Só mais um ano... ou não escrita por Alexandra Watson


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Oi meus amores.
Capítulo dedicado ao meu querido Pinguu porque sim.
*Divirtam-se*



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Seis horas da manhã. Celular tocando “Heroes”. Uma típica segunda feira de volta ás aulas.

– Annie, já tá acordada, filha?

– Já mãe.

Levantei e fui até o banheiro. Deuses, meu cabelo estava... bom. Milagrosamente, não estava totalmente armado. Milagres dos primeiros dias de aula.

Não sei se já lhe contei minhas “características físicas”, como por exemplo cor do cabelo, olhos e afins. Bom, meu cabelo, além do encaracolado que vocês já sabem, ele tem uma cor loiro claro, mas não platinado. Um loiro mel, ouro, enfim, loiro igual ao de minha mãe. Meus olhos e minha altura puxei mais para meu pai, porque minha mãe não é tão alta. Meus olhos são cinzas. Eu sei, se você por acaso é um “semideus” (o fandom de Percy Jackson se chama assim), deve estar dizendo “nossa, então você é igual a personagem do livro?” e a resposta é sim. Minha mãe disse que estava em dúvida sobre o nome que me daria, mas ela disse que assim que abri os olhos, ela viu a cor deles e lembrou da personagem e me batizou em homenagem a ela. Acho que é a única coisa que é realmente necessária para que você tenha uma imagem formada sobre mim.

Quinze minutos depois sai do banheiro, totalmente trocada e com o cabelo arrumado e desci as escadas. Chegando lá embaixo, minha mãe estava fazendo o café da manhã. Ron já estava lá também. Detalhe: meu pai sai mais cedo, porque ele gosta de tomar café em uma cafeteria aqui perto, minha irmã está dormindo e meu irmão, Finn, só vai pra escola mais tarde.

– Annie, o que você vai querer comer?

– Torradas, mãe. E leite.

– Ok, e você Ron?

– Só café, mãe.

– Ok.

Dez minutos depois já estávamos os três, minha mãe, Ron e eu dentro do carro indo para a escola.

Cheguei na escola faltando exatamente meia hora para começarem as aulas.

– Tchau, mãe – Ron e eu dissemos juntos.

– Tchau, crianças. Juízo – ela respondeu e foi embora.

– Por que ela continua nos chamando de crianças?

– Não sei, Ron. Deixa ela e se concentra em achar as nossas salas. Olha o tamanho dessa escola.

Deixe-me explicar. Para começo de conversa, a escola tem dois andares. Isso mesmo. Dois andares.

Nós entramos e conseguimos chegar até a secretaria. A secretária nos informou que, por sermos ambos do ensino médio, ficávamos no andar de cima. Subimos e, pra dizer a verdade, o segundo andar é melhor do que o primeiro.

Tinha um pátio enorme com armários de corpo inteiro do lado de cada sala e tinha só umas seis ou sete salas (provavelmente bem espaçosas).

O primeiro lugar para o qual fomos, foi a secretaria lá de cima (sim, duas secretarias).

– Bom dia – disse a secretária, que mais tarde descobri chamar-se Carla.

– Bom dia. Nós dois somos novos na escola e não fazemos a mínima ideia de onde nós temos que ir.

– De que turmas vocês são?

– Primeiro e terceiro ano do ensino médio.

– Nomes por favor?

– Annabeth e Ronald Levesque.

– Ok. Bom, Annabeth, sua sala é mais lá no fundo e a sua Ronald é a aqui do lado. Aqui estão as chaves dos seus armário.

– Tudo bem. Muito obrigada, senhorita.

– De nada e bem vindos.

– Muito obrigada.

Saímos da secretaria e fomos para os armários. O de Ron estava mais perto, então fomos até ele e depois até o meu.

– Annie, eu vou pra sala de aula. Quero ver se tem alguém que vale a pena naquele lugar.

– Ron, qual é o seu problema?

– Eu tenho você como irmã?

– Há. Há. Idiota – lhe dei um tapa na cabeça. Só mais um dia normal com meu irmão.

– Bom, te vejo mais tarde.

– Ok.

Bom então sobraram só eu e meu armário. E faltavam vinte minutos para começarem as aulas.

Depois de terminar de guardar alguns materiais, fui para minha sala.

Dentro dela havia um grupo de garotas no canto esquerdo e alguns garotos no fundo. Eu, como sou uma nerd exemplar (e eu não conhecia ninguém), sentei-me na frente no canto. Alguns minutos depois, uma garota de cabelos cacheados e marrons sentou-se do meu lado.

– Hey – ela disse.

– Hey. Aluna nova também?

– Sim. Qual seu nome?

– Annabeth, e o seu?

– Hermione, mas todos me chamam de Mione.

– É um prazer conhece-la.

– Igualmente.

– Esperai, seu nome, por acaso vem de algum livro?

– Sim. E o seu não me soa estranho... Percy Jackson?

– Harry Potter?

Rimos juntas. Nossas mães fizeram parte de uma geração que gostava de ler. Coincidência? Eu acho que não. Alguns minutos depois já sabíamos basicamente quase tudo da vida uma da outra. Hermione Di Angelo morava com os pais, você não vai acreditar, no mesmo condomínio que eu, na casa ao lado da que fica em frente à minha. Ela tinha uma irmã menor chamada Silena (Percy Jackson). Sua mãe era engenheira e seu pai biólogo marinho que acabou de conseguir um emprego que pagava o quíntuplo do que ele ganhava.

Eles já haviam feito a mudança a algumas semanas, mas só vieram morar aqui ontem, por isso não vi ninguém.

Algum tempo depois, outra garota chegou e sentou-se atrás de Mione.

– Oi.

– Olá. Quem é você? – perguntei.

– Meu nome é Beatrice. Beatrice Valdez. Podem me chamar de Tris.

Olhei para Hermione e começamos a rir. Será que todo mundo naquela sala tinha um nome em homenagem a algum personagem literário?

– O que foi gente?

– Nada. É que, só por curiosidade, seu nome é em homenagem a Beatrice Prior, de Divergente?

– Sim, por que?

– Annabeth.

– Hermione.

Rimos as três, juntas.

– Que coincidência.

– Você já estudava aqui Tris? – perguntei.

– Sim, estudo aqui desde o ano passado.

– E por que você não está sentada com as outras meninas? Não são suas amigas?

– Nem um pouco. Elas são muito metidas.

– Como assim?

Ela explicou: as meninas que estavam sentadas lá no canto chamavam-se Isabella, Hazel, Sarafine e Jeanine. Elas estudavam desde sempre nessa escola, por isso eram, digamos assim, as mais populares. Elas eram realmente patricinhas ao máximo. Elas estavam todas de, ou vestidos rosas ou blusa rosa com shorts jeans. Nojento.

Elas eram um típico exemplo de adolescente riquinhas e mimadas totalmente arrogantes. Percebi isso com vinte minutos de aula.

Como em todo primeiro dia de aula, os professores sempre perguntam os nomes dos alunos novos e pedem para os “veteranos” se apresentarem e serem legais com os novatos.

Basicamente na minha nova sala, tem vinte e quatro alunos. Só vinte e dois vieram hoje e os outros dois, eu fiquei sabendo, chegariam, provavelmente, ainda até o fim da semana.

A sala era dividida em: grupo de nerds, grupo do fundão e as pessoas que se acham melhores do que as outras.

O resto do primeiro dia foi normal, como é em todos os anos. Dinâmicas, brincadeiras sem graça e coisas do tipo.

Na hora de ir embora, encontrei com meu irmão na porta.

– Hey, Ron. Como foi?

– O que você acha?

– Comigo foi o mesmo. Pelo menos fiz alguns amigos novos.

– Hey, Annie. Você esqueceu seu caderno embaixo da mesa – Mione veio correndo em minha direção.

– Ah, obrigada Mione. Hã, esse é meu irmão Ron. Ron, minha nova amiga, Hermione.

– Oi.

– Oi.

Clima estranho.

– Hã, ok. Então, Mi, você quer ir lá em casa mais tarde?

– Claro. Depois do almoço?

– Combinado. Te vejo mais tarde. Tchau.

– Tchau.

– Vamos? – perguntou meu irmão.

– Vamos, claro.

– Então, onde ela mora?

– Ela quem?

– Sua amiga.

– Hm, você gostou dela – dei um sorrisinho para ele.

– Não, só quero saber onde ela mora.

– Ahã, sei. Bom, acredite ou não, ela mora em frente à nossa casa.

– Sério?

– Bom, tecnicamente, ela mora ao lado da casa em frente à nossa.

– Hum. Bom, vamos. Acho que a mãe já está lá fora esperando.

– Vamos.

Minha mãe estava realmente lá fora nos esperando. Sempre pontual.

– Então, como foi?

– Normal – respondemos juntos.

– Normal tipo fizeram ou não algum amigo?

– Sim – respondemos juntos novamente.

– Que legal. Alguma outra novidade?

– Sim. Minha amiga, que aliás é nossa vizinha, vai lá em casa depois do almoço.

– Qual é o nome dela?

– Hermione. Hermione Di Angelo.

– Sério? Então a mãe dela...

– Sim, a mãe dela provavelmente é uma leitora. Assim, como você.

Sorri para ela e ela sorriu para mim. Coisa de mãe e filha.

Chegamos em casa e entramos. Minha irmã estava ajudando meu pai a pôr a mesa.

Finn havia ido comer na casa dos padrinhos, porque estudava na mesma sala que o filho deles.

– Chegamos, pai.

– Como foi de escola?

– Normal.

– Ok.

Esse era o bom de meu pai, ele nunca se aprofundava demais em um assunto.

– Como foi na escola nova, pai? – Ron perguntou.

– Foi ótimo, na verdade. Os professores de lá são ótimos e os alunos também.

– Legal, pai.

– Vamos almoçar então?

Almoçamos e vou confessar, foi divertido. Minha família é bem legal. Às duas horas a campainha tocou. Eu estava no meu quarto, vendo TV.

– Eu atendo – ouvi um grito lá de baixo. Ron. – Quem é?

– Hermione.

Escutei a porta sendo destrancada.

– Oi, Hermione. Entre, por favor.

– Obrigada.

– Olha Mione, acho que vou trazer você mais aqui em casa só para meu queridíssimo irmão falar mais as palavras “por favor” – disse descendo as escadas.

– Há, há. Muito engraçado, Annabeth.

– Eu sei – mandei-lhe um sorriso sarcástico. – Vem, Mi. Vamos lá pra cima.

– Ok. Tchau, Ron. Foi um prazer revê-lo.

– Viu? Pelo menos gora tem alguém muito bem educado nessa casa além de mim. Foi um prazer revê-la também, Hermione.

Ela ficou parada na porta, assim como ele.

– Você vai subir ou já quer que eu faça a lista de convidados do casamento? – gritei do meio das escadas.

– Tô subindo! – Hermione gritou.

– Outch! – meu irmão exclamou.

– Não leva pro lado pessoal – ela disse docemente, me seguindo na escada. – Tchau, tchau.

Subimos as duas lá para cima. Apresentei meu quarto para Mione.

– Annie, seu quarto é lindo. Tem até uma vista panorâmica da casa ai em frente.

– Por falar nisso, você faz ideia de quem mora ai?

– Não. Eu só sei que anteontem, chegou um caminhão de mudanças e um homem. Mas eu não acho que ele more sozinho. Quer dizer, pra que comprar uma casa desse tamanho pra morar sozinho?

– É, não faz sentido mesmo.

– Annie? – minha mãe bateu na porta.

– Entra mãe.

– Olá, senhora Levesque.

– Olá. Você deve ser Hermione, eu suponho.

– Sim, senhora.

– Engraçado, porque o seu nome e você mesma me lembram muito a “verdadeira Hermione”.

– Acho que foi por isso que minha mãe me deu esse nome – Mione sorriu para minha mãe e vice versa.

– Bom, só pra você saber, Hermione, eu quase dei esse nome para a Annie, mas quando vi que ela tinha olhos cinzas iguais ao do pai e da “verdadeira Annabeth”, não tive escolha.

– O que foi mãe? – perguntei antes que ela começasse a história do “tudo começou quando eu soube que estava grávida de uma menina”.

– Bom, é que nós tínhamos combinado de ir ao shopping hoje, lembra?

– Verdade. Desculpe, mãe. Esqueci. A Mione pode ir com a gente?

– Claro.

– Obrigada, senhora Levesque.

– De nada querida. E me chame de Sophie.

– Ok. Bom, eu vou lá em casa rapidinho então ver com a minha mãe e pegar dinheiro. Já volto, gente.

– Ok, eu te levo até a porta.

– Tudo bem. Tchau, tia Sophie.

– Tchau, tchau, Hermione.

Descemos a escada até o hall de entrada.

– Super fofa sua mãe, Annie.

– É, ela é um amor de pessoa. Então, vê com sua mãe e, se ela deixar, já volta pra cá.

– Ok. Até mais.

– Até.

Ela saiu pela porta e eu subi para pegar uma bolsa. Cinco minutos depois estávamos as três no carro a caminho do shopping.

Tivemos uma tarde agradável no shopping. Minha mãe e Mione se deram super bem.

Chegamos em casa e eram quase sete horas.

– Obrigada pelo passeio gente.

– De nada, Mi. Até amanhã.

– Até.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Juro que não demorarei a postar, ok?
Beijinhos.
— A