande! Dany, meu amor, como você está linda querida. Eric, é sempre bom revê-lo.

E ela foi cumprimentando todos até que chegou minha vez.

– E você é? Não, não pode ser. Annabeth?

– Sim, senhora vovó.

– Meu Deus, como você cresceu! Dá última vez que eu te vi você tinha o que? Doze anos?

– Acho que foi por ai.

– Você está mais linda ainda, minha querida. Foi ótimo você ter vindo nos visitar, senti sua falta.

– Eu também, vovó.

Ela parou, por alguns segundos, olhando de mim para Percy. Vovó era esperta e acho que ela já estava sacando o que estava acontecendo aqui.

– Me diga, Annabeth, você está namorando por um acaso?

Olhei para Percy. No momento só estávamos eu, Percy e vovó na varanda, os outros já tinham ido guardar suas coisas. Ele ficou me encarando como se dissesse “você tá perguntando pra mim? Você é a inteligente da nossa relação”. Voltei meu olhar para vovó.

– Ah, sim vovó. Estou a pouco tempo sim – isso seria no mínimo engraçado.

Ela sorriu e eu retribui.

– E como ele é?

– Ah, ele é alto, com a pele branca, cabelo preto e olhos verde água.

– Isso me lembra alguém ...

– Ah, mas eu acho que a senhora não conhece ele.

– Entendo. E ele é bonito, Annabeth?

Não, não, não. Olhei para Percy e ele estava me escarando com uma expressão de “você não pode falar que namora um cara feio porque vai parecer que você não gosta dele então você tem que admitir que eu sou o maior gatão”.

– Ah, você sabe, né vovó. O amor supera essas barreiras ...

Percy desmanchou o sorriso que tinha no rosto e o meu aumentou um pouquinho.

– Como assim, Annie? Eu conheço muito bem seu namorado e ele é bonito sim – Percy interveio.

– Nossa, está querendo passar para o outro lado Perseu?

– Não, senhorita. Só sei admitir beleza quando a encontro.

– Então você encontrou beleza no meu namorado, Percy?

– Pode apostar que sim.

Devo dizer que, durante essa discussão, nós fomos nos aproximando um do outro e ignorando vovó. Só lembramos que ela estava ali quando ela exclamou.

– Parem vocês dois. Que coisa, parecem namorados desse jeito.

Olhamos um para o outro e começamos a rir. Dissemos para vovó que era uma risada de deboche, mas ...

– E você, Percy? Está namorando alguém?

– Estou sim, vovó.

– E como ela é?

Cruzei os braços e esperei sua resposta. Diferentemente do que eu pensava, ele não retribuiu meus deboches.

– Ela é a garota mais linda do mundo, vovó. Ela é loira, com cabelos cacheados que mais parecem de uma princesa. Ela não é tão alta, mas o suficiente para não ser baixa. Ela tem olhos cinzas, que mostram o quão inteligente ela é. Ela tem um corpo perfeito embora não perceba isso. Quando ela sorri eu fico observando, porque ela forma pequenas e quase imperceptíveis covinhas nas bochechas que eu acho que ficam lindas nela. Quando ela fica brava comigo ela franze o cenho e a boca. Quando ela está estudando, ou fazendo dever, ou desenhando ela assume uma expressão séria e determinada e quando ela começa a falar sobre o futuro ou sobre livros, seus olhos assumem um brilho sonhador que a deixa mais linda. Ela nunca assume que eu estou certo, mesmo que raramente, porque seu orgulho não deixa e isso me irrita ás vezes, mas ela compensa isso quando fica com vergonha e suas bochechas ficam coradas.

Minhas bochechas estavam realmente coradas. Sabia disso porque elas estavam quentes e Percy olhava vitoriosamente para mim.

Vovó olhava orgulhosa para ele.

– Então você realmente gosta dessa garota, filho?

– Sim, vovó. Ela é incrível.

– Ela é uma garota de sorte – vovó complementou.

– E como, vovó – eu disse. – E como.

Andei até Percy e lhe dei um beijo. Sim, na frente da avó dele. Poderia ser constrangedor, mas eu não pensei nisso no momento.

– Ah, o amor juvenil. Bom, detesto interromper vocês dois, mas vocês tem que arrumar suas coisas, o almoço será servido daqui a pouco.


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Notas finais do capítulo

Eu tenho um amor imensurável pelos próximos capítulos, sério.
Acho eles tão fofinhos.
Beijinhos.
— A



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